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Vinho e Política

De alguma forma não se combinam, como água e óleo. Mas é inevitável que o assunto surja nas rodas de conversa das reuniões de algumas Confrarias.

Com tanta informação sendo bombardeada em todas as mídias, inúmeros candidatos ao título de Presidente da República, inclusive um presidiário, mais de 30 partidos políticos, como se fôssemos pluralistas bastantes para compreender e escolher entre tantas ‘ideologias’ diferentes, o tema surge e ressurge a cada nova taça degustada.

Uma das últimas reuniões que participei acabou ficando maçante pela repetição do assunto, a exaustão, inclusive com a pressão exercida por quase todos em busca do voto ao que poderia ser definido como “candidato anti-Lula ou anti-PT”.

Sou capaz de concordar com esta colocação com uma pequena, mas importante ressalva: este ‘anti’ significa, na minha lógica de engenheiro, um sinal de menos, ou negativo (-), que na matemática corresponde ao oposto (de positivo) ou a negação.

É subtrair.

Entre vários goles de vinhos altamente positivos, depois de devidamente provocado, elaborei o texto a seguir e o distribuí entre os confrades.

Estou aguardando, até o momento, uma crítica ou resposta.

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Para começar, pergunto: Leram e compreenderam a nossa Constituição?

Se a resposta for sim, escolham uma das opções abaixo e, caso contrário, leiam, e voltem aqui:

O sistema de governo brasileiro pode ser descrito como:

a) Presidencialismo;

b) Parlamentarismo;

c) Uma Aberração.

Se escolheram as opções (a) ou (b) erraram feio.

A nossa Constituição, promulgada em 05/10/1988, há quase 30 anos, criou um sistema de governo que o Cientista Político Sergio Abranches cunhou como “Presidencialismo de Coalizão”, um verdadeiro monstrengo ou aberração que, infelizmente, é a prova da baixa qualidade da nossa democracia.

Em linhas gerais, fizeram uma salada entre Presidencialismo e Parlamentarismo, criando uma figura de Chefe de Estado, ou de Governo ou do Executivo que nem é um Presidente da República, ipso facto, e nem é um Primeiro Ministro.

O título, disputado em concorridas eleições, é um apelido, apenas.

Tudo que ele pretender fazer dependerá do aval do Congresso, o que significa que precisa ter uma maioria, nas duas Casas Legislativas, ou seja, a tal “coalizão”.

Esta maioria não existe naturalmente e tem que ser conquistada ou comprada, de alguma forma, o que não é barato.

Um ótimo exemplo, recente, que vai ajudar no entendimento deste ponto é o Impedimento da última Presidente eleita.

Achou que era a dona do pedaço e tentou pilotar sozinha. Foi abatida em pleno voo.

O recado foi claro: o Congresso é quem manda neste país.

Entretanto, houve um efeito colateral indesejado: dividiu-se o congresso, a tal ponto, que nenhum entendimento (coalizão) mais é possível, tornando o Governo do Vice, que assumiu a presidência, uma tarefa muito árdua.

A solução foi aumentar a aberração da forma de Governo, agora sob a orientação da mais alta Corte do nosso Judiciário:

Qualquer ato do Executivo passa a ser questionado no “Supremo”, com uma enxurrada de ações que buscam, unicamente, serem julgadas por este ou aquele ministro ou turma, mais politicamente inclinada com a linha de pensamento dos querelantes.

Se, ao menos, fossem juízes de verdade…

Isto se chama “Estado Judicializado”, e estamos vivendo esta estranha experiência.

Para os bons entendedores duas coisas ficam bem claras:

1 – Tudo que os candidatos afirmam que vão fazer é uma mentira deslavada, pois nenhum deles pode garantir, de antemão, que vai ter esta coalizão formada ao ser eleito;

2 – A corrupção, que hoje é revelada pela Operação Lava Jato, é fruto direto desta necessidade imprescindível de formar uma coalizão para poder governar o país. É um princípio constitucional. Acreditem!

