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Um Champagne com 270 anos de tradição

A Moët & Chandon, uma das mais importantes vinícolas do mundo, decidiu romper com as rígidas tradições vigentes e produzir um espumante totalmente diferente de tudo o que já foi feito até hoje, preservando apenas o que é exigido para ser um Champagne.
 
O talentoso Chef de Cave, Benoît Gouez, criou um corte que classificou como estratificado em tripla camada, cada uma representando um aspecto. Uma trilogia que contempla harmonia, complementaridade e equilíbrio.
 
 
 
Para Benoît, este novo produto batizado como MCIII Brut 001.14, representa um ponto de virada na linha Moët.
 
O MCIII é um champanhe “não safrado”, assim como o famoso Brut Impérial, mas, ao mesmo tempo, é também uma composição de várias safras que englobam os 270 anos de experiência desta casa.
 
Um corte original e inovador.
 
Para a primeira camada, denominada Aço (37,5% do volume), foi utilizada a safra de 2003 (50% Chardonnay e 50% Pinot Noir) que estava estocada em tanques de aço inoxidável.
 
A segunda camada, Madeira (37,5% do volume), foi composta por um corte das safras 1998, 2000 e 2002, que estagiaram entre 5 a 7 meses em grandes tonéis de carvalho (foudres) de 5000 litros.
 
Os 25% restantes que compõem a terceira camada, Vidro, foram obtidos a partir de um corte das safras 1993,1998 e 1999, da Moët Grand Vintage Collection, guardadas em garrafas, cujo primeiro lote teria sido “degolado” em 2014 (degorgement), o que é indicado pelo numeral “001.14”.
 
Foram 15 anos de estudos e experimentos para obter um produto único, inovador e, segundo os críticos que já o degustaram, a Cuvée (vinificação) de maior complexidade e prestígio desta Maison.
 
Uma nova garrafa foi especialmente projetada, com um fechamento diferenciado.
 
As fotos falam por si:
 
 
 
 Um último e importante detalhe que demonstra toda a preocupação da Moët & Chandon com o caráter inovador deste produto: as taças recomendadas são as mesmas utilizadas para vinhos de Bordeaux, do fabricante dinamarquês Zalto (http://www.zaltoglas.at/en_sort_bord.php).
 
 
O preço sugerido na Europa é de 450 Euros e, no momento, só pode ser adquirida diretamente da M&C.
 
Por sua característica muito exclusiva o número de garrafas disponíveis é limitado.
 
Dica da Semana: antes que os preços dos vinhos enlouqueçam de vez, já podemos pensar em espumantes para as festas de fim de ano.
 
Campos de Cima Extra Brut
Predominam aromas cítricos, mesclados a néctar e tâmaras, com leve fundo de ervas de quintal (alecrim, sálvia).
Em boca é agradável e persistente.
Premiações:Medalha de Ouro – Concurso Mundial de Bruxelas – Brasil 2013
Medalha de Prata – GP Vinhos do Brasil – 2015
Comenda – International Wine Challenge – London 2015
 
 
 
 

Vinhateiro doméstico – um experimento

Algumas semanas atrás li uma matéria no site “Wine Pair” (*) sugerindo que todos nós, enófilos de carteirinha, poderíamos realizar o sonho de nos tornarmos vinhateiros, em casa, produzindo o nosso próprio corte Bordalês a partir de varietais comprados no mercado.
 
Confesso que fui seduzido pela ideia. Com se isto não bastasse, recebi esta mensagem da leitora Luiza Samara, de Curitiba, que reproduzo abaixo:
 
“Tuty,
 
Li quase todas as suas colunas e gostei da maioria. Não por defeito delas, mas por interesse meu.
 
Vi que às vezes o enólogo, por uma razão ou outra, mistura uma ou duas uvas para obter um vinho de melhor qualidade, isso seria um corte, não?
 
Bem, considerando isso, lá vai minha pergunta:
 
Se eu misturar dois vinhos o que acontecerá, além de estragar os dois? rs.
 
