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O inacreditável preço do vinho no Brasil

Batemos muito nesta tecla, mas nem todos os nossos leitores entendem a importância deste fato. Viajantes, dependendo de seu destino e conhecimento deste mercado, muitas vezes são surpreendidos ao encomendar um vinho na carta de um bom restaurante ou mesmo numa loja especializada: são ridiculamente baratos se comparados aos nossos preços, vinho por vinho. Um amigo e companheiro de excelentes jornadas enológicas, MSB, fez a sugestão que acatei com entusiasmo: por que não fazer uma coluna comparando preços daqui e do exterior.
 
Vamos a ela!
 
Para entender tudo, aqui estão as regras deste jogo:- São 3 grupos de vinhos, cada um com um espumante um branco e um tinto;
 
– Cada grupo representa, hipoteticamente, uma faixa de preço e de qualidade dos vinhos;
– Procuramos por vinhos consagrados no nosso mercado.
– Taxa de conversão usada – 1 USD = R$ 4,00. Todos os preços estão em dólares.
– Os preços apresentados representam a média do que foi anunciado em lojas virtuais e sites de pesquisas.
– O cálculo da variação foi feito entre os preços do país de origem e do Brasil.
 
1 – Vinhos Básicos
 
– Prosecco Dedicato Extra Dry (ITA)
– Santa Rita 120 Sauvignon Blanc (CHI)
– Finca La Linda Malbec (ARG)

 

Tipo   Brasil   EUA   P. Origem   Variação
Esp.
 
11.25
 
14.85
 
5.39
 
209%
Bco.
 
10.40
 
5.00
 
4.20
 
248%
Tto.
 
16.25
 
9.00
 
8.12
 
200%
 

 

1 – Vinhos Médios
 
– Alma Negra Brut Nature (ARG)
– Louis Latour Chablis (FRA)
– Quinta do Crasto Vinhas Velhas (POR)

 

Tipo   Brasil   EUA   P. Origem   Variação
Esp.
 
32.15
 
17.00
 
16.00
 
200%
Bco.
 
41.00
 
24.00
 
19.06
 
215%
Tto.
 
70.00
 
34.00
 
30.00
 
233%

 

 
3 – Vinhos Top
 
– Champagne Veuve Clicquot (FRA)
– Cervaro Della Sala (ITA)
– Caymus Cabrnet Sauvignon 40th anniversary (USA)

 

Tipo   Brasil   EUA   P. Origem   Variação
Esp.
 
87.50
 
24.00
 
43.00
 
203%
Bco.
 
126.00
 
45.00
 
37.00
 
341%
Tto.
 
178.00
 
95.00
 
95.00
 
187%
Comentários finais
 
Está é uma pequena amostra deste universo.
 
Alguns vinhos pesquisados chegaram a ter sobre preços da ordem de 500%, o que consideramos uma distorção.
 
Não incluímos preços de frete, no Brasil.
 
Estas diferenças se devem principalmente a uma abusiva taxação e também à margens gananciosas de alguns importadores.
 
O resultado prático é uma retração deste mercado o que vai prejudicar comerciantes e consumidores.
 
Não pensem que os vinhos nacionais vão se beneficiar disto, acabaram ficando ainda mais caros que os importados, sem falar que não são comparáveis em qualidade (há exceções).
 
Uma pequena amostra: (vinhos de básicos a médios, padrão Brasil)
 
– Tinto – Dal Pizzol Merlot – USD 15.00
– Espumante – Cave Geisse Brut Nature – USD 20.00
– Branco – Salton Virtude Chardonnay – USD 22.50
 
Sem comentários… 

Vinho da Semana: para alegrar um pouco a vida.

 

Diamandes Perlita Chardonnay 2013 – COMPRE AQUI Oferece um delicioso sabor frutado com notas de pêssegos, peras brancas e manga. Bom nível de acidez e frescor. Harmonização: é um vinho bem equilibrado, muito agradável que pode ser servido como aperitivo ou como acompanhamento de entradas e pratos de peixe.

