Tag: Rosé (Page 3 of 16)

Os melhores vinhos nacionais da Expovinis 2015

Considerado o principal evento da nossa maior feira de vinhos, o “Top Ten” é um concurso aberto a todos os produtores que desejarem participar, que seleciona os melhores entre as amostras recebidas.
 
A premiação é dividida em 10 categorias, havendo uma distinção entre os vinhos nacionais e os estrangeiros. 
Nesta edição foram analisadas 125 amostras, assim distribuídas:
 
16 Espumantes brasileiros;
 
8 Espumantes importados;
 
15 Vinhos Brancos importados;
 
12 Vinhos Brancos nacionais;
 
10 Vinhos Rosados;
 
18 Vinhos Tintos brasileiros;
 
13 Vinhos tintos do Novo Mundo;
 
11 Vinhos Tintos de Portugal e Espanha;
 
15 Vinhos Tintos de França e Itália;
 
7 Vinhos Fortificados e Doces.
 
A difícil tarefa coube a um júri composto por importantes nomes do cenário enológico atual:
 
Hector Riquelme – Sommelier chileno; Mario Telles Jr – ABS-SP; Beto Gerosa – Blog do Vinho; Celito Guerra – Embrapa; Jorge Carrara – Revista Prazeres da Mesa; José Luis Borges – ABS-SP; José Maria Santana – crítico de vinhos da revista Gosto; José Luiz Paligliari – Senac; Manoel Beato – Sommelier do grupo Fasano; Marcio Pinto – ABS-MG; Ricardo Farias – ABS-RJ e Tiago Locatelli – Sommellier do Varanda Grill.
 
Aqui estão os nossos representantes premiados:
 
Espumante:
 
Aracuri Brut Chardonnay 2014
 
Região: Muitos Capões, Campos de Cima da Serra – RS
 
Uva: 100% Chardonnay, método Charmat
 
Produtor: Aracuri Vinhos Finos (www.aracuri.com.br)
Elegante e refrescante de perlage fina e abundante. No aroma destacam-se as notas de damasco, raspas de limão e pão fresco. O paladar é envolvente e cremoso com acidez cativante.
 
Harmoniza com frutos do mar, peixes em geral, carnes brancas, molhos pouco condimentados, legumes crus e queijos leves.
 
Outras Premiações:
 
– Medalha de Prata – VII Concurso Internacional de Vinhos do Brasil, 2014.
 
– Medalha de Prata – Effervescents du Monde, França, 2013.
 
– Medalha de Prata – Vinus del Bicentenario – Concurso Internacional de Vinos Y Licores, Argentina, 2014.
 
Vinho Branco:
 
 
 
 
Pericó Vigneto Sauvignon Blanc 2014
 
Região: Vale do Pericó, São Joaquim – SC
 
Uva: 100% Sauvignon Blanc
 
Produtor: Vinícola Pericó Ltda (www.vinicolaperico.com.br)
Apresenta coloração amarelo palha brilhante. Aroma complexo, franco e muito intenso com notas de frutas tropicais, (melão, mamão papaia, casca de grapefruit e uma nota discreta de maracujá). Paladar harmônico e muito persistente.
 
Harmoniza com peixes em geral, camarão, crustáceos, culinária oriental, carnes brancas, risotos, comidas leves/picantes, queijos brancos (Brie e Camembert).
 
Outras premiações:
 
Medalha de Prata – 7º Concurso Internacional de Vinhos do Brasil – Edição 2014, Safra 2013;
 
Primeiro lugar na premiação Top Ten – Prêmio Melhores do Vinho, na categoria Branco Nacional – Expovinis 2014, Safra 2013.
 