Explico minha pergunta: hoje no almoço em casa de amigos, bebi um vinho argentino que era um corte de Merlot, Cabernet Sauvignon e Malbec e estava muito bom. Acompanhou um cozido e desceu muito bem.
 
Dá pra entender que misturar uvas é uma coisa e misturar vinhos é outra, mas com certeza estragaria a taça de vinho, mesmo em qualquer percentual?
 
A propósito, adoro vinhos verdes.
 
Abraços”.
 
(A resposta completa a este e-mail está depois da Dica da Semana. Leiam, também, esta coluna sobre os cortes, publicada em Fevereiro/2015:
 
O que serviu de estopim para o experimento que passo a descrever em seguida foi esta frase de Luiza:
 
“Se eu misturar dois vinhos o que acontecerá, além de estragar os dois”?
 
Decidi que era hora fazer algumas misturas, com vinhos comprados no mercado,demonstrando que isto pode ser feito sem sustos. Basta seguir algumas recomendações. Diversão e aprendizado garantidos!
 
Convidei José Paulo e Valter para participarem do experimento. Seriam três opiniões sobre os diversos resultados.
 
Um equipamento mínimo se faz necessário: um pequeno decanter, para receber e homogeneizar as misturas e um copo graduado para dosar. Pode ser este de cozinha mesmo, mas escolham um que tenha graduações de 50ml pelo menos.
No nosso caso dispúnhamos de um Becker com marcações de 20 ml, mas foi um luxo. Medidas padrões de cozinha, xícaras ou copos também podem ser usados. Basta ter imaginação.
 
 
O segundo passo foi selecionar os vinhos. Não pretendíamos nada muito exótico nem elaborar grandes volumes. Decidimos por usar três garrafas de 375 ml, compradas no supermercado perto de casa:
 
– Dal Pizzol Merlot 2012 (Brasil);
 
– Finca Negra Reserva Cabernet Sauvignon 2012 (Miguel Torres – Chile);
 
– Dona Dominga Reserva de Família Carménère 2013 (Casa Silva – Chile).

A regra foi uma só: vinho varietal, ½ garrafa. O que estivesse à venda.
 
Alguns acepipes, torradas e água serviram de coadjuvantes numa tarde muito agradável.
 
 
O primeiro passo foi provar individualmente os 3 vinhos e anotar todas as características, assim poderíamos comparar objetivamente as mudanças.
 
Merlot: coloração rubi claro, muito aromático com notas de ameixa preta e cassis. Percebe-se que não passou por madeira. Taninos educados e presentes. Corpo médio, muito redondo. Bom vinho.
 
Cabernet Sauvignon: coloração rubi escuro com reflexos violáceos. Aromas herbáceos e “sous bois” (chão do bosque) típicos da casta. Corpo médio, redondo, taninos presentes e agradáveis. Boa boca, com notas de alcaçuz. Muito bom.
 
Carménère: coloração rubi intensa com reflexos violáceos. Aroma agradável de frutas escuras e herbáceo, “Sous Bois”, discreto. No palato era persistente e intenso. Taninos marcantes e quase aveludados. Notas de banana ou baunilha e um final de boca que remetia à cinza ou fumaça. O melhor dos três. Surpreendeu.
 
Neste ponto, como não havia nos vinhos degustados nenhuma característica que merecesse uma tentativa de correção, optamos por fazer as nossas misturas apenas com o intuito educativo: primeiro aos pares e depois em trios. 
 
Conforme o resultado, optaríamos, ou não, por alterar proporções.
 
1º corte: 50% Cabernet e 50% Merlot – clássico bordalês.
 
Resultado: a cor ficou mais intensa, com predominância dos aromas herbáceos do Cabernet.
 
Todos concordaram que o vinho ficou melhor, com mais sabor do que em cada um, individualmente. Valter mencionou que compraria um vinho como este. O resultado foi tão positivo que decidimos variar as proporções para a próxima tentativa.
 
