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Serra Gaucha III

 2º dia, manhã
 
Que tal espumante no café da manhã?
 
Pois foi isto que aconteceu. Por volta das 9:30h já estávamos na porta da vinícola Chandon, filial brasileira da importante Maison Moët & Chandon que hoje pertence ao poderoso grupo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton).
 

 
Fomos recebidos pelo ‘Big Boss’, o respeitado enólogo Philippe Mével, que está radicado em Garibaldi há 20 anos, sendo um quase brasileiro, em suas próprias palavras.
Philippe preparou uma apresentação espetacular, na verdade um seminário sobre espumantes em geral e particularmente sobre o Brasil. Para começar, lembrou-nos que a Maison Chandon tem um nome a zelar.

Imaginem a responsabilidade da filial brasileira que faz parte de um dos mais importantes conglomerados de artigos de luxo. Estão neste mesmo barco, marcas como Christian Dior, DKNY, Fendi, Kenzo e TAG Heuer, entre outras. Entre os espumantes encontramos peso-pesados como Dom Perignon, Krug, Veuve Cliqcot e Moët & Chandon. Dirigir a vinícola brasileira é uma enorme responsabilidade.
 
A Chandon veio para Garibaldi após um estudo que mostrou o bom potencial para uvas de qualidade para elaboração de vinhos espumantes. Além da subsidiária brasileira, existem outras na Argentina, Austrália e Califórnia.
 
Dois pontos são muito importantes na operação daqui:
 
1 – as uvas têm que ser colhidas ligeiramente verdes para proporcionar o grau de acidez desejado no vinho-base.
 
2 – ao contrário da casa matriz, que Philippe faz questão de frisar que se chama Moët e Chandon (nos temos o hábito de falar ‘moëtchandon’), só utilizamos o método Charmat.
 
Existem dois métodos de produção deste tipo de vinho. O tradicional, denominado Champenoise, é quase artesanal e obrigatório na região de Champagne. Todo espumante deve passar por duas fermentações em estágios diferentes de sua elaboração.
 
Esta 2ª fase é que introduz o gás carbônico que acaba por produzir o perlage, as famosas bolinhas. No tradicional, isto se dá dentro das garrafas, numa operação que é intensamente manual, em caves subterrâneas que mantêm a temperatura ideal o ano todo.
 
No Charmat, está fase é feita em sofisticados tanques de aço inoxidável, denominados Autoclaves, com todo o tipo de controles que possamos imaginar. Alta tecnologia.
 
Ao contrário do que seria lógico, o nosso enólogo franco-brasileiro é completamente apaixonado por este segundo método e para provar o ponto de que é possível fazer espumantes de alta qualidade, deu início à degustação técnica dos seis produtos de sua linha. Antes, para esticar as pernas, nos convidou para provar o ‘choppinho da Chandon’, o vinho ainda em fase de fermentação tirado diretamente da autoclave. O espetáculo é visual, uma curiosidade de todos, mas valeu a pena.

 
Para a degustação foram servidos pela ordem:
 
Chandon Reserve Brut – assemblage de Riesiling Itálico, Chardonnay e Pinot Noir, 10g/l de açúcar;
Chandon Brut Rosé – mesmas castas e 14g/l de açúcar;
Excellence Cuvée Prestige – elaborado com Chardonnay e Pinot Noir apenas e 7g/l de açúcar;
Excellence Rosé Cuvée Prestige – idem, 9g/l de açúcar;
Chandon Riche Demi-Sec – mesma composição do Reserve com 35g/l de açúcar;
Chandon Passion – um corte de Pinot Noir, Malvasia de Cândia e Moscato Canelli, também com 35g/l de açúcar.
 
Esta degustação foi muito didática, cada produto foi exaustivamente discutido. Foram elaboradas as fichas técnicas para cada um. Excelente.
 

