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Viagem Enogastronômica à Espanha e Portugal – final

Nosso próximo destino nessa jornada era a cidade do Porto, na foz do Rio Douro junto ao Oceano Atlântico. Logo após o café da manhã fizemos o check out e pegamos a bonita estrada que margeia o rio até lá. Um belo passeio, com rápidas paradas para observar a paisagem e as eclusas que permitem a navegação dos grandes barcos de turismo.
 
 
Chegamos ao nosso destino perto da hora do almoço. Após o check in no hotel fomos para o Restaurante Cafeína, onde tivemos uma nada agradável surpresa. Reparem no 1º prato a seguir:
 
 
Óbvio que houve uma saraivada de anedotas. A garçonete afirmou que o dono do restaurante estava arrependido de ter usado este nome, mas o prato era muito saboroso…
 
Para acompanhar os nossos pedidos, todos baseados em peixes ou frutos do mar, escolhemos um delicioso vinho verde, o Soalheiro Alvarinho 2008, que no balanço final de todos os vinhos provados, foi considerado o melhor deles.

 

 
Um verdadeiro clássico, grande frescor, intensidade aromática, boa mineralidade e acidez correta. Perfeita harmonização com os nossos pratos.
 
No dia seguinte seguimos para o último compromisso agendado com uma produtora de vinhos, visitar às caves da Taylor’s, uma das mais respeitadas marcas de Vinho do Porto, seguido de um almoço no seu restaurante, Barão de Fladgate, muito bem localizado e com uma bela vista.
 
Atravessamos a pé a ponte que une as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, onde estão estas famosas “caves”. Lá se respira Vinho do Porto que, a bem da verdade, deveria ser chamado de “Vinho de Vila Nova de Gaia”, o que acaba sendo quase uma piada: muitos afirmam que denominação “Porto” só vingou por ser um nome mais comercial…
 
As fotos falam por si: frota de barcos “Rabelo” que eram usados para transportar, originalmente, o vinho desde o Alto Douro; o cais de Vila Nova com placas indicativas de todas as marcas que existem por ali; degustação gratuita de quatro Portos simplesmente por termos passeado no teleférico.
 
 
A visita é quase uma volta ao passado. Nada é produzido nestes galpões, apenas é um lugar onde o vinho repousa até a hora de ser comercializado. Fomos recebidos na sala de degustação e após uma breve exposição sobre a história desta marca, seguimos para visitar as instalações.
 
 
Nas duas últimas fotos acima destaco, na esquerda, o maior “balseiro” conhecido de Vinho do Porto e na direita a etiqueta de preenchimento de um barril datada de 31/10/2014, véspera de nossa visita. Retornamos à sala de degustação para provar três Portos: Chip Dry, branco extra-seco, Late Bottled Vintage (LBV) e Tawny 10 anos, todos deliciosos.
 
O elegante restaurante fica dentro deste conjunto de prédios e homenageia o fundador da marca, o Barão Fladgate. Nossa mesa, em posição privilegiada, permitia apreciar uma bela vista de Vila Nova e do Porto.
 
 
O extenso cardápio tem ênfase nos saborosos frutos do mar e pratos regionais.
 
 
Para iniciar, abrimos um vinho verde rosé, o Casa do Valle. Honestamente, não correspondeu às nossas expectativas, valeu mais pela curiosidade. O próximo vinho, o Beyra Quartz foi uma escolha mais acertada.
 
 
Um bom branco vinificado pelo enólogo Rui Madeira a partir das castas Síria e Fonte Cal de parreiras com mais de 80 anos. Recebeu nota 16.5/20 do Guia de Vinhos de Portugal. Estupenda refeição!
 
Na manhã seguinte partimos numa preguiçosa viagem até Lisboa, passando por Óbidos e Sintra, onde almoçamos no restaurante típico Curral dos Caprinos. Na capital, fizemos os tradicionais passeios turísticos, com um importante destaque: uma das mais conhecidas lojas de vinhos, a Garrafeira Nacional, afinal, ainda havia espaço nas nossas malas.

 

 
Agradecimentos
 
Esta viagem teve como cúmplices diversos amigos que vivem em Portugal. Foram inúmeras sugestões, infelizmente não houve tempo suficiente para experimentar tudo.
 
