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Vinhos “On the rocks”

O mundo do vinho tem aspectos muito curiosos, por exemplo, enquanto existe um lado totalmente conservador e quase engessado, como as eternas referências de Bordeaux e Bourgogne, o resto do mundo usa estratégias moderníssimas de marketing para atrair os mais variados tipos de consumidores para seus multivariados tipos de vinhos.
 
Dentro desta linha, existem vinhos para o público feminino, para os jovens, para fumantes de charutos e uma infinidade de outras faixas que nos fazem crer que deve existir, em alguma vinícola do mundo, um vinho elaborado especialmente para você.
 
A última novidade mercadológica são os vinhos produzidos para serem consumidos com pedras de gelo na taça. São vinificações especiais, em que se levou em conta a diluição por conta da água adicional do degelo. Dois produtos deste tipo estão disponíveis no nosso país, ambos vindos da França: um espumante e um rosé tranquilo.
 
Inveja do “whisky on the rocks” ou uma tentativa de conquistar clientes neste segmento?
 
Möet & Chandon Ice Imperial
 
 
 
Quando uma respeitada vinícola, do calibre desta, resolve colocar um novo e “revolucionário” produto no mercado, muita coisa está em jogo, a mais importante delas: o nome Möet & Chandon.
 
Para começar, “Ice” é uma nova classificação que se soma às tradicionais “Brut” e “Demi-Sec”. Para quem não sabe, Ice quer dizer gelo, em inglês. Pelo simples fato de usarem um anglicismo, coisa que os franceses simplesmente odeiam, indica claramente que é um Champagne para ser exportado. Não acredito que os nativos vão consumir isto.
 
A título de curiosidade, se em lugar do termo inglês usassem o francês, ficaria assim: “Glace Imperial”…
 
Aproxima-se de um espumante meio-doce. Elaborado com um corte de Pinot Noir, Pinot Meunier e Chardonnay, com uma dosagem final de 45g/l de açúcar. É muito frutado apresentando aromas de manga e goiaba, além de notas de nectarina e framboesa. No palato é amplo destacando-se um carnudo e voluptuoso sabor de salada de frutas. Doçura próxima de um caramelo ou marmelada (suspeito…). Acidez refrescante com notas de gengibre.
 
A foto que ilustra serve para explicar que deve ser consumido em taças próprias para Cabernet Sauvignon, com 3 pedras de gelo. Pode-se acrescentar folhas de hortelã, sementes da cardamomo, raspas de frutas cítricas, casca de pepino, gengibre ou frutas vermelhas.
 
O problema é seu preço nas prateleiras nacionais: quase R$ 400,00…
 
Rosé Piscine
 
Esta proposta, na mesma linha da anterior, é bem mais palatável, tanto no custo quanto no capítulo de aromas e sabores.
 
 
 
A cor é muito bonita e nos convida para experimentá-lo rapidamente. Óbvio que a primeira ideia é fazer a comparação com e sem gelo. Recomendamos que façam como na foto, em copos “ Old Fashioned” com duas ou 3 pedras de gelo.
 
Elaborado com a casta Negrete pelo Grupo Vinovalie, criado em 2006, que reúne quatro cooperativas de vinhos do país e alguns châteaux, na região sudoeste da França.
 
Bonita coloração rosé-salmão pálido, quase transparente, com reflexos azulados. Seu nariz é refinado, com notas de limão e morango. Paladar harmonioso, que harmoniza bem com Camarão, terrine de peixe, peixes em molhos cítricos, queijo fresco com ervas.
 
Numa de nossas recentes reuniões foi muito apreciado. A garrafa esvaziou em poucos minutos.
 
Dica da Semana: não poderia ser outro.
 