Some-se a isto a baixíssima qualidade dos congressistas habitualmente eleitos, uma plêiade de figuras caricatas que incluem atletas aposentados, vencedores de reality shows, artistas de diversas modalidades do entretenimento, os habituais desempregados, descendentes dinásticos das tradicionais oligarquias políticas e assemelhados.

Todos com um traço em comum: representam o ideal do brasileiro médio – subir na vida sem fazer muita força – projetado na imagem do que convencionou-se chamar de “nossos ídolos ou heróis”, todos falsos por sinal.

Elegê-los é um prêmio!

Política, no Brasil, é sinônimo de emprego público vitalício.

Mas e o país?

Levando-se em conta que umas das melhores representações para o nosso desinteresse pelo bem comum é explicada pela conhecida Lei de Gerson, “Gosto de levar vantagem em tudo”, ao que eu acrescento, “o quanto mais rápido melhor”, temos um forte sinal que a cidadania vigente é muito egoísta: o brasileiro só olha para seu próprio umbigo. E na hora do vamos ver ou pega para capar, o que vale é: “Se a farinha é pouca, meu pirão primeiro”. O resto que se exploda…

Faço um plágio a Otto Lara Resende: “O brasileiro só é solidário no câncer”. (e acho que nem isto vale mais…)

Chegamos onde estamos…

A nossa Constituição é tão pouco lida que sou capaz de garantir que nenhum dos candidatos a Presidente a conhece ou a interpreta corretamente. Caso contrário, não falariam o monte de asneiras que estão vomitando em suas ridículas campanhas.

Um boquirroto candidato nordestino, por exemplo, afirma que vai limpar o nome de milhões de brasileiros.

Com que dinheiro?

Parece que não entendeu, ainda, que o estado não produz riquezas, mas gasta toda a riqueza que é produzida por quem trabalha, paga uma fortuna em impostos e não tem nenhum retorno, seja em educação, saúde, transporte ou segurança.

Nem a única estatal que poderia dar algum lucro, a nossa ‘Petrolífera’, não consegue dar um resultado diferente do que um rombo inimaginável.

Quem já passou por uma escola de Administração de Empresas conhece a história: 3 entre os 10 maiores lucros são de empresas do setor de óleo e gás. Atualmente são estas: Exxon Mobil, Chevron e PetroChina, que é estatal. Só que lá, corrupto morre, com um tiro pago pela família.

Aqui, a incompetência para administrar e a competência para roubar transformou a Petrobras no maior prejuízo do mundo!

Qualquer das reformas que anunciam (ou não), jamais sairão do papel: política, previdência, tributária, trabalhista (de verdade e não a meia-sola que fizeram), redução do tamanho do estado, etc…

Pura utopia.

O que nos leva a outro traço da nossa cultura: ainda estamos na Idade da Pedra quando acreditarmos que “só com a lei do mais forte” vamos resolver os atuais problemas.

Esta era a forma como os povos primitivos escolhiam seus líderes: quem sobrevivesse a uma disputa dominava o resto.

Povos anteriores à revolução neolítica, chamados genericamente de “caçadores e coletores”, evoluíram muito ao decidir a forma como lidariam com o resultado de seu trabalho. Duas soluções bem distintas se destacaram: a distribuição imediata, de forma igualitária e a distribuição retardada, buscando atender outros interesses, coisa típica de líderes ditatoriais, se é que me faço entender.

Estes foram os modelos para as sociedades modernas atuais.

Por que contei tudo isto?

Para que vocês percebam que nem na Era pré-neolítica chegamos!

Continuamos atrás de um Brucutu qualquer que “resolva o nosso problema”, bem entendido aí que este “nosso” é o meu, que é diferente do seu, que é diferente do dele.