Um concurso italiano, uma cidade de Portugal, um vinho brasileiro premiado

La Selecione del Sindaco, que poderia ser traduzido com A Seleção do Prefeito, é um concurso enológico internacional que tem por objetivo promover empresas e regiões que produzem vinhos de qualidade com denominações DOC, DOCG e IGT, em pequenas quantidades, entre 1000 e 50.000 garrafas. Uma interessante característica é que participam, conjuntamente, as municipalidades e as vinícolas de cada região.
 
 
Patrocinado pela Associazione Nazionale Città del Vino, e pela Recevin (Rede Europeia da Città del Vino), conta com supervisão científica da OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) e a chancela do Ministero per le politiche agricole (Ministério da Agricultura da Itália). A primeira edição foi em 2002 na cidade de Siena e já percorreu a Itália de norte a sul passando por Conegliano (2003), Alba (2004), Roma (2005), Ortona (2006), Monreale (2007), Cividale del Friuli (2008), San Michele all’Adige (2009), Brindisi (2010), Torrecuso (2011), Lamezia Terme (2012), Castelfranco Veneto e Asolo (2013) e Bolzano (2014).
 
Em 2015 foi escolhida a cidade de Oeiras, Portugal como a sede da 14ª edição do evento. O Brasil foi o convidado de honra devido à sua identidade cultural com o povo português e aos fortes laços que nos ligam à Itália, origem de um grande número de imigrantes que ajudaram a moldar o nosso país, principalmente na região sul. Sem eles não teríamos vinhos, com certeza!
 
Para sediar as seções de degustação foi escolhido o Palácio Marquês de Pombal, construído pelo arquiteto húngaro Carlos Mardel, na segunda metade do século XVIII, e que serviu de residência do histórico Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido como Marquês de Pombal e Conde de Oeiras, “pai” do vinho do Porto, por ter demarcado e protegido a região do Douro.
 
Construção de rara beleza, o edifício é conhecido por seus mosaicos e cerâmicas contidos e está rodeado por jardins maravilhosos.
 
 
Foram três participantes brasileiros:
 
– Vinicola Fazenda Santa Rita de Vacaria, RS, (www.vinicolafazendasantarita.com.br) com dois vinhos, o Chardonnay Família Lemos De Almeida e o espumante, Casa Portuguesa Brut Rosé, produzido com um corte de Chardonnay 60% e Pinot Noir 40%.
 
– Vinicola Armando Peterlongo, de Garibaldi, RS (http://www.peterlongo.com.br/pt/introducao/), que trouxe quatro vinhos, dois espumantes, método tradicional, à base de Chardonnay e Pinot Noir e outros dois obtidos pelo método Charmat, um rosé 100% Merlot e outro 100% Pinot Noir.
 
– Cooperativa Vinicola Garibaldi,RS, (http://www.vinicolagaribaldi.com.br/pt/) com três espumantes, um 100% Chardonnay, método clássico, um Moscato (corte de amarelo e branco) e um Prosecco.
 
 
A premiação distribuiu 27 Grandes Medalhas de Ouro, 141 Medalhas de Ouro e 129 Medalhas de Prata, sendo a primeira vez que o número de medalhas de ouro foi maior que as de prata, um resultado que deixou os organizadores extremamente satisfeitos, afinal a busca pela qualidade é o objetivo final.
 
O melhor vinho desta avaliação foi um Ice Wine da Moldávia, mostrando a força dos vinhos doces que ficaram com quatorze Grandes Medalhas. Os tintos receberam onze, os brancos e os rosados receberam uma, cada.
 
A relação completa dos premiados está aqui, para download: (em italiano)
 
O espumante brasileiro, Privillege Peterlongo Brut Rosé – método Charmat, recebeu 87,8 pontos e uma importante Medalha de Ouro, para esta tradicionalíssima vinícola da Serra Gaúcha, uma das poucas no mundo que ainda pode utilizar a denominação Champagne nos seus produtos. Uma pioneira neste segmento que durante muitos anos abasteceu as adegas do Palácio de Buckingham.
 
