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Um júri feminino para o AWA 2015

O Argentina Wine Awards (AWA) é o concurso de vinhos de maior prestígio naquele país. Nesta 9ª edição houve uma interessante novidade: coube a 19 mulheres ligadas ao mundo do vinho escolher os melhores. Uma bela homenagem que foi chamada de “O empoderamento da Mulher no Vinho”.

Este luxuoso corpo de julgadoras foi formado por 12 personalidades estrangeiras e 7 argentinas. Sua tarefa foi provar 669 amostras e selecionando as melhores em diversas categorias. Um trabalho que foi supervisionado pela respeitada consultoria, inglesa, Hunt & Coady, garantindo toda a logística e lisura.

O Júri

A principal personalidade foi a respeitada jornalista e crítica de vinhos Jancis Robinson, primeira mulher a obter o difícil título de “Master of Wine”. Compunham o grupo as seguintes juradas:

Christy Canterbury, jornalista, panelista e júri de Nova Iorque. Escreve para a revista Decanter;

Susan Kostrzewa, editora executiva da revista Wine Enthusiast;

Barbara Philip, responsável pela seleção de vinhos europeus para a British Columbia Liquor Distribution Branch, Canadá;

Sara D’Amato, canadense, é consultora, sommelier, crítica de vinhos e sócia principal na WineAlign.com;

Annette Scarfe, trabalha como consultora independente junto a indústria vitivinícola asiática. Também é juiz em concursos de vinho no Reino Unido, Hong Kong e França;

Megumi Nishida, jornalista freelance, japonesa, atuando em várias revistas como Winart, Vinoteque, Wands, Cuisine kingdom;

Essi Avellan, da Finlândia, é editora da Revista Fine Champagne, a única Revista do mundo dedicada ao mundo do Champagne;

Felicity Carter, da Alemanha, é chefe editorial da Revista Meininger´s, dedicada ao mundo do negócio do vinho em nível internacional;

Cecilia Torres Salinas, enóloga, é a referencia número um da indústria do vinho chileno;

Suzana Barelli, Brasil, Jornalista e Editora da Revista Menu;

Shari Mogk Edwards é a chefe do departamento de marketing e vendas de vinhos e licores da LCBO (Liquor Control Board of Ontario, Canadá).

O júri argentino foi composto por:

Susana Balbo, proprietária da vinícola Dominio del Plata e presidente da Wines for Argentina;

Andrea Marchiori, sócia e enóloga da Viña Cobos;

Carola Tizio, enóloga chefe da Vicentin Family Wines;

Estela Perinetti, enóloga da Bodega Caro (Catena + Rothschild);

Flavia Rizzuto, eleita a melhor Sommelier do país;

Laura Catena, médica e atual diretora das Bodegas Catena Zapata e Luca;

Marina Beltrame, diretora da Escola Argentina de Sommeliers.

Os resultados

Os principais prêmios foram:

1 – Troféus
– Categoría “Malbec”:

Septima Obra Malbec 2012, Bodega Septima;

Riglos Quinto Malbec 2013 Finca Las Divas S.A.;

Casarena Single Vineyard – Malbec – Jamilla´s Vineyard – Perdriel 2012 Casarena Bodega & Viñedos;

Zuccardi Aluvional Vista Flores Malbec 2012, Familia Zuccardi.

– Categoría “Vinhos Espumantes”:

Ruca Malen Sparkling Brut NV, Bodega Ruca Malen.

– Categoria “Chardonnay”

Finca La Escondida Reserva Chardonnay 2014, Bodegas La Rosa;

Salentein Single Vineyard Chardonnay 2012, Bodegas Salentein.

– Categoria “Cabernet Franc”

La Mascota Cabernet Franc 2013, Mascota Vineyards;

Salentein Numina Cabernet Franc 2012, Bodegas Salentein;

– Outros troféus

Sophenia Synthesis The Blend 2012, Finca Sophenia;

Cadus Single Vineyard Finca Las Tortugas Bonarda 2013, Bodega Cadus;

Cabernet Sauvignon Proemio Reserve Cabernet Sauvignon 2013; Proemio Wines.

2 – Troféus Regionais:

Vales do Norte: Serie Fincas Notables Tannat 2012, Bodega El Esteco;

Vales de Mendoza: Decero Mini Ediciones Petit Verdot, Remolinos Vineyard 2012, Finca Decero;

Vales de San Juan: Santiago Graffigna 2011, Bodegas y Viñedos Santiago Graffigna;

Vales Patagônicos: Special Blend 2010, Bodegas Del Fin Del Mundo

A relação completa, em PDF, pode ser obtida neste link:

Agora é só escolher um deles e conferir como o seu paladar se ajusta com o das poderosas juradas.