Os que frequentavam o antigo Maracanã vão lembrar deste bordão:

“A SUDERJ informa”: Assim não vai certo…

Qualquer dos candidatos que for eleito não poderá fazer nada, a menos que componha com o Congresso, entregando ministérios, secretarias, agências, etc…

Não importa quem seja o eleito.

– Começo com candidato com um sinal negativo antes do nome. Uma personalidade mais perniciosa que a do pretenso candidato presidiário. Nada além do que o “pinto que canta de galo”. Garantia de que permaneceremos na Idade da Pedra.

Já pararam para pensar em quantos candidatos de seu micropartido vão ser eleitos para o congresso? 1, 2, nenhum?

Com quem ele vai formar algum tipo de coalizão para governar se mantiver este seu discurso, mais apropriado para um Neandertal?

Ou melhor: Quanto vai nos custar a formação desta coalizão?

E tem um monte de eleitores que acreditam nele.

Devem acreditar também em Papai Noel, Coelho da Páscoa e em vinhos de ótima qualidade com preço de banana na feira…

É mais falso que uma nota de 3 reais…

– Sigo com a tentativa de eleger presidente + coalizão pelo famoso Centrão e seus satélites. Três candidatos, pelo menos. Um desesperado esforço para manter tudo como está.

Teoricamente é a melhor chance de acontecer alguma mudança positiva, mas seguida de várias outras de interesses escusos ou duvidosos.

Mais do mesmo…

– Do truculento candidato nordestino nem preciso falar, coronelismo em seu estado mais puro e baixo.

– Há fanáticos religiosos que têm como plano de Governo “entregar tudo a Deus”. Amém!

Isto é a mesma coisa que tenta fazer o Bispo Evangélico e atual Prefeito do Rio de Janeiro, que coloca os ‘obreiros’ da IURD para administrar a cidade, pois serão ‘ungidos por Deus’, e saberão o que fazer. Qual!

Não descobriram, e talvez não tenham a capacidade para fazê-lo, que o Estado Brasileiro é laico, ou secular.

Se tiver dificuldade de compreender estes termos, ajudamos:

LAICO

adjetivo substantivo masculino

1. que ou aquele que não pertence ao clero nem a uma ordem religiosa; leigo.

2. que ou aquele que é hostil à influência, ao controle da Igreja e do clero sobre a vida intelectual e moral, sobre as instituições e os serviços públicos.

– Tento compreender como funcionarão as maluquices da esquerda radical que pretende expropriar a propriedade privada ou “ocupar a Casa da Moeda para resolver a dívida pública”.

– Não tenho explicações para a candidata fantasma, aquela que só aparece para assombrar, de quatro em quatro anos. Quem mesmo?

– Termino com a ingenuidade do candidato milionário para quem eu só teria uma pergunta: como você vai governar?

Nenhum deles pode cumprir o que promete.

Acabam se dedicando a fazer conchavos, tramoias e manobras ilícitas, em prol de ninguém menos que eles próprios. A nossa história é repleta de provas e contraprovas…

Se vocês acreditam que os candidatos podem cumprir as promessas de campanha, lamento, mas vocês foram, estão sendo e serão sempre enganados.

Tem solução?

Talvez.

Uma coisa me parece óbvia: é melhor eleger um Congresso forte do que um presidente inútil.

A escolha de nosso voto deve recair nos candidatos mais preparados e que demonstrem real interesse no bem-estar coletivo.

Chega de votos de protestos como Cacareco, Macaco Tião, etc., etc., etc…

Usei o adjetivo ‘preparados’ não como forma de exclusão ou de limitação de raça, cor, gênero ou profissão. Nada disso. Apenas sugiro que os bons candidatos sejam aqueles que cumpriram, pelo menos, o ciclo básico de educação formal, ou seja, todos os graus que são oferecidos pelas escolas públicas. Analfabetos e principalmente os analfabetos funcionais estariam fora.

Atletas e artistas são bem-vindos, desde que tenham esta mínima bagagem e sejam bons exemplos de vida.