Vinho Tinto:
 
 
 
Valmarino Ano XVIII Cabernet Franc 2012
 
Região: Pinto Bandeira, RS
 
Uva: 100% Cabernet Franc
 
Produtor: Vinícola Valmarino (www.valmarino.com.br)
Lançado como edição comemorativa dos 18 anos de fundação da Valmarino, apresenta coloração vermelha com tons violáceos, límpido e brilhante. Aroma frutado e complexo aparecendo especiarias (pimenta preta, cravo, café e chocolate) com presença harmônica da madeira. Seu paladar é untuoso, com taninos de qualidade e boa acidez. Corpo e estrutura elegantes.
 
Harmoniza com massas condimentadas, queijos fortes, e vários tipos de carnes incluindo as exóticas e de caça.
 
A seguir, a relação dos vinhos estrangeiros premiados nesta edição:
 
ESPUMANTES IMPORTADO – Georges De La Chapelle Cuvee Nostalgie N/V
 
VINHO BRANCO IMPORTADO – Casas Del Toqui Terroir Selection Sauvignon Blanc 2014
 
VINHO ROSADO – Saint Sidoine Côtes Du Provence Rosé 2014
 
VINHO TINTO, Novo Mundo – Renacer Malbec 2011
 
VINHO TINTO, Espanha e Portugal – Pêra Grave Reserva Tinto 2011
 
VINHO TINTO, Itália e França – Sangervasio A Sirio 2007
 
FORTIFICADOS E DOCES – José Maria da Fonseca Alambre Moscatel de Setúbal 20 Anos
 
Dica da Semana: façam suas escolhas nesta deliciosa lista. Todos saem ganhando!

Hoje, 17/04, é o Dia do Malbec!

Foi nesta data em 1853, que o Presidente da Argentina, Domingo Faustino Sarmiento, encarregou o agrônomo francês Michel Aimé Pouget com a tarefa de trazer uvas da França e aclimatá-las em solo argentino. Era o início da indústria vinícola no país. Entre as espécies estava a Cot, que já existia no vizinho Chile desde 1840.
 
Mas esta história começa muito atrás no tempo, antes mesmo dos vinhos de Bordeaux se tornarem famosos. Na idade média, o principal vinho exportado, principalmente para a Inglaterra, era conhecido como “vinho negro”, elaborado na região de Cahors, sudoeste de França, com uma pequena uva denominada Cot. Esta era a época dos Cavaleiros Templários, que inspirou autores como Alexandre Dumas e seus Três Mosqueteiros: Porthos, Athos e Aramis bebiam este vinho!
 
Esta mesma casta também era plantada em Bordeaux, sendo uma das 6 uvas do corte original que, junto com a Carménère, acabou esquecida por produzir vinhos muito ásperos, duros, a ponto de ganhar o apelido de “Mal Bouche” (boca ruim). Levada para o Chile, foi rebatizada como Malbec, talvez uma corruptela do pejorativo apelido francês.
 
Embora 1853 seja o ano creditado como o que a Malbec chegou à Argentina vinda do Chile pelas mãos de Pouget, já existiam algumas experiências de cultivo de uvas bordalesas, entre elas uma denominada “uva francesa” que seria a mesma Malbec. Curiosamente, para os agricultores daquela época esta cepa parecia nativa, tal a perfeição de sua adaptação ao solo desértico da região de Mendoza.
 
Muita coisa aconteceu desde então até o Malbec ser a força que é hoje. Existe uma tipicidade única neste varietal argentino que o faz um dos vinhos mais importantes do cenário da vitivinícola internacional. Alguns autores chegam a comparar a região de Mendoza com suas contrapartes francesas: Bordeaux e Borgonha, principalmente pela qualidade e originalidade do que é produzido.
 
Apesar de não ser uma casta exclusiva, hoje está plantada na Califórnia; África do Sul; Chile; França e Brasil, foi no país vizinho que ela alcançou os melhores resultados, a tal ponto que muitos enólogos de última geração ainda não sabem qual o potencial máximo desta cepa, seja como varietal, seja num dos belíssimos cortes produzidos por lá.
 
A Malbec percorreu um longo caminho até hoje e seu incontestável sucesso se deve a várias pessoas que começam pela dupla Nicolas Catena e Paul Hobbs, sem dúvida os pioneiros do moderno vinho elaborado com esta uva.
 
