Continuando o relato da viagem durante o carnaval de 2013, o próximo ‘regabofe’ foi programado para a simpática, mas cara, cidade balneária do Uruguai.
A primeira tarefa era escolher o local. A sugestão inicial era seguirmos até Pueblo Garzon, cerca de 1h30 de estrada, para almoçar no restaurante do renomado Chef Francis Mallmann. Como teríamos que embarcar de volta até às 17h, o grupo decidiu não arriscar.
Selecionamos outros locais, com base em vários guias para turistas, e acabamos com 2 opções: o La Huella na praia de José Ignacio e o Lo de Tere, que acabou sendo o escolhido.
Este é considerado o melhor de Punta. Fica bem perto da área do Porto, com uma bela vista para o mar. Fizemos a reserva pela internet sem nenhum problema. Às 14h chegamos e lá estava a nossa mesa na varanda. Como o dia estava mais quente que o normal, para aquela cidade, pedimos que nos colocassem num salão refrigerado. Houve um pouco de desapontamento por parte da gerente da casa – ele entendia que por sermos turistas gostaríamos de ficar de frente para a praia… Desfeita a confusão, fomos realocados em duas mesas, uma de 6 lugares e outra de 8 lugares no salão denominado Puerto Jardin.
Com o grupo dividido, optamos por fazer os pedidos ‘à la carte’. Um extenso cardápio foi apresentado, como era esperado, calcado em frutos do mar. A nossa mesa optou por entradas como o Tiradito, finas lâminas de atum marinadas e o Carpaccio de Polvo. Para os pratos principais houve um pouco de tudo, carnes, peixes e frutos do mar.
Os pratos recebem nomes sugestivos, como o ‘Iñaki’, elaborado a partir da Merluza Negra do Atlântico, um dos peixes mais valorizados, ou o simpático prato de pequenas lulas cozidas no vinho branco, o ‘Mi Amigo El Vasco’.
Alguns comensais pediram a excelente carne uruguaia, e por esta razão ficamos com 2 vinhos: um branco elaborado com a casta Albarinho ou Alvarinho, da região noroeste da Península Ibérica e outro tinto, um diferente corte de Tempranillo e Tannat, ambos da excelente Bodegas Bouza.
O branco estava muito interessante e surpreendeu a todos que o provaram. Apenas por curiosidade, provei o correto tinto, que promovia um casamento perfeito com o Ojo de Bife de novilho jovem. O peixe que faz mais sucesso foi a Merluza.
Mas o ponto alto do encontro foram as sobremesas, acreditem, uma variedade capaz de agradar a gregos e troianos.
Este grupo, em particular, tem um viés por doce de leite. Os produzidos no Uruguai são famosos. Para complicar, havia duas opções com esta iguaria: Homenaje al Dulce de Leche e A Quién no le Gusta el Chocolate.
A foto mostra a tal ‘Homenagem’, três preparações diferentes: mini-panquecas recheadas, sorvete caseiro e um drink feito com o Licor Bailey’s.
Vários ‘bis’… (houve quem pedisse as duas sobremesas!)
Para acompanhar e harmonizar com esta montanha de açúcar, só mesmo algo muito especial e que muitos não conheciam, o Licor de Tannat, outra especialidade daquele país. Apesar do nome (licor) é muito semelhante a um Porto. Supimpa!
Ao final, concluímos que esta fora ‘a melhor refeição’ feita num restaurante sul-americano. Parabéns à Chef Maria Helena.
Dica da Semana: para descobrir novos caminhos, um Cabernet Franc, casta que está na moda, numa versão uruguaia.
Reserva Cabernet Franc 2010
Produtor: Viña Progreso
País: Uruguai/Canelones
O produtor utiliza clones de baixo rendimento, plantados em altas densidades para a produção deste Cabernet Franc. Com taninos doces, boa complexidade e um sofisticado toque herbáceo típico da casta, é uma bela surpresa do Uruguai.
Harmonização: Massas, polenta, pato, perdiz, presunto cru, cogumelos, queijos como Brie, Camembert e Roquefort.