2º corte: 40% de Cabernet e 60% de Merlot
 
Esta foi a mistura mais difícil de fazer e o copo graduado ajudou muito. Foram 50 ml de Merlot e 30 ml de Cabernet, aproximadamente.
 
A coloração ficou inalterada em relação à anterior, mas surgiu um inesperado aroma floral que encantou e intrigou a todos. Afinal, não estava presente em nenhum dos vinhos na prova de controle. José Paulo logo classificou como Rosas.
 
Sensacional!
 
Nítida predominância do Merlot, como esperado. O resultado ficou muito melhor que o imaginado.
 
3º corte: 60% de Cabernet e 40% de Merlot
 
Escolha quase óbvia, invertemos a proporção da mescla anterior.
 
A coloração se tornou um pouco mais clara. Novamente se percebia o aroma de rosas, ainda predominante. Os taninos ficaram mais intensos e mais ásperos. 
 
Concordamos que era menos interessante que o anterior.
 
Após algumas considerações, concluímos que o corte 50/50 seria a melhor escolha.
 
4º corte: 50% Carménère e 50% Merlot
 
Houve um predomínio do Carménère tanto na cor quanto na parte aromática: cor violácea, aromas de ameixa preta e alcaçuz, mas todos discretos. Um pouco do “sous bois” foi percebido também. Boa complexidade.
 
Na boca o vinho se mostrou muito bom, agradável, boa acidez. Presença de cerejas maduras. Outra surpresa – este não é um corte usual nas vinícolas.
 
5º corte: 50% Cabernet e 50% Carménère
 
Resultou numa bonita cor rubi escura e intensa. Na parte aromática predominaram as características do Carménère: ameixa preta; herbáceos como feno cortado. No palato ficou extremamente agradável, bem gastronômico, com taninos domados e notas de baunilha (madeira). Ótima acidez.
 
O melhor vinho que obtivemos!
 
Para encerrar o experimento, elaboramos mais três cortes, com todos os vinhos em diferentes proporções. Ficaram desinteressantes, nenhum se destacou. Eis um resumo desta última parte:
 
6º corte: partes iguais dos 3 vinhos
 
A coloração final ficou mais clara. Nítida presença de aromas tostados ou defumados indicando a presença de madeira. Deixado na taça aerando, apresentou aromas herbáceos. Paladar indefinido, embora com boa acidez. 
 
Tânico e sem graça.
 
7º corte: 50% Merlot, 25% Cabernet e 25% Carménère
 
Bonita coloração rubi escura, intensa com reflexos violáceos. Muito brilho indicando acidez alta o que se confirmaria no palato. Pouco aromático com predominância de notas herbáceas.
 
No paladar se mostrou muito ácido, quase cítrico ou azedo. Desagradável.
 
8º corte: 50% Cabernet, 25% Merlot e 25%Carménère
 
Uma tentativa de reverter o insucesso anterior. A coloração ficou mais escura, rubi vermelho. Mais aromático que os anteriores, apresentou intensas notas herbáceas, ameixa preta e cassis (doces ou compotas). O paladar era desinteressante, não disse a que veio.
 
Conclusão
 
Em função do resultado pouco animador das misturas em trio, decidimos que não teria sentido experimentar um último corte com predominância do Carménère. Já havíamos percebido que este era um vinho de qualidade superior aos demais, impondo sua presença nas mesclas onde participou. No guia Descorchados de 2015 este vinho recebeu 89 pontos. Os outros dois nem foram mencionados…
 
Este experimento foi totalmente empírico, sem nenhum caráter científico ou exato. Apenas um exercício didático que nos encantou e que certamente será repetido.
 
Uma última recomendação: não esperem que estes resultados se repitam com outros vinhos das mesmas cepas. Cada experimento será único.
 
Este é a graça desta prova. Junte os amigos e faça uma reunião diferente, divertida e cheia de surpresas.
 
Dica da Semana: como o “nosso” melhor vinho ainda não está à venda, a indicação fica com este protagonista:
 
Dal Pizzol Merlot 2012
 
Cor intensa, potente, vermelha rubi com tons violáceos.
 