Outros importantes especialistas estrangeiros têm influenciado, positivamente, os rumos do vinho argentino: Michel Roland, Roberto Cipresso e Alberto Antonini. Suas ideias e interpretações das possibilidades desta cepa formaram gerações de excelentes enólogos argentinos que já se destacam no cenário internacional: Roberto de la Mota (Mendel), Alejandro Vigil (Catena), Pepe Galante (Salentein), Daniel Py (Trapiche), Marcelo Pelleriti (Monteviejo), Mariano di Paola (Rutini), Walter Bressia (Bressia), Jorge Riccitelli (Norton), Sebastián Zuccardi (Zuccardi), Alejandro Sejanovich (Manos Negras e Tinto Negro), Matías Riccitelli (Fabre Montmayou e sua própria vinícola), David Bonomi (Norton), Edy del Popolo (Per Se) e os irmãos Michelini (Zorzal e Passionate).
 
Há muito que celebrar. Além de Mendoza, outras regiões se destacam como a Patagônia e Salta, além de novas experiências que estão sendo realizadas, com muito sucesso, em Neuquen (Familia Schroeder), La Rioja (Collovati) e La Pampa (Bodega Del Desierto), esta conduzida por ninguém menos que Hobbs.
 
Parabéns!
 
Dica da Semana:  são 3 vinhos, um para cada bolso. Não deixem de comemorar com um deles.
 
Alamos Malbec
Sem dúvida um dos melhores achados em vinhos de extraordinária relação qualidade x preço, o Alamos Malbec é uma verdadeira unanimidade.
Ele tem um estilo elegante e sofisticado, bem francês para Jancis Robinson, é sempre um Best Value para a Wine Spectator e é considerado um excellent value por Parker, que o descreve como expressivo, fresco, com adorável amplitude, textura sedosa e um final de boca estruturado e cheio de taninos.
Harmoniza com carnes vermelhas, churrasco, hamburger, massas.

Pulenta Estate Malbec
Excelente Malbec da renomada vinícola Argentina Pulenta Estate. Aromas concentrados de frutas vermelhas com belíssimas notas de baunilha.
Na boca, frutas negras como mirtillo, ameixa e amoras silvestres. Final de boca intenso e persistente.
Harmoniza com Picanha invertida recheada com linguiça.

 

Cobos Malbec 2009
De cor bordô profunda e intensa, exala aromas de groselha e frutas vermelhas maduras.
Estruturado e volumoso, com taninos muito redondos e elegância na boca.
Harmoniza com espaguete a bolonhesa, pizza marguerita e pratos à base de molhos vermelhos.
Recebeu 96 pontos de Parker

Onde você se encaixa?

Quando falamos de vinhos sempre aparece alguma forma de classificação. A primeira e mais intuitiva é mencionar a cor: tinto, branco ou rosé. Outras classes podem ser menos intuitivas, como Velho x Novo Mundo, ou vinhos de cada país produtor e mais uma interminável série que inclui até mesmo o “gosto ou não gosto”, que seria, provavelmente, o primeiro ponto de cruzamento de informações entre apreciadores e sua bebida predileta.
 
O próximo passo é começar a classificar os enófilos. Não são tantas as possibilidades, mas uma delas faz uma interessante divisão: os que apreciam um bom vinho pelo prazer que isto proporciona e os que degustam o vinho em busca de uma “experiência” única. São dois patamares bem distantes um do outro apesar de uma superposição inevitável, em ambos os casos há a busca pela satisfação.
 
As diferenças começam na compra dos vinhos. No primeiro caso, não há uma preocupação com rótulos, no sentido mais objetivo da palavra. A meta é encontrar uma boa relação custo x benefício. A graça toda está em descobrir algo delicioso e quase desconhecido. Os que se enquadram neste grupo são considerados como aventureiros, desbravadores, que nem sempre encontram o pote de ouro no final do arco íris. Mas a “busca” sempre vale a pena, algo como fazer o Caminho de Santiago de Compostela.
 
