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O Serviço do Vinho ou O Paraiso dos Enochatos – 1ª parte


Além dos críticos, o mundo do vinho está coalhado de enochatos, aqueles palpiteiros que acham que sabem mais que os outros e vivem dando opiniões não solicitadas.
Como todo bom assunto relacionado às delícias de Baco, divide-se em categorias:
– enochato – fácil de despachar e ir beber um vinho;
– enomala – só se bebe o vinho com ele atrelado;

– enobaú – é capaz de azedar o vinho…
Para não dar chances a eles, a partir desta semana, em episódios consecutivos, vamos conhecer algumas regrinhas básicas. Procedendo assim, ninguém vai criticar. 
Episódio I – Temperatura de Serviço (eles adoram bochechar sobre isto…)
Regra básica: espumantes, brancos e rosés são servidos gelados; tintos são servidos na temperatura ambiente.
Temperatura ambiente de onde Cara-pálida?
É aqui que começa a confusão. Em geral, estamos nos referindo ao país ou região produtora, quase sempre, climas frios ou muito frios.
Existem diversas tabelas que servem como indicadoras. Nada mais que isto. Colocar o vinho exatamente na temperatura mencionada nem sempre é a melhor solução.
Esta lista a seguir é bem conhecida e respeitada:
Tintos Encorpados • 19ºC – 20ºC
Tintos mais leves • 16ºC – 18ºC
Rosados e Brancos Secos encorpados • 11ºC – 13ºC
Brancos leves e aromáticos, Jerez • 9ºC – 11ºC
Champagne e Espumantes encorpados • 7ºC – 9ºC
Brancos Doces e Espumantes mais leves e descompromissados • 7ºC – 8ºC
A nossa recomendação para os tintos é que não sejam resfriados em um balde com gelo e água, exceto em situações extremas e por pouco tempo. Refrigere o ambiente e deixe a garrafa lá pelo tempo que for necessário.
Em locais de clima muito frio será necessário chambrear o vinho, ou seja, aquecê-lo ligeiramente. Se for o caso, existem acessórios para isto. 
Dica da Semana – Nossa primeira indicação com 90 pontos (Parker) 
Cocina Blend

Produtor: La Posta

País: Argentina, Mendoza
Este cativante corte de Malbec com Bonarda e Syrah foi classificado com nada menos que 90 pontos por Robert Parker – nota muito impressionante para um vinho desta faixa de preços. Mostra ótima complexidade e um delicioso toque sedoso no palato. Sem dúvida uma das melhores relações qualidade/preço da América do Sul na atualidade!

Importadora – Vinci Vinhos – (http://www.vincivinhos.com.br/phoneSell.aspx)