Dica da Semana:  a maioria dos vinhos premiados ainda não está com as safras em indicadas à venda no Brasil. Este, safra 2010, é uma boa opção, ganhou um troféu pela safra de 2013.
 
Riglos Quinto Malbec 2010
Coloração rubi concentrada, com reflexos purpúreos. No olfato apresenta frutas negras e vermelhas maduras, páprica e um toque herbáceo que lhe outorga caráter e complexidade.
Texturado em boca, com taninos dóceis, cativante frescor e fruta generosa que convergem para um longo final.
Harmoniza com carnes vermelhas assadas na brasa, costeletas de cordeiro grelhadas e queijos de massa dura curada.
Premiações: Jancis Robinson: 16 em 20; Descorchados 2012: 87 Pontos.

Tudo que vocês precisam saber sobre vinhos doces

Um interessante comentário do leitor Antônio Daniel, de Salvador BA, foi o ponto de partida da coluna desta semana. Reproduzo a seguir:
 
“Existem vinhos tintos doces de qualidade ou são todos ruins tal qual os que encontramos em supermercados”?
 
O que chamou a atenção foi o “são todos ruins”, uma quase verdade para o consumidor brasileiro que tem uma razão muito particular: a nossa legislação não faz uma distinção entre um vinho obtido a partir de uvas viníferas e os denominados “vinhos de mesa” que são produzidos com uvas comuns, iguais às que compramos no mercado. Isto ocorre por pressão dos produtores dos vinhos de garrafão que dominam as entidades de classe que têm poder de lobby no congresso. A única distinção, do ponto de vista legal, é “Vinho Fino” e “Vinho de Mesa”.
 
Mesmo sabendo que vamos receber uma quantidade de críticas, volto a afirmar que uma bebida obtida através da fermentação de um suco de uvas comuns NÃO É VINHO! Que arranjem outro nome, por exemplo, “bebida fermentada de uva”, “cerveja de uva”, etc.
 
Vinho, de verdade, tem que ser elaborado com uvas do tipo “vitis vinífera”. Para demonstrar isto de forma cabal só precisamos de um bom dicionário:
 
Vitis: Videira, vite, vinha, vinhal, vinhedo ou parreira (do latim Vitis, L.)
 
Vinífera: que produz vinho.
 
Provavelmente algum leitor mais atento já deve estar curioso sobre as diferenças entre a Vinífera e a comum, conhecida como Labrusca ou uva americana. Existem algumas, mas a que nos interessa é a facilidade em se obter a fermentação de um mosto. As viníferas, se colhidas no ponto certo, fermentam sozinhas. As outras precisam de uma ajuda para iniciar este processo.
 
Como fazem para fermentar a uva comum então?
 
O mais simples é acrescentar açúcar, muita quantidade se o produto final for do tipo suave. Se não conseguirem a cor ou o sabor desejado, seguem acrescentando melado, molho de soja, pipi de gato, vinho velho, tinta de sapato e o que mais tiver à mão. Entenderam porque dá dor de cabeça no dia seguinte?
 
Vinho “suave” é intragável, “rascante” não serve nem para lavar o cachorro.
 
Vamos falar de vinhos doces verdadeiros cuja elaboração é muito mais complexa do que a do vinho seco. Apresentaremos, a seguir, os diferentes métodos utilizados que podem ser focados na concentração da uva para que fique muito doce ou em processos de elaboração na cantina. Uma destas técnicas, a Fortificação, foi abordada na coluna da semana passada. Em todos os casos o produto final é de alta qualidade, a quintessência do vinho.
 
As técnicas, abaixo, enfocam na concentração dos açúcares na uva:
 
1 – Deixar as videiras serem atacadas pela Botrytis Cinerea, a podridão nobre. Isto só é possível quando a temperatura e a umidade estão adequadas. Este fungo extrai líquido das uvas deixando-as extremamente doces, mantendo a acidez que é desejável. O controle deste processo é dificílimo e muito delicado. Alguns dos mais famosos doces são elaborados desta forma;
 
Exemplos: Sauternes, Barsac, Tokaji, Ausbruch, Bonnezeaux, Quarts de Chaume, Coteaux de Layon, Sélection des Grains Nobles, Beerenauslese, Trockenbeerenauslese.
 
