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Tecnologia, ética e integridade no vinho

Vários adjetivos definem o vinho, uma das bebidas alcoólicas mais antigas e com uma história que passa por Reis, Rainhas, aventureiros, guerras, religião e muitas outras situações.

Tão importante que uma boa parte de nossa evolução pode ser contada pela própria história dos vinhos.

Ao contrário de um famoso destilado, que tem sua qualidade intrinsecamente associada a um determinado país, vinhos são multinacionais. Não se pode afirmar, de forma leviana, que “vinho é francês”, por exemplo, quando sabemos que ali do lado existem vinhos iguais ou melhores. Estamos falando de Itália, Espanha, Portugal, Alemanha, só para ficar nos mais evidentes.

A boa qualidade de um produtor é seu cartão de visita e mantê-la não é tarefa fácil. Por ser um produto que usa matéria-prima agrícola, vinificadores, em todo o mundo, estão sempre ao sabor do clima. Torcem por chuva e sol, dentro de parâmetros esperados e amplitude térmica que lhes permitam obter frutos perfeitamente maduros no período certo.

Não é simples enfrentar a natureza. Se nada der certo numa safra, o prejuízo é quase certo e poucos recursos existem na cantina.

O conhecimento e a tecnologia das técnicas modernas de vinificação ajudam a diminuir os efeitos de uma matéria-prima menos adequada, mas ainda não resolvem o principal problema: como produzir um vinho icônico se as uvas não correspondem?

Produtores íntegros simplesmente não entregam aquele vinho em determinadas safras. Existem inúmeros exemplos e alguns rótulos usam este fato como um grande aliado no seu marketing, algo como “só é produzido em anos excepcionais’.

Vejam a produção do famoso Barca Velha, o mais afamado vinho de Portugal: em 60 anos, desde sua primeira vinificação em 1952, apenas 18 safras foram vendidas ao público. A mais recente é a de 2008.

Apenas para registro histórico, aqui estão elas: 1952, 1953, 1954, 1957, 1964, 1965, 1966, 1978, 1981, 1982, 1983, 1985, 1991, 1995, 1999, 2000, 2004 e 2008.

Infelizmente, a busca por um lucro fácil e a falta de ética levam alguns vinhateiros a usar de todo e qualquer recurso disponível para colocar sua safra no mercado.

O mais antigo deles e muito regulado em todos os países produtores, é adicionar açúcar ao mosto em fermentação para se obter um maior teor alcoólico. Isto é chamado de chaptalização.

Se faltou cor, que tal adicionar um corante como o Mega Purple? Leia esta matéria que publicamos em 2013 – A Poção Mágica.

Quer dar uma amadeirada no sabor, adicione alguns cavacos de carvalho no tanque de decantação ou, mais simples ainda, um pouco de extrato de carvalho.

Existem aditivos químicos para tudo.

O ponto culminante da tecnologia foi a criação de uma vinícola que produziria um vinho 100% sintético, a Ava Winery. Tentou realizar o famoso milagre de transformar água em vinho. Conseguiu, mas em tubos de ensaio, apenas. Atualmente mudou o nome para Endless West e se dedica a produzir destilados sintéticos…

Para completar este quadro, as parcas informações contidas num rótulo não ajudam, em nada, para descobrirmos estas fraudes. Aliás, este tema é tabu entre todos os produtores, dando uma pista que, no final das contas, ninguém é santo neste ramo.

A própria tecnologia que pode ser vista como um inimigo, pode estar do nosso lado, também. Equipamentos laboratoriais de alta qualidade permitem uma rápida e precisa análise química do conteúdo de uma garrafa. A era da informação quase instantânea que estamos vivendo, outro avanço tecnológico, impede que estes resultados sejam mantidos obscuros ou incessíveis.

Vinho de qualidade é íntegro.

Basta saber onde procurar.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: um bom espanhol, muito bem vinificado.

Celler Masroig Solà Fred 2014

Elaborado com 100% da poderosa Cariñena ou Carignan, dentro da denominação DO Montsant, do Priorato, onde é conhecida como Samsó. É um vinho de cor vermelho rubi intenso e luminoso, com reflexos violáceos.