Sei que estamos na escala inferior da educação e cultura. Talvez por isto, não tenhamos a ideia do que seja possível. Olho para a outra ponta desta escala e vejo estes exemplos, a seguir. Faço uma comparação direta com os nossos “ídolos ou heróis”:

– O boxeador ucraniano Wladimir Klitschko, medalha de ouro nas Olimpíadas de 1996, Campeão Mundial dos Pesos pesados, é PhD em Ciências do Esporte pela universidade de Kiev e fala 5 idiomas.

Por aqui, aplaudimos o Maguila…

– Shaquille O’Neal, genial jogador de basquete, obteve um PhD em educação com uma interessante tese sobre a bom humor no ensino.

Preferimos premiar Romários e Bebetos, elegendo-os para cargos de Vereador, Deputado, Senador, Governador e, por que não, Presidente…

– Miuccia Prada, designer da famosa marca que leva seu sobrenome e herdeira de uma fortuna estimada em 4 bilhões de dólares, obteve um PhD em moda pela Universidade de Milão.

Enquanto o nosso intelecto se encanta com Benedita da Silva, o único candidato, empresário de sucesso na iniciativa privada que declarou um milionário patrimônio, é atacado por seus pares por ser preparado, honesto, trabalhador e rico…

– Os atores consagrados Gerald Butler e James Franco preferem não dormir sobre os louros. O 1º é graduado em Direito pela Universidade de Columbia. O 2º tem duas graduações, uma em Cinema pela Universidade de Nova York e outra em Literatura de Ficção pelo Brooklin College. Atualmente estuda para obter um título de PhD em Língua Inglesa na Universidade de Yale.

O povo brasileiro se preocupa em quem será na nova companheira de Cauã…

– Brian May, legendário roqueiro do Queen, é um PhD em Astrofísica. Um título que obteve após 35 anos de estudos, necessários para cumprir todos os ritos e ser laureado. Um feito impressionante se levarmos em conta que foi obtido em 1974, no auge da fama de sua banda.

Aqui discutimos se Chico Buarque está certo ou errado, ou se quer ser, apenas, mais um apaniguado do estado, como muitos artistas de regimes comunistas…

Existem bons exemplos, bem brasileiros, tão discretos hoje em dia que quase não são lembrados: Afonsinho, Tostão e Sócrates são alguns poucos atletas, numa lista que não ultrapassa 20 nomes.

Preparados que são, não se envolvem com o lamaçal político nacional (há exceções).

Deu para entender o tamanho da nossa irresponsabilidade e descaso na hora de votar?

Precisamos de líderes que promovam profundas reformas nas nossas leis (nova constituição se for o caso), uma mudança radical no Judiciário, exonerando os atuais tribunais superiores e escolhendo novos juízes por critérios meritórios e não políticos e por último, mas não por fim, uma drástica redução do gasto público, diminuindo efetivamente o número de ministérios, secretarias e outros órgãos, preenchendo os cargos de direção e chefia com quem entende do assunto e não apadrinhados da tal coalizão.

Enquanto a nossa preferência eleitoral for por um ditadorzinho ignorante, falastrão e fanfarrão, dias melhores não virão.

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Este texto foi sendo pensado e maturado ao longo da degustação de alguns grandes vinhos, apresentados a seguir:

• Alfa Crux Blend 2001

• The Chocolate Block 2013

• Sterling Vineyards Limited Edition Celebration Red Blend 2012

• St. Francis Old Vines Zinfandel 2013

Meu voto, nestas eleições, vai para um Vinho, como estes.

Elaborados a partir de boas cepas, colhidas no momento certo. Vinificados por mãos competentes e amadurecidos com toda a dignidade, pelo tempo que for necessário, para se tornarem néctares.

O Brasil bem que poderia copiar a qualidade destes vinhos.

Só depende de nós.