2 – Empregar um processo denominado Passerillage, uma espécie de passificação obtida com a uva ainda na videira. Muitos agricultores torcem o caule do cacho, sem rompê-lo. A uva deixa de receber os nutrientes e acaba secando, com alto teor de açúcar;
 
Exemplos: Jurançon, Riesling Australiano do tipo “Cordon Cut”.
 
3 – Colheita Tardia. As uvas são colhidas tardiamente, quando já estão muito maduras. Dependendo da região pode ocorrer a podridão nobre ou a passerillage. Esta técnica é muito empregada nos vinhos da América do Sul.
 
Exemplos: Spätlese, Auslese, Vendange Tardive, Late Harvest, Cosecha Tardia.
 
4 – Passificação. As uvas colhidas são colocadas para secar em esteiras de palha ou caixas de madeira, da mesma forma como se obtém a uva passa que estamos habituados a consumir.
 
Exemplos: Amarone, Vin Santo, Recioto, Pedro Ximénez, Passito.
 
5 – Congelamento. Só é possível em regiões com clima muito frio. As uvas são deixadas nas parreiras durante o inverno. Como o açúcar não congela, ficam extremamente doces. Em regiões de clima mais tropical é possível obter-se este efeito através de criogenia.
 
Exemplos: Eiswein, Icewine.
 
As técnicas seguintes são aplicadas durante ou após a vinificação.
 
6 – Resfriamento e filtragem. Consiste em baixar a temperatura do mosto em fermentação de tal maneira que ela estanca. Em seguida filtra-se o líquido para remover os resíduos da levedura, deixando o açúcar concentrado.
 
Exemplos: Kabinett, Moscato d’Asti, California Blush, Prosecco.
 
7 – Embora seja um tabu, muitas vezes não permitido por lei, a adição de açúcar é comum na elaboração de espumantes. A técnica é chamada de “dosagem” (licor de expedição), sempre aplicada depois da segunda fermentação, com o objetivo de corrigir o açúcar residual ou elaborar um produto final mais doce. Quando um espumante não recebe nenhum açúcar adicional é vendido como “Brut Nature” ou “Zero Dosage”.
 
Não precisamos ser experts para perceber que vinhos doces exigem muito mais trabalho e dedicação para serem elaborados. Por esta razão são muito caros e, quase sempre, vendidos em meia garrafa para terem preços competitivos.
 
Em Setembro de 2011, publicamos uma série de 3 partes sobre os vinhos doces. Bem diferente do texto de hoje, contamos as histórias por trás destas delícias que, definitivamente, adoçam a vida. Para quem ainda não leu, eis os links:
 
 
 
 
Dica da Semana:  um Ice Wine bem brasileiro, o Vinho do Gelo!
 
ICEWINE Pericó (Cabernet Sauvignon)
 
Vinho licoroso elaborado com uvas colhidas maduras e congeladas naturalmente nos vinhedos temperatura de -7,5º C.
 Aroma intenso e muito complexo, com forte presença de frutas como uva passa, figo seco, tâmaras secas, ameixa seca e um discreto aroma de goiaba. No palato é doce, com ótima acidez e persistência. Deve ser consumido entre 9º C a 11ºC.
 Harmonização: sobremesas à base de pêra e frutas secas, queijos azuis Roquefort e Gorgonzola, queijos de fungo branco Brie e Camembert, Foie gras. É um vinho de meditação e portanto pode ser degustado e apreciado sem nenhum outro tipo de alimento.
 Garrafa de 200ml.

Recapitulando sobre os tipos de vinhos

Chamou a nossa atenção uma dúvida comum de alguns leitores sobre a diferença entre Vinho do Porto e Vinho do Douro.
 
Embora este blog sobre vinhos nunca tenha pretendido ser um curso, foi necessário nas primeiras publicações estabelecer uma linguagem comum entre autor e leitores, razão pela qual alguns textos foram considerados como didáticos. Em várias oportunidades mencionamos os diferentes tipos de vinhos que existem no mercado, inclusive os dois que motivaram a dúvida.
 
Faço um convite a todos os leitores que releiam alguns dos meus textos sobre este tema, que foram publicados em 2001. Para ajudar, aqui estão alguns links:
– Espumantes, Brancos, Rosés, Tintos, Doces e Fortificados;
 
 
– Vinhos Fortificados – 1ª parte (a continuação desta série fala do Jerez e do Madeira);
 
Mais recentemente, nas colunas sobre a viagem por Espanha e Portugal, novos conhecimentos podem ser adquiridos.
 