Aromas com intensos frutados de ameixa e notas de rosas, bordejados por discreto defumado. A boca é sedosa, com taninos maduros, bastante fruta, bom corpo e boa permanência.

Um vinho fácil e delicioso que acompanha muito bem arroz de cogumelos ou queijos curados.

Guia Peñin: 88 pontos,

Dia das mães, presente: um vinho!

Se ainda não presenteou sua mãe com um vinho, inove!

E se o problema é saber qual é o vinho ideal para presentear, então temos a solução!

Um dado histórico indica que o paladar feminino é facilmente seduzido por vinhos mais doces. Neste caso, existem múltiplas possibilidades.

Começamos pelos vinhos generosos, categoria muito bem representada pelos vinhos do Porto, Madeira e Xerez. Mas existe um concorrente que, quase sempre, passa despercebido, o Moscatel de Setubal.

Sucesso garantido.

Este, da Bacalhoa Vinhos, tem uma ótima relação preço x qualidade e pode ser encontrado facilmente.

Se a progenitora é do tipo formiguinha, também podemos presenteá-la de acordo: existem ótimos vinhos do tipo Colheita Tardia à venda nas principais lojas e mercados.

Os sul-americanos, chilenos e argentinos se destacam. Não precisamos gastar uma fortuna com um delicioso, mas absurdamente caro, Sauternes.

Podemos satisfazer o paladar materno com um bom tinto ou branco que ficam no limite entre o vinho seco e o vinho doce. Aqui no Brasil adotam a classificação “meio seco” (demi sec). Mais algumas sugestões:

Vinhos da África do Sul a partir da casta Pinotage;

Norte-americanos elaborados com Zinfandel ou seu congênere da Itália, os Primitivos;

Algumas vinificações da Cabernet Franc na Argentina e no Chile se enquadram nesta classificação e são deliciosos. Procure no contrarrótulo.

Entre os brancos tranquilos, nesta categoria, os vinhos alemães são a referência. Procurem pelos predicados Kabinett ou Spatlese.

Castas portugueses e espanholas, menos conhecidas, também produzem bons vinhos com estas características. Duas boas opções são as uvas Macabeu ou Verdejo. Escolham vinhos com um açúcar residual de 0,4 g/l ou maior.

Se nada disto faz a cabeça de quem lhe colocou no mundo, tente um espumante, não há quem não resista, a menos que seja abstêmia. Franceses, italianos, espanhóis, portugueses ou os ótimos nacionais. É acertar na mosca!

Mas existem mães muito especiais, gastrônomas de primeira linha, tão boas de garfo quanto de copo.

Estas são as mais fáceis de presentear, mas não pise na bola comprando um vinho barato, a dor de cabeça pode ser maior que a esperada…

Isto lembra a minha família e o meu DNA com os vinhos. Hoje estou convencido que a minha predileção por bons espumantes veio do lado materno. Minha mãe adora um bom Champagne.

Por outro lado, há um vinho que sempre me marcou, o preferido de minha avó materna, a quem nunca conheci: Chassagne-Montrachet.

Esta é uma das mais importantes denominações da Borgonha, elaborado em branco com a casta Chardonnay e em tinto com Pinot Noir, o preferido da vovó.

Uma garrafa como a que ilustra este parágrafo, um Luis Latour, custa uma pequena fortuna aqui no nosso hipotético país. No exterior é possível adquirir uma na palatável faixa dos US$ 50.00.

Agora vocês já sabem as minhas castas prediletas: Borgonha na veia…

Um bom dia das mães para todos e sucesso na escolha do presente.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: Precisa?

Organizando uma degustação em casa

O verão já se foi, estamos em pleno outono e o inverno começa no dia 21/06/2019. É chegada a hora de limpar as taças, reabastecer a adega, escolher alguns petiscos e chamar os amigos para desfrutar as suas mais recentes descobertas vínicas.

Para sair do batido queijos e vinhos, que tal darmos uma reviravolta nas suas reuniões habituais transformando isto tudo numa degustação, às cegas, com alguns requintes bem profissionais?

Um bom planejamento é a chave do sucesso, e não é nada complicado.

1 – O objetivo.

Em vez de tentar descobrir quem é quem, o propósito desta degustação é escolher o melhor vinho, aquele que caiu no gosto da maioria.