Começo pelo meu amigo Maurício Gouveia, de Mirandela, que nos presenteou com garrafas de um excelente vinho, o Tejoneras, que ele representa no Brasil (http://emporiogouveia.com.br/). Foi o nosso guia até Vila Real indicando o excelente restaurante Cais da Villa. (http://www.caisdavilla.com/)
 
O leitor Laureano Santos, de Oeiras, foi outro importante colaborador. Lamento não ter conseguido encontrá-lo, mas conversamos longamente, por telefone, além de trocamos várias mensagens durante a viagem. Teve a paciência de ler os meus roteiros e fazer as correções e ajustes necessários. Por sugestão dele, provamos um vinho da sua região, Conde de Oeiras Vinho de Carcavelos. Qual não foi a nossa surpresa ao descobrir que ele havia participado da colheita da safra degustada?
 
Outra peça importante foi o Duda Zagari que organizou a visita e almoço na Taylor’s bem como sugeriu o passeio de barco até a Quinta do Crasto. Duda mantem uma das mais badaladas lojas de vinho do Rio de Janeiro, a Confraria Carioca (http://www.confrariacarioca.com.br/empresa.php).
 
Por último um agradecimento todo especial ao casal Maria João e José, ela uma amiga de mais de 40 anos que morou aqui no Rio e me cobrava esta visita há um longo tempo. Promessa cumprida! Preparou um saboroso jantar em sua casa, com um belo tinto, Casal da Coelheira Reserva, e um final delicioso com uma visita a uma fábrica dos famosos Pastéis de Nata, quentinhos, saídos do forno por volta das 22h. Só usando um adjetivo incomum: supimpa! Trouxe alguns destes doces para o Rio…
 
A todos vocês, amigos, leitores e associados desta coluna, desejo um feliz natal e um ótimo 2015.

Até lá!

Dica da Semana:  ainda é tempo de comprar um bom espumante para a festa de fim de ano, desta vez, produto nacional.

 
Domno Ponto Nero Brut Rosé
Cor rosada com reflexos brilhantes, perlage de borbulhas finas, delicadas e persistentes.
Aroma fino e delicado com notas de frutas vermelhas como morango e framboesa com toques de especiarias doces. Extremamente equilibrado, de sensação aveludada e boa maciez e cremosidade.
Harmonização: Saladas, pratos frios, peixes, camarão, massas com molhos pouco condimentados e sobremesas não muito doces, a base de frutas vermelhas

Viagem Enogastronômica à Espanha e Portugal – I

Mais uma grande aventura, desta vez em terras do Velho Mundo. O principal objetivo era conhecer a região do Douro, Portugal, onde é produzido o famoso vinho do Porto e também alguns dos melhores vinhos de alta gama deste tradicional país produtor. Aproveitamos a oportunidade para experimentar a sempre sofisticada gastronomia espanhola e alguns de seus vinhos icônicos.
 
Nosso roteiro começou por Madrid onde ficamos um par de dias. Depois, a bordo de um confortável automóvel, passeamos por Ávila, Salamanca, Pinhão, Vila Real, Peso da Régua, Porto, Óbidos, Sintra e Lisboa. Foram 10 dias e muito chão. Visitamos algumas Quintas no Alto Douro onde conhecemos pessoas encantadoras, restaurantes deliciosos e vinhos espetaculares.
 
Ao contrário de outros relatos das nossas viagens, este será mais focado no aspecto enogastronômico. Começamos pela nossa estadia em Madrid.
 
O Restaurante Estay
 
 
Com um estilo que se intitula “Pinchos & Vinos” procura unir a ideia das Tapas, pequenos bocados, com alta gastronomia. Um ambiente muito acolhedor e confortável com um cardápio para se pedir todas as opções e passar longas horas desfrutando boa comida e bons vinhos.
 
 
Para acompanhar a diversidade de pequenas porções escolhidas (Queso puro de Oveja, Jamón Bellota, Crepe de Txangurro, etc.) selecionamos uma ótima Cava, a Juve y Camps Rose Brut de Pinot Noir, que harmonizou corretamente.
 
Este produtor já recebeu diversos prêmios por suas Cavas, talvez as melhores do país. A ilustração a seguir mostra as medalhas ou notas deste espumante.
 
 
Na nossa segunda e última noite na capital espanhola fomos nos divertir na tradicional Bodega de La Ardosa, uma casa fundada em 1892. Um ambiente que nos leva de volta no tempo. Oferece um cardápio das mais tradicionais tapas e uma seleção de bebidas que passeiam desde a boa cerveja até um vermute tirado diretamente do barril, como se fosse o nosso Chopp.
 