Para a turma que prefere as respostas diretas:
 
Vinhos do Porto são elaborados adicionando-se, durante a fase de fermentação, uma quantidade de aguardente neutra para interromper o processo. Como nem todo o açúcar é convertido em álcool, o produto final tem sabor adocicado e muito agradável, apesar ao alto teor alcoólico. Este processo é a “fortificação”;
 
Vinhos do Douro são os vinhos, não fortificados, produzidos nesta região vinhateira com as castas típicas de Portugal. Todo Vinho do Porto é, em tese, um “Vinho do Douro”, pois somente lá podem ser elaborados. Mas, dentro desta lógica, nem todo Vinho do Douro seria um Porto.
 
No intuito de não deixar mais nenhuma dúvida sobre este tema, apresento, a seguir, uma extensa relação de tipos de vinhos que são produzidos atualmente. Não pretende ser completa, serão citados, apenas, os produtos mais conhecidos.
 
TIPOS DE VINHOS
 
A primeira grande divisão é quase intuitiva: Espumantes; Brancos; Rosés; Tintos e Vinhos de Sobremesa (doces, fortificados, etc.).
 
1 – ESPUMANTES
 
Podem ser vinificados em Branco, Rosé ou Tinto.
 
Denominações habituais:
 
Champagne – tradicional corte de Chardonnay e Pinot Noir, produzido unicamente nesta região demarcada, utilizando o método Tradicional. Somente estes vinhos podem usar a denominação Champagne.
 
Vin Mousseux – literalmente significa “vinho efervescente”. Logo, o Champagne é um vin mousseux, mas nem todo vin mousseux é um Champagne. Existem outros espumantes franceses que são comercializados com denominações diferentes:
 
    Cremant – produzido no Loire, na Borgonha e na Alsácia;
    Blanquet – elaborado na região de Limoux.  

Cava – típico da Espanha, vinificado com uvas locais como Macabeu, Parellada e Xarel-lo.

 
Prosecco – espumante italiano com denominação protegida. Obrigatoriamente elaborado com a casta Glera, antiga Prosecco, proveniente da região do Veneto (Conegliano, Valdobbiadene).
 
Asti – espumante italiano produzido com a casta Moscato. O mais famoso é o Moscato D’Asti, da região de Monferrato.
 
Lambrusco – vinho frisante italiano produzido a partir das seis variedades da casta Lambrusco, conhecidas como Grasparossa, Maestri, Marani, Montericco, Salamino, e Sorbara. Os mais famosos são os da região da Lombardia (Emilia Romana).
 
Brachetto d’Acqui – espumante tinto e adocicado elaborado na região do Piemonte. Similar ao Lambrusco.
 
Sekt – nome alemão para vinho espumante. Geralmente produzido com Riesling, Pinot blanc, Pinot gris e Pinot noir.
 
Quanto ao teor de açúcar variam de Brut (seco) até Doux (doce)
 
2 – VINHOS BRANCOS
 
As castas mais conhecidas são:
 
Albariño ou Alvarinho
Moscato ou Muscat (*)
Antão Vaz
Pinot Blanc
Assyrtiko
Pinot Gris ou Pinot Grigio
Chardonnay
Riesling
Chenin Blanc
Sauvignon Blanc
Fiano
Semillon
Furmint
Sylvaner
Greco di Tufo
Torrontés
Grüner Veltliner
Verdejo
Malvasia
Viognier

(*) mais de 200 variedades 

Muitas vezes vamos encontrar vinhos brancos que recebem a denominação das regiões onde são produzidos.

Exemplos:
 
Sancerre e Pouilly-Fumé, produzidos com Sauvignon Blanc;
Chablis e Montrachet, obtidos com a casta Chardonnay;
Vouvray, elaborado com Chenin Blanc.
 
VINHOS BRANCOS DOCES: praticamente as mesmas castas produzem algum vinho adocicado.
 
As denominações mais conhecidas são:
 
Sauternes (Semillon, Sauvignon Blanc, e Muscadelle);
Tokaji (Furmint, Hárslevelu);
Gewurztraminer;
Riesling com predicados (Kabinet, Spatlese, Auslese, etc.);
Orvieto Abboccato;
Ice Wines (Eiswein);
Muller-Thurgau;
“Late Harvest” ou “Colheita Tardia”.
 