 Rosé Piscine
 
Apenas siga as recomendações:
 
Servir entre 8° – 11°C
 
BEBER ABSOLUTAMENTE COM GELO

Paladares fora da curva

Temos um companheiro de confraria que insiste em trazer, para as nossas reuniões, vinhos tintos classificados como “demi-sec”. Além disto, afirma com segurança que todos apreciam estes vinhos por conta desta característica. Na opinião dele todo tinto deveria ser assim, nada de vinho seco…


A resposta mais delicada do grupo a este quase insulto é que ele tem um paladar adamado e que não entende absolutamente nada sobre vinhos tintos.

Mas há mais coisas neste tópico do que se imagina.

Um pouco de legislação

Esta classificação (demi-sec), tipicamente brasileira quando se trata de vinhos tintos é quase nula nos grandes países produtores como Itália, França, Espanha e Portugal. Nestes, ela é aplicada principalmente para os brancos e espumantes, completando a escala que inclui os suaves, doces, amabiles e licorosos.

No Brasil houve uma adaptação das leis internacionais para incluir os nossos vinhos de garrafão, até hoje o ganha-pão de diversos produtores nacionais, criando um monstrengo que classifica, nesta opção, vinhos que apresentem desde 5,1 g/L de açúcar até exorbitantes 20 g/L, o que já seria perigoso para diabéticos.

Para os espumantes, esta mesma classificação abrange desde 20g/L até 60 g/L de açúcar residual.

Só o Brasil obriga que esta informação conste de rótulos ou contrarrótulos dos vinhos tintos importados, o que acaba por se tornar um fator de aumento dos custos.

Limiar da percepção

Doçura é uma sensação assim como o amargor. Cada pessoa terá um limite próprio o que explica as diferentes atitudes com relação a bebidas como limonada ou café: alguns preferem ao natural e outros só conseguem bebê-las se estiverem doces ou muito doces.

O açúcar seduz. Por esta razão, alguns dos vinhos mais famosos do mundo trazem este viés adocicado: Riesling, Ice Wine, Sauternes, Gewurztraminer e, até mesmo, o exuberante Amarone.

Nenhum destes vinhos recebe adição de açúcar na sua elaboração, o que muitas vezes é proibido por lei. Sua doçura decorre dos açúcares não convertidos em álcool durante a fermentação, uma decisão do enólogo que leva em consideração o ponto de maturação da uva colhida.

Açúcar, o trapaceiro

Infelizmente, vinhos adocicados classificados como “demi-sec” ou meio-doces têm péssima reputação em todo o mundo. A presença desta quase doçura indica que pode haver problemas no vinho.

Um bom exemplo para fixar esta ideia é responder a este teste:

Algum leitor degustaria uma colher de manteiga ou outra gordura sem nenhum problema?

Que tal se em lugar desta experiência, quase horrorosa, degustasse uma bela colherada de sorvete cremoso?

A diferença entre a primeira e a segunda prova é uma só: açúcar.

O nosso paladar foi completamente enganado por este inebriante pó branco!

Disto se aproveitam produtores inescrupulosos que, deliberadamente, deixam seus vinhos mais doces para esconder a péssima qualidade deles…

Tinto “demi-sec”?

Fuja ou eduque seu paladar! (há exceções)

Dica da Semana: já está na hora de investir em bons brancos.

Anakena Ona Special Reserve White Blend 2013

Este vinho combina a estrutura da Chardonnay, a elegância da Riesling e o caráter floral da Viognier. Equilibrado, fresco e elegante.
Aroma: intenso e complexo, com deliciosa combinação de notas florais e frutas tropicais, como damasco e toque mineral.
Paladar: Em boca corresponde ao nariz, refrescante e equilibrado, com acidez crocante e final persistente.
Harmonização: Ideal para acompanhar frutos do mar, risotos, saladas ou para servir como aperitivo.

Limpando as taças e outros acessórios

Esta coluna foi sugerida pela Leitora Rosineide Saraiva, de São Luís, do Maranhão, que também pediu que comentássemos sobre como arrumar as taças numa mesa de jantar.
Nada pior que uma taça de vinho com manchas de batom, marcas de dedos, aromas estranhos e resíduos não identificados. Estes defeitos podem se estender aos decantadores e outros acessórios.

