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Portugal 2021 – resumo da 6a semana

Nossa penúltima semana em Portugal deveria ter sido mais tranquila, mas não foi bem isso que aconteceu… 

Voltamos da Espanha no final da tarde de segunda-feira. Arrumamos nossas coisas no apartamento que já havíamos ocupado e fomos descansar, o que se estendeu, um pouco, pela terça-feira.  

No dia seguinte fomos passear pela rua de Santa Catarina, chegando até a parte baixa da cidade. Um bom almoço no terraço do restaurante N’o Mercado, com pratos do menu executivo. Cansados de caminhar, retornamos de Metro. 

Quinta-feira foi dia de excessos. Primeiro um bem típico almoço português no ótimo A Cozinha do Manel. Este é um tipo de casa muito comum por aqui, ela no fogão e ele no salão. Menu que contempla a sazonalidade, sempre com porções muito generosas. Não há apetite que não seja saciado por aqui! 

No jantar fomos conhecer o Gruta, um restaurante comandado por um casal de brasileiros, João Ricardo e a Chef Rafaela Louzada. Ótima experiência. O local é muito acolhedor e o cardápio, calcado em coisas do mar, é cheio de novidades. Desde já é um programa obrigatório para quem vier passear por aqui.

O grande destaque da sexta feira foi uma degustação vertical de vinhos da casta Loureiro da Quinta do Tamariz, comemorando 35 anos de ótimas vinificações com esta uva. Foi uma belíssima prova, cheia de surpresas. A foto de abertura mostra o resultado final.

O evento aconteceu na sala de provas da ViniPortugal na rua das Flores. Pequenos detalhes encheram os nossos olhos, como a folha personalizada que marcava cada lugar. Ao todo, 10 vinhos que passearam entre as safras de 2020 até 1987. Oportunidade única! 

No final de semana Tomás e Carol foram nossos guias. Sábado nos levaram para conhecer o restaurante O Campo. O cardápio? Arroz de pato à moda antiga, óbvio.

Domingo esticamos até Leça da Palmeira, uma simpática praia, onde almoçamos num restaurante italiano cheio de bossas, o Bonifacio. Um Tiramissu, preparado na mesa, foi o destaque. 

Bem, se vocês acharam que a degustação de 10 vinhos da Quinta do Tamariz um pouco exagerada, que tal uma de 29 rótulos? 

Foi na segunda-feira dia 10, no Gruta. Não vou listar todos os vinhos provados, mas foi um show. João nos convidou para colaborar com dicas para incrementar a carta de vinhos do restaurante. Aqui está a foto para ninguém duvidar.

Duas garrafas não couberam no balcão. Tintos, brancos, rosados e Pet-Nats. Casa de Mouraz, Felipa Pato, João Pato, Hummus, Quinta da Palmirinha e muito mais. Todos naturais, orgânicos, etc… 

A semana terminou com uma viagem até Viana do Castelo, cerca de 40 minutos do Porto. Outra boa dica. Não deixem de provar as famosas Bolas de Berlim da confeitaria Manoel Natário. Aqui vai a recomendação: só são comercializadas após às 11:30h e tem fila na porta. 

Semana que vem já devemos estar de volta ao Rio de Janeiro. Para não fugir da regra, aqui vão mais alguns vinhos degustados:

Degustados no jantar do Gruta

Provados nos almoços de quarta, com menu japonês, e de domingo, no Bonifacio. 

Total: 43 vinhos numa semana. 

Saúde! 

Portugal 2021 – resumo da 5a semana

Nossa última semana na Espanha foi movimentada. Na quinta-feira, um grupo foi conhecer Biarritz, na França. Fica pertinho de San Sebastian onde estávamos hospedados.  

Nosso objetivo era evidentemente gastronômico, com mesas reservadas em ícones da restauração como o Mugaritz e o Rekondo. Este último nos colocou num agradável terraço com uma bela vista da cidade.  

Um dos programas mais divertidos foi fazer o circuito dos bares de Pintxos. Equivale à nossa happy hour, mas com uma curiosa diferença: em vez de ficarmos em um único bar, visitamos alguns deles. São todos bem pequenos, quase um “boteco” no jargão dos Cariocas.