Cada participante vai receber material para anotar suas preferências. Mais tarde os pontos dados por cada um serão apurados e um vinho será declarado vencedor.

Em paralelo, e para aumentar a cumplicidade dos convidados, pode-se fazer um bolão de apostas com direito a um brinde ou a responsabilidade de organizar a próxima reunião. As possibilidades são infinitas.

2 – Os vinhos.

O objetivo é diversão. Sendo assim, comecem com vinhos varietais. Procure os mais conhecidos, nada de obscuros rótulos do “Pingaquistão”, que só você conhece.

Simplifique nos primeiros encontros até a sua turma entender o objetivo e, só então, aumente o grau de dificuldade. Um bom ponto de partida são comparações duplas, dois vinhos, apenas, por categoria.

Por exemplo:

– Cabernet do Velho Mundo e do Novo Mundo;

– Sauvignon Blanc da Nova Zelândia e outro francês ou chileno.

3 – As taças e o serviço.

A taça ideal seria a do tipo ISO, mas não é obrigatório. Como a quantidade de líquido, em cada prova, será de 40 ml por pessoa, usar taças muito grandes não é adequado. Prefira, neste caso, as taças indicadas para o vinho branco.

Tenham, pelo menos, duas taças por participante. O ideal é uma taça para cada tipo de vinho.

1 garrafa deverá servir de 18 a 20 provas. Obviamente, cada um pode repetir a dose, isto não é uma degustação profissional.

4 – Escondendo o vinho.

Um pouco de mistério é sempre bom, por esta razão a brincadeira fica muito mais interessante se ninguém souber o que está sendo servido (exceto o anfitrião).

Várias técnicas podem ser usadas. A mais comum é colocar as garrafas dentro de sacos opacos de pano ou papel, identificados, apenas com um número ou letra.

Outra opção, do tipo bom e barato e muito usada em degustações profissionais, é enrolar as garrafas em papel alumínio.

Lembrem-se que “o ambiente sempre traz informações importantes”. Para manter a disputa justa, procurem esconder ao máximo tanto o formato da garrafa como o seu gargalo. Só de observar estes dois elementos, a charada pode ser decifrada.

A nossa escolha, para este tipo de degustação, é eliminar totalmente as garrafas, vertendo o vinho em decantadores iguais, identificados de alguma forma. Temos a vantagem de deixar a cor do vinho exposta para todos. As garrafas só serão apresentadas ao final do evento.

5 – As anotações

Esta é a parte mais importante desta reunião e um pouco de organização vai contribuir muito para o sucesso. Uma padronização se faz necessária, inclusive para computar o resultado.

Nada de anotar gostei ou não gostei e esperar alguma conclusão útil. Vamos profissionalizar a coisa, só um pouquinho. Além de lápis, caneta e uma calculadora, vamos usar uma ficha de degustação.

Neste link, a seguir, está a planilha no padrão da OIV (Organização Internacional do Vinho), muito completa e fácil de preencher.

Clique aqui.

O modelo é este:

Imprima e faça tantas cópias quanto forem necessárias, multiplicando o número de vinhos pelo número de pessoas.

Para preencher adote a seguinte rotina:

Degustador – identificação de quem preencha a ficha;

Amostra – número ou letra que identifica o vinho a ser degustado;

Categoria – Branco, Tinto, Rosé, Espumante, Generoso, etc…

Para os critérios de avaliação, basta decidir, em cada item, se você achou o vinho: excelente, muito bom, bom, satisfatório ou insatisfatório, de forma subjetiva, e assinalando o quadradinho específico. O número que está dentro de cada célula é a pontuação atribuída a cada qualidade e que deverá ser somado, totalizando o resultado.

As características a serem observadas são as clássicas: cor, aroma e sabores, com uma avaliação final, totalmente pessoal. Esta é a graça desta brincadeira.

Se acharem necessário, assinem e datem para comparações futuras.

Para descobrir qual vinho foi o mais aceito, basta totalizar os pontos de todas as fichas e declarar o vencedor apresentando as garrafas que ficaram escondidas.

6 – Os petiscos e outros materiais.

O primeiro item que é indispensável é água, seja mineral ou simplesmente potável. Em jarras ou garrafas, não muito gelada, e copos descartáveis para facilitar a arrumação depois da festa.