3 – VINHOS ROSÉS 

As mesmas castas usadas para produzir vinhos tintos podem produzir vinhos rosados. Os mais apreciados são:

 
Cabernet Sauvignon Rosé
Cabernet Franc Rosé
Grenache Rosé (Garnacha)
Pinot Noir Rosé
Syrah Rose
Sangiovese Rose
As denominações mais comuns são:
 
Provence Rosé
Loire Rosé
Bandol Rosé
Rose D’Anjou
Exceções:
 
White Zinfandel, White Merlot, Vin Gris e Blush Wine – são rosados.
 
4 – VINHOS TINTOS
 
As castas mais conhecidas são:
 
Aglianico
Mourvédre
Barbera
Nebbiolo
Cabernet Franc
Nero d’Avola
Cabernet Sauvignon
Petit Syrah
Carménère
Petit Verdot
Dolcetto
Pinot Noir
Gamay
Pinotage
Grenache ou Garnacha
Sangiovese
Cannonau
Syrah ou Shiraz
Malbec
Tannat
Mencia
Tempranillo
Merlot
Touriga Nacional
Montepulciano d’Abruzzo
Zinfandel ou Primitivo
Muitas vezes vamos encontrar vinhos tintos que recebem a denominação das regiões onde são produzidos.
 
Exemplos:
 
Bordeaux – corte com as varietais clássicas de lá: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, entre outras;
Borgonha – sempre Pinot Noir;
Beaujolais – sempre Gamay;
Chianti, Brunello di Montalcino, Vino Nobile di Montepulciano – diferentes vinhos elaborados a partir da casta Sangiovese ou seus clones;
Barolo, Barbaresco – diferentes vinhos elaborados com a casta Nebbiolo;
Châteauneuf du Pape – corte de até 13 varietais típicas do Vale do Ródano, podendo incluir uvas brancas;
Amarone – corte elaborado com base nas seguintes castas: Corvina, Rondinella e Molinara (pode haver outras), previamente passificadas;
Super Toscanos – vinhos elaborados com a uva Sangiovese cortada com uma casta europeia: Cabernet Sauvignon, Merlot, etc..
 
Alguns raros vinhos tintos doces:
 
Ochio di Pernice; Recioto della Valpolicella; Freisa
 
5 – VINHOS DE SOBREMESA (fortificados)
 
A) FORTIFICADOS TINTOS – vinhos que receberam em algum momento do seu processo de elaboração uma quantidade de aguardente neutra.
 
Porto – é uma denominação protegida. Só pode ser elaborado na região vinícola do Rio Douro com castas específicas.
Banyuls – denominação protegida francesa da região de Roussilon
Maury – denominação específica da cidade homônima
Rasteau – denominação protegida do vale do rio Ródano
 
B) FORTIFICADOS BRANCOS
 
Porto Branco – é seco se comparado ao Tinto
Muscat – os mais famosos são os de Frontignan, Beaumes de Venise e Rivesaltes
 
C) FORTIFICADOS E OXIDADOS – além da adição de aguardente são submetidos a processos como altas temperaturas ou Solera para que fiquem com sabor especial.
 
Jerez ou Sherry
Madeira
Marsala
Moscatel de Setúbal
Vin Santo (este não é fortificado)
Dúvidas ainda?
 
Dica da Semana:  nesta época de altos impostos, nada melhor que uma boa relação custo x benefício.

Guatambu Luar Do Pampa Chardonnay
Coloração esverdeada palha com tons platinados.
Aromas de chá verde, notas frutadas, como abacaxi e melão maduros, sobre um final de flores brancas.
Ao paladar, apresenta-se macio, untuoso, frutado e elegante, com acidez pronunciada, que nos brinda um vinho com intensa fruta, como melão e pera, aliado a um grande frescor.
Perfeito para acompanhar frutos do mar, saladas, bruschettas, queijos de pasta branda e frangos.

10 Conselhos para uma melhor amizade com vinho

Um velho jargão já dizia “Ano novo, vida nova”, geralmente seguido de alguns conselhos ou promessas para ter sucesso a partir da virada do ano. Para não quebrar nenhuma tradição, algo bem supersticioso, vamos iniciar 2015 com uma boa coleção de recomendações, enunciadas pelo excelente enólogo argentino Angel Mendoza, proprietário do Domaine St. Diego, a melhor visita de nossa última viagem à Mendoza. 
 
 Ele nos convida a abandonar alguns mitos sobre a nossa bebida favorita e garante que precisamos continuar explorando outras possibilidades.
 