Este espumante foi elaborado para comemorar os 100 anos da empresa, em 2013: produziu o 1º Champagne brasileiro em 1913 pelas mãos de Manoel Peterlongo.
 
Dica da Semana: não poderia ser outro!
 
Privillege Brut Rosé Peterlongo
 
Elaborado com a variedade Merlot, possui um estilo muito especial, complexo, evidenciando frutas vermelhas.
Harmoniza com carnes brancas no geral, pato, salmão, pratos à base de frango e queijos leves.
Sua produção ficou limitada em 5.700 garrafas o que o torna um vinho difícil de encontrar.
Neste link, há uma relação dos representantes nos estados brasileiros.

Tudo que vocês precisam saber sobre vinhos doces

Um interessante comentário do leitor Antônio Daniel, de Salvador BA, foi o ponto de partida da coluna desta semana. Reproduzo a seguir:
 
“Existem vinhos tintos doces de qualidade ou são todos ruins tal qual os que encontramos em supermercados”?
 
O que chamou a atenção foi o “são todos ruins”, uma quase verdade para o consumidor brasileiro que tem uma razão muito particular: a nossa legislação não faz uma distinção entre um vinho obtido a partir de uvas viníferas e os denominados “vinhos de mesa” que são produzidos com uvas comuns, iguais às que compramos no mercado. Isto ocorre por pressão dos produtores dos vinhos de garrafão que dominam as entidades de classe que têm poder de lobby no congresso. A única distinção, do ponto de vista legal, é “Vinho Fino” e “Vinho de Mesa”.
 
Mesmo sabendo que vamos receber uma quantidade de críticas, volto a afirmar que uma bebida obtida através da fermentação de um suco de uvas comuns NÃO É VINHO! Que arranjem outro nome, por exemplo, “bebida fermentada de uva”, “cerveja de uva”, etc.
 
Vinho, de verdade, tem que ser elaborado com uvas do tipo “vitis vinífera”. Para demonstrar isto de forma cabal só precisamos de um bom dicionário:
 
Vitis: Videira, vite, vinha, vinhal, vinhedo ou parreira (do latim Vitis, L.)
 
Vinífera: que produz vinho.
 
Provavelmente algum leitor mais atento já deve estar curioso sobre as diferenças entre a Vinífera e a comum, conhecida como Labrusca ou uva americana. Existem algumas, mas a que nos interessa é a facilidade em se obter a fermentação de um mosto. As viníferas, se colhidas no ponto certo, fermentam sozinhas. As outras precisam de uma ajuda para iniciar este processo.
 
Como fazem para fermentar a uva comum então?
 
O mais simples é acrescentar açúcar, muita quantidade se o produto final for do tipo suave. Se não conseguirem a cor ou o sabor desejado, seguem acrescentando melado, molho de soja, pipi de gato, vinho velho, tinta de sapato e o que mais tiver à mão. Entenderam porque dá dor de cabeça no dia seguinte?
 
Vinho “suave” é intragável, “rascante” não serve nem para lavar o cachorro.
 
Vamos falar de vinhos doces verdadeiros cuja elaboração é muito mais complexa do que a do vinho seco. Apresentaremos, a seguir, os diferentes métodos utilizados que podem ser focados na concentração da uva para que fique muito doce ou em processos de elaboração na cantina. Uma destas técnicas, a Fortificação, foi abordada na coluna da semana passada. Em todos os casos o produto final é de alta qualidade, a quintessência do vinho.
 