O segundo grupo pode ser chamado dos que “escolhem com sabedoria”. O principal objetivo é degustar aquela garrafa icônica, rara e cara. Para isto dar certo é preciso que o lastro financeiro seja grande, pois pode sair muito caro. A compra destes vinhos é feita de maneira bem diversa da forma como o outro grupo opera. 
 
Estamos falando de leilões, visitas às grandes vinícolas do mundo e até mesmo em compras consorciadas. Para tudo dar certo, um bom conhecimento do terreno onde se vai caminhar é muito importante e um trabalho de pesquisa e informação deve ser elaborado com muita atenção antes da compra final. É nesta área que proliferam as mais diversas falsificações que vão desde um rótulo famoso retirado de uma garrafa original e colado num vinho qualquer até elaboradas preparações com um envelhecimento artificial de envases, rótulos e rolhas capazes de ludibriar o melhor dos especialistas.
 
Uma das bíblias de cabeceira dos enófilos deste grupo é um interessante guia de bolso organizado por Hugh Johnson, o mais popular crítico e autor inglês sobre vinhos, com diversos livros publicados em todo o mundo. Este guia, atualizado anualmente, tem como objetivo principal informar ao leitor quando um vinho está pronto para ser degustado. Em segundo plano, informa o quanto ele agradou ao autor através de um simples sistemas de “*”, com um máximo de 4.
 
 
O livro é organizado por países produtores e dentro de cada divisão, estão as sub-regiões, os produtores e os vinhos, separados por safras. Na edição de 2015 são contemplados cerca de 6.000 vinhos. Uma série de informações acompanham as avaliações o que transforma este livrinho numa relevante fonte de consulta. Vale a pena manusear o compêndio e apreciar como ele se utiliza das safras, muito desmitificadas em uma de nossas colunas semanais. Aqui o bom uso desta informação é a alma do negócio.
 
Numa recente comemoração, o amigo M.A.R. nos convidou para um jantar acompanhado de dois excelentes vinhos, escolhidos criteriosamente no guia de Hugh Johnson, com as 4 estrelinhas na cor vermelha, símbolo de que o vinho foi particularmente apreciado pelo autor.
 
O branco foi o Dönnhoff Felsenberg 2010, um Riesling alemão da região do Nahe classificado como um “fora de série”.
 
O tinto selecionado foi o Montille Volnay Les Champans 2006, um maravilhoso Pinot da Borgonha da região de Cote d’Or, que não ficou devendo nada ao 1º vinho. Uma experiência quase transcendental, emoldurada pela excelente cozinha de um dos bons restaurantes cariocas.
 
 
Vinhos escolhidos com sabedoria e conhecimento e degustados com um máximo de prazer.
 
Onde vocês se encaixam?
 
Dica da Semana:  para não deixar ninguém com água na boca. Embora seja 1 ano mais novo, recebeu o mesmo OK! de Hugh Johnson.
 
Hermann Dönnhoff Riesling Fruchtige QbA 2011
 
Palha cristalino de média intensidade.
O nariz mostra sensuais notas de cítricos confitados e mel emergindo de uma afirmativa base mineral.
Em boca mostra um delicioso balanço entre os açúcares residuais e a gulosa acidez.
Camarões ao molho cremoso de curry e gengibre; Peixes de rio grelhados, servidos com gratin de batatas; Sashimi de salmão defumado.
 

Tudo que vocês precisam saber sobre vinhos doces

Um interessante comentário do leitor Antônio Daniel, de Salvador BA, foi o ponto de partida da coluna desta semana. Reproduzo a seguir:
 
“Existem vinhos tintos doces de qualidade ou são todos ruins tal qual os que encontramos em supermercados”?
 