Espumantes, Brancos, Rosés, Tintos, Doces e Fortificados


Fortificados? Será que alguém construiu uma fortaleza só para guardar vinhos?
Vamos deixar todos com curiosidade, mas não existe nenhuma muralha em torno dos vinhos fortificados. Só por uma questão de tradição, os deixaremos por último. Para começar, como manda o ritual de uma degustação, vamos abrir um espumante.
Nesta categoria de vinhos, os Champanhes reinam absolutos. E só os que são produzidos na região de Champagne, na França, podem receber esta denominação. O resto é espumante.
Mas e os maravilhosos Proseccos, não são champanhes? Não! Aliás, desde a introdução no nosso mercado deste simpático e refrescante espumante italiano, a expressão tomar um prosecco virou sinônimo de tomar um espumante. Um engano curioso: prosecco é a uva a partir da qual se faz o borbulhante vinho. Existem vinhos brancos tranquilos (os que não espumam) com a mesma uva e a mesma denominação.
Vinhos espumantes são fabricados em diversos países e, acreditem, alguns podem ser melhores que os endeusados Champãs, como gostava de grafar o saudoso Ibrahim Sued. No Brasil são produzidos excelentes espumantes, apreciados por degustadores internacionais. Na Espanha, espumantes são conhecidos como Cavas, na Alemanha denominam-se Sekts, pouco apreciados por aqui. Na Itália, além do já citado, vamos encontrar o Lambrusco e o Asti, entre outras. Na França fazem espumantes em outras regiões adotando a expressão Cremant.
As castas mais tradicionais na produção destes vinhos são a Chardonnay e a Pinot Noir.
Um detalhezinho: espumante que se preze é Brut, que se traduz como seco. Bebe-se gelado, em torno de 9° C.
Além dos espumantes, a uva Chardonnay produz os melhores vinhos brancos, na opinião de muitos enófilos. A referência, como sempre, são os vinhos da Borgonha, França. Mas não reinam mais sozinhos e podem mesmo, ter perdido a majestade. Os chardonnays Norte-Americanos tem simplesmente arrasado a concorrência, aliando qualidade a um preço imbatível. A perfeita relação custo x benefício.
Outras uvas brancas desafiam a nossa Rainha (Chardonnay). Sauvignon Blanc, Semillon, Pinot Gris, Riesiling, são algumas das castas que produzem vinhos fantásticos, principalmente no novo mundo. Existem, também, brancos feitos a partir de uvas tintas. Nenhuma mágica nisto, basta remover as cascas no processo de fermentação. A Pinot Noir, classuda e complexa uva tinta, costuma ser vinificada em branco para compor os champanhes. A expressão blanc des blancs indica os vinhos feitos unicamente com uvas brancas.
Já adivinharam qual seria a casta que reina nos tintos? Pinot Noir é uma delas. Mas não é a única. Dependendo do paladar de cada um, e isto é extremamente significativo, os melhores tintos poderão ser das castas Cabernet Sauvignon, Nebbiolo, Sangiovese, Syrah ou Merlot. Isto sem levar em conta as sul-americanas Malbec (Argentina), Carménère (Chile) e Tannat (Uruguai), cujo reconhecimento e consumo mundiais aumentam espetacularmente.
Os Tintos são vinhos sérios, para serem bebidos com certa circunstância. Existe mesmo um rito para aprecia-los. Mas não sejam tão precisos assim, um cálice de tinto nas refeições não só as tornam mais saborosas como traz ótimos benefícios à saúde. Mas sem exageros OK?
Vinho tinto é o maior mercado vinícola e será objeto de uma coluna só para eles.
E o Rosé? É simplesmente uma mistura de tinto com branco?
Não é bem assim. Sua agradável coloração é obtida controlando-se o tempo que as cascas da uva tinta permanecem em contato com o mosto em fermentação. O Rosé é descompromissado, refrescante, para ser degustado informalmente. É ideal para o verão brasileiro. Boa companhia para uma praia ou piscina. Bebe-se quase como uma cerveja – bem gelado. Para os enochatos a temperatura indicada é cerca 12° C. (boa pra um branco também)
Acredito que os leitores já estão impacientes: e o tal fortificado?
Posso afirmar, com segurança, que todos nos já provamos um fortificado. Vinho do porto, por exemplo. Outros da mesma categoria são o Madeira, o Jerez e o Marsala. Junto com os vinhos doces, também chamados de sobremesa, formam uma categoria à parte.
Neste segmento dos adocicados, pensados para acompanhar uma sobremesa, reinam o Tokai, produzido na Hungria, e o Sauternes, francês. No Novo Mundo, são comuns vinhos de sobremesa produzidos a partir das castas Gewurztraminer e Riesiling. Tintos doces são raros, mas deliciosos. Um exemplo dos mais conhecidos é o Vin Santo italiano.
Vinho do Porto é a referência entre os chamados fortificados. Recebem esta denominação porque são misturados com aguardente vínica, processo que permite que estes vinhos durem mais de 100 anos. Assim como os doces, completam uma refeição tendo a fama de serem digestivos. Mas há que os beba como aperitivos.
Saca Rolhas em punho!

Montes Chardonnay 2009 (Viña Montes)
País: Chile
Tipo: Branco Seco
Ótimo branco elaborado com a nobre uva Chardonnay. É fermentado parcialmente em carvalho, o que confere esse agradável toque de baunilha bem equilibrado com as frutas exóticas. Encorpado, rico, cremoso e de moderada acidez. Apresenta uma excelente relação qualidade/preço.
Saúde !
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