As técnicas, abaixo, enfocam na concentração dos açúcares na uva:
 
1 – Deixar as videiras serem atacadas pela Botrytis Cinerea, a podridão nobre. Isto só é possível quando a temperatura e a umidade estão adequadas. Este fungo extrai líquido das uvas deixando-as extremamente doces, mantendo a acidez que é desejável. O controle deste processo é dificílimo e muito delicado. Alguns dos mais famosos doces são elaborados desta forma;
 
Exemplos: Sauternes, Barsac, Tokaji, Ausbruch, Bonnezeaux, Quarts de Chaume, Coteaux de Layon, Sélection des Grains Nobles, Beerenauslese, Trockenbeerenauslese.
 
2 – Empregar um processo denominado Passerillage, uma espécie de passificação obtida com a uva ainda na videira. Muitos agricultores torcem o caule do cacho, sem rompê-lo. A uva deixa de receber os nutrientes e acaba secando, com alto teor de açúcar;
 
Exemplos: Jurançon, Riesling Australiano do tipo “Cordon Cut”.
 
3 – Colheita Tardia. As uvas são colhidas tardiamente, quando já estão muito maduras. Dependendo da região pode ocorrer a podridão nobre ou a passerillage. Esta técnica é muito empregada nos vinhos da América do Sul.
 
Exemplos: Spätlese, Auslese, Vendange Tardive, Late Harvest, Cosecha Tardia.
 
4 – Passificação. As uvas colhidas são colocadas para secar em esteiras de palha ou caixas de madeira, da mesma forma como se obtém a uva passa que estamos habituados a consumir.
 
Exemplos: Amarone, Vin Santo, Recioto, Pedro Ximénez, Passito.
 
5 – Congelamento. Só é possível em regiões com clima muito frio. As uvas são deixadas nas parreiras durante o inverno. Como o açúcar não congela, ficam extremamente doces. Em regiões de clima mais tropical é possível obter-se este efeito através de criogenia.
 
Exemplos: Eiswein, Icewine.
 
As técnicas seguintes são aplicadas durante ou após a vinificação.
 
6 – Resfriamento e filtragem. Consiste em baixar a temperatura do mosto em fermentação de tal maneira que ela estanca. Em seguida filtra-se o líquido para remover os resíduos da levedura, deixando o açúcar concentrado.
 
Exemplos: Kabinett, Moscato d’Asti, California Blush, Prosecco.
 
7 – Embora seja um tabu, muitas vezes não permitido por lei, a adição de açúcar é comum na elaboração de espumantes. A técnica é chamada de “dosagem” (licor de expedição), sempre aplicada depois da segunda fermentação, com o objetivo de corrigir o açúcar residual ou elaborar um produto final mais doce. Quando um espumante não recebe nenhum açúcar adicional é vendido como “Brut Nature” ou “Zero Dosage”.
 
Não precisamos ser experts para perceber que vinhos doces exigem muito mais trabalho e dedicação para serem elaborados. Por esta razão são muito caros e, quase sempre, vendidos em meia garrafa para terem preços competitivos.
 
Em Setembro de 2011, publicamos uma série de 3 partes sobre os vinhos doces. Bem diferente do texto de hoje, contamos as histórias por trás destas delícias que, definitivamente, adoçam a vida. Para quem ainda não leu, eis os links:
 
 
 
 
Dica da Semana:  um Ice Wine bem brasileiro, o Vinho do Gelo!
 
ICEWINE Pericó (Cabernet Sauvignon)
 
Vinho licoroso elaborado com uvas colhidas maduras e congeladas naturalmente nos vinhedos temperatura de -7,5º C.
 Aroma intenso e muito complexo, com forte presença de frutas como uva passa, figo seco, tâmaras secas, ameixa seca e um discreto aroma de goiaba. No palato é doce, com ótima acidez e persistência. Deve ser consumido entre 9º C a 11ºC.
 Harmonização: sobremesas à base de pêra e frutas secas, queijos azuis Roquefort e Gorgonzola, queijos de fungo branco Brie e Camembert, Foie gras. É um vinho de meditação e portanto pode ser degustado e apreciado sem nenhum outro tipo de alimento.
 Garrafa de 200ml.