 
Já passava do meio dia quando fomos convidados para o almoço. Imaginando que iríamos encarar mais uma rodada de Capeletti in Brodo e Galeto, fomos surpreendidos pelo lado gastronômico de Phlippe que preparou uma deliciosa surpresa no Restaurante Valle Rústico, um simpático lugar a poucos quilômetros da vinícola, dirigido pelo competente Chef Rodrigo Bellora. A proposta era uma harmonização total com os 6 espumantes. Vejam o cardápio:
 

 
A pegadinha ficou por conta da questão proposta pelo enólogo: a harmonização estaria correta ou não? Animados debates resultaram.
 

 
Espetacular! Nada mais a comentar.
 
Mais algumas fotos:
 

 

Dica da Semana: um espumante realmente diferente e próprio para terminar um banquete. 

Chandon Passion 
Espumante meio-doce elaborado a partir de um “assemblage” original e ousado das variedades Malvasia Bianca, Malvasia de Cândia, Moscato Canelli e Pinot Noir. Apresenta uma cor levemente salmão, uma espuma abundante com formação de um colarinho bem definido e borbulhas finas, ativas e numerosas.
Os aromas frutados lembram o maracujá, o pêssego, a lichia e o jambo com toques florais de rosas. No paladar, após um ataque de acidez, a maciez do vinho-base e do licor revelam a harmonia e a complexidade deste sutil equilíbrio, com um final intenso de frutas tropicais. Harmoniza com o salmão, as sobremesas e as saladas de frutas tropicais.

 

Nem deu tempo de desfazer as malas!

O próximo destino foi a Serra Gaúcha, com um grupo da ABS do Rio. Foram 5 vinícolas em 3 dias. Uma maratona! Mas valeu a pena, principalmente para observar o cuidado e preocupação que os nossos vinhateiros estão tendo com o seu produto.
 
O vale dos vinhedos é uma área difícil para o cultivo de uvas viníferas, muito úmido e sem o sol ou ventilação adequada que permita, naturalmente, manter uma boa sanidade das plantas. O vinicultor gaúcho trabalha muito no campo e aprendeu, ao longo dos anos, o melhor manejo dos vinhedos. Mas ainda há muito que fazer para chegar ao nível dos nossos vizinhos.
 
Na parte das cantinas, temos as mesmas tecnologias de ponta que qualquer outro produtor do mundo. Grandes investimentos forçaram a troca das dornas de madeira pelos modernos tanques de aço inoxidável. Tradição deu lugar à modernidade de forma implacável. A recompensa foi uma esplêndida melhoria nos nossos vinhos. O caminho é este.
 
Cooperativa Vinícola Aurora
 
Esta empresa é a maior produtora de vinhos do Brasil. Uma enorme cooperativa fundada em 1931 por 16 famílias de imigrantes italianos. Hoje são mais de 1.100 sócios que produzem as uvas que abastecem as unidades da Aurora que elaboram do suco de uva aos vinhos finos e espumantes.Entre os produtos mais conhecidos de sua extensa linha estão o Sangue de Boi,Country Wine e o Keep Cooler. Mas a visita tinha como objetivo conhecer a parte dos vinhos finos, um segmento de mercado em franco crescimento e foco dos mais recentes investimentos da cooperativa.
 
O grupo foi recebido pelo Enólogo André Peres Jr. A visita iniciou com um passeio pelas instalações localizadas no centro de Bento Gonçalves – a cidade cresceu em torno desta vinícola. Foi uma grande oportunidade para ver, lado a lado, modernidade e tradição.
 
 
Seguimos pelos caminhos subterrâneos que atravessam as ruas de Bento e chegamos ao bonito corredor das bandeiras.
 
 
Dali, subimos para a sala de degustação pera iniciar os ‘trabalhos’.
 
 
 
O primeiro vinho servido foi o espumante Aurora Brut Rosé, seguido do Aurora Chardonnay Reserva e do tinto Aurora Merlot Reserva.
 