Aroma pronunciado com notas de ameixa e cassis. Sabor persistente, com bom “volume de boca”, encorpado, harmônico com taninos aveludados.

Harmonização: Vitela, rosbife, bacalhau, massas com molhos de carne, aves bem condimentadas, pato ou ganso, carne de porco, cordeiro, patê de Foie Gras, suflês, queijos tipo gorgonzola, brie, roquefort, port salut.
 
 
 
Resposta ao e-mail: 
 
Luiza,
Boas questões estas que você coloca, este é um dos assuntos mais interessantes para escrever na minha coluna de vinhos. Tenho umas ideias em andamento sobre este tema, uma delas vai tocar exatamente neste ponto.
Alguns esclarecimentos são necessários, vou fazê-los usando o seu próprio texto.
1 – você menciona: “Vi que às vezes o enólogo por uma razão ou outra, mistura uma ou duas uvas para obter um vinho de melhor qualidade, isso seria um corte, não?”
Sim isto é um corte, também chamado de assemblage, blend ou mescla.
O ponto importante são as razões pelas quais o enólogo ou um winemaker decide fazê-lo.
A principal é que os vinhos cortados são produtos superiores aos vinhos varietais (obtidos por vinificação de uma única casta).
Basta olhar para as listas de melhores vinhos que você perceberá que raramente encontramos um vinho monocasta nestas relações (Pinot Noir é a exceção).
Mesmo se aparecer, aposto que é um corte disfarçado: na maioria dos países produtores, um vinho para ser classificado como varietal precisa ter um % mínimo da casta, podendo receber adição de outras vinificações. Por exemplo, os famosos Cabernet da Califórnia recebem até 10% de Merlot ou outra uva. Na Argentina, os seus deliciosos Malbec só precisam ter 70% desta casta.
Esta prática é tão comum que quando um vinho é realmente elaborado com uma única uva, recebe a indicação 100% XXX num dos rótulos.
Para seguir na explicação, fixe esta ideia: o enólogo ao decidir por um corte busca um vinho melhor.
Óbvio que outros fatores podem provocar esta decisão: safras ruins, produções pequenas que não justificam um engarrafamento, etc. Afinal, por mais artistas que sejam os vinhateiros, isto ainda é um negócio que precisa ser bem gerido e dar lucro…
2 – duas frases suas:
“Se eu misturar dois vinhos o que acontecerá, além de estragar os dois?”
“Dá pra entender que misturar uvas é uma coisa e misturar vinhos é outra, mas com certeza estragaria a taça de vinho, mesmo em qualquer percentual?”
Não é bem assim: Quem disse que ao misturar dois vinhos vamos estragá-los?
Deixando os possíveis erros de fora desta história, esta é a principal técnica de elaborar um corte: misturam-se duas (ou mais) vinificações.
Um enólogo passa algum tempo num laboratório dosando e experimentando diferentes misturas até chegar a seu objetivo que pode ser um vinho com menos tanino, ou mais ácido, com fruta, com madeira, enfim, inúmeras possibilidades.
Resolvida a equação, as diferentes partidas de vinhos serão misturadas na proporção indicada e passarão por processos adicionais de estabilização, filtragem, clarificação, amadurecimento e, um dia, engarrafadas.
Só para não deixar você sem uma resposta completa, está não é a única técnica de se fazer uma mescla.
Pode se obter bons resultados com a co-fermentação: as uvas são fermentadas juntas obtendo-se uma vinificação já na proporção desejada.
É muito mais complicada pois não há como controlar tudo o que vai acontecer na cuba de fermentação. Até para equilibrar a quantidade de cada uva é uma operação mais difícil.
Mas uma vez dominada a técnica os vinhos ficam espetaculares.
Outra técnica, muita usada em Portugal, é o “field blend” (mistura de campo): as diferentes uvas são todas plantadas numa mesma área, colhidas e fermentadas juntas, mesmo que algumas variedades ainda não estejam no ponto certo.
Os tintos portugueses, principalmente do Douro, são elaborados desta forma (há exceções). Na minha recente visita a Portugal aprendi que num vinhedo destes podem ser encontradas mais de 20 diferentes uvas, algumas desconhecidas até hoje. Mas que vinhos!
Se quiser lembrar disto é só acessar estas colunas:
http://www.colunadotuty.com.br/2014/11/viagem-enogastronomica-espanha-e_29.html (leia a descrição do vinho Quinta do Crasto Vinhas Velhas)
http://www.colunadotuty.com.br/2014/12/viagem-enogastronomica-espanha-e.html (leia a descrição do vinho Carvalhas Vinhas Velhas)
A chave para nada dar errado é escolher corretamente o que será misturado. Não adianta selecionar dois vinhos parecidos e nem vinhos com estruturas opostas.
Por exemplo: Cabernet com Sangiovese, ambos reis dos taninos, ou Pinot Noir com qualquer outra casta tinta (no Chile já conseguiram…).
Existe uma razão para os vinhos de Bordeaux serem famosos: o corte bordalês é um exemplo de harmonia entre castas diferentes: Cabernet Sauvingnon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot, Malbec e Carménère, estas duas últimas em desuso por lá atualmente. Importante: cada uma é vinificada separadamente e as dosagens variam consideravelmente por safra e por área de Bordeaux.
3 – para encerrar: vinhos brancos também podem ser elaborados por corte e o Champagne, apesar de ser produzido na versão varietal, os clássicos são o famoso corte de Chardonnay e Pinot Noir, uma uva branca e uma uva tinta!
-x-