 
Limpar tudo isto corretamente envolve ciência e arte. Tão importante, que todo enófilo que se preze, deveria dominar pelo menos uma técnica e lavar seus próprios cristais.


1 – Material necessário

– detergente neutro inodoro – muito difícil de achar por aqui. Quase todos que se declaram “neutros” possuem algum tipo de aroma.

No Rio de Janeiro existe um sabão pastoso bastante popular, o Neutral. Se preferir use o tradicional Limpol Neutro.

Uma alternativa é buscar detergentes usados na área médica, vendidos apenas em embalagens de 5 litros. Monte um grupo e divida isto entre todos.

– esponja de limpeza macia – procure as que não tenham um lado abrasivo. Se for inevitável, escolha as que são indicadas para panelas antiaderentes.

A turma da Velha-guarda ainda acha que o instrumento mais perfeito para lavar uma taça é a nossa mão…

Se for possível, reserve uma esponja só para este fim, evitando contaminações cruzadas.

– toalhas de microfibra ou flanelas macias para a secagem;

– álcool, água sanitária e água quente.

2 – Taças e acessórios de cristal ou vidro

O primeiro passo é remover marcas de batom ou de gordura.

Geralmente com água quente e detergente se consegue um bom resultado.

As manchas mais persistentes não resistirão a um tratamento com papel toalha, com um pouco de álcool ou mesmo aquelas pequenas esponjas para remover maquiagem.

A próxima etapa é uma boa ensaboada com especial atenção para a borda e fundo da taça, seguida de um extenso enxague em água aquecida.

Taças de cristal são mais porosas que as de vidro comum e, por esta razão, a quantidade de detergente usada deve ser a mínima possível: 1 gota por peça no máximo.

Taças de vidro podem ser lavadas em máquina lava-louça sem problemas.

As fotos a seguir mostram uma série de acessórios que podem facilitar muito este trabalho.
Não são muito fáceis de encontrar por aqui:



Diferentes esponjas de limpeza, a mais comprida serve para limpar um decantador;

 

Estas bolinhas de aço são próprias para os decantadores e garrafas de cristal. Use-as com água e detergente e recolha-as com auxílio de uma peneira;


3 – Finalização

Esta é a parte mais importante deste processo. Envolve escorrer as taças e acessórios, seguida de uma etapa de checagem e polimento.

Opcionalmente, pode-se fazer uma esterilização, passando cada peça por uma solução de 1 colher de sopa de água sanitária em 4 litros de água (não pode ter cheiro forte de cloro), antes de colocar para escorrer.

Taças e decantadores devem secar com a boca para baixo, seja pendurados em racks próprios, nos tradicionais escorredores ou sobre tapetes que absorvam a água (dish drying mat).

Veja as ilustrações:


Uma vez secas, deve-se fazer uma boa checagem visual em busca de resíduos que não foram removidos e odores estranhos. Neste caso, lave novamente.

Se tudo estiver certo, antes de guardar se deve passar um pano macio para polir. Use qualquer tecido que não solte fiapos. O ideal são os panos de microfibra, mas os profissionais ainda preferem uma flanela de ótima qualidade embebida em um pouco de álcool.

Guarde tudo com a boca para cima e com espaço entre a peças. Se não for possível e as taças ficarem muito próximas, envolva-as em papel de seda.

Arrumando a mesa

Não é nenhum mistério a colocação das taças numa mesa formal ou informal. Poucos princípios devem ser observados.

Vamos a eles:

– todas as taças serão colocadas no lado direito do prato, seja formando um triângulo, uma linha diagonal ou em semicírculo;

– sempre haverá uma taça para água, que deve ser colocada em alinhamento com a faca principal;

– o número total de taças, por pessoa, vai corresponder ao número de vinhos que serão servidos;

– serão dispostas à direita da taça para água, em ordem que corresponda do último vinho para o primeiro;

Exemplo no caso de 2 vinhos:
(da esquerda para direita) – água – tinto – branco.