A ideia era degustar um ou dois Pintxos, no máximo, acompanhado por uma bebida, tipicamente, o Txacoli. Um rito levado tão a sério que em alguns desses locais é comum ter um aviso pedindo para não permanecer mais que 30 minutos ocupando uma mesa. Nos mais famosos formam-se longas filas. Meu destaque ficou por conta da Casa Urola, detentora de vários prêmios na categoria. 

No sábado partimos para a região da Rioja Alavesa, uma das mais importantes produtoras de vinhos da Espanha. Claro, visitar vinícolas era o nosso foco. Nos hospedamos em Elciego. 

Começamos pela Bodegas Luis Cañas. Uma visita muito bem organizada e completa. Sandra, nossa guia, não deixou pergunta sem resposta. Visitas em plena vindímia nem sempre saem como o previsto, mas esta superou qualquer expectativa. 

Nosso almoço foi na La Ciudad del Vino da Bodega Marqués de Riscal, uma das mais badaladas da Europa, com um delirante projeto do arquiteto canadense Frank Gehry. Escolhemos o Asador Torea. Infelizmente não correspondeu. O cardápio é tipicamente Riojano, sem concessões, e os vinhos servidos deixaram muito a desejar. 

Ficamos curiosos: deveria ser um belo cartão de visitas, mas… 

Ainda no sábado fomos conhecer a Bodega Ysios, com projeto do arquiteto Santiago Calatrava. Assim como na bodega anterior, não fizemos uma visita guiada, nos restringindo, desta vez, a conhecer o prédio e degustar um vinho no Wine bar.  

Domingo fizemos nossa última visita, na Bodega Vivanco, com direito a um almoço típico. Outro grande empreendimento que tem como principal atração um completo Museu do Vinho. Infelizmente não conseguimos fazer todo o recorrido por conta do horário de encerramento, 15:00.  

Na segunda-feira, cedinho, pegamos a estrada para retornar ao Porto, Portugal. Seis horas de viagem com direito a um almoço em Chaves, simpática cidade transmontana e seus famosos pastéis. 

Semana que vem tem mais. 

Até lá fiquem com os vinhos da semana. 

Ultreia Saint Jacques Mencía e Muga Reserva 2018 

Degustados no circuito de Pintxos. O primeiro na Casa Urola e o segundo na La Viña, provando a famosa Torta Basca de queijo. 

Concellos de Valdeorras Godello 2020

Degustado no restaurante Rekondo em San Sebastian. Ao lado, estou examinando a “modesta” carta de vinhos: uma das maiores adegas da Europa… 

Vinas Viejas Blanco 2020, Rioja Reserva 2015 e Reserva Selección de la Familia 2016 

Três ótimos vinhos servidos na visita a Bodega Luis Cañas. Destaque para o branco. 

Rioja Reserva 2016 e Organic Verdejo 2020 

Vinhos provados no almoço na Marqués de Riscal. Não corresponderam. O branco era ruim, simplesmente… 

Ysios Grano a Grano 2018 

Servido na Bodega. Ótimo, mas caro… 

Crianza Rioja 2018 e Selección de Familia Reserva 2014 

Degustados na visita a Bodega Vivanco. Ambos corretos. O Crianza foi servido, também, no almoço típico. 

Saúde e bons vinhos! 

Portugal 2021 – resumo da 4a semana

Estamos na Espanha explorando a Galícia, Astúrias e o País Basco. Nosso passeio começou no sábado 25/09. Viajamos de carro até La Coruña. Passeamos e almoçamos no restaurante O’ Secreto, uma simpática taberna onde desfrutamos algumas das delícias gastronômicas desta região: presunto, as famosas croquetas, peixes e frutos do mar. 

A próxima parada foi Santiago de Compostela, já no fim da tarde. Domingo fomos assistir o movimento dos peregrinos na catedral. Como este é um Ano Jubilar, abre-se a Porta Santa, permitindo a visitação direta ao túmulo do Apóstolo: obrigatório! 

O almoço foi no mercado La Galiciana. São vários quiosques, cada um com sua especialidade. Um show de sabores. Depois de várias entradinhas, pedimos um Arroz Negro de Chipirones que estava delicioso. 

Na 2a feira rumamos para Bilbao, com uma parada para um almoço asturiano em Gijon. Reservamos mesa na cidreria La Galana, na Plaza Mayor. Outra boa escolha.

