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Mais uma grande aventura, desta vez em terras do Velho Mundo. O principal objetivo era conhecer a região do Douro, Portugal, onde é produzido o famoso vinho do Porto e também alguns dos melhores vinhos de alta gama deste tradicional país produtor. Aproveitamos a oportunidade para experimentar a sempre sofisticada gastronomia espanhola e alguns de seus vinhos icônicos.
Nosso roteiro começou por Madrid onde ficamos um par de dias. Depois, a bordo de um confortável automóvel, passeamos por Ávila, Salamanca, Pinhão, Vila Real, Peso da Régua, Porto, Óbidos, Sintra e Lisboa. Foram 10 dias e muito chão. Visitamos algumas Quintas no Alto Douro onde conhecemos pessoas encantadoras, restaurantes deliciosos e vinhos espetaculares.
Ao contrário de outros relatos das nossas viagens, este será mais focado no aspecto enogastronômico. Começamos pela nossa estadia em Madrid.
O Restaurante Estay
Com um estilo que se intitula “Pinchos & Vinos” procura unir a ideia das Tapas, pequenos bocados, com alta gastronomia. Um ambiente muito acolhedor e confortável com um cardápio para se pedir todas as opções e passar longas horas desfrutando boa comida e bons vinhos.
Para acompanhar a diversidade de pequenas porções escolhidas (Queso puro de Oveja, Jamón Bellota, Crepe de Txangurro, etc.) selecionamos uma ótima Cava, a Juve y Camps Rose Brut de Pinot Noir, que harmonizou corretamente.
Este produtor já recebeu diversos prêmios por suas Cavas, talvez as melhores do país. A ilustração a seguir mostra as medalhas ou notas deste espumante.
Na nossa segunda e última noite na capital espanhola fomos nos divertir na tradicional Bodega de La Ardosa, uma casa fundada em 1892. Um ambiente que nos leva de volta no tempo. Oferece um cardápio das mais tradicionais tapas e uma seleção de bebidas que passeiam desde a boa cerveja até um vermute tirado diretamente do barril, como se fosse o nosso Chopp.
Na manhã seguinte partimos para Salamanca.
Bar Tapas 2.0, Salamanca
Este foi o local escolhido para o almoço na chegada a esta cidade universitária, cheia de história. Muito interessante ser chamado de “Gastrotasca”, praticamente um bar de rua, sem nenhuma pretensão. Mas tudo que nos foi servido estava delicioso. Para acompanhar um grande vinho: Predicador!
Elaborado por Benjamin Romeo, autor do consagrado Contador (100 pts Parker), este vinho, embora jovem (2012) já mostrava excelentes qualidades. Um corte de 94% de Tempranillo e 6% de Garnacha, que estagiou por 15 meses em barricas de carvalho francês de 1º uso.
O nome é uma homenagem ao eterno personagem de Clint Eastwood, “The Preacher”, reparem no chapéu do rótulo. Excelente vinho.
Restaurante El Monje, Salamanca
Para a despedida, jantamos num dos melhores da cidade. Ambiente elegantíssimo, comida refinada e uma carta de vinhos que nos deixou cheio de dúvidas sobre qual escolher. Decidimos pelo Abadia Retuerta Selecion Especial 2009, um clássico da região de Castilla e Leon (Sardon del Duero). A safra de 2001 foi considerada a melhor do mundo no International Wine Challenge de 2005. Um delicioso e complexo corte de 75% Tempranillo, 15% Cabernet Sauvignon e 10% Syrah que estagiou por 16 meses em barricas de carvalho francês e americano.
Plagiando o lema da vinícola: “um trabalho bem feito”. Ficou perfeito com os pratos pedidos, inclusive com o meu polvo, acreditem.
Próxima parada: Pinhão, no coração do Douro, Portugal.
Dica da Semana: o irmão menor do melhor vinho degustado na Espanha.
Abadia Retuerta Rívola 2009
60% Tempranillo, 40% Cabernet Sauvignon
Cor cereja intenso, lágrima densa e transparente.
No nariz, se mostra apurado, com aromas complexos: morango, café, alcaçuz, pimenta negra, cacau.
Na boca, é redondo, frutado muita fruta roxa, barrica, caramelo e toque mineral.
Robert Parker: 88 pontos
Mais um mito, moderno, aceito por enófilos apaixonados. Este foi criado pelo fabricante de taças de cristal Riedel, em 1973.