Baldes de descarte são um belo acessório. Podem ser de qualquer material, plástico, vidro ou metal. Lembrem-se de reciclá-los periodicamente.

Para ajudar na limpeza do paladar tenha sempre uma cesta de pão, fresco e macio.

Com todo este álcool sendo consumido, precisamos forrar o estômago. Eis algumas sugestões:

– Queijos duros e/ou macios;

– Frutas como maçã, uvas, pêssegos. Evite as mais cítricas. Frutas secas são ótimas também;

– Frios e patês;

– Pipoca, castanhas, nozes, amêndoas e similares.

– Vegetais cortados em tiras (Julienne), como cenoura, pimentão, pepino (com casca), rabanetes, salsão;

Para completar o quadro, pode ser oferecido um prato quente, leve, apenas para recuperar as energias. Uma massa é sempre apreciada.

Estão esperando o quê?

Saúde e bons vinhos!

Vinho da semana: dentro do espírito desta coluna, a casta Syrah é uma das melhores para fazer degustações. Os varietais australianos são referência neste assunto.

Yarran Shiraz 2016

Cor vermelho-rubi profundo e opaco. Aromas com notas de ameixas pretas, café expresso, canela, lácteos e de violetas.

Na boca é um vinho tipicamente australiano, concentrado, rico e suculento e bem estruturado.

Acompanhe com um cozido suculento ou um assado de vitela com cogumelos.

Vinho de corte

Qualquer iniciado no mundo do vinho já ouviu falar do ‘Corte Bordalês’ ou simplesmente vinho Bordeaux, a combinação quase perfeita de distintas vinificações das castas Cabernet Sauvignon, Merlot e coadjuvantes como Cabernet Franc, Petit Verdot e ocasionalmente Malbec e Carménère.

Acertar as proporções de um corte é sempre um desafio, mesmo para os enólogos mais experientes. É uma tarefa complexa que exige muito conhecimento técnico e criatividade, acima do normal, que permita equilibrar, com segurança, ciência e arte.

Produzir um vinho que será aceito pelo mercado é uma enorme responsabilidade. Elaborar um corte de vinhos não é aplicar de forma irrestrita a Lei de Lavoisier e esperar que o resultado seja palatável. Muitos cortes famosos começam a ser pensados no campo, são trabalhados nas cantinas para, finalmente, serem dosados através de sucessivas experiências de degustação.

O mais importante é ter os vinhos base tecnicamente perfeitos. Não se pode pensar em corrigir um defeito da vinificação através da mistura com outro vinho: não vai dar certo.

O enólogo precisa ter certeza do material que vai ter à sua disposição: acidez, taninos, Ph e teor alcoólico devem estar de acordo com as normas e procedimentos de cada região.

Controlados estes fatores, a próxima etapa consiste em conseguir um produto que se destaque. Esta é a parte mais complexa, exigindo muita cultura vínica por parte do profissional a cargo desta elaboração.

Mesmo nas grandes vinícolas, como os Châteaux de Bordéus, é preciso manter a qualidade. Milhares de críticos em todo o mundo vão perceber mínimas diferenças e isto pode deixar uma safra inteira mofando nas prateleiras.

Para novos rótulos que pretendem se inserir neste competitivo mercado, a decisão sobre que vinhos serão misturados no corte é muito importante. Alguns fatores históricos servem de ponto de partida, por exemplo, combinações consagradas de determinadas castas. Além da já citada, os vinhos da região do rio Rhône, denominados GSM ou Grenache – Syrah – Mourvedre, são outros bons exemplos. No jargão das vinícolas isto é chamado de sinergia entre uvas.

Durante o processo de experimentação acontece muita coisa, algumas boas que servirão de base para outras dosagens e coisas ruins que serão descartadas. O Enólogo ou a equipe de Enólogos deve manter sempre em mente o objetivo a ser alcançado.

A partir de um determinado momento os dados analíticos já não fazem nenhuma diferença. O que passa a comandar é a pura arte de encantar o paladar, seja acrescentado isto ou tirando aquilo, de acordo com a sensibilidade de quem está provando. Ajustam-se e pequenos detalhes, como num polimento final.