Em Bilbao fomos ao famoso Guggenheim Museo onde almoçamos no simpático Bistró. Ficamos hospedados no Casco Viejo, a parte antiga da cidade. Passeios, compras e um jantar mais sofisticado no La Despensa del Etxanobe. Esta região do País Basco é considerada como um dos maiores centros gastronômicos do mundo. Há uma grande concentração de restaurantes estrelados por aqui. 

Mais um deslocamento, desta vez para Getaria, onde visitamos a vinícola Ametzoi (foto de abertura), para provar o vinho branco típico da região, Txacoli. O almoço foi no badalado Elkano. Logo depois seguimos para San Sebastian, onde ficaremos até sábado. 

Mas esta história é para a próxima coluna. 

Até lá, fiquem com os vinhos da semana:  

Yllera Viña 65 Verdejo 2020 e Solar Viejo Tempranillo Rioja 2019 

Degustados no La Galiciana em Compostela. 

Gurrutxaga Txakoli Blanco e Gutiérrez Colosía Manzanilla N.V. 

Provados no La Despensa. 

Bodegas Vallobera Crianza Rioja 2018 e Adegas Francisco Fernández Terra Minei 2019 

Vinhos do almoço no Bistró, Museu Guggenheim. 

9.6 Blanco 2020, Amestoy Getariako Txakolina, Primus Circumdedisti Me 2020 e Kirkilla 2017 

Vinhos servidos na degustação da Bodega Ametzoi. 

Pazo Señorans Albariño 2020

Degustado no Elkano, em Getaria. 

Saúde e bons vinhos! 

Portugal 2021 – resumo da 1a semana

Primeiro, algumas explicações.  

Esta viagem foi planejada com antecedência, ainda durante o período de forte contaminação. Queríamos visitar o nosso filho e esposa. Seria necessário um período de 14 dias de quarentena. Ao contrário do Brasil, aqui levam a sério as questões sanitárias e qualquer viajante seria monitorado durante o resguardo.  

Decidimos ficar num local mais tranquilo, escolhendo o Parque Peneda-Gerês, onde alugamos uma confortável casa. Mas é longe de tudo, como vocês podem ver no mapa. Para nossa alegria, ou frustração, a quarentena foi suspensa no dia de nosso embarque e, claro, não dava mais tempo para escolher outro local menos isolado. A cidadezinha mais próxima, com serviços básicos, é Vieira do Minho que fica a 30 minutos de carro. 

Nos restou, nestas duas semanas que permaneceremos por aqui, curtos passeios no parque, que é muito bonito e com muita coisa para explorar ou dirigir por uma ou duas horas até alguma conhecida cidade próxima como Braga, Chaves e Guimarães. Nada de vinícolas, entretanto. 

Por outro lado, estamos na região do Minho, rica em bons restaurantes e famosa por seus vinhos verdes. Comer e beber é o estamos fazendo. 

Aqui estão os Vinhos desta semana, a maioria degustados nas refeições caseiras: 

Madinina 2018 tinto 

AOP Côtes du Roussillon villages  

Um corte das castas Carignan 60% e Grenache 40% , proveniente de vinhas velhas plantadas em 1945. Vinho francês de pequena produção ,natural e orgânico.  

Soalheiro Allo 2020 

Delicioso corte de Alvarinho e Loureiro. Degustado no restaurante O Abocanhado, que fica dentro do parque. Foi um excelente almoço. Cliquem no nome para terem uma ideia da vista e do menu. Recomendo. 

Le Aie Chardonnay 2017 

Mais um orgânico, desta vez italiano. Um vinho bem diferente dos Chardonnay habituais.  

Quinta da Pedra Escrita 2017 

Ótimo tinto duriense elaborado por Ruy Roboredo Madeira, um dos mais conhecidos Enólogos portugueses. Corte das castas Touriga Nacional, Jaen e Souzão. Fermentação maloláctica em barricas francesas seguida de estágio por 15 meses. Excelente! 

Quinta da Aveleda Loureiro 2020 

Loureiro, casta típica do Minho, é tratada com especial carinho na Aveleda. Este é um branco de entrada, mas que delícia. Um vinho verde moderno, que está acima da média. 

Semana que vem tem mais. 

Saúde e bons vinhos! 

Port. 18/19 – Caminhos Cruzados e o Bacalhau de D. Lourdes

A nossa derradeira visita a uma região vinícola de Portugal, nesta viagem, foi no Dão, a primeira região demarcada para vinhos não licorosos, naquele país. Isto foi em 1908, e a qualidade de seus vinhos fez com que esta região fosse apelidada de “Borgonha portuguesa”.