 
Todas estavam corretos e dentro da proposta de serem vinhos finos para serem consumidos ainda jovens.
 
Encerrada esta 1ª degustação, fomos para o Centro de Tecnologia da Aurora no distrito de Pinto Bandeira, local do almoço. Novas surpresas nos aguardavam!
 
Para começar, um simpático coquetel num caramanchão sobre o lago artificial ali construído e cercado de vinhedos. À nossa disposição, mais espumantes.

O almoço foi servido a poucos passos dali acompanhado de dois vinhos produzidos com as uvas destes vinhedos – ótimos.

Além dos vinhos citados, serviram, ainda, o delicioso Cabernet Sauvignon Millésime, o Pequenas Partilhas Cabernet Franc e um espumante Rosé da uva moscatel que acompanhou a sobremesa.

 

 

Confesso que fiquei muito bem impressionado. Este passeio estava prometendo, literalmente, a Aurora foi ‘Show de Bola’.

Mais algumas imagens para deixar todos com água na boca!

 


Dica da Semana: um vinho da Aurora!

aur9Aurora Pinto Bandeira Chardonnay
O vinho Aurora Chardonnay Pinto Bandeira 2011 é o primeiro com Indicação de Procedência da Vinícola Aurora.  Possui atrativa e límpida cor amarela palha. No aroma, expressa todas as características de um grande Chardonnay: frutado, floral, com leve toque de coco e baunilha proporcionado por uma passagem de três meses em barricas de carvalho. No paladar, a longa persistência e o equilíbrio entre refrescância e cremosidade tornam este vinho agradavelmente complexo e diferenciado.

Outra incrível experiência

Desta vez foi um jantar, mas em outras terras. Como o período de Carnaval, no Rio de Janeiro, transforma a cidade num local quase impossível de se locomover e ter serviços de qualidade optei por uma viajem com o objetivo de descansar e ser bem atendido. Formou-se um grupo, de 14 pessoas, entre elas sete membros de outra confraria a qual pertenço. As perspectivas estavam ficando ótimas.
O destino principal era Buenos Aires, seguido de Punta Del Este. Nove dias de passeio ao todo. Na primeira parada, após várias confabulações e descobrir que nossa primeira opção estava fechada para obras, reservamos mesa para os 14 no restaurante Hernán Gipponi, localizado dentro do Hotel Fierro em Palermo.

Chegamos pontualmente e nos foi apresentado o cardápio: uma proposta de degustação com opções de 5, 7 ou 9 pratos, harmonizados ou não. Optamos pelo menu de 7 passos com a harmonização clássica de 5 vinhos.

Talvez não fosse a melhor opção em termos de custo, mas nos poupou tempo já que não tínhamos que decidir que vinho harmonizava com que. Havia, além disto, outro compromisso agendado para as 23h00min o que nos levou a economizar os ‘debates’, caso contrário, não sobraria tempo para o próximo evento, Tango para variar…

Para começar, foi servido um bom espumante da Patagônia, o Agrestis Rosé. Um pequeno couvert de pães feitos na casa e manteigas aromatizadas distraiam os comensais até a chegada da 1ª entrada: Lagostins.

Estavam deliciosos e na medida certa para o próximo vinho, um classudo Viognier da Escorihuela Gascon. Este mesmo vinho seria o acompanhante para o fabuloso prato seguinte, um ovo cozido a exatos 62º C servido com lulas pequenas, cebolas macias e cinzas de cebola, flutuando num saboroso caldo. Silêncio geral, nosso paladar foi surpreendido de forma inesperada.

Aguardávamos ansiosos os próximos movimentos da cozinha, uma especialidade da Argentina, as Mollejas, ou a glândula Timo. Acompanhava Quinoa, amendoim e mini abobrinhas. Comentários divididos: compararam com o clássico francês ‘Ris-de-Veau’ ou com a receita de outro bom restaurante de Buenos Aires. Prevaleceu a máxima ‘gosto não se discute’. Quem optou por um prato sem carne não reclamou de nada – culinária impecável e serviço a altura. O vinho que acompanhava ainda era um branco, desta vez um bom Chardonnay, o Ruca Malén.