O que chamou a atenção foi o “são todos ruins”, uma quase verdade para o consumidor brasileiro que tem uma razão muito particular: a nossa legislação não faz uma distinção entre um vinho obtido a partir de uvas viníferas e os denominados “vinhos de mesa” que são produzidos com uvas comuns, iguais às que compramos no mercado. Isto ocorre por pressão dos produtores dos vinhos de garrafão que dominam as entidades de classe que têm poder de lobby no congresso. A única distinção, do ponto de vista legal, é “Vinho Fino” e “Vinho de Mesa”.
 
Mesmo sabendo que vamos receber uma quantidade de críticas, volto a afirmar que uma bebida obtida através da fermentação de um suco de uvas comuns NÃO É VINHO! Que arranjem outro nome, por exemplo, “bebida fermentada de uva”, “cerveja de uva”, etc.
 
Vinho, de verdade, tem que ser elaborado com uvas do tipo “vitis vinífera”. Para demonstrar isto de forma cabal só precisamos de um bom dicionário:
 
Vitis: Videira, vite, vinha, vinhal, vinhedo ou parreira (do latim Vitis, L.)
 
Vinífera: que produz vinho.
 
Provavelmente algum leitor mais atento já deve estar curioso sobre as diferenças entre a Vinífera e a comum, conhecida como Labrusca ou uva americana. Existem algumas, mas a que nos interessa é a facilidade em se obter a fermentação de um mosto. As viníferas, se colhidas no ponto certo, fermentam sozinhas. As outras precisam de uma ajuda para iniciar este processo.
 
Como fazem para fermentar a uva comum então?
 
O mais simples é acrescentar açúcar, muita quantidade se o produto final for do tipo suave. Se não conseguirem a cor ou o sabor desejado, seguem acrescentando melado, molho de soja, pipi de gato, vinho velho, tinta de sapato e o que mais tiver à mão. Entenderam porque dá dor de cabeça no dia seguinte?
 
Vinho “suave” é intragável, “rascante” não serve nem para lavar o cachorro.
 
Vamos falar de vinhos doces verdadeiros cuja elaboração é muito mais complexa do que a do vinho seco. Apresentaremos, a seguir, os diferentes métodos utilizados que podem ser focados na concentração da uva para que fique muito doce ou em processos de elaboração na cantina. Uma destas técnicas, a Fortificação, foi abordada na coluna da semana passada. Em todos os casos o produto final é de alta qualidade, a quintessência do vinho.
 
As técnicas, abaixo, enfocam na concentração dos açúcares na uva:
 
1 – Deixar as videiras serem atacadas pela Botrytis Cinerea, a podridão nobre. Isto só é possível quando a temperatura e a umidade estão adequadas. Este fungo extrai líquido das uvas deixando-as extremamente doces, mantendo a acidez que é desejável. O controle deste processo é dificílimo e muito delicado. Alguns dos mais famosos doces são elaborados desta forma;
 
Exemplos: Sauternes, Barsac, Tokaji, Ausbruch, Bonnezeaux, Quarts de Chaume, Coteaux de Layon, Sélection des Grains Nobles, Beerenauslese, Trockenbeerenauslese.
 
2 – Empregar um processo denominado Passerillage, uma espécie de passificação obtida com a uva ainda na videira. Muitos agricultores torcem o caule do cacho, sem rompê-lo. A uva deixa de receber os nutrientes e acaba secando, com alto teor de açúcar;
 
Exemplos: Jurançon, Riesling Australiano do tipo “Cordon Cut”.
 
3 – Colheita Tardia. As uvas são colhidas tardiamente, quando já estão muito maduras. Dependendo da região pode ocorrer a podridão nobre ou a passerillage. Esta técnica é muito empregada nos vinhos da América do Sul.
 
Exemplos: Spätlese, Auslese, Vendange Tardive, Late Harvest, Cosecha Tardia.
 
4 – Passificação. As uvas colhidas são colocadas para secar em esteiras de palha ou caixas de madeira, da mesma forma como se obtém a uva passa que estamos habituados a consumir.
 
Exemplos: Amarone, Vin Santo, Recioto, Pedro Ximénez, Passito.
 