Existe uma razão para isto, os vinhos são servidos pelo lado direito do convidado. Ao final de cada etapa da refeição, as taças utilizadas são removidas.

Se for servido um espumante ao final da refeição, a taça pode ficar por fora do alinhamento tradicional ou ser a mais próxima da taça para água.

O mesmo raciocínio vale para o caso de um Porto ou vinho de sobremesa.

Atualmente, principalmente em reuniões informais, adota-se uma única taça para todos os tipos de vinho, a denominada ISO, inclusive para os espumantes.

Não se preocupem com a troca de taças entre vinhos diferentes. Há um velho chavão que diz:

“Nada melhor para lavar uma taça que o próximo vinho”.

Dica da Semana: Ainda é tempo para degustar um bom tinto

Aliwen Reserva Cabernet Sauvignon Carménère


Coloração violeta profundo.

Aromas de frutas maduras, especiarias e madeira.
Bom corpo, taninos maduros e final persistente.
Harmonização: Costelinha de porco com molho agridoce

O Mercado do Vinho e a Crise Brasileira

Prezados leitores.
 
O texto de hoje não é meu. Foi transcrito do jornal Valor Econômico pelo amigo e leitor, sempre atento, Ronald Sharp.
 
Achei muito importante em função do período de vacas magras que se aproxima. Espero que seja do interesse de todos.
 
Eis a transcrição:
 
Publicação: Valor Econômico – Empresas – 22/09/2015 – p. B 8
 
Título: No consumo de vinhos, brasileiro vai migrar para rótulo mais barato.
 
Autor: Maria da Paz Trefaut
 
A disparada do dólar e os novos impostos que incidirão sobre as bebidas alcoólicas a partir de 1º de dezembro têm levado um clima de incerteza aos importadores de vinho. Mas eles parecem concordar em como o consumidor vai reagir: haverá migração imediata para rótulos mais baratos.
 
“As regras do governo não são claras e é difícil compreendê-las”, diz Adolar Hermann, proprietário da importadora Decanter, que contratou um especialista em tributação para entender o que vai mudar.
 
“Estamos esperando os resultados desse estudo para ver como poderemos nos adequar sem prejudicar demais o consumidor”.
 
Conforme anunciado em 31 de agosto, o novo modelo de tributação incide sobre vinhos nacionais, do Mercosul, e de outros países, e cria um imposto extra de 10% sobre o valor de cada rótulo. No caso dos uísques e outros destilados, o imposto eleva em 30% o que era pago até agora.
 
De acordo com a Receita Federal, a medida deve gerar uma arrecadação extra de R$ 1 bilhão em 2016. No caso do vinho, os importadores parecem unânimes em reconhecer que a consequência imediata será uma migração para os rótulos mais baratos.
 
“Precisamos buscar alternativas para fidelizar o consumidor, com oferta maior de produtos no segmento que denominamos ‘preço versus prazer’, nossa versão para o tradicional ‘custo versus benefício'”, diz Hermann.
 
Embora a Decanter produza vinhos e espumantes no Rio Grande do Sul e na Serra Catarinense, 98% do faturamento é proveniente da importação. O maior volume de vendas concentra­se na faixa entre R$ 30 e R$ 70. Pelos cálculos preliminares, uma garrafa vendida a R$ 80 passará a R$ 100, se somada a desvalorização do dólar e o novo imposto.
 
“Na verdade, a crise para nós não é nenhuma surpresa. Ela vinha sendo camuflada e tínhamos um dólar irreal. Só que agora, a queda do grau de investimento do país agrava a situação ainda mais e a solução não será rápida”, diz o empresário.
 
Para ele, neste momento, é hora de reduzir custos para ficar mais competitivo.
 