Entra em cena o peixe do dia com purê de batas defumado, erva doce e espinafre. Perfeito, inclusive na harmonização.

Recolhidos os pratos, serviram a ‘pièce de résistance’, um cordeiro acompanhado de queijo provolone, morcela (linguiça com sangue de boi), lentilhas e pimentões, numa apresentação espetacular. O vinho era um delicioso Terrazas Malbec.

Os pimentões, verde e vermelho, foram transformados em delicados cremes, o provolone foi triturado e frito assim como o pequeno pedaço da morcela que foi empanada. A lentilha era apenas cozida e bem temperada. A maior emoção foi com o cordeiro. Apesar da aparência de bem passado, a crosta superior estava bem escura, ele simplesmente se desmanchou ao primeiro contato como garfo. Aplausos efusivos e insistentes pedidos de ‘bis’!

A esta altura do campeonato já não queríamos mais ir embora. Chegou a hora das duas sobremesas, uma à base de melancia, para limpar e refrescar o paladar seguida de outra, um verdadeiro festival de sabores que incluía pistachos, pêssegos, sorvete de framboesa, cacau e chocolate branco, harmonizada com um late harvest de Viognier, o Las Perdices. Sem dúvida nenhuma um Grand Finale!

O melhor fica por último, a conta: com uma polpuda gorjeta, ficou por menos de 500 pesos por pessoa, ou US$ 60.00 que convertidos ao câmbio de hoje resulta em R$ 120,00, com direito a visita do simpático e competente Chef que autografou os cardápios.

Dica da Semana: um vinho que foi dos mais aplaudidos neste jantar e fácil de encontrar por aqui.

Ruca Malen Chardonnay – $

Mendoza – Argentina.
100% Chardonnay.
Cor amarela esverdeada com reflexos dourados. Delicados aromas florais e cítricos, além de um suave toque de caramelo e baunilha.  Em boca tem entrada suave e sedosa. Um vinho fresco e frutado, com ótima acidez. Seu final é elegante e persistente, com toques de frutas secas. Excelente para acompanhar carnes brancas e peixes com molhos cremosos. Também vegetais, massas na manteiga e cremes aromáticos.

Um grande almoço

Uma das confrarias que participo sempre aproveita a data do aniversário de um confrade para organizar uma de suas reuniões. Uma divertida regra faz tudo começar com o pé direito: além de não pagar sua cota na conta, o aniversariante pode indicar o local de sua preferência.
Neste mês de janeiro, o local escolhido foi um simpático restaurante italiano, a Casa do Sardo, localizado em São Cristóvão-RJ. Nunca havia sido feito um encontro por lá, embora 2 confrades já conhecessem a casa. As recomendações eram muito boas, são dois chefes, um Sardo e outro Siciliano, que tocam magistralmente a cozinha. O local é simples, rústico, mas muito confortável. Atendimento de 1ª linha – a equipe foi treinada pelos proprietários nos padrões europeus de qualidade. A grata surpresa é que a casa permite que os clientes levem seus vinhos, nada é cobrado.
Reservamos uma mesa e chegamos pontualmente às 12:30h, dentro do horário previsto para garantir a reserva. E começou a festa!

Enquanto aguardávamos a chegada do nosso Diretor de Gastronomia, encomendamos o antepasto do dia, uma boa tábua de queijos e frios acompanhada por um delicioso pão italiano feito na casa. Abrimos o ‘Vinho da Diretoria’, algo muito especial, só para os madrugadores… Um excelente branco argentino, o Lagrima Canela, um corte de Chardonnay com Semillon elaborado por Walter Bressia. Foi escolhido pelo guia Descorchados 2013 como o melhor branco daquele país.