5 – Congelamento. Só é possível em regiões com clima muito frio. As uvas são deixadas nas parreiras durante o inverno. Como o açúcar não congela, ficam extremamente doces. Em regiões de clima mais tropical é possível obter-se este efeito através de criogenia.
 
Exemplos: Eiswein, Icewine.
 
As técnicas seguintes são aplicadas durante ou após a vinificação.
 
6 – Resfriamento e filtragem. Consiste em baixar a temperatura do mosto em fermentação de tal maneira que ela estanca. Em seguida filtra-se o líquido para remover os resíduos da levedura, deixando o açúcar concentrado.
 
Exemplos: Kabinett, Moscato d’Asti, California Blush, Prosecco.
 
7 – Embora seja um tabu, muitas vezes não permitido por lei, a adição de açúcar é comum na elaboração de espumantes. A técnica é chamada de “dosagem” (licor de expedição), sempre aplicada depois da segunda fermentação, com o objetivo de corrigir o açúcar residual ou elaborar um produto final mais doce. Quando um espumante não recebe nenhum açúcar adicional é vendido como “Brut Nature” ou “Zero Dosage”.
 
Não precisamos ser experts para perceber que vinhos doces exigem muito mais trabalho e dedicação para serem elaborados. Por esta razão são muito caros e, quase sempre, vendidos em meia garrafa para terem preços competitivos.
 
Em Setembro de 2011, publicamos uma série de 3 partes sobre os vinhos doces. Bem diferente do texto de hoje, contamos as histórias por trás destas delícias que, definitivamente, adoçam a vida. Para quem ainda não leu, eis os links:
 
 
 
 
Dica da Semana:  um Ice Wine bem brasileiro, o Vinho do Gelo!
 
ICEWINE Pericó (Cabernet Sauvignon)
 
Vinho licoroso elaborado com uvas colhidas maduras e congeladas naturalmente nos vinhedos temperatura de -7,5º C.
 Aroma intenso e muito complexo, com forte presença de frutas como uva passa, figo seco, tâmaras secas, ameixa seca e um discreto aroma de goiaba. No palato é doce, com ótima acidez e persistência. Deve ser consumido entre 9º C a 11ºC.
 Harmonização: sobremesas à base de pêra e frutas secas, queijos azuis Roquefort e Gorgonzola, queijos de fungo branco Brie e Camembert, Foie gras. É um vinho de meditação e portanto pode ser degustado e apreciado sem nenhum outro tipo de alimento.
 Garrafa de 200ml.

Recapitulando sobre os tipos de vinhos

Chamou a nossa atenção uma dúvida comum de alguns leitores sobre a diferença entre Vinho do Porto e Vinho do Douro.
 
Embora este blog sobre vinhos nunca tenha pretendido ser um curso, foi necessário nas primeiras publicações estabelecer uma linguagem comum entre autor e leitores, razão pela qual alguns textos foram considerados como didáticos. Em várias oportunidades mencionamos os diferentes tipos de vinhos que existem no mercado, inclusive os dois que motivaram a dúvida.
 
Faço um convite a todos os leitores que releiam alguns dos meus textos sobre este tema, que foram publicados em 2001. Para ajudar, aqui estão alguns links:
– Espumantes, Brancos, Rosés, Tintos, Doces e Fortificados;
 
 
– Vinhos Fortificados – 1ª parte (a continuação desta série fala do Jerez e do Madeira);
 
Mais recentemente, nas colunas sobre a viagem por Espanha e Portugal, novos conhecimentos podem ser adquiridos.
 
Para a turma que prefere as respostas diretas:
 
Vinhos do Porto são elaborados adicionando-se, durante a fase de fermentação, uma quantidade de aguardente neutra para interromper o processo. Como nem todo o açúcar é convertido em álcool, o produto final tem sabor adocicado e muito agradável, apesar ao alto teor alcoólico. Este processo é a “fortificação”;
 
Vinhos do Douro são os vinhos, não fortificados, produzidos nesta região vinhateira com as castas típicas de Portugal. Todo Vinho do Porto é, em tese, um “Vinho do Douro”, pois somente lá podem ser elaborados. Mas, dentro desta lógica, nem todo Vinho do Douro seria um Porto.
 