“Nossas vendas estão sendo mantidas com um sacrifício enorme de margens e com negociações duras com fornecedores. Mas é evidente que o consumo vai mudar de patamar e o cliente vai escolher vinhos mais baratos”.
Uma visão bem parecida é compartilhada por Celso La Pastina, proprietário das importadoras World Wine e La Pastina.
 
“Vivemos um momento negro, que representa um golpe duríssimo sobre um mercado pequeno, que vinha se afirmando na última década. A alta do dólar até entendo, e teria sido absorvida com mais tranquilidade se não tivesse havido interferência do governo para manter a moeda norte-americana em patamares irreais”, afirma.
 
O importador explica que os impostos anteriores, entre R$ 0,73 e R $1,08 por litro, viravam custo. Já a nova alíquota de 10% incide sobre o preço de venda de cada garrafa. Com ela, numa avaliação prévia, ele imagina que a soma de impostos atingirá 70% do preço final.
 
“Todos na categoria vinho serão prejudicados, independentemente do país. Precisamos de tempo para ver como o consumidor vai absorver esse impacto e como será a evolução da crise econômica brasileira. Se não houver aumento de renda não haverá consumo”, diz La Pastina.
 
Na World Wine, onde o portfólio soma mais de mil rótulos, os mais vendidos ficam na faixa entre R$ 50 e R$ 100. Na La Pastina, que possui acervo de 300 rótulos, as vendas se concentram entre R$ 30 e R$ 40.
 
Segundo o importador, os vinhos caríssimos, acima de R$ 1 mil já não se vendiam aqui, porque o pessoal traz de fora. Agora, os caros, entre R$ 500 e R$ 700, ficarão caríssimos.
 
Para fazer face ao momento, a World Wine começou a antecipar promoções. A cada semana cerca de trinta rótulos entram em promoção desde que vendidos em caixas com seis unidades. Os descontos, que chegam a 50% permitem, por exemplo, comprar o espanhol Setze Gallets 2012 por R$ 48,50 a garrafa, e o Maduresa 2009, também da Espanha, por R$ 121 a unidade. As promoções mudam semanalmente e incluem diversas nacionalidades.
 
Para quem trabalha apenas com vinhos caros, o mercado deve encolher ainda mais, prevê o francês Philippe de Nicolay Rothschild, que há cinco anos abriu a PNR e batizou a importadora com suas iniciais. Como parte expressiva de suas vendas é de vinhos e champanhes acima de US$ 70, nos quais a carga tributária é maior, ele calcula que com os novos impostos a soma total dos tributos pode chegar a 150% do preço final.
 
A PNR é uma importadora butique, que possui 38 rótulos, entre os da família, provenientes do Domaine Barons de Rothschild e outros, escolhidos pelo empresário ­ barão. O rótulo mais barato sai por R$ 75 e o mais caro por R$ 2,4 mil.
 
“Para vinhos raros não há promoções”, diz ele, que afirma praticar margens cada vez menores e que continua a vender garrafas de importações antigas pelo mesmo valor, sem reajuste.
 
“Para as próximas remessas terei que aumentar os preços, mas se o dólar abaixar também vou repassar essa queda para o cliente”, explica.
 
Outra mudança por conta da alta do dólar, segundo ele, é a redução no estoque.
 
“Hoje nosso estoque é apertado, suficiente apenas para dar conta das vendas nos próximos três meses”.
 
No ano passado, a PNR já registrou uma queda de 30% nas vendas e Rothschild trabalha com a hipótese de que cairão ainda mais.
 
“O grande teste será agora, porque o melhor período de vendas é o fim do ano. Mas sei que para o consumidor é muito mais complicado gastar R$ 300 hoje do que há 24 meses”, diz.
 
A PNR concentra 70% das vendas no atacado, onde tem como cliente a rede St. Marché, o que inclui o Empório Santa Maria. Para pessoas físicas, as vendas são para eventos específicos, na maioria casamentos, para os quais a bebida escolhida costuma ser o champanhe. Otimista, Rothschild acredita que apesar da crise o cliente continuará a gastar um valor semelhante com vinhos, o que o levará para rótulos mais acessíveis.
 