Recapitulando sobre os tipos de vinhos

Chamou a nossa atenção uma dúvida comum de alguns leitores sobre a diferença entre Vinho do Porto e Vinho do Douro.
 
Embora este blog sobre vinhos nunca tenha pretendido ser um curso, foi necessário nas primeiras publicações estabelecer uma linguagem comum entre autor e leitores, razão pela qual alguns textos foram considerados como didáticos. Em várias oportunidades mencionamos os diferentes tipos de vinhos que existem no mercado, inclusive os dois que motivaram a dúvida.
 
Faço um convite a todos os leitores que releiam alguns dos meus textos sobre este tema, que foram publicados em 2001. Para ajudar, aqui estão alguns links:
– Espumantes, Brancos, Rosés, Tintos, Doces e Fortificados;
 
 
– Vinhos Fortificados – 1ª parte (a continuação desta série fala do Jerez e do Madeira);
 
Mais recentemente, nas colunas sobre a viagem por Espanha e Portugal, novos conhecimentos podem ser adquiridos.
 
Para a turma que prefere as respostas diretas:
 
Vinhos do Porto são elaborados adicionando-se, durante a fase de fermentação, uma quantidade de aguardente neutra para interromper o processo. Como nem todo o açúcar é convertido em álcool, o produto final tem sabor adocicado e muito agradável, apesar ao alto teor alcoólico. Este processo é a “fortificação”;
 
Vinhos do Douro são os vinhos, não fortificados, produzidos nesta região vinhateira com as castas típicas de Portugal. Todo Vinho do Porto é, em tese, um “Vinho do Douro”, pois somente lá podem ser elaborados. Mas, dentro desta lógica, nem todo Vinho do Douro seria um Porto.
 
No intuito de não deixar mais nenhuma dúvida sobre este tema, apresento, a seguir, uma extensa relação de tipos de vinhos que são produzidos atualmente. Não pretende ser completa, serão citados, apenas, os produtos mais conhecidos.
 
TIPOS DE VINHOS
 
A primeira grande divisão é quase intuitiva: Espumantes; Brancos; Rosés; Tintos e Vinhos de Sobremesa (doces, fortificados, etc.).
 
1 – ESPUMANTES
 
Podem ser vinificados em Branco, Rosé ou Tinto.
 
Denominações habituais:
 
Champagne – tradicional corte de Chardonnay e Pinot Noir, produzido unicamente nesta região demarcada, utilizando o método Tradicional. Somente estes vinhos podem usar a denominação Champagne.
 
Vin Mousseux – literalmente significa “vinho efervescente”. Logo, o Champagne é um vin mousseux, mas nem todo vin mousseux é um Champagne. Existem outros espumantes franceses que são comercializados com denominações diferentes:
 
    Cremant – produzido no Loire, na Borgonha e na Alsácia;
    Blanquet – elaborado na região de Limoux.  

Cava – típico da Espanha, vinificado com uvas locais como Macabeu, Parellada e Xarel-lo.

 
Prosecco – espumante italiano com denominação protegida. Obrigatoriamente elaborado com a casta Glera, antiga Prosecco, proveniente da região do Veneto (Conegliano, Valdobbiadene).
 
Asti – espumante italiano produzido com a casta Moscato. O mais famoso é o Moscato D’Asti, da região de Monferrato.
 
Lambrusco – vinho frisante italiano produzido a partir das seis variedades da casta Lambrusco, conhecidas como Grasparossa, Maestri, Marani, Montericco, Salamino, e Sorbara. Os mais famosos são os da região da Lombardia (Emilia Romana).
 
Brachetto d’Acqui – espumante tinto e adocicado elaborado na região do Piemonte. Similar ao Lambrusco.
 
Sekt – nome alemão para vinho espumante. Geralmente produzido com Riesling, Pinot blanc, Pinot gris e Pinot noir.
 