No intuito de não deixar mais nenhuma dúvida sobre este tema, apresento, a seguir, uma extensa relação de tipos de vinhos que são produzidos atualmente. Não pretende ser completa, serão citados, apenas, os produtos mais conhecidos.
 
TIPOS DE VINHOS
 
A primeira grande divisão é quase intuitiva: Espumantes; Brancos; Rosés; Tintos e Vinhos de Sobremesa (doces, fortificados, etc.).
 
1 – ESPUMANTES
 
Podem ser vinificados em Branco, Rosé ou Tinto.
 
Denominações habituais:
 
Champagne – tradicional corte de Chardonnay e Pinot Noir, produzido unicamente nesta região demarcada, utilizando o método Tradicional. Somente estes vinhos podem usar a denominação Champagne.
 
Vin Mousseux – literalmente significa “vinho efervescente”. Logo, o Champagne é um vin mousseux, mas nem todo vin mousseux é um Champagne. Existem outros espumantes franceses que são comercializados com denominações diferentes:
 
    Cremant – produzido no Loire, na Borgonha e na Alsácia;
    Blanquet – elaborado na região de Limoux.  

Cava – típico da Espanha, vinificado com uvas locais como Macabeu, Parellada e Xarel-lo.

 
Prosecco – espumante italiano com denominação protegida. Obrigatoriamente elaborado com a casta Glera, antiga Prosecco, proveniente da região do Veneto (Conegliano, Valdobbiadene).
 
Asti – espumante italiano produzido com a casta Moscato. O mais famoso é o Moscato D’Asti, da região de Monferrato.
 
Lambrusco – vinho frisante italiano produzido a partir das seis variedades da casta Lambrusco, conhecidas como Grasparossa, Maestri, Marani, Montericco, Salamino, e Sorbara. Os mais famosos são os da região da Lombardia (Emilia Romana).
 
Brachetto d’Acqui – espumante tinto e adocicado elaborado na região do Piemonte. Similar ao Lambrusco.
 
Sekt – nome alemão para vinho espumante. Geralmente produzido com Riesling, Pinot blanc, Pinot gris e Pinot noir.
 
Quanto ao teor de açúcar variam de Brut (seco) até Doux (doce)
 
2 – VINHOS BRANCOS
 
As castas mais conhecidas são:
 
Albariño ou Alvarinho
Moscato ou Muscat (*)
Antão Vaz
Pinot Blanc
Assyrtiko
Pinot Gris ou Pinot Grigio
Chardonnay
Riesling
Chenin Blanc
Sauvignon Blanc
Fiano
Semillon
Furmint
Sylvaner
Greco di Tufo
Torrontés
Grüner Veltliner
Verdejo
Malvasia
Viognier

(*) mais de 200 variedades 

Muitas vezes vamos encontrar vinhos brancos que recebem a denominação das regiões onde são produzidos.

Exemplos:
 
Sancerre e Pouilly-Fumé, produzidos com Sauvignon Blanc;
Chablis e Montrachet, obtidos com a casta Chardonnay;
Vouvray, elaborado com Chenin Blanc.
 
VINHOS BRANCOS DOCES: praticamente as mesmas castas produzem algum vinho adocicado.
 
As denominações mais conhecidas são:
 
Sauternes (Semillon, Sauvignon Blanc, e Muscadelle);
Tokaji (Furmint, Hárslevelu);
Gewurztraminer;
Riesling com predicados (Kabinet, Spatlese, Auslese, etc.);
Orvieto Abboccato;
Ice Wines (Eiswein);
Muller-Thurgau;
“Late Harvest” ou “Colheita Tardia”.
 