Um processo rigoroso que exige muita sutileza. O resultado tem que ser impecável. (*)

Ganham os consumidores.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: a casta Mencia, da região de Bierzo, é uma das tendências atuais. Em Portugal é conhecida como Jaen.

Arturo Garcia Solar de Sael Crianza 2012

Elaborado com uvas de vinhedos com mais de 80 anos. De cor vermelha com reflexos violáceos. O nariz é complexo com aromas de cereja, baunilha, figo seco e notas lácticas. Os 12 meses de carvalho francês e americano estão bem integrados, deixando os aromas característicos da casta finamente presentes.

Na boca é concentrado, suculento, elegante e com ótima acidez. O equilíbrio é perfeito, com taninos adocicados e uma excelente persistência.

(*) Existem outras formas de se produzir um corte. Em Portugal é comum o Field Blend, ou seja, as diversas castas estão misturadas no vinhedo, sendo vinificadas juntas. Mas esta é outra história…

Páscoa

Esta é uma época para celebrar tradições, em diversas culturas. No nosso país, de maioria católica, onde por muito tempo se respeitava o jejum e a abstinência na Quaresma, a chegada do domingo de Páscoa era aguardado com muita ansiedade.

Grandes mesas familiares com deliciosos pratos e sobremesas repunham as necessidades alimentares de todos e simbolizavam, sobretudo, uma nova etapa de vida.

O vinho, claro, não poderia faltar, nem nos ritos de celebração e nem na lauta refeição dominical.

Uma época para refletir, também.

Os cariocas ainda estão sob os efeitos degradantes de mais um dilúvio, agravado pela total incapacidade administrativa de um pseudo ‘Bispo’ que nem prever a catástrofe foi capaz: um falso tudo.

Na França, uma das igrejas mais importantes daquele país, e do mundo, foi quase destruída por um incêndio de grandes proporções, gerando uma corrente de solidariedade nos quatro cantos do planeta para que seja rapidamente reconstruída.

Por esta razão, a coluna desta semana faz uma pequena homenagem aos franceses, lembrando de outro marco nacional, uma tradicionalíssima receita, sempre presente no cardápio dos bistrôs parisienses e quase um prato obrigatório na mesa da Páscoa: o Gigot d’Agneu.

A carne de cordeiro usada nesta preparação é o pernil, temperado, marinado e assado por longas horas. Para acompanhar, feijão Frageolet, um tipo de feijão verde, batatinhas Dauphine e vinho tinto.

Os leitores devem estar se perguntando qual vinho o ideal, mas a resposta é assustadora: há uma lista interminável de opções, que inclui vinhos de outros países como Espanha, Portugal, Itália e Grécia.

Para começar, faça como os franceses e abra um bom Merlot, tipo St. Emilion, margem direita de Bordéus, se o bolso permitir.

Para nossa alegria, esta casta é uma das melhores opções para os vinhos brasileiros, que apesar dos impostos quase proibitivos, ainda são mais palatáveis que um ‘1ª linha’, importado.

Críticos de gastronomia de todo o mundo aplaudem a combinação dos bons Tempranillos da Rioja ou Duero com este assado. Esta carne é uma das prediletas dos espanhóis. Há ótimos rótulos deste país à venda em nossos mercados e lojas especializadas, com preços muito competitivos.

A casta Tempranillo também produz bons vinhos na Argentina e no Chile.

Em Portugal, Aragonez e Tinta Roriz são sinônimos desta casta espanhola. Dentro da tradição lusitana, estão sempre presentes nos melhores cortes do Douro e do Alentejo. Mas não hesitaríamos nesta escolha, ampliando o leque de possibilidades por todas as regiões da terrinha: Bairrada, Dão, Lisboa…

Opções é que não faltam, para todos os paladares e bolsos.

Mão à obra então e boa Páscoa para todos.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: uma escolha perfeita para quem se animar a preparar o Gigot d’Agneau.

Vinho Salton Desejo Merlot – $$

Límpido, de coloração roxa intensa.

Apresenta aromas de frutas negras (mirtilo, amora, framboesa), polpa de frutas em compota, cogumelos, amêndoas tostadas e chocolate.

Seu sabor é intenso e prolongado com taninos maduros.

 

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