 
Na manhã seguinte partimos para Salamanca.
 
Bar Tapas 2.0, Salamanca
 
Este foi o local escolhido para o almoço na chegada a esta cidade universitária, cheia de história. Muito interessante ser chamado de “Gastrotasca”, praticamente um bar de rua, sem nenhuma pretensão. Mas tudo que nos foi servido estava delicioso. Para acompanhar um grande vinho: Predicador!
 
 
Elaborado por Benjamin Romeo, autor do consagrado Contador (100 pts Parker), este vinho, embora jovem (2012) já mostrava excelentes qualidades. Um corte de 94% de Tempranillo e 6% de Garnacha, que estagiou por 15 meses em barricas de carvalho francês de 1º uso.
 
O nome é uma homenagem ao eterno personagem de Clint Eastwood, “The Preacher”, reparem no chapéu do rótulo. Excelente vinho.
 
Restaurante El Monje, Salamanca
 
Para a despedida, jantamos num dos melhores da cidade. Ambiente elegantíssimo, comida refinada e uma carta de vinhos que nos deixou cheio de dúvidas sobre qual escolher. Decidimos pelo Abadia Retuerta Selecion Especial 2009, um clássico da região de Castilla e Leon (Sardon del Duero). A safra de 2001 foi considerada a melhor do mundo no International Wine Challenge de 2005. Um delicioso e complexo corte de 75% Tempranillo, 15% Cabernet Sauvignon e 10% Syrah que estagiou por 16 meses em barricas de carvalho francês e americano.
 
 
Plagiando o lema da vinícola: “um trabalho bem feito”. Ficou perfeito com os pratos pedidos, inclusive com o meu polvo, acreditem.
 
 
Próxima parada: Pinhão, no coração do Douro, Portugal.
 
Dica da Semana:  o irmão menor do melhor vinho degustado na Espanha.
 
Abadia Retuerta Rívola 2009
60% Tempranillo, 40% Cabernet Sauvignon
Cor cereja intenso, lágrima densa e transparente.
No nariz, se mostra apurado, com aromas complexos: morango, café, alcaçuz, pimenta negra, cacau.
Na boca, é redondo, frutado muita fruta roxa, barrica, caramelo e toque mineral.
Robert Parker: 88 pontos
 
 
 

Rótulos diferentes, estranhos e engraçados

Não há como negar: alguma vez compramos uma garrafa de vinho apenas porque gostamos do seu rótulo ou nome.
A função desta etiqueta colada na garrafa é esta mesmo, atrair o olhar do comprador, além de cumprir exigências legais de cada país produtor. Existem dezenas de escritórios de design especializados nesta tarefa. Não é uma escolha simples, muitas vezes o rótulo ou o que está nele define o caráter do vinho ou o do produtor que o elaborou. Mas alguns produtos transcendem estas regras básicas e elaboram verdadeiras joias, algumas com histórias fascinantes.

Uma delas é bem conhecida nossa, o famoso vinho da Concha y Toro “Casillero del Diablo”. Reza a lenda que o fundador desta importante vinícola, Don Melchor Concha y Toro se deu conta que estava sendo roubado por seus próprios empregados: à noite, entravam na cave e levavam os melhores vinhos que ali estavam repousando, justamente aqueles reservados para o patrão.

Em vez de colocar alarmes ou soltar cães ferozes, decidiu espalhar um boato que a adega subterrânea era a “câmara do diabo” (tradução de Casillero de Diablo), a morada de Belzebu, e quem acessasse aquele covil estaria condenado ao inferno. Funcionou.

Hoje em dia uma imagem de um diabinho saúda os visitantes que vão conhecer este local.

Outro rótulo curioso que já foi mencionado numa coluna anterior foi o “Le Cigarre Volant” ou “O Disco Voador”. O bem humorado produtor norte americano Randall Graham, um especialista nas castas típicas do Vale do Ródano, decidiu fazer uma fina gozação com uma lei francesa que proíbe o pouso de discos voadores nos vinhedos daquela região. Apesar da brincadeira, o vinho é delicioso.