Um concurso italiano, uma cidade de Portugal, um vinho brasileiro premiado

La Selecione del Sindaco, que poderia ser traduzido com A Seleção do Prefeito, é um concurso enológico internacional que tem por objetivo promover empresas e regiões que produzem vinhos de qualidade com denominações DOC, DOCG e IGT, em pequenas quantidades, entre 1000 e 50.000 garrafas. Uma interessante característica é que participam, conjuntamente, as municipalidades e as vinícolas de cada região.
 
 
Patrocinado pela Associazione Nazionale Città del Vino, e pela Recevin (Rede Europeia da Città del Vino), conta com supervisão científica da OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) e a chancela do Ministero per le politiche agricole (Ministério da Agricultura da Itália). A primeira edição foi em 2002 na cidade de Siena e já percorreu a Itália de norte a sul passando por Conegliano (2003), Alba (2004), Roma (2005), Ortona (2006), Monreale (2007), Cividale del Friuli (2008), San Michele all’Adige (2009), Brindisi (2010), Torrecuso (2011), Lamezia Terme (2012), Castelfranco Veneto e Asolo (2013) e Bolzano (2014).
 
Em 2015 foi escolhida a cidade de Oeiras, Portugal como a sede da 14ª edição do evento. O Brasil foi o convidado de honra devido à sua identidade cultural com o povo português e aos fortes laços que nos ligam à Itália, origem de um grande número de imigrantes que ajudaram a moldar o nosso país, principalmente na região sul. Sem eles não teríamos vinhos, com certeza!
 
Para sediar as seções de degustação foi escolhido o Palácio Marquês de Pombal, construído pelo arquiteto húngaro Carlos Mardel, na segunda metade do século XVIII, e que serviu de residência do histórico Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido como Marquês de Pombal e Conde de Oeiras, “pai” do vinho do Porto, por ter demarcado e protegido a região do Douro.
 
Construção de rara beleza, o edifício é conhecido por seus mosaicos e cerâmicas contidos e está rodeado por jardins maravilhosos.
 
 
Foram três participantes brasileiros:
 
– Vinicola Fazenda Santa Rita de Vacaria, RS, (www.vinicolafazendasantarita.com.br) com dois vinhos, o Chardonnay Família Lemos De Almeida e o espumante, Casa Portuguesa Brut Rosé, produzido com um corte de Chardonnay 60% e Pinot Noir 40%.
 
