Este é um tema muito discutido entre enófilos apaixonados ou aqueles de “fim de semana”. Tão interessante e intrigante que foi objeto de um detalhado estudo econômico a cargo do controverso autor Robin Goldstein, publicado pela American Association of Wine Economists, em 2008.
(http://www.wine-economics.org/workingpapers/AAWE_WP16.pdf)
Goldstein é muito conhecido por seus livros e outras proezas, como a de receber um prêmio da respeitada revista Wine Spectator, por um restaurante que, simplesmente, nunca existiu! Foi uma hábil manobra de cardápios e cartas de vinho brilhantemente elaborados e colocados num site especialmente criado para este fim. Queria demonstrar que estes “prêmios” não deveriam ser tão respeitados como o são.
No estudo em questão, ele chega a uma interessante conclusão:
“Numa amostra de mais de 6.000 degustações às cegas, percebemos que a correlação entre o preço (de um vinho) e a sua classificação (pontos) é pequena e negativa, sugerindo que indivíduos (sem treinamento sobre vinhos), na média, apreciem menos os vinhos caros. Para os indivíduos com treinamento sobre vinhos, entretanto, percebemos indicações de uma correlação positiva entre o preço e satisfação”. (A tradução é minha.)
Trocando em miúdos, os vinhos caros, icônicos, etc., são mais apreciados pelos especialistas, enquanto os pobres mortais preferem vinhos mais simples, descomplicados e baratos.
As conclusões deste trabalho estão longe de ser unânimes, mas uma coisa não se pode negar:
Um vinho de 100 reais é bem melhor que um de 50 reais.
Haveria uma explicação para isto?
Sim!
Uma das possíveis razões está ligada ao que se denomina açúcar residual: vinhos mais baratos tem um teor maior que que o encontrado nos vinhos de ponta. Como todos sabemos, o açúcar é um grande sedutor!
Todos os vinhos têm uma parcela de açúcar que não foi convertida em álcool durante a fermentação. Uns mais, outros menos.
Não é uma coisa negativa, um defeito ou coisa parecida. A grande diferença está na forma como cada vinho é produzido, refletindo no resultado final: vinhos de paladar mais frutado (menor preço) e vinhos mais secos (mais caros).
Diversos fatores influem na formação do preço final de um vinho. Eis alguns deles:
Colheita mecânica x colheita manual;
Pequena produção x grande produção;
Carvalho americano x carvalho francês;
Envases simples x envases sofisticados.
Até mesmo a região onde cada vinho é produzido influi no preço final, terrenos em locais considerados como nobres são infinitamente mais caros que outros menos conhecidos. Bordeaux e Borgonha são bons exemplos se comparados com a nossa Serra Gaúcha…
Podemos concluir, com facilidade, que existe uma relação direta entre preço e qualidade de um vinho. Quanto menos pagamos por ele, de menor valor serão suas uvas, terroir, embalagem, etc., embora possam ser vinhos que se bebe com facilidade agradando a todos.
Não estamos tratando de defeitos ou má qualidade, apenas de estilos diferentes vinhos.
Alguns deles, exigem “manual do usuário” e paladar apurado para serem corretamente apreciados, além de um significativo desembolso financeiro.
Valem à pena?
Vinho da Semana: espumantes são vinhos versáteis que agradam a qualquer momento.
Aracuri Brut – $
Elegante e refrescante de perlage fina e abundante. No aroma destacam-se as notas de damasco, raspas de limão e pão fresco. Paladar é envolvente e cremoso com acidez cativante.
Harmonização: frutos do mar; peixes em geral; carnes brancas; molhos pouco condimentados; legumes crus e queijos leves.
Premiações:
– Top Ten 2015 – Categoria Espumantes Nacionais – ExpoVinis Brasil 2015
– Medalha de Prata – Grande Prova Vinhos do Brasil 2015
– Medalha de Prata – VII Concurso Internacional de Vinhos do Brasil, 2014.
– Medalha de Prata – Vinus del Bicentenario – Concurso Internacional de Vinos Y Licores, Argentina, 2014.
– Medalha de Prata – Effervescents du Monde, França, 2013.
– Seleção 2013 de Vinhos Brasileiros – VII Vinum Brasilis, Brasil, 2013.