Este outro rótulo diferente vem da França. Um produtor indignado com a falta de respeito dos legisladores com a casta Jurançon Noir, da região de Cahors, que não acataram um pedido de Denominação de Origem, se vingou colocando no rótulo do seu bom vinho toda a sua indignação, raiva e decepção:

A tradução literal seria “Vocês F*** Meu vinho” (este blog é familiar…). O prejuízo para o produtor com a falta da AOC (denominação de origem) é ter que vender seu produto como “de mesa”. Na França são os vinhos de qualidade inferior. Mas a piada é boa!

Um dos rótulos mais estranhos da Austrália é o “Dead Arm Shiraz” do famoso produtor D’Aremberg.

A tradução literal seria “Braço Morto”, uma referência a uma forte contusão no ombro que tem como consequência deixar o braço sem ação. Mas há uma interessante pegadinha: esta mesma expressão é usada para designar uma doença da videira. Parte dela fica morta e toda a energia da planta acaba sendo concentrada na parte que sobrevive. Este vinho é produzido com os cachos obtidos unicamente nas parreiras atacadas por esta doença. Um vinho único. Deste mesmo produtor vamos encontrar outros nomes estranhos como “Money Spider” (aranha do dinheiro) e “Twenty-Eight Road” (Rodovia 28).

A Nova Zelândia também tem seu rótulo esquisito: “Cat’s Pee on a Gooseberry Bush” ou “Xixi de Gato num Pé de Groselha”, um ótimo Sauvignon Blanc da região de Marlborough, reconhecida como o melhor terroir para esta casta. Por trás da história deste rótulo, muita ironia.

Surpreendidos pela qualidade e pelos diferentes aromas e sabores destes clássicos neozelandeses, os críticos adotaram algumas expressões bem deselegantes para defini-los em comparação com vinhos do Loire: “sweaty armpits” (axílas suadas); “freshly cut grass” (grama recém-cortada), entre outras.

A vinícola Coopers Creek percebeu uma oportunidade e capitalizou em cima destas expressões: apoderou-se de um bordão da respeitada crítica inglesa Jancis Robinson (cat’s pee) e batizou o seu vinho. Um dos presentes favoritos em festinhas de escritório…

Para terminar uma história que vem da Hungria e tem um curioso final brasileiro.

Durante a invasão conduzida pelo Sultão Suleimão o Magnífico, em 1552, os soldados que defendiam o Castelo de Eger eram motivados com uma deliciosa comida e grandes quantidades de um vinho tinto que bebiam constantemente. Durante os ataques do exército turco, os húngaros defendiam suas posições com bravura e ferocidade incomuns.

Para explicar tal disposição, corria um rumor entre os soldados turcos que os húngaros misturavam o vinho com sangue de touro. Esta seria a única explicação possível para tanta disposição em defender o Castelo. Cansados, os turcos desistiram do ataque e se retiraram. Vitória para os Húngaros!
O vinho foi batizado como “Egri Bikaver” (Sangue do Touro de Egri) numa bela homenagem.

Aqui no Brasil, embora não exista a lenda, temos uma bebida homônima, vendida como vinho embora seja produzido a partir de uvas comuns. Um campeão de vendas…

Homenagem, referência ou apenas uma coincidência?

Dica da Semana: já pensando nas festas de fim de ano um bom espumante para começar o estoque.

Cave Pericó Espumante Brut

Para a elaboração deste espumante Brut foram utilizadas as cepas Cabernet Sauvignon (60%) e Merlot(40%).
Apresenta uma coloração amarelo palha. Seu aroma é fino e delicado com notas de frutas brancas, pêra e maçã verde.
Em boca tem ótima acidez e equilíbrio, com boa cremosidade, muito persistente e com retro-olfato agradável e frutado.

Vinhos Laranja

Mais uma denominação?
 
Tintos, Rosés, Brancos, Espumantes, Doces, Fortificados e Laranjas?
 
Tem laranja neste vinho?
 
Resposta única para as três questões: Não!
 
Uma nova tendência apenas, capitaneada por inquietos e criativos enólogos que não param de buscar novos caminhos. O Vinho Laranja é um branco que foi vinificado como um tinto.
 