3 – VINHOS ROSÉS 

As mesmas castas usadas para produzir vinhos tintos podem produzir vinhos rosados. Os mais apreciados são:

 
Cabernet Sauvignon Rosé
Cabernet Franc Rosé
Grenache Rosé (Garnacha)
Pinot Noir Rosé
Syrah Rose
Sangiovese Rose
As denominações mais comuns são:
 
Provence Rosé
Loire Rosé
Bandol Rosé
Rose D’Anjou
Exceções:
 
White Zinfandel, White Merlot, Vin Gris e Blush Wine – são rosados.
 
4 – VINHOS TINTOS
 
As castas mais conhecidas são:
 
Aglianico
Mourvédre
Barbera
Nebbiolo
Cabernet Franc
Nero d’Avola
Cabernet Sauvignon
Petit Syrah
Carménère
Petit Verdot
Dolcetto
Pinot Noir
Gamay
Pinotage
Grenache ou Garnacha
Sangiovese
Cannonau
Syrah ou Shiraz
Malbec
Tannat
Mencia
Tempranillo
Merlot
Touriga Nacional
Montepulciano d’Abruzzo
Zinfandel ou Primitivo
Muitas vezes vamos encontrar vinhos tintos que recebem a denominação das regiões onde são produzidos.
 
Exemplos:
 
Bordeaux – corte com as varietais clássicas de lá: Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, entre outras;
Borgonha – sempre Pinot Noir;
Beaujolais – sempre Gamay;
Chianti, Brunello di Montalcino, Vino Nobile di Montepulciano – diferentes vinhos elaborados a partir da casta Sangiovese ou seus clones;
Barolo, Barbaresco – diferentes vinhos elaborados com a casta Nebbiolo;
Châteauneuf du Pape – corte de até 13 varietais típicas do Vale do Ródano, podendo incluir uvas brancas;
Amarone – corte elaborado com base nas seguintes castas: Corvina, Rondinella e Molinara (pode haver outras), previamente passificadas;
Super Toscanos – vinhos elaborados com a uva Sangiovese cortada com uma casta europeia: Cabernet Sauvignon, Merlot, etc..
 
Alguns raros vinhos tintos doces:
 
Ochio di Pernice; Recioto della Valpolicella; Freisa
 
5 – VINHOS DE SOBREMESA (fortificados)
 
A) FORTIFICADOS TINTOS – vinhos que receberam em algum momento do seu processo de elaboração uma quantidade de aguardente neutra.
 
Porto – é uma denominação protegida. Só pode ser elaborado na região vinícola do Rio Douro com castas específicas.
Banyuls – denominação protegida francesa da região de Roussilon
Maury – denominação específica da cidade homônima
Rasteau – denominação protegida do vale do rio Ródano
 
B) FORTIFICADOS BRANCOS
 
Porto Branco – é seco se comparado ao Tinto
Muscat – os mais famosos são os de Frontignan, Beaumes de Venise e Rivesaltes
 
C) FORTIFICADOS E OXIDADOS – além da adição de aguardente são submetidos a processos como altas temperaturas ou Solera para que fiquem com sabor especial.
 
Jerez ou Sherry
Madeira
Marsala
Moscatel de Setúbal
Vin Santo (este não é fortificado)
Dúvidas ainda?
 
Dica da Semana:  nesta época de altos impostos, nada melhor que uma boa relação custo x benefício.

Guatambu Luar Do Pampa Chardonnay
Coloração esverdeada palha com tons platinados.
Aromas de chá verde, notas frutadas, como abacaxi e melão maduros, sobre um final de flores brancas.
Ao paladar, apresenta-se macio, untuoso, frutado e elegante, com acidez pronunciada, que nos brinda um vinho com intensa fruta, como melão e pera, aliado a um grande frescor.
Perfeito para acompanhar frutos do mar, saladas, bruschettas, queijos de pasta branda e frangos.

« Older posts Newer posts »

© 2024 O Boletim do Vinho

Theme by Anders NorenUp ↑