Bons tempos!

Os vinhos do Dão eram famosos no Brasil. Presentes em lojas e mercados, embalou muitos encontros românticos, há algumas décadas, e abriu os caminhos do mundo do vinho para inúmeros enófilos de hoje.

Por esta mesma razão, caiu em desgraça. A busca por lucro fácil trouxe, como consequência direta, vinhos de baixíssima qualidade. Engarrafavam qualquer coisa e rotulavam como ‘Dão’. Era mais falsificado do que Whisky escocês…

Felizmente uma nova geração de produtores resolveu atacar o problema e colocar estes vinhos de volta ao patamar de qualidade de onde nunca deveriam ter saído.

A vinícola Caminhos Cruzados é um ótimo exemplo de como isto está sendo feito. Paulo Santos e sua filha Lígia começaram recuperando as vinhas da Quinta da Teixuga e inauguraram, em 2017, a Adega Caminhos Cruzados, dentro dos conceitos mais atuais, com capacidade de produção de 400.000 litros.

Agendamos nossa visita com alguma antecedência. Sempre perguntamos sobra a possibilidade de um almoço harmonizado. Desta vez, Sofia Mesquita, a encarregada do setor de Enoturismo e nossa guia no dia da vista, nos sugeriu o programa “Da Vinha ao Vinho”:

Atividade enogastronómica composta pela visita à adega/quinta seguida de almoço vínico. As provas são acompanhadas através da perfeita harmonização com a gastronomia local, num casamento perfeito.

A visita começa com um pouco da história, parte em vídeo, parte em ótimas explicações. Ainda não está completamente consolidado o entendimento dos diversos nomes e marcas que giram no universo desta empresa.

Em Portugal, uma Quinta é, quase sempre, a produtora do vinhos e nome de seu principal produto. Aqui decidiram um pouco diferente. A Quinta da Teixuga é a produtora da maior parte das uvas, que serão vinificadas na adega Caminhos Cruzados. A principal marca dos vinhos se chama Titular. Para não romper totalmente com as tradições, eventualmente vinificam um Quinta da Teixuga, em edições comemorativas.

As fotos, a seguir, mostram como foi este passeio.

Algumas surpresas nos aguardavam, a principal delas o Bacalhau, encomendado a uma excelente cozinheira da região, a D. Lourdes (não existe um restaurante na adega): uma perfeição!

Aqui estão os vinhos degustados:

Titular Colheita Branco DOP – elaborado com Encruzado, Malvasia Fina e Bical. Um delicioso branco que harmonizou com o bacalhau;

Titular Encruzado/Malvasia Fina DOP – um vinho mais complexo e mineral. Demandou algum tempo para apreciar todas as suas nuances.

Titular Touriga Nacional 2013 – foi servido para acompanhar uma deliciosa mousse de chocolate amargo. No primeiro momento ficamos sem entender nada, mais tradições e mitos rompidos. Provada esta inesperada combinação, descobrimos um novo mundo de sabores. Espetacular! Foi o vinho que comprei!

Titular, edição sem nome 2015, tinto – outro vinho excelente. Co-fermentação de Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro Preto. Uma vinificação comemorativa, muito interessante, que buscava evidenciar as principais características de cada casta. Muito bom.

Descarada 2017 – um vinho de sobremesa elaborado a partir de Semillon e Chardonnay. Por conta do excessivo calor daquele ano, estas uvas quase passaram do ponto e tiveram que ser colhidas precocemente. Devido à sua alta acidez, mesclou muito bem com os teores de açúcar das uvas, resultando num delicioso doce precoce. Segundo eles, um “descaramento”.

O delicioso prato de bacalhau, ao forno, era muito simples, na verdade. Lombos perfeitamente dessalgados, dispostos em camadas entremeados com grelos/couves e gratinado com uma camada de farinha de rosca. Tudo regado a azeite de verdade, da melhor qualidade.

Saúde e bons vinhos, como estes!

Para visitar:

Sofia Mesquita
Gestão Dep. Enoturismo / Exportação

Quinta da Teixuga, Rua de Carvalhal nº50
3520 – 011 Algerás – Nelas
T/F +351 232 940 195 / +351 918 652 176
[email protected] / [email protected]
www.caminhoscruzados.net

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