Claus Riedel, em busca de aumentar o volume de vendas, desenvolveu uma linha de taças denominada Sommelier com 10 modelos diferentes, projetados de acordo com o caráter de determinados vinhos. Nascia a ideia das taças específicas. Atualmente o seu sucessor na empresa, Georg Riedel, se encarrega de manter viva esta ideia, viajando o mundo com uma interessante apresentação midiática que causa grande impacto: uma degustação feita nestas taças exclusivas. Quem já participou sai convencido que elas melhoram o vinho…
Grandes nomes endossam esta afirmação, entre eles Robert Parker: “O efeito que a taça exerce sobre um vinho fino é profundo”; ou o crítico francês Michael Bettane: “as taças de Riedel permitem que apreciemos os melhores vinhos do mundo com todas as suas nuances de aromas e sabores”.
Mas nem todo o mundo se convenceu disto e alguns grupos de pesquisadores se dedicaram a descobrir o quanto de ciência existe neste fato. O resultado não chega a ser surpreendente, mas traz o vinho de volta ao papel principal, temporariamente ocupado pela taça. A melhor síntese disto tudo esta nesta frase:
“O que importa é o vinho e não o cristal.” (o resto é puro marketing…)
Em 2004 a Gourmet Magazine publicou um artigo apresentando os resultados de pesquisas realizadas na Europa e nos Estados Unidos, sugerindo que as alegações de Riedel eram infundadas (cientificamente). Segundo a psicóloga Dra. Linda Bartoshuk, da Universidade de Yale, “O cérebro não se importa de onde está vindo o sabor que se sente na boca, e a comunidade científica sabe disto há pelo menos 30 anos”.
Duas outras pesquisadoras, Jeannine Delwiche e Marcia Pelchat, do “Monell Chemical Senses Center” realizaram um extenso trabalho que foi publicado no “Journal of Sensory Studies” (Jornal de Estudos Sensoriais – http://www.tastingscience.info/publications/Glass_shape.pdf), envolvendo quatro tipos diferentes de taças: um copo para água de formato quadrado, uma taça comum de vidro como as usadas nos restaurantes, uma taça Riedel para Chardonnay e outra para Bordeaux.
Para reduzir qualquer influência dos formatos na pesquisa, foi criada uma estrutura de apoio, como a da foto abaixo, copiada do relatório final:
O teste era “às cegas”, cada participante recebia uma máscara opaca e as taças eram mantidas em distâncias constantes do nariz de cada voluntário. Um sistema de vórtice de baixa velocidade garantia uma suave agitação do vinho, simulando o movimento feito habitualmente ao se girar a taça.
Os resultados derrubaram a teoria de Riedel. Segundo o artigo mencionado: “Com relação à intensidade dos atributos testados não foram encontradas diferenças significativas entre as diferentes taças”. Houve um curioso resultado secundário: quando a taça para Bordeaux foi testada, os aromas foram considerados como “menos intensos”. Este resultado foi atribuído ao fato desta taça ser mais alta que as demais.
Nenhum estudo pode ser considerado como definitivo. Em 2012, num artigo publicado no New York Times, o jornalista Eric Pfanner escreveu: “Apesar de conhecer as pesquisas que questionam a validade desta tese, as taças Riedel parecem deixar o vinho melhor”.
A explicação pode estar ligada a algumas questões psicológicas, como já comentamos numa coluna anterior. (O que estamos bebendo …)
Uma boa explicação seria: “Taças de fino cristal podem tornar qualquer bebida melhor, por que são bonitas, delicadas, caras e por que temos a expectativa que vão melhorar o vinho”.
Difícil decisão!
O tema taças ou copos não tem fim. Um grupo de estudantes franceses de design, preocupados com a lenda que se deve beber um copo de água para cada copo de vinho degustado, desenvolveu um curioso conjunto de taça/copo encaixados, como na foto:
Engenhoso, pode ser segurado com uma única mão, facilitando o consumo de um ou outro. A pegadinha fica por conta da conhecida lenda que afirma que proporção de água mencionada manteria a hidratação do corpo diminuindo os efeitos da ressaca.
Não é bem assim. No livro “Proof: Science of Booze”, literalmente “Prova: Ciência da Birita”, o autor Adam Rogers explica que nenhuma pesquisa acadêmica sobre a ressaca conseguiu demonstrar que a desidratação ou níveis baixos de eletrólitos seriam a causa deste desagradável mal-estar.