Para refrescar a memória dos leitores, vinhos brancos eram obtidos a partir da fermentação do suco das uvas, sem as cascas, sementes ou engaços, ao contrário dos tintos onde a presença da pele escura é necessária para garantir cor, taninos e outras características. (o suco da uva é sempre de cor clara, quase incolor…)
 
Quando se vinifica brancos desta forma obtém-se uma simbiose de algumas características desejáveis além de uma cor belíssima. Vejam a foto:
 
 
São bebidas extremamente gastronômicas devido a taninos marcantes, teor alcoólico elevado, acidez moderada e alguma mineralidade. Caso tenham passado por madeira, ganham notas típicas dos vinhos que amadureceram em carvalho.
 
As primeiras experiências nesta linha forma feitas na Eslovênia e na Itália com técnicas adaptadas das antigas vinificações em ânforas de barro ou em recipientes de madeira. Atualmente estão experimentados com os tanques de concreto em formato oval com ótimos resultados.
 
Na Argentina, Matias Michelini em sua Passionte Wine produz um delicioso Torrontés denominado “Brutal” com este recurso. Uma experiência diferente, mas não é um vinho fácil de encontrar, mesmo lá. Trata-se de um experimento, um projeto pessoal.
 
Apresentamos abaixo uma lista dos “Laranjas” mais conhecidos:
 
Itália:
 
Gravner Amfora Ribolla Gialla 2005 (Venezia Giulia)
 
Gravner Breg 2006 (Venezia Giulia)
 
Vodopivec Classica Vitovska 2006 (Venezia Giulia)
 
Eslovênia:
 
Movia Veliko 2007 (Brda)
 
Edi Simcic Sauvignon 2010 (Goriška Brda)
 
Simsic Teodor Belo Selekcija 2008 (Goriška Brda)
 
Kabaj 2006 Amfora (Goriška Brda)
 
Geórgia:
 
Alaverdi Monastery Cellar Qvevri 2010 (Kakheti)
 
Pheasant’s Tears Amber Rkatsiteli 2009 (Kakheti)
 
América do Norte:
 
Channing Daughters Meditazione 2009 (Long Island)
 
Alguns destes rótulos estão à venda no Brasil, mas não são baratos.

Dica da Semana:  Por aqui também temos o nosso vinho laranja.
 
Era dos Ventos Peverella 2010
 
Um toque tipicamente picante ao paladar faz jus ao nome desta uva, pois Peverella significa “pimenta”.
De cor dourada encantadora, é fruto de uma elaboração com mínima intervenção e longo tempo de maceração da uva com a casca.
Com um pouco mais de tempo, vai revelando aromas cítricos, toques minerais e florais e, claro, a típica pimenta.
Rico, amarelado, untuoso, uma verdadeira experiência única.

10 Anos do Camarão Magro (50 encontros!)

Meu comparsa de coluna, José Paulo Gils, é um verdadeiro homem dos mil instrumentos. Além de ser um dos diretores da ABS do Rio de Janeiro é o atual presidente da tradicional e atuante Confraria do Camarão Magro, cargo de muita importância, pois cabe a ele organizar os encontros, o que significa escolher o restaurante, discutir o cardápio, selecionar e comprar os vinhos, resumir a ficha técnica de cada um, elaborar os convites e cobrar dos participantes.
 
Esta comemoração dos 10 anos ou 50 encontros teria que ser muito especial: os confrades são exigentes e não escondem a insatisfação se tudo não estiver dentro dos padrões. É muita responsabilidade! Parte dela foi dividida comigo, embora não seja um dos confrades, quando me encarregou de escrever esta coluna comemorativa.
 
Agora, um pouco de história – texto de Trajano Viana, um dos fundadores:
 
“Ao final do Curso realizado na Associação Brasileira de Sommelliers – ABS – no Rio de Janeiro, durante a degustação de vinhos no término da aula, alguns dos participantes sugeriram fazer uma comemoração de “formatura”. Após alguma conversa, com a participação do nosso instrutor Kawasaki, foi acertado que seria um almoço. Sugeri o Restaurante Marius, em Charitas, Niterói, com frutos do mar e vinhos brancos. A sugestão foi aceita e fiquei encarregado de organizar o encontro.
Assim, após contato com o Sommelier do Restaurante e feita a reserva, na terça-feira, dia 13 de abril de 2004, às 13 horas, o pequeno grupo se reuniu, “sem hora para sair”. Estavam presentes: Aguinaldo Aldighieri, Benedito Mendonça, Carlos Cabral, Edgar Kawasaki, Rodrigo Mota, Trajano Viana e William Souza.
 