 


Vinhos Italianos Naturais no Cru Wine Bar

Vinho natural é o tópico do momento, em todo o mundo. Embora ainda não haja uma definição exata ou legislação específica, podemos entender esta denominação como um segmento que abrange os vinhos biológicos, biodinâmicos, orgânicos e, quase sempre, de produção artesanal.

O Cru Natural Wine Bar, no Rio de Janeiro, é um simpático local dedicado a oferecer estes vinhos, promovendo periodicamente interessantes degustações orientadas para que os clientes se familiarizem, cada vez mais, com estes produtos.

Não é complicado participar de um evento como este. O primeiro passo é fazer uma reserva, as vagas são limitadas em função do espaço e do limite de tempo. A taça é “comprada” na hora (R$ 40,00 neste caso), e tudo que resta fazer é seguir para o local reservado e aguardar ser servido.

Nesta ocasião, foram servidos cinco vinhos, trazidos pela WINES4U, importadora especializada neste segmento. Eis a filosofia de seu proprietário, Andrew Crawford:

– Vinhos artesanais de pequenas produções lotes, comprados diretamente de pequenos e apaixonados produtores;

– Vinhos que (ainda) não são famosos, mas de qualidade igual ou até superior à de vinhos famosos;

– Vinhos produzidos da maneira mais natural e orgânica possível na vinha e durante a vinificação;

– Vinhos à frente de uma revolução em qualidade e sustentabilidade!

“A vida é muito curta para beber vinhos comuns, não vamos desperdiçar um único dia”!

A seguir, um resumo na ordem de serviço.

1 – Lambrusco Grasparossa di Castelvetro “Monovitigno” DOP, NS – Fattoria Moretto

Muitos enófilos não dão o devido valor a este tipo de vinho. Frisante, aromático, refrescante e muito gastronômico neste caso.

Apresenta coloração vermelha profunda, quase preta. Vinho completamente seco, jorrando fruta preta de cereja combinada com sabores intensos. Os incrédulos deveriam prová-lo, preferencialmente acompanhado de uma boa lentilhada.

 

2 – Unlitro – Costa Toscana IGT, 2016 – Ampeleia

O nome já diz tudo, 1 litro de vinho nesta simpática garrafa. Um corte bem atípico para a Toscana, com as castas Grenache, Carignan e Alicante Bouschet. Corpo médio, 13% de teor alcoólico e pura diversão. Um vinho para todos os dias, sem compromissos.

 

3 – Natalino Del Prete Torre Nova Negroamaro 2015

Este talvez tenha sido o vinho mais difícil do lote, principalmente para os apreciadores desta casta típica da Apúlia. Apresenta uma acidez muito elevada para um tinto, tornando-o pungente. Predominam aromas e sabores de frutas ácidas/azedas, como a brasileiríssima Pitanga. Não chega a incomodar, mas é um daqueles vinhos do tipo “ame-o ou deixe-o”. Deve ser degustado durante uma refeição, com alimentos ricos em texturas e sabores.

 

4 – Montecucco Rosso DOC, 2014 – CampiNuovi

Corte elaborado com 60% Sangiovese, 30% Cabernet Sauvignon e 10% Merlot. É um vinho de mesa simples que não vê madeira, mas oferece deliciosos sabores maduros de uma forma direta e muito desfrutável.

 

5 – Liscone Aglianico del Vulture DOC, 2012 – Cantine Madonna delle Grazie

O melhor vinho da noite. A casta Aglianico, em mãos competentes, nada fica devendo aos grandes ícones italianos. Envelhecido em tonéis de carvalho francês por até cinco anos, é mais estruturado e requer uma decantação de no mínimo uma hora antes de servir. Boa parceria com carnes cozidas lentamente.

 

 

Livia Mikhail, da WINES4U, se desdobrou no atendimento e nas explicações detalhadas de cada vinho servido. Não deixou pergunta sem resposta. Parabéns!

Saúde e bons vinhos!