Este inovador conjunto ainda não é o remédio miraculoso.
Dica da Semana: vamos para o Alentejo, sem ressacas e com a taça certa…
Cortes de Cima
Um corte de Aragonez, Syrah e Trincadeira que estagiou por 12 meses em barricas de carvalho francês.
Apresenta aroma de frutos maduros e notas florais bem integradas, eucalipto e noz moscada.
No palato tem bom corpo, é macio, cheio e redondo, rico em fruto e sabores de chocolate e carvalho, bem equilibrado com taninos maduros.
Nosso último dia em Mendoza seria mais curto, pois o voo de retorno à Buenos Aires era às 17:00. Parte do grupo voltaria no mesmo dia para o Rio de Janeiro enquanto minha esposa e eu, Lu e Gustavo esticaríamos um par de dias na capital da Argentina.
Seriam duas visitas somente. Na primeira, descobrimos o que é uma “vinícola ecológica”, a Bodega Dolium.
A foto mostra o que está sobre o solo, apenas o pequeno restaurante/sala de degustação e os escritórios. A parte de produção está enterrada cerca de 14m no subsolo.
Mostramos, na coluna anterior, algo parecido na Bodega Sin Fin, que colocou embaixo do solo as áreas de entretenimento, loja e degustação. Na Dolium isto foi invertido.
A ideia por trás deste curioso projeto é minimizar o consumo de eletricidade e diminuir emissões ou, no jargão dos ecologistas, reduzir a pegada de carbono (carbon footprint). Interessante notar que esta empresa não trabalha com cultivo orgânico ou biodinâmico nos vinhedos, apesar de serem opções dentro da mesma linha ecológica.
As fotos, a seguir, foram tiradas de um mesmo ponto mostrando o lado esquerdo e o direito: está é toda a área de produção. Fazia muito frio lá embaixo, mesmo a nossa guia, que é mendocina e estava bem agasalhada, não aguentou o frio neste ambiente.
Resumindo: custo zero para manter o processo em baixa temperatura. Os tanques são simples, não usam qualquer tipo de controle de temperatura. Emissões nulas. Neste aspecto é formidável!
Retornamos para a sala de degustação para uma experiência bem diferente do que nos fora oferecido até agora nas outras vinícolas: uma prova comparativa. Os vinhos seriam servidos aos pares para que pudéssemos perceber as diferentes nuances entre formas de elaboração, castas, vinhedos, etc.
A Dolium trabalha com algumas linhas de produtos que começam com a denominação Andes Peak, de viés ecológico, passa pela linha Clássica e termina com os Reserva e Gran Reserva. Nesta degustação experimentamos um rosé jovem e outro envelhecido em carvalho; dois Malbec de diferentes regiões, Lujan e Uco, além de um Tempranillo em confronto com um Cabernet Sauvignon. Ao final, dois vinhos top de linha foram servidos.
Toda esta ação foi comentada pelo nosso anfitrião que sempre se interessava pelas nossas escolhas. Diferente e esclarecedor.
A última visita do dia foi realmente um “Gran Finale”. Embora já conhecêssemos os vinhos da Domínio del Plata (Suzana Balbo), nem em sonhos poderíamos imaginar o que nos aguardava neste deliciosos almoço harmonizado no restaurante da vinícola, o “Osadia de Crear”. (faz jus ao nome…)
Vários aspectos nos chamaram a atenção: um ambiente elegante e acolhedor, a tradicional atenção com que somos recebidos nas vinícolas, a qualidade dos vinhos que seriam servidos e um cardápio cheio de alternativas entre o tradicional e o ousado. Cinco passos e cinco vinhos, com opções para os não carnívoros, o que gerou um interessante debate.
A primeira etapa foi regada pelo sempre bom Chardonnay 2012 da linha Crios. Para harmonizar foi servido um Escabeche de Coelho sobre uma Foccacia de Azeitonas. Equilíbrio correto e delicioso.
O próximo prato foi uma releitura de tradições locais, a Molleja ou glândula Timo dos bovinos, muito apreciada nestas terras. A apresentação era diferente: empanada e colocada num espetinho, acompanhada de cebolas caramelizadas, purê de batatas e alguns verdes. O vinho era o Crios Red Blend 2012, um corte de Malbec, Bonarda, Syrah e Tannat. Um verdadeiro festival de sabores e aromas que preparou o palato para o próximo passo.