Quanto ao teor de açúcar variam de Brut (seco) até Doux (doce)
 
2 – VINHOS BRANCOS
 
As castas mais conhecidas são:
 
Albariño ou Alvarinho
Moscato ou Muscat (*)
Antão Vaz
Pinot Blanc
Assyrtiko
Pinot Gris ou Pinot Grigio
Chardonnay
Riesling
Chenin Blanc
Sauvignon Blanc
Fiano
Semillon
Furmint
Sylvaner
Greco di Tufo
Torrontés
Grüner Veltliner
Verdejo
Malvasia
Viognier

(*) mais de 200 variedades 

Muitas vezes vamos encontrar vinhos brancos que recebem a denominação das regiões onde são produzidos.

Exemplos:
 
Sancerre e Pouilly-Fumé, produzidos com Sauvignon Blanc;
Chablis e Montrachet, obtidos com a casta Chardonnay;
Vouvray, elaborado com Chenin Blanc.
 
VINHOS BRANCOS DOCES: praticamente as mesmas castas produzem algum vinho adocicado.
 
As denominações mais conhecidas são:
 
Sauternes (Semillon, Sauvignon Blanc, e Muscadelle);
Tokaji (Furmint, Hárslevelu);
Gewurztraminer;
Riesling com predicados (Kabinet, Spatlese, Auslese, etc.);
Orvieto Abboccato;
Ice Wines (Eiswein);
Muller-Thurgau;
“Late Harvest” ou “Colheita Tardia”.
 
3 – VINHOS ROSÉS 

As mesmas castas usadas para produzir vinhos tintos podem produzir vinhos rosados. Os mais apreciados são:

 
Cabernet Sauvignon Rosé
Cabernet Franc Rosé
Grenache Rosé (Garnacha)
Pinot Noir Rosé
Syrah Rose
Sangiovese Rose
As denominações mais comuns são:
 
Provence Rosé
Loire Rosé
Bandol Rosé
Rose D’Anjou
Exceções:
 
White Zinfandel, White Merlot, Vin Gris e Blush Wine – são rosados.
 
4 – VINHOS TINTOS
 
As castas mais conhecidas são:
 
Aglianico
Mourvédre
Barbera
Nebbiolo
Cabernet Franc
Nero d’Avola
Cabernet Sauvignon
Petit Syrah
Carménère
Petit Verdot
Dolcetto
Pinot Noir
Gamay
Pinotage
Grenache ou Garnacha
Sangiovese
Cannonau
Syrah ou Shiraz
Malbec
Tannat
Mencia
Tempranillo
Merlot
Touriga Nacional
Montepulciano d’Abruzzo
Zinfandel ou Primitivo
Muitas vezes vamos encontrar vinhos tintos que recebem a denominação das regiões onde são produzidos.
 
Exemplos:
 
Bordeaux – corte com as varietais clássicas de lá: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, entre outras;
Borgonha – sempre Pinot Noir;
Beaujolais – sempre Gamay;
Chianti, Brunello di Montalcino, Vino Nobile di Montepulciano – diferentes vinhos elaborados a partir da casta Sangiovese ou seus clones;
Barolo, Barbaresco – diferentes vinhos elaborados com a casta Nebbiolo;
Châteauneuf du Pape – corte de até 13 varietais típicas do Vale do Ródano, podendo incluir uvas brancas;
Amarone – corte elaborado com base nas seguintes castas: Corvina, Rondinella e Molinara (pode haver outras), previamente passificadas;
Super Toscanos – vinhos elaborados com a uva Sangiovese cortada com uma casta europeia: Cabernet Sauvignon, Merlot, etc..
 
Alguns raros vinhos tintos doces:
 
Ochio di Pernice; Recioto della Valpolicella; Freisa
 
5 – VINHOS DE SOBREMESA (fortificados)
 
A) FORTIFICADOS TINTOS – vinhos que receberam em algum momento do seu processo de elaboração uma quantidade de aguardente neutra.
 