Faço uma importante ressalva: este texto foi publicado no diário Los Andes em 16 de agosto de 2014, dirigido ao público consumidor argentino. Apenas fiz a tradução, a mais literal possível, mantendo as deliciosas características de sua prosa. Alguns itens, como aquele sobre a temperatura dos vinhos, merecem uma reflexão adicional de nossa parte, não temos no nosso país as mesmas condições climáticas de lá. 
 
 
I – Saborear boas comidas e vinhos é um dos prazeres da vida. “Uma refeição sem vinho é como um dia sem sol”. “O bom vinho é uma deliciosa guloseima que adoça a vida”.
 
 II – Para desfrutar da boa vida e dos vinhos é necessário cultivar os sentidos (visão, olfato, paladar, tato, audição, bom senso) e a curiosidade. O vinho é um maravilhoso mundo de sensações onde se encontra mistério, sofisticação, charme, alegria e surpresa.
 
 III – Para bons vinhos, bons momentos: amigos, amores, filhos, família, triunfos, aniversários, saúde, reuniões sociais, negócios, jantares de gala, restaurantes finos. “O churrasco e as massas no domingo”. “A sede do Verão”. “A reflexão que o inverno convida”, “Nunca sozinho ou solitário”, “A verde esperança da Primavera”, “A Fotocromia do Outono”.
 
 IV – Os milenários benefícios terapêuticos de um bom vinho são redescobertos a cada dia. Uma ou duas taças por refeição prolongam a vida, ou, pelo menos, a tornam mais saudável e feliz.
 
A tragédia do alcoolismo não está escondida nas primeiras taças de uma boa refeição.
 
Quando desejamos saúde ao brindar com o vinho, estamos relembrando o antigo costume de considerá-lo uma bebida saudável e curativa.
 
Embora estudos recentes tenham mostrado que o vinho tinto, consumido diária e moderadamente, reduz o risco de ataques cardíacos, os vinhos brancos e rosados também são saudáveis porque liberam o espírito. Naturalmente, “o bon vivant” sempre começa com um branco para terminar com um tinto.
 
 V – Bons vinhos são parte inseparável da cultura dos povos dominantes do Mediterrâneo. Foi assim que (o vinho) chegou à Argentina e permitiu o desenvolvimento social e econômico desta terra. O vinho surge diferente em cada região. O enoturismo permite descobrir a originalidade desta bebida.
 
Temos que nos preparar, todos os dias, para melhor impressionar cada visitante de nossas vinícolas. O vinho é o melhor embaixador da nossa terra.
 
Os Agrônomos e Enólogos argentinos devem tentar colocar em cada garrafa de vinho uma imagem clara da paisagem (terroir), cultura e identidade das regiões vitivinícolas.
 
Nós nunca bebemos vinhos tão ricos como os de hoje. Mas, certamente, os de amanhã serão melhores.
 
VI – Para apreciar os bons vinhos necessitamos de taças de cristal adequadas ou de vidro claro, transparente, com hastes e formato oval ou de tulipa. Os seus sentidos irão capturar melhor os sedutores estímulos dos vinhos.
 
Para vinhos brancos, taças de menor volume para sempre beber o vinho fresco.
 
Para os vinhos tintos nobres, envelhecidos em madeira e na garrafa, a taça Bordalesa com mais de 300 ml permite uma aeração simultânea liberando o bouquet.
 
Para os espumantes, a sedutora taça flute permite admirar o “perlage”, uma série de bolhas finas que explodem na superfície e liberam os sabores.
 
VII – Aprecie o bom gosto dos vinicultores para engarrafar e rotular seus vinhos. Rótulos são obras de arte que devem corresponder à qualidade do vinho. Você deve perceber isto com os seus sentidos.
 
Junto com cada garrafa se compra a ilusão de um momento especial, como um pôr do sol ao pé da Cordilheira dos Andes ou uma noite romântica. Esta sensação se transmite por meio das imagens; o conteúdo é o toque final.
 
“O bom vinho pode ser comparado com as mulheres honradas: não devem apenas ser, mas demonstrá-lo”.
 
VIII – Seja muito respeitoso e exigente com a temperatura do vinho. As castas brancas resfriadas entre 8 e 12° C. Os tintos encorpados e de guarda a não mais de 18° C. Espumantes bem gelados entre 2 e 6° C, com a taça “flute” gelada no verão.
 