Como a estação era supostamente fria, o prato seguinte foi uma sopa de Sobreasada, um embutido de carne de porco levemente picante. Uma harmonização sempre difícil, mas o bom Ben Marco Malbec 2012 cumpriu com galhardia o seu papel.
Para a próxima etapa havia duas opções: com ou sem carne. Cada uma seria acompanhada por um vinho diferente.
Obviamente a grande maioria partiu para o bife de Aberdeen Angus (raça bovina com carne muito macia) acompanhada do típico creme de milho à moda Cuyana (humita). O vinho servido foi o Ben Marco Expresivo 2013, muito bom por sinal e que proporcionou excelente casamento com o prato.
Para os que estavam mais atentos e optaram pelo prato sem carne, uma ótima surpresa estava reservada. Entra em cena o que muitos consideram como o vinho top da casa, o Susana Balbo Brioso 2012, pouco divulgado no nosso país por ter uma produção limitada.
Acompanhando este magnifico vinho, foi servido um elaborado Gnocchi feito com as borras do Brioso, com um pesto vermelho, cogumelos refogados e queijo defumado.
Supimpa! Não poderia ser melhor. Perfeito! (O mais complicado foi desviar os garfos e bocas alheias ao meu prato e vinho!)
Para terminar, foi servida a interpretação da casa sobre o que deve ser a dobradinha “doce com queijo”, harmonizada com um Susana Balbo Late Harvest Malbec 2011.
Equilíbrio inacreditável, todos gostariam de repetir, mas era hora de partir. Ainda passaríamos por algumas peripécias no aeroporto, todas resolvidas a tempo.
Na próxima coluna comentaremos sobre Buenos Aires e alguns episódios curiosos que não se encaixaram neste relato dos 3 dias.
O grupo, da esquerda para a direita: María José, nossa Guia, Diretora da Divinos Rojos (www.divinosrojos.com.ar) e organizadora das visitas; eu, minha esposa; Gustavo e Lu; Lobianco; Fabio; Marcio e Ronald.
Dica da Semana: como o Brioso já foi sugerido numa dica mais antiga, indicamos outro bom vinho desta vinícola.
Corte de 55% Malbec, 15% Bonarda, 10% Cabernet Sauvignon, 10% Syrah e 10% Merlot, oriundos de vinhedos em Agrelo, Chacras de Coria (Luján de Cuyo), Los Arboles (Tupungato) e La consulta (San Carlos) com idade média de 36 anos em pés francos.
Apresenta aromas de groselhas, carvalho e baunilha com notas defumadas de cacau, noz-moscada e chocolate. Taninos elegantes.
Acompanha carnes, queijos fortes e molhos intensos.
Tempo de guarda de 10 a 15 anos
Mais um par de excelentes vinhos para aumentar a nossa cultura enológica, embora os preços sejam quase proibitivos. Mas são histórias muito interessantes.
4 – Clos Erasmus, Priorat
Este é um vinho raro por vários aspectos: a região era pouco conhecida quando de sua primeira elaboração; é produzido por mãos femininas, algo quase inconcebível na Espanha; recebeu 100 pontos de Parker.
Poderia citar mais fatos curiosos, mas o que me parece mais importante é que tudo isto tem a “ajuda” de Alvaro Palacios, um dos personagens da coluna da semana passada. Explico a seguir.
A proprietária desta microscópica vinícola, Daphne Glorian, de origem Suíça, trabalhava para um comerciante de vinhos inglês quando conheceu, numa Feira de Vinhos, Alvaro Palacios e Rene Barbier, proprietário do Clos Morgador no Priorado. Ciceroneada por ambos, visitou um vinhedo, o Clos i Terraces, pelo qual se interessou e o adquiriu na década de 90.
Com muito trabalho e tenacidade, nenhum investidor se interessou por este projeto, levou adiante sua vinícola, seguindo princípios orgânicos e mais tarde (2004) biodinâmicos. Produziu um dos vinhos mais importantes do planeta. Mesmo assim não foi fácil obter o reconhecimento da crítica especializada, foi preciso algum tempo.