Porto – é uma denominação protegida. Só pode ser elaborado na região vinícola do Rio Douro com castas específicas.
Banyuls – denominação protegida francesa da região de Roussilon
Maury – denominação específica da cidade homônima
Rasteau – denominação protegida do vale do rio Ródano
 
B) FORTIFICADOS BRANCOS
 
Porto Branco – é seco se comparado ao Tinto
Muscat – os mais famosos são os de Frontignan, Beaumes de Venise e Rivesaltes
 
C) FORTIFICADOS E OXIDADOS – além da adição de aguardente são submetidos a processos como altas temperaturas ou Solera para que fiquem com sabor especial.
 
Jerez ou Sherry
Madeira
Marsala
Moscatel de Setúbal
Vin Santo (este não é fortificado)
Dúvidas ainda?
 
Dica da Semana:  nesta época de altos impostos, nada melhor que uma boa relação custo x benefício.

Guatambu Luar Do Pampa Chardonnay
Coloração esverdeada palha com tons platinados.
Aromas de chá verde, notas frutadas, como abacaxi e melão maduros, sobre um final de flores brancas.
Ao paladar, apresenta-se macio, untuoso, frutado e elegante, com acidez pronunciada, que nos brinda um vinho com intensa fruta, como melão e pera, aliado a um grande frescor.
Perfeito para acompanhar frutos do mar, saladas, bruschettas, queijos de pasta branda e frangos.

Desafio Vencido!

Participar de uma ou mais confrarias de enófilos é sempre bom, divertido e uma oportunidade de se degustar ótimos vinhos. Mas ser considerado o “especialista” da turma pode ser complicado…
 
Na Confraria da Lagoa, um dos confrades tem a (justa) fama de ser um excelente cozinheiro, um verdadeiro ‘Chef’, como gostamos de brincar. Ele já havia sido intimado, diversas vezes, a produzir o seu prato de referência, uma (con)fusão entre as culinárias Indiana, Baiana e Grega que leva o artístico nome de “Arroz de Afrodite e Iemanjá”, elaborada cocção com camarões, curry e uma infinidade de outros temperos e acompanhamentos cuja combinação ele, sabidamente, guarda a sete chaves.
 
Como seria necessária uma cozinha completa para o nosso mestre cuca desenvolver a sua arte, encontrar um local para este almoço ou jantar era de importância capital, com várias exigências impostas pelos demais confrades: fácil acesso, opções de estacionamento e temperatura amena ou ar refrigerado. Para dificultar um pouco mais esta sonhada reunião, um último complicador: coordenar agendas…
 
Para resolver o problema só mesmo o Papai Noel! Pensando nisto, decidimos fazer o último encontro do ano e trocar os presentes de amigo oculto ao sabor dos quitutes do nosso “piloto de fogão”. Para apimentar ainda mais a reunião, eu e o meu comparsa da coluna, José Paulo, que gentilmente ofereceu a sua mansão para sediar o almoço, fomos desafiados a harmonizar o prato principal. Desafio aceito, sem mais delongas.
 
 
As dificuldades de conciliar os sabores deste prato, particularmente picante, com uma bebida, de modo a não prejudicar nem um nem outro começam com o ingrediente predominante, o “curry”, de origem indiana, que é um condimento composto por diversas especiarias e pimentas. Escolher um vinho para enfrentar esta avalanche de sabores exigiu uma pesquisa detalhada.
 
Primeiro olhamos o ponto de vista cultural. Na gastronomia da Índia o vinho não aparece como um aliado. Boa parte da população, por motivos religiosos, não consome álcool. Ampliamos o campo de buscas. Outras culturas produzem misturas de condimentos semelhantes, com variações nos ingredientes, obtendo currys mais ou menos picantes, intensos ou saborosos. Conseguimos elaborar uma tabela:
 
Curry amarelo – Sauvignon Blanc da Nova Zelândia, bem cítrico, é o preferido. Há a opção do Cabernet Franc para acompanhar camarões ou frango. Para carnes vermelhas a aposta seria um Rioja espanhol.
 