Os vinhos de mesa para o dia a dia, geralmente cortados com suco de uva, devem ser bebidos bem frescos, para matar a sede, entre 8 e 12° C, para que não fiquem muito doces.
 
Na primavera e no verão, para saciar a sede, não hesite em combiná-los com água mineral, ligeiramente gasosa, suco de frutas ou adicionar alguns cubos de gelo. Será uma bebida refrescante muito natural. Mais saudável do que refrigerantes com ácido fosfórico.
 
Também conserve com carinho sua coleção de vinhos de guarda a uma temperatura constante de 12° C.
 
IX – A melhor harmonização entre pratos e vinhos pode estar na cor:
 
Para alimentos de cor clara, vinhos brancos.
 
Para alimentos de coloração escura/vermelha, vinhos tintos.
 
Lembre-se que a prática da desobediência e o gosto pessoal são a base do prazer.
 
X – O melhor vinho é aquele que você gosta. Desafie e recompense o seu bom gosto não esquecendo que:
 
O vinho é uma bebida natural, milenar, saudável e alegre, que gratifica o coração das pessoas quando apreciado com moderação.
 
É uma bebida mágica, sensual e saudável que se renova de geração em geração.
 
É importante também nunca esquecer que é uma bebida elaborada a partir de uvas, não é fabricada. É cultivada no vinhedo, na adega e até na sua venda. Viva com paixão; beba com sabedoria!
 
O contexto cultural do vinho.
 
– A localização dos vinhedos – o sabor das uvas.
 
– A arquitetura das vinícolas.
 
– A paixão dos produtores.
 
– A sedução dos rótulos.
 
– As histórias românticas dos contra rótulos e folhetos.
 
– A linguagem do vinho.
 
– A alegria descontrolada dos amigos com uma segunda taça de vinho.
 
– O calor de uma família reunida em torno de uma mesa de pratos requintados e vinhos solenes.
 
 
Dica da Semana:  quem disse que não se bebem tintos no verão? Experimentem este aqui!
 
Morandé Pionero Pinot Noir 2013
Um vinho fresco e jovem que possui aromas de framboesas e notas de especiarias com toque terroso ao final.
No paladar a acidez é vibrante e os taninos muito delicados.
Siga um dos conselhos de Angel Mendoza e o deguste gelado acompanhando peixes e frutos do mar.
 

Viagem Enogastronômica à Espanha e Portugal – final

Nosso próximo destino nessa jornada era a cidade do Porto, na foz do Rio Douro junto ao Oceano Atlântico. Logo após o café da manhã fizemos o check out e pegamos a bonita estrada que margeia o rio até lá. Um belo passeio, com rápidas paradas para observar a paisagem e as eclusas que permitem a navegação dos grandes barcos de turismo.
 
 
Chegamos ao nosso destino perto da hora do almoço. Após o check in no hotel fomos para o Restaurante Cafeína, onde tivemos uma nada agradável surpresa. Reparem no 1º prato a seguir:
 
 
Óbvio que houve uma saraivada de anedotas. A garçonete afirmou que o dono do restaurante estava arrependido de ter usado este nome, mas o prato era muito saboroso…
 
Para acompanhar os nossos pedidos, todos baseados em peixes ou frutos do mar, escolhemos um delicioso vinho verde, o Soalheiro Alvarinho 2008, que no balanço final de todos os vinhos provados, foi considerado o melhor deles.

 

 
Um verdadeiro clássico, grande frescor, intensidade aromática, boa mineralidade e acidez correta. Perfeita harmonização com os nossos pratos.
 
No dia seguinte seguimos para o último compromisso agendado com uma produtora de vinhos, visitar às caves da Taylor’s, uma das mais respeitadas marcas de Vinho do Porto, seguido de um almoço no seu restaurante, Barão de Fladgate, muito bem localizado e com uma bela vista.
 
Atravessamos a pé a ponte que une as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, onde estão estas famosas “caves”. Lá se respira Vinho do Porto que, a bem da verdade, deveria ser chamado de “Vinho de Vila Nova de Gaia”, o que acaba sendo quase uma piada: muitos afirmam que denominação “Porto” só vingou por ser um nome mais comercial…
 
As fotos falam por si: frota de barcos “Rabelo” que eram usados para transportar, originalmente, o vinho desde o Alto Douro; o cais de Vila Nova com placas indicativas de todas as marcas que existem por ali; degustação gratuita de quatro Portos simplesmente por termos passeado no teleférico.
 