“Em tempos de crise acaba acontecendo sempre o mesmo em todos os países. Se já é difícil viver, fica ainda mais difícil se tirarmos todos os prazeres. Então, nessas horas, comprar uma garrafa para compartilhar com os amigos torna a vida melhor”.

Dica da Semana: para tentar fugir desta crise, um interessante vinho da tradicional Vinícola Aurora.
 
 
Pequenas Partilhas Malbec 2013
 
Coloração roxa profunda com matizes púrpura.
Aroma frutado lembrando ameixas pretas maduras.
Paladar agradável e taninos suaves, acidez equilibrada e boa persistência.
Um vinho harmônico e muito sedutor.
Harmonização: Bife de chorizo, entrecot, costela ou lombo de porco assado, empanadas ou aves como codorna e perdiz.
 

Um Champagne com 270 anos de tradição

A Moët & Chandon, uma das mais importantes vinícolas do mundo, decidiu romper com as rígidas tradições vigentes e produzir um espumante totalmente diferente de tudo o que já foi feito até hoje, preservando apenas o que é exigido para ser um Champagne.
 
O talentoso Chef de Cave, Benoît Gouez, criou um corte que classificou como estratificado em tripla camada, cada uma representando um aspecto. Uma trilogia que contempla harmonia, complementaridade e equilíbrio.
 
 
 
Para Benoît, este novo produto batizado como MCIII Brut 001.14, representa um ponto de virada na linha Moët.
 
O MCIII é um champanhe “não safrado”, assim como o famoso Brut Impérial, mas, ao mesmo tempo, é também uma composição de várias safras que englobam os 270 anos de experiência desta casa.
 
Um corte original e inovador.
 
Para a primeira camada, denominada Aço (37,5% do volume), foi utilizada a safra de 2003 (50% Chardonnay e 50% Pinot Noir) que estava estocada em tanques de aço inoxidável.
 
A segunda camada, Madeira (37,5% do volume), foi composta por um corte das safras 1998, 2000 e 2002, que estagiaram entre 5 a 7 meses em grandes tonéis de carvalho (foudres) de 5000 litros.
 
Os 25% restantes que compõem a terceira camada, Vidro, foram obtidos a partir de um corte das safras 1993,1998 e 1999, da Moët Grand Vintage Collection, guardadas em garrafas, cujo primeiro lote teria sido “degolado” em 2014 (degorgement), o que é indicado pelo numeral “001.14”.
 
Foram 15 anos de estudos e experimentos para obter um produto único, inovador e, segundo os críticos que já o degustaram, a Cuvée (vinificação) de maior complexidade e prestígio desta Maison.
 
Uma nova garrafa foi especialmente projetada, com um fechamento diferenciado.
 
As fotos falam por si:
 
 
 
 Um último e importante detalhe que demonstra toda a preocupação da Moët & Chandon com o caráter inovador deste produto: as taças recomendadas são as mesmas utilizadas para vinhos de Bordeaux, do fabricante dinamarquês Zalto (http://www.zaltoglas.at/en_sort_bord.php).
 
 
O preço sugerido na Europa é de 450 Euros e, no momento, só pode ser adquirida diretamente da M&C.
 
Por sua característica muito exclusiva o número de garrafas disponíveis é limitado.
 
Dica da Semana: antes que os preços dos vinhos enlouqueçam de vez, já podemos pensar em espumantes para as festas de fim de ano.
 
Campos de Cima Extra Brut
Predominam aromas cítricos, mesclados a néctar e tâmaras, com leve fundo de ervas de quintal (alecrim, sálvia).
Em boca é agradável e persistente.
Premiações:Medalha de Ouro – Concurso Mundial de Bruxelas – Brasil 2013
Medalha de Prata – GP Vinhos do Brasil – 2015
Comenda – International Wine Challenge – London 2015
 
 
 
 
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