Curry tipo Massamam (leva tamarindo) – Viognier, Vouvray ou até mesmo um Chardonnay nos estilos Chileno ou Australiano.
 
Curry verde (em geral muito forte) – espumante Demi-Sec, Gewurtztraminer ou vinho Rosé.
 
Curry vermelho – Riesling Kabinett, Vinho Verde ou Beaujolais Cru de Broully. 
 
Pad Thay (culinária tailandesa) – Prosecco ou Pinot Noir do Oregon.
 
Caso a preparação usasse leite de coco, uma boa aposta seria o Chardonnay madeirado ao estilo californiano.
 
A base do Arroz de Afrodite era o Curry Amarelo, mas o Chef insinuou que usaria outros condimentos picantes o que me fez arriscar e apostar num Gewurtztraminer Alsaciano. José Paulo optou pela linha mais tradicional e indicou um Chablis, excelente Chardonnay francês. Haveria um prato opcional, Penne ao Gorgonzola, para os de paladar sensível ou para os que não apreciam frutos do mar. Para este, a nossa indicação era um tinto de corpo médio. A sorte estava lançada!
 
Marcado para às 13:00, abrimos os trabalhos com uma rodada de espumantes para “fazer a boca”. Para exercitar o maxilar, pastinhas temperadas, pães diversos, torradas e um belo pedaço de gorgonzola. O problema foi que ninguém fixou um horário para que o almoço fosse servido, deixando a cargo do Chef que decidiu pelas 15:00. Até lá…
 
Sucederam-se as garrafas de espumantes!
 
 
Servidos os pratos e abertos os vinhos a surpresa foi total. O Arroz de Afrodite era tudo que fora prometido, estava simplesmente delicioso. O 1º vinho a ser degustado foi o Alsaciano.
 
Perfeito!
 
Podíamos sentir todos os sabores do curry, dos camarões e os do vinho. Excelente equilíbrio. Harmonização tão completa que surpreendeu inclusive ao Mestre Cuca que não estava muito convencido que daria certo. O caráter muito frutado deste vinho faz com ele se apresente quase adocicado, balanceando corretamente o sabor intenso dos condimentos.
 
 
O segundo branco, o Chablis, também cumpriu muito bem sua função, mas com outra perspectiva. Com uma presença cítrica muito intensa, amenizava o lado picante enquanto realçava os sabores dos frutos do mar. Experiência muito interessante. Desafio vencido!
 
 
Para o prato de massa foi selecionado um Montepulciano D’Abruzzo que caiu como uma luva. Como alternativa havia um Merlot que acabou sendo aberto mais tarde.
 
Para completar o banquete era chegada a hora das sobremesas que, obviamente, seriam acompanhadas por uma plêiade de vinhos de colheita tardia, entre eles um Vin Santo branco além de um Brandy de Jerez e um Cointreau: uma maravilhosa torta de goiabada e Mascarpone, e outra especialidade do Chef, morangos flambados ao Cognac Remy Martin.
 
Um luxo!
 
 
Literalmente a “farra foi completa”, a troca de presentes hilária e a vontade de repetir a experiência o mais breve possível.
 
 
Esta coluna entre em recesso até o ano que vem desejando a todos um ótimo Natal e um feliz 2014.

Dica da Semana:  já pensando no inclemente verão que vem por aí, uma opção diferente e gostosa, um vinho rosé argentino.
 
Carmela Benegas Rosé
Este vinho nasce da primeira sangra dos vinhos de guarda da vinícola.
Com atraente cor rubi, tem aromas de flores (violetas) e perfume de frutas.
No paladar é intenso e refrescante. Os sabores são combinados entre frutas vermelhas. É o que provoca sua grande duração na boca.
Um corte de 50% Cabernet Franc e 50% Petit Verdot
 
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