Com a chegada do responsável pela parte gastronômica, foram selecionadas algumas entradas: carpaccio de tentáculos de polvo com pimenta rosa; mix de bruschettas; presunto Parma. A esta altura, o único branco já havia sido devidamente enxugado. Entramos nos tintos. O primeiro foi o Tribal, um tinto sul-africano, elaborado a partir de uvas viníferas das variedades Pinotage e Pinot Noir. Sua cor é rubi claro, límpido e brilhante, aromas com notas de morango, pimenta do reino e frutas vermelhas. Macio, bom corpo, taninos elegantes e final seco.

Com 9 pessoas presentes, as garrafas secavam rapidamente. Foi a vez do Conti Neri Valpolicella. Com uma coloração vermelha rubi intensa, tendendo a granada. Buquê característico com perfume delicado. Seco com corpo médio. 
Começamos a encomendar os pratos principais. Mesmo sabendo que só haviam tintos, a turma preferiu encomendar frutos do mar, nas diversas variações oferecidas no cardápio. Com poucas exceções, ninguém se importou em harmonizar nada, ou melhor: “partimos para grandes experimentações…”.

A próxima vítima foi o excelente Paulo Laureano DOC Premium, um corte Alentejano de 20% Alicante Bouschet, 40% Aragonez, 40% Trincadeira. Coloração granada intensa apresentando aromas de compotas de frutos negros mesclados com notas de chocolate escuro. Outro excelente vinho. Em termos de aceitação estava ‘empatado’ com o anterior.
Os dois próximos vinhos fizeram o cacife subir bastante. Abrimos o 100% Tempranillo Marqués de Riscal. Um vinho vermelho intenso com borda rosada e aromas inicialmente fechados que rapidamente se abrem revelando frutas maduras, especiarias e toques de carvalho e tostado. No palato, toques de caramelo e tostado típicos desta casta. Houve um momento de silêncio na mesa. A coisa estava séria. A comida foi servida. Tudo estava perfeito. Que me desculpem os conservadores, simplesmente esquecemos até mesmo as mais simples regras de harmonização. Só um adjetivo: delicioso!

Próximo vinho: na abertura do Miguel Escorihuela Gascon um momento de drama: a rolha, com quase 10 anos, se esfarelou e teve que ser empurrada para dentro da garrafa. A equipe do restaurante trouxe um decantador e o vinho foi vertido delicadamente. Pela cor, estava tudo em ordem, o que foi confirmado no palato – excepcional! Este é um dos grandes vinhos argentinos. Coloração rubi muito profunda, com a tonalidade púrpura típica da Malbec. A estrutura tânica, os toques de especiarias da Cabernet e os toques de frutas vermelhas da Syrah complementam em perfeita harmonia a forte personalidade da Malbec, o que torna esse vinho intenso, bastante complexo e muito fácil de beber. Certamente o melhor vinho do almoço.

Como o movimento do restaurante já havia diminuído, recebemos a visita do Chef Silvio Podda que se interessou pelos nossos vinhos, provando alguns e solicitando indicações para sua boa carta. O aniversariante foi agraciado com uma sobremesa.

Já no capítulo final da farra, abrimos o argentino Dignus Malbec, macio e agradável, com aroma fresco de frutos vermelhos e o uruguaio Don Pascual Pinot Noir, redondo, com frutas vermelhas intensas, taninos presentes e aveludados. Outros dois bons vinhos, corretos e ótimos coadjuvantes para o Marqués de Riscal e o Miguel Escorihuela Gascon, escolhidos como os melhores deste encontro.

Para brindar e encerrar, Villaggio Grando Brut, um dos bons espumantes da serra catarinense.
Todos os confrades voltaram para suas residências sem problemas…
Fotos: Pedro Costa e Enoeventos
Dica da Semana: uma proposta: que tal trocar a cerveja do carnaval por um delicioso Rosé?