Vinho da semana: 1 litro de vinho é uma pedida irresistível…

Unlitro – Costa Toscana IGT, 2016 – Ampeleia

(leia a descrição acima)

Compre aqui: https://www.wines4u.com.br/pais/italia/toscana.html

Descubra, neste link, outros pontos de venda:

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Vini Bra Expo 2018

Nesta segunda edição repetiu-se o sucesso da anterior. Fomos representados pelo nossos degustadores oficiais, Marcos e Rô, que fizeram uma boa análise de tudo que foi oferecido.

Com mais de meia centena de vinícolas expondo seus produtos, um variado espaço Gourmet e Master Classes de alto nível, este é um evento que entra para a lista dos “Imperdíveis”.

O grande destaque é a escolha dos melhores vinhos, os “Top 10”, divididos em diversas categorias. Honestamente, ficaria muito mais coerente se fossem os “10 melhores”. Afinal, só vinhos nacionais participaram desta exposição.

Na véspera da abertura, um corpo de jurados de gabarito internacional provou, às cegas, 150 rótulos para chegar a um resultado.

Eis um resumo dos melhores em cada categoria:

Espumante Branco (Charmat): Aurora Procedências Brut Chardonnay, Serra Gaúcha

Espumante Rose (Charmat): Livimport Vivatto Rosé Brut

Espumante Branco (Tradicional): Aurora Pinto Bandeira Extra Brut NV, Pinto Bandeira

Espumante Rose (Tradicicional): Vinhetica Terroir d´Effervescence Brut Rosé NV, Serra Gaúcha

Moscatel: Aurora Moscatel NV, Serra Gaúcha

Sauvignon Blanc: Villaggio Bassetti Sauvignon Blanc 2017, São Joaquim-SC

Chardonnay: Guaspari Chardonnay Vista do Lago 2015, Espírito Santo do Pinhal-SP

Rose: Abreu Garcia Rosé Malbec 2017, Campo Belo do Sul – SC

Laranja: Leone di Venezia Oro Vechio 2017, São Joaquim-SC

Pinot Noir: RAR Collezione Pinot Noir 2015, Campos de Cima – RS

Merlot: Miolo Terroir 2015, Vale dos Vinhedos

Cabernet Sauvignon: Suzin 2012, São Joaquim-SC

Corte: Leone di Venezia Pallazzo Ducalle, São Joaquim-SC

Nossos degustadores fizeram sua própria avaliação:

– Melhor vinícola: Don Laurindo, Vale dos Vinhedos

“Entre as vinícolas tradicionais, a melhor de todas. Todos os vinhos muito bem elaborados e muito boa qualidade”.

– Vinícola revelação: Almaúnica, Vale dos Vinhedos

“Uma vinícola jovem, a melhor de todas indiscutivelmente neste segmento. Anos luz de distância das demais. Pertencente a um casal de gêmeos (uma mulher e um homem), filhos de Don Laurindo.

– As melhores surpresas: Villagio Conti e Suzin Vinhos de Altitude, ambas localizadas na região de São Joaquim, Serra Catarinense.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: o campeão da ViniBraExpo segundo Marcos e Rô.

Almaúnica Parte 2 Merlot 2016

Um verdadeiro Grand Cru. Elaborado com 85% Merlot e 15% Cabernet Sauvignon, dentro das normas “D.O Vale dos Vinhedos”. Apresenta cor concentrada, aroma de fruta em compota ao estilo Novo Mundo. Na boca surpreendente pela redondeza e concentração de fruta. Aromas de ameixa seca, geleias, couro, groselha e trufas.

Harmonização: carne de caça, queijos fortes, lombo de cordeiro assado, risotos, massas com molhos ricos e estruturados.

Localize um fornecedor neste link:

http://www.almaunica.com.br/onde-encontrar/

Novas DO chilenas

A sigla DO (Denominação de Origem), que aparece em determinados rótulos, indica que esta garrafa foi produzida dentro de algumas normas mais restritivas.