 
A visita é quase uma volta ao passado. Nada é produzido nestes galpões, apenas é um lugar onde o vinho repousa até a hora de ser comercializado. Fomos recebidos na sala de degustação e após uma breve exposição sobre a história desta marca, seguimos para visitar as instalações.
 
 
Nas duas últimas fotos acima destaco, na esquerda, o maior “balseiro” conhecido de Vinho do Porto e na direita a etiqueta de preenchimento de um barril datada de 31/10/2014, véspera de nossa visita. Retornamos à sala de degustação para provar três Portos: Chip Dry, branco extra-seco, Late Bottled Vintage (LBV) e Tawny 10 anos, todos deliciosos.
 
O elegante restaurante fica dentro deste conjunto de prédios e homenageia o fundador da marca, o Barão Fladgate. Nossa mesa, em posição privilegiada, permitia apreciar uma bela vista de Vila Nova e do Porto.
 
 
O extenso cardápio tem ênfase nos saborosos frutos do mar e pratos regionais.
 
 
Para iniciar, abrimos um vinho verde rosé, o Casa do Valle. Honestamente, não correspondeu às nossas expectativas, valeu mais pela curiosidade. O próximo vinho, o Beyra Quartz foi uma escolha mais acertada.
 
 
Um bom branco vinificado pelo enólogo Rui Madeira a partir das castas Síria e Fonte Cal de parreiras com mais de 80 anos. Recebeu nota 16.5/20 do Guia de Vinhos de Portugal. Estupenda refeição!
 
Na manhã seguinte partimos numa preguiçosa viagem até Lisboa, passando por Óbidos e Sintra, onde almoçamos no restaurante típico Curral dos Caprinos. Na capital, fizemos os tradicionais passeios turísticos, com um importante destaque: uma das mais conhecidas lojas de vinhos, a Garrafeira Nacional, afinal, ainda havia espaço nas nossas malas.

 

 
Agradecimentos
 
Esta viagem teve como cúmplices diversos amigos que vivem em Portugal. Foram inúmeras sugestões, infelizmente não houve tempo suficiente para experimentar tudo.
 
Começo pelo meu amigo Maurício Gouveia, de Mirandela, que nos presenteou com garrafas de um excelente vinho, o Tejoneras, que ele representa no Brasil (http://emporiogouveia.com.br/). Foi o nosso guia até Vila Real indicando o excelente restaurante Cais da Villa. (http://www.caisdavilla.com/)
 
O leitor Laureano Santos, de Oeiras, foi outro importante colaborador. Lamento não ter conseguido encontrá-lo, mas conversamos longamente, por telefone, além de trocamos várias mensagens durante a viagem. Teve a paciência de ler os meus roteiros e fazer as correções e ajustes necessários. Por sugestão dele, provamos um vinho da sua região, Conde de Oeiras Vinho de Carcavelos. Qual não foi a nossa surpresa ao descobrir que ele havia participado da colheita da safra degustada?
 
Outra peça importante foi o Duda Zagari que organizou a visita e almoço na Taylor’s bem como sugeriu o passeio de barco até a Quinta do Crasto. Duda mantem uma das mais badaladas lojas de vinho do Rio de Janeiro, a Confraria Carioca (http://www.confrariacarioca.com.br/empresa.php).
 
Por último um agradecimento todo especial ao casal Maria João e José, ela uma amiga de mais de 40 anos que morou aqui no Rio e me cobrava esta visita há um longo tempo. Promessa cumprida! Preparou um saboroso jantar em sua casa, com um belo tinto, Casal da Coelheira Reserva, e um final delicioso com uma visita a uma fábrica dos famosos Pastéis de Nata, quentinhos, saídos do forno por volta das 22h. Só usando um adjetivo incomum: supimpa! Trouxe alguns destes doces para o Rio…
 
A todos vocês, amigos, leitores e associados desta coluna, desejo um feliz natal e um ótimo 2015.

Até lá!

Dica da Semana:  ainda é tempo de comprar um bom espumante para a festa de fim de ano, desta vez, produto nacional.

 
Domno Ponto Nero Brut Rosé
Cor rosada com reflexos brilhantes, perlage de borbulhas finas, delicadas e persistentes.
Aroma fino e delicado com notas de frutas vermelhas como morango e framboesa com toques de especiarias doces. Extremamente equilibrado, de sensação aveludada e boa maciez e cremosidade.
Harmonização: Saladas, pratos frios, peixes, camarão, massas com molhos pouco condimentados e sobremesas não muito doces, a base de frutas vermelhas
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