– Vinicola Armando Peterlongo, de Garibaldi, RS (http://www.peterlongo.com.br/pt/introducao/), que trouxe quatro vinhos, dois espumantes, método tradicional, à base de Chardonnay e Pinot Noir e outros dois obtidos pelo método Charmat, um rosé 100% Merlot e outro 100% Pinot Noir.
 
– Cooperativa Vinicola Garibaldi,RS, (http://www.vinicolagaribaldi.com.br/pt/) com três espumantes, um 100% Chardonnay, método clássico, um Moscato (corte de amarelo e branco) e um Prosecco.
 
 
A premiação distribuiu 27 Grandes Medalhas de Ouro, 141 Medalhas de Ouro e 129 Medalhas de Prata, sendo a primeira vez que o número de medalhas de ouro foi maior que as de prata, um resultado que deixou os organizadores extremamente satisfeitos, afinal a busca pela qualidade é o objetivo final.
 
O melhor vinho desta avaliação foi um Ice Wine da Moldávia, mostrando a força dos vinhos doces que ficaram com quatorze Grandes Medalhas. Os tintos receberam onze, os brancos e os rosados receberam uma, cada.
 
A relação completa dos premiados está aqui, para download: (em italiano)
 
O espumante brasileiro, Privillege Peterlongo Brut Rosé – método Charmat, recebeu 87,8 pontos e uma importante Medalha de Ouro, para esta tradicionalíssima vinícola da Serra Gaúcha, uma das poucas no mundo que ainda pode utilizar a denominação Champagne nos seus produtos. Uma pioneira neste segmento que durante muitos anos abasteceu as adegas do Palácio de Buckingham.
 
Este espumante foi elaborado para comemorar os 100 anos da empresa, em 2013: produziu o 1º Champagne brasileiro em 1913 pelas mãos de Manoel Peterlongo.
 
Dica da Semana: não poderia ser outro!
 
Privillege Brut Rosé Peterlongo
 
Elaborado com a variedade Merlot, possui um estilo muito especial, complexo, evidenciando frutas vermelhas.
Harmoniza com carnes brancas no geral, pato, salmão, pratos à base de frango e queijos leves.
Sua produção ficou limitada em 5.700 garrafas o que o torna um vinho difícil de encontrar.
Neste link, há uma relação dos representantes nos estados brasileiros.

Os melhores vinhos nacionais da Expovinis 2015

Considerado o principal evento da nossa maior feira de vinhos, o “Top Ten” é um concurso aberto a todos os produtores que desejarem participar, que seleciona os melhores entre as amostras recebidas.
 
A premiação é dividida em 10 categorias, havendo uma distinção entre os vinhos nacionais e os estrangeiros. 
Nesta edição foram analisadas 125 amostras, assim distribuídas:
 
16 Espumantes brasileiros;
 
8 Espumantes importados;
 
15 Vinhos Brancos importados;
 
12 Vinhos Brancos nacionais;
 
10 Vinhos Rosados;
 
18 Vinhos Tintos brasileiros;
 
13 Vinhos tintos do Novo Mundo;
 
11 Vinhos Tintos de Portugal e Espanha;
 
15 Vinhos Tintos de França e Itália;
 
7 Vinhos Fortificados e Doces.
 
A difícil tarefa coube a um júri composto por importantes nomes do cenário enológico atual:
 
Hector Riquelme – Sommelier chileno; Mario Telles Jr – ABS-SP; Beto Gerosa – Blog do Vinho; Celito Guerra – Embrapa; Jorge Carrara – Revista Prazeres da Mesa; José Luis Borges – ABS-SP; José Maria Santana – crítico de vinhos da revista Gosto; José Luiz Paligliari – Senac; Manoel Beato – Sommelier do grupo Fasano; Marcio Pinto – ABS-MG; Ricardo Farias – ABS-RJ e Tiago Locatelli – Sommellier do Varanda Grill.
 