Embora não possa ser uma garantia de qualidade é, sem dúvida, uma certeza de tipicidade, significando que as uvas que deram origem a este produto forma cultivadas em solo e microclima específicos.

Todos os países produtores de vinho adotam regulamentos parecidos para suas denominações. Eis uma lista das principais:

Portugal – (DOC) – Denominação de Origem Controlada

França – (AOC) – French Appellation d’Origine Contrôlée

Itália – (DOC e DOCG) – Denominazione di Origine Controllata/ Denominazione di Origine Controllata e Garantita

Espanha – (DO) Denominación de Origen

Alemanha – Qualitätswein e Prädikatswein – foge um pouco da regra geral, havendo várias subdivisões de regiões geográficas e níveis de açúcar presente.

Os países da Comunidade Europeia passarão a adotar a sigla, pan-europeia, DOP ou Denominação de Origem Protegida.

Chile – (DO) – Denominación de Origen

Argentina – (DOC) – Denominación de Origen Controlada

Brasil – (IG) Indicação Geográfica e (DO) Denominação de Origem

USA – (AVA) – American Viticultural Area

África do Sul – (WO) – Wine of Origin

As regras do Chile são estas:

– Se no rótulo do produto aparece o nome de uma denominação ou região ou sub-região, 75% das uvas deve ser de local citado.

Este mesmo percentual é adotado para vinhos varietais e para os vinhos safrados. Para vinhos de exportação, o percentual de uma casta num varietal aumenta para 85%.

As DO chilenas, até o momento, respeitavam mais uma condição: só eram concedidas para aquelas municipalidades que efetivamente eram produtoras de vinho, o que limitava o alcance da DO.

As novas DO’s estão abrindo este leque permitindo que áreas adjacentes possam receber denominações específicas.

As quatro novas são:

Lo Abarca, no Vale de San Antonio;

Apalta e Los Lingues, no Vale de Cochagua

Licantén, no Vale de Curicó.

O quadro, a seguir, resume todas as indicações dos vinhos chilenos:

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: um bom chileno.

Torreón de Paredes Reserva Privada Pinot Noir 2016 

Com aromas de cerejas maduras, romãs e notas de cacau e fumo, é um vinho complexo, consistente, com acidez fresca e taninos agradáveis que dão uma estrutura elegante. O final é longo com notas de frutas vermelhas, baunilha e chocolate.

Harmonização: queijo Camembert, carne de porco, frango, carne vermelha, pastas de carne.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

O que é “Élevage”?

Que os franceses dominam o mundo do vinho ninguém discute. Até na terminologia. Embora existam correspondentes na nossa rica língua, predominam os galicismos no jargão usados por enófilos, sommeliers, enólogos, etc…
O mítico e pouco compreendido “terroir” está aí para confirmar esta regrinha. Élevage é mais uma palavrinha para incluirmos no nosso glossário.

A tradução literal não diz muito e, talvez, justifique o estrangeirismo. Élevage significa criação, aprimoramento. Esticando um pouco esta definição, poderíamos incluir maturação e amadurecimento, o que já nos deixa bem próximos do vinho.

Tecnicamente falando, élevage abrange todo o período compreendido entre o final do processo fermentativo até o engarrafamento. E não são poucas etapas. Um tempo que vai exigir um máximo de atenção aos detalhes e onde importantes decisões devem ser tomadas. Para muitos observadores, a élevage é considerada como uma arte. É neste momento que o vinho realmente passa a existir, desenvolvendo suas qualidades, potencial e características mais marcantes. Mas também pode ser o caminho para um completo fracasso.

Em linhas gerais, três grandes processos acontecem durante este aprimoramento: filtragem, afinamento e passagem por madeira (ou não). Alguns especialistas consideram que a própria fermentação, o tipo de estocagem entre as etapas, o envelhecimento e até o engarrafamento deveriam fazer parte disto tudo. Um pouco de exagero.