Languedoc AOC Rosé 2010

Produtor: Hecht & Bannier

País: França/Languedoc-Roussillon

Uva: Syrah (maior parte), Grenache e Cinsault

Este delicioso rosado é saboroso e fresco com muita fruta e um ótimo final de boca. Temperatura de serviço: 13º a 16º

Montepulciano e Trebbiano – duas uvas que causam confusões – I

Uma tinta, outra branca, confusões causadas por homônimos e quem sofre as consequências são os enófilos iniciantes. Para que isto não seja uma pedra no sapato de ninguém, vamos destrinchar este fato.
A uva Montepulciano, cultivada na região de Abruzzo que fica cerca de 80 Km de Roma, produz um vinho com o mesmo nome que é sempre confundido com o Vino Nobili, joia produzida na cidade de Montepulciano que fica no coração da Toscana. A confusão não é sem fundamento, mas o Vino Nobili não é produzido com uva Motepulciano, mas com a Sangiovese e não se planta Montepulciano na Toscana. Confuso!

A especialista Jancis Robinson arrisca um palpite ao sugerir que esta casta surgiu na Toscana e teria a mesma origem (vegetal) que a Sangiovese. Disto resultaria o “imbróglio”, que na verdade é apenas linguístico. Apesar de largamente plantada no sul e centro da Itália praticamente não existe na região norte devido a uma característica: amadurece muito tarde e não vinifica corretamente no norte italiano.
Sendo a segunda uva mais plantada naquele país (ilustração), tem alta produtividade embora tenha pouco sumo em relação à sua pele. A casca é muito rica em taninos e fenóis dando origem a uma coloração bonita e intensa. Os vinhos são muito gentis, fáceis de beber e agradam a todos os gostos.

A principal denominação é a DOC Montepulciano d’Abruzzo, que usa um mínimo de 85% da varietal em seus vinhos. Dentro desta região existe uma DOCG, Coline Teramane, que tem leis mais restritas, exigindo um mínimo de 90%. Além destas duas, são regulamentadas outras 42 regiões onde esta uva pode ser usada na vinificação. Destacam-se as DOC Rosso Piceno e Rosso Cornero, ambas no Marche. O Cerasuolo, que significa vermelho cereja, é um interessante rosé obtido com esta varietal, sua coloração é única.

Principais produtores
O vinho Montepulciano d’Abruzzo é figura fácil em qualquer loja de vinhos ou supermercados. Apesar de ter algum potencial de guarda é um vinho para ser consumido ainda jovem. Alguns produtores se esmeram em aproveitar toda a potencialidade desta casta e são reconhecidos. Dino Illuminati, Valentini e Masciareli são alguns destes nomes:

Illuminati Zanna
O Sr. Dino Illuminati ganhou em 2005 o “Oscar do Vinho” como Melhor Produtor da Itália conferido pela Associação Italiana Sommelier e Bibenda e Duemilavini.
Robert Parker: 91 pts (safra 2006)
Preço: acima de R$ 150,00 (2012)
 

Valentini recebeu o título “La cantina dell´Anno” do Gambero Rosso 2011, título máximo no mundo do vinho italiano. Considerado o melhor produtor de Abruzzo. 94 Pontos – Robert Parker (Safra 2008), 3 “biccheri + ” – Gambero Rosso 2011 (Safra 2008), 5 “grappoli” – Duemilavini 2011 (Safra 2008).
Preço: acima dos R$ 800,00. (2012)

Dica da Semana: escolhemos um Montepulciano do excelente produtor Masciarelli.
 

Masciarelli Montepulciano d’Abruzzo 2009
Delicioso Montepulciano d’Abruzzo, cheio de fruta, aveludado e equilibrado. Um dos melhores exemplares desta Denominação de origem!
Harmonização: Aves, massas, pizzas, risotos, carnes leves.

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