O almoço transcorria maravilhosamente, apesar do pouco conhecimento pessoal entre os participantes. A boa mesa – inesquecíveis frutos do mar, preparados à moda da casa ou conforme solicitássemos e os bons vinhos, levados pelo Rodrigo – unia o grupo.
 
Em dado momento, nosso instrutor Kawasaki, que já nos havia brindado com muitas informações, falou que o grupo estava muito bom e que poderia se reunir periodicamente, como uma confraria. O grupo se animou, surgiram vários comentários, e Kawasaki disse: “Só falta o nome para a confraria”. Nesse momento eu lidava no meu prato com uns grandes e lindos camarões ao bafo e, sem muito pensar, falei: “Confraria do Camarão Magro”!
 
Kawasaki imediatamente falou: “É um bom nome”. Eu logo argumentei que deveríamos ouvir sugestões dos outros, mas ele falou que “o primeiro nome é o que fica”. Assim nasceu a “Confraria do Camarão Magro”. Fui eleito o primeiro Presidente da Confraria e já fiquei encarregado de organizar nosso próximo encontro”.
 
 
Atualmente o Camarão Magro conta com 39 confrades, a maioria de assíduos, o que faz esta confraria ser realmente especial. Com característica itinerante, já visitaram alguns dos melhores restaurantes do Rio de Janeiro e adjacências.
 
 
Escolher bem o local para esta singular comemoração era o ponto mais sensível, nada poderia dar errado: decidiram pela Enoteca DOC que fica na Rua Marechal Floriano, 32, no centro da cidade, capitaneada pelo simpático e competente Fabio Soares.
 
Vejam o que ele e José Paulo prepararam:
 
BOAS-VINDAS
Pães Especiais e Acepipes.
 
Espumante: FRANCIACORTA LE MARCHESINE D.O.C.G. ROSÈ BRUT – MILLESIMATO (Método clássico, Chardonnay 50%, Pino Nero 50%, Teor alcoólico: 12,5%)
 
PRIMEIRO PRATO
Cherne com Arroz de Polvo.
 
Vinho Branco: ANDREZA GRAN RESERVA (Viosinho, Verdelho, Rabigato, Arinto, Pedernã, Teor Alcoólico: 14%).
 
PRATO PRINCIPAL
Ragu de Javali com Nhoque de Batata Baroa.
 
Vinho Tinto: I BALZINI BLACK LABEL (Cabernet Sauvignon, Sangiovese e Merlot, Teor alcóolico: 14%)
 
SOBREMESA
Mousse de Chocolate 70% Cacau ou Brownie de Chocolate ou Pannacotta com Caldas de Frutas Vermelhas
 
Vinho: VAN ZELLERS PORTO 10 ANOS TAWNY (Teor Alcoólico: 20%)
 
 
O violino de Evandro Marendaz animou o encontro convidando os casais para uma improvisada pista de dança, criando um clima agradável e propício para este tipo de celebração.
 
 
Ainda dentro da programação, o mestre Kawasaki comentou as harmonizações, aumentando as expectativas de todos, que foram plenamente satisfeitas.
 
 
Excelente encontro. A Confraria do Camarão Magro é um exemplo a ser seguido. Na foto abaixo alguns dos participantes desta reunião:
 
 
Alice, Ângela e Agnaldo, Anna e Daniel, Antônio Dantas, Cristina e William, Denise e Bené, Eliane e Luiz Carlos, Heloisa e José Flávio, Emília Leandro, Grace e Simioni, Liane Rangel, Lígia Peçanha, Maria e Kawasaki, Maria Ilda, Mercedes e José Paulo, Michel, Maria da Glória.
 
As fotos e legendas foram feitas por Anna Roberta e Grace.
 
Dica da Semana:  um dos excelentes vinhos servidos nesta festa.
 

I Balzini Black Label

Produtor: Azienda Agrícola I Balzani (Itália – Toscana)
Castas: Cabernet Sauvignon, Sangiovese e Merlot
Vinho de cor rubi intenso com reflexos violáceos. Possui aroma de frutas silvestres e frutas vermelhas, violeta, especiarias, baunilha, couro, café e chocolate. No paladar é seco, encorpado, muito intenso, com ótima acidez, taninos finos, final de grande complexidade e longa persistência.

Harmonização: carnes em geral, carnes de caça, massas com molhos estruturados.

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