Para quem não se recorda, após a fermentação, quando o açúcar contido no sumo das uvas é convertido em álcool, o produto resultante deve ser, pelo menos, decantado para separar a parte líquida da sólida.

Em seguida, passa por processos de filtragem mais ou menos extensos, terminado com um afinamento, quando uma solução tipo coloidal (clara de ovo, ictiocola, outros) é adicionada ao líquido para que este fique límpido, sem nenhuma partícula em suspensão.

Atualmente há uma grande corrente de produtores que advoga a não filtragem e afinamento, principalmente aqueles de linha orgânica e natural. Para os Veganos, seria inaceitável um vinho que recebeu, em qualquer estágio, algum produto de origem animal.

O próximo passo envolve a mais importante a ser tomada: passar ou não o vinho por madeira, ou seja, deixá-lo repousando em contato com o ‘carvalho’, por um determinado período antes de engarrafa-lo.

A influência da madeira no vinho é enorme e acrescenta importantes aromas e sabores, aos quais muitos apreciadores se torna adeptos. Para muitos, vinho sem madeira não é vinho. (Entre os consumidores jovens, a tendência é diametralmente oposta: sem carvalho.)

Escolher o tipo de madeira, tamanho e formato (barricas, tonéis, dornas), a tosta, se serão novas ou usadas e qual o tempo de guarda são decisões difíceis.

Eis um resumo das opções disponíveis:

Carvalho americano, francês ou esloveno – cada um vai agregar diferentes características;

Barricas nova ou usadas – significa maior ou menor intensidade da influência da madeira sobre o vinho;

Chips ou aduelas – mais baratas que as barricas e com os mesmos efeitos, embora muito criticadas pelos ‘experts’;

Tosta – na fabricação de uma barrica, por exemplo, a superfície de contato com o vinho deve receber uma queima prévia, a tosta, para intensificar e criar alguns dos muitos sabores e aromas transmitidos. Três pontos são usados: leve, média ou intensa;

Tamanhos ou formatos – além de influir sobre os custos, estão diretamente ligados à intensidade mencionada no item acima;

Tempo de contato – talvez seja a chave de tudo – com pouco tempo as notas de madeira serão tênues e sutis. Tempos prolongados significam sabores mais marcantes. Tempos excessivos podem destruir um bom vinho.

Micro-oxigenação – a porosidade do material permite uma lenta e saudável oxigenação do vinho durante o seu período de amadurecimento.

A madeira é considerada como o ambiente ideal para a realização da fermentação malolática, quando o ácido málico é transformado em ácido lático, introduzindo sabores amanteigados que deixa o vinho mais cremoso e sedoso.

Para finalizar, eis algumas das características passadas pela madeira:

– Frutos secos, caramelo, tostados;

– Notas defumadas, de coco, chocolate, café;

– Especiarias como canela, noz moscada, endro;

– Baunilha, açúcar.

Vida de vinhateiro não é fácil.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: um interessante vinho italiano.

Liberi di Bere Bene – $

Um intrigante corte das castas Bonarda, Barbera e Cabernet Sauvignon, elaborado na região da Emilia Romana, pela Cantine Casabella.

Aromas de vinho jovem frutado com notas de frutas do bosque. No palato é seco, macio e redondo e com notas minerais. Muito harmonioso.

Harmonização: pizza, massas, carne branca, hambúrguer e outros sanduiches.

Compre aqui:

– Vina Brasilis – Rômulo – [email protected] – (21) 96756-6123 – https://www.facebook.com/pg/VinaBrasilis/shop/?rid=133172546824172&rt=6

Vinoart vinhos – https://www.vinoartvinhos.com/

No Rio de Janeiro, está na carta destes restaurantes:

Le Poulê – R. Jangadeiros, 10 – Ipanema – Tel: (21) 2523-2466

Taberna da Glória – Rua do Russel, 32 A – Tel: (21) 2265-7835

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