Aqui estão os nossos representantes premiados:
 
Espumante:
 
Aracuri Brut Chardonnay 2014
 
Região: Muitos Capões, Campos de Cima da Serra – RS
 
Uva: 100% Chardonnay, método Charmat
 
Produtor: Aracuri Vinhos Finos (www.aracuri.com.br)
Elegante e refrescante de perlage fina e abundante. No aroma destacam-se as notas de damasco, raspas de limão e pão fresco. O paladar é envolvente e cremoso com acidez cativante.
 
Harmoniza com frutos do mar, peixes em geral, carnes brancas, molhos pouco condimentados, legumes crus e queijos leves.
 
Outras Premiações:
 
– Medalha de Prata – VII Concurso Internacional de Vinhos do Brasil, 2014.
 
– Medalha de Prata – Effervescents du Monde, França, 2013.
 
– Medalha de Prata – Vinus del Bicentenario – Concurso Internacional de Vinos Y Licores, Argentina, 2014.
 
Vinho Branco:
 
 
 
 
Pericó Vigneto Sauvignon Blanc 2014
 
Região: Vale do Pericó, São Joaquim – SC
 
Uva: 100% Sauvignon Blanc
 
Produtor: Vinícola Pericó Ltda (www.vinicolaperico.com.br)
Apresenta coloração amarelo palha brilhante. Aroma complexo, franco e muito intenso com notas de frutas tropicais, (melão, mamão papaia, casca de grapefruit e uma nota discreta de maracujá). Paladar harmônico e muito persistente.
 
Harmoniza com peixes em geral, camarão, crustáceos, culinária oriental, carnes brancas, risotos, comidas leves/picantes, queijos brancos (Brie e Camembert).
 
Outras premiações:
 
Medalha de Prata – 7º Concurso Internacional de Vinhos do Brasil – Edição 2014, Safra 2013;
 
Primeiro lugar na premiação Top Ten – Prêmio Melhores do Vinho, na categoria Branco Nacional – Expovinis 2014, Safra 2013.
 
Vinho Tinto:
 
 
 
Valmarino Ano XVIII Cabernet Franc 2012
 
Região: Pinto Bandeira, RS
 
Uva: 100% Cabernet Franc
 
Produtor: Vinícola Valmarino (www.valmarino.com.br)
Lançado como edição comemorativa dos 18 anos de fundação da Valmarino, apresenta coloração vermelha com tons violáceos, límpido e brilhante. Aroma frutado e complexo aparecendo especiarias (pimenta preta, cravo, café e chocolate) com presença harmônica da madeira. Seu paladar é untuoso, com taninos de qualidade e boa acidez. Corpo e estrutura elegantes.
 
Harmoniza com massas condimentadas, queijos fortes, e vários tipos de carnes incluindo as exóticas e de caça.
 
A seguir, a relação dos vinhos estrangeiros premiados nesta edição:
 
ESPUMANTES IMPORTADO – Georges De La Chapelle Cuvee Nostalgie N/V
 
VINHO BRANCO IMPORTADO – Casas Del Toqui Terroir Selection Sauvignon Blanc 2014
 
VINHO ROSADO – Saint Sidoine Côtes Du Provence Rosé 2014
 
VINHO TINTO, Novo Mundo – Renacer Malbec 2011
 
VINHO TINTO, Espanha e Portugal – Pêra Grave Reserva Tinto 2011
 
VINHO TINTO, Itália e França – Sangervasio A Sirio 2007
 
FORTIFICADOS E DOCES – José Maria da Fonseca Alambre Moscatel de Setúbal 20 Anos
 
Dica da Semana: façam suas escolhas nesta deliciosa lista. Todos saem ganhando!

Mais uma coluna da série “Como funciona”…

Acreditem: um Chardonnay brasileiro, do Vale dos Vinhedos, ficou em 4º lugar na 22ª edição (2015) do prestigiado concurso “Chardonnay du Monde”, uma competição entre os melhores Chardonnay do mundo. Além deste, outros 5 vinhos ficaram muito bem classificados. Totalizamos três medalhas de ouro e outras três de prata. Nada mal.
 
Antes de sair em louca corrida atrás destes vinhos, vamos analisar um pouco mais os fatos, o que não traz nenhum demérito ao bom vinho nacional, mas precisamos conhecer um pouco mais sobre como é realizado este julgamento, quais são os participantes e sua relevância no cenário vinícola.
 
A versão de 2015 foi realizada na Borgonha, no Château des Ravatys, a propriedade vinícola do Instituto Pasteur em Saint-Lager. O corpo de jurados foi composto por 300 membros dos quais 150 eram franceses. Participaram da competição 794 amostras oriundas de 41 países. Impressionante.
 
Eis os 10 melhores classificados (devido às pontuações idênticas estão relacionados 13 vinhos):
 

Esta é a hora do “não entendi”, afinal de contas o primeiro lugar coube a um vinho sul-africano, seguido de um australiano, um suíço e o brasileiro. O primeiro vinho francês a aparecer está na quinta posição, e é um Champagne. 

 
Pode?
 
Onde estão os famosos Chablis, Meursault, Puligny-Montrachet, entre outras delicias de lá. E os famosos vinhos da Califórnia que impuseram uma importante derrota aos franceses no famoso Julgamento de Paris. Nenhum chileno ou argentino que já adquiriram status de grandes Chardonnay.
 
Alguma coisa está fora de lugar!
 
Vamos explicar como funcionam estes concursos.
 
O primeiro ponto a ser considerado envolve as grandes vinícolas: excetuando-se ocasiões muito especiais, nenhum dos consagrados grandes vinhos do mundo vai submeter amostras para um concurso.
 
Não precisam mais, já conseguiram seu destaque neste competitivo mundo dos vinhos e a grande preocupação é manter-se lá em cima. Para isto, contam com a opinião de críticos como Parker, Robinson ou Johnson e a boa aceitação no mercado.
 
Este fato não invalida nenhum concurso, o que nos leva ao segundo ponto de nossa explicação: eles são muito importantes para os produtores que ainda não ficaram conhecidos. Muitos deles, como no caso da brasileira Valduga, precisam conquistar a confiança de compradores internacionais. Qualidade não lhes falta. Fazer bonito num concurso como este é uma grande vitória.
 
Vamos conhecer os participantes do Brasil e seus prêmios:
 
4ª lugar: Casa Valduga Leopoldina Gran Chardonnay – D.O. Vale dos Vinhedos – 2013
 
Medalha de Ouro:
 
Aurora Reserva Chardonnay – 2014
 
Cerro da Cruz Chardonnay – 2012
 
Medalha de Prata:
 
Aurora Pinto Bandeira Chardonnay – 2012
 
Santa Colina Estilo Chardonnay – 2013
 
Aurora Varietal Chardonnay – 2014
 
275 vinhos de trinta e cinco países receberam medalhas, o que valoriza o resultado obtido por nossas vinícolas. Destacam-se:
 
França com 30 medalhas de ouro, 103 de prata e 8 de bronze;
 
Itália com 4 de ouro e 5 de prata;
 
África do Sul com 2 de ouro e 13 de prata;
 
Chile com 3 ouro, 4 de prata e 1 de bronze.
 
A relação completa está aqui:
 
 
DICA DA SEMANA: só podia ser este.
 
Casa Valduga Leopoldina Gran Chardonnay – 2013
Apresenta coloração amarelo palha com reflexos dourados, límpido e brilhante. A passagem por barricas francesas e romenas proporciona complexidade aromática com notas de baunilha e chocolate branco, aliados aos aromas de abacaxi e pêssego em calda. No palato é untuoso, de acidez moderada, com retrogosto marcante.
Harmonização: Massas, carnes brancas, fondues, queijos médios e fortes.
Outras premiações: Melhor Vinho Branco do Brasil de 2014 (safra 2012): Revista Adega; Melhor Nacional de 2013 (safra 2012): Revista Gosto; Medalha de Ouro (safra 2008) Challenge International du Vin; Gran Menzione (safra 2008): 17º Concurso Enológico Internacional (Vinitaly 2009); Medalha de Prata (safra 2008) 16ª edição do Concurso Chardonnay du Monde.
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