Elaborado a partir da casta Garnacha, é descrito como “rico, complexo, com diversas camadas de frutas, especiarias, alcaçuz, erva-doce e taninos maduros. O mais importante é sua intensa mineralidade que o distingue dos demais vinhos e forma sua espinha dorsal”.
Curiosidades:
– o nome é uma homenagem ao filósofo holandês Erasmo de Roterdã, que escreveu “O Elogio da Loucura”. Segundo Daphne, uma perfeita descrição de sua aventura e do resultado;
– em 2011 não houve uma safra do Erasmus (1ª safra em 1989). Para compensar, elaborou o Laurel, um corte de diversos outros vinhos elaborados na vinícola. Outro sucesso de vendas, um “mini Erasmus” a preços convidativos;
– é uma vinícola muito jovem, 25 anos apenas, que com sua alta qualidade provocou uma importante mudança na forma como apreciamos os vinhos espanhóis, principalmente se olharmos para as empresas mais tradicionais como as centenárias Marqués de Riscal (1860), Marqués de Murrieta (1852), López de Heredia (1877), CVNE (1879), Montecillo (1872) e La Rioja Alta (1890).
Prêmios:
Clos Erasmus 2004 – 100 pts Parker;
Clos Erasmus 2005 – 100 pts Parker; 94 pts Guia Peñín;
Clos Erasmus 2006 – 97 pts Parker;
Clos Erasmus 2008 – 99 pts Parker; 94 pts Guia Peñín;
5 – Pesus, Ribera del Duero
A vinícola familiar Hermanos Sastre ou simplesmente Viña Sastre tem uma bonita história. Em 2010 foi distinguida com o título de “mejor bodega europea del año” pela importante publicação norte americana Wine Enthusiast, particularmente devido aos excelentes caldos elaborados: Regina Vides; Pago de Santa Cruz e especialmente pelo Pesus.
Para chegar a este patamar de reconhecimento há muito trabalho e dedicação que remontam aos anos 50 quando o patriarca desta família, Severiano Sastre, começa a produzir alguns vinhos na região de La Horra. Em 1957 funda a Cooperativa Virgen de la Asunción junto com outros vinhateiros e seu filho Rafael Sastre que, em 1992, ajudado por seu pai e os dois filhos Pedro e Jesus, daria início à sua própria vinícola, a Viña Sastre.
Com o falecimento de Rafel em 1998 e dois anos depois de Pedro, a empresa passa a ser comandada por Jesus Satre, sua esposa Isabel e o amigo Eugenio Byon.
“Pesus” foi formado pela junção dos nomes dos irmãos Pe(dro) e (Je)sus. Um espetacular corte de 80% Tempranillo, 20% Cabernet Sauvignon e Merlot, a partir de uvas colhidas em vinhas com 80 anos ou mais. Sua produção é de apenas 1.500 garrafas por ano. Só é elaborado em safras ideais.
Curiosidades:
– A Sastre forma um time de vinícolas junto com a Vega Sicilia e a Pingus que se traduz em grande prestígio e reconhecimento para os vinhos espanhóis;
– o Pesus é um dos vinhos mais caros do país;
– Parker atribuiu 98 pontos para as safras de 2001, 2003, 2004, 2006;
– a revista especializada Wine Enthusiast atribuiu 100 pontos para a safra de 2006.
– a safra de 2009 se encontra à venda no Brasil: aproximadamente R$ 3.000,00 a garrafa…
Dica da Semana: não é para os “pobres mortais”, mas pensem como um investimento.
Laurel 2010 – $$$
Corte de 80% Garnacha, 20% de Syrah além de Cabernet. Envelhecido em dornas e barricas de carvalho francês. Muito maduro, apresenta aromas de frutas negras e violetas. No paladar é encorpado com taninos macios corretamente equilibrados por uma boa acidez. Presença de frutas escuras, cítricos e alecrim.
Notícias do CORAVIN: o fabricante, após diversas análises, está enviando para todos os compradores que registraram o produto, uma solução para resolver ou pelo menos minimizar o problema de garrafas explodindo, até que uma solução final seja desenvolvida.
O paliativo é um envelope de silicone que deve envolver a garrafa quando se utiliza o CORAVIN.
#1 – Vinho x Cerveja
Para os menos atentos, estas duas delícias são produzidas de forma semelhante: são fermentadas. Podem ser de uma mistura de grãos ou de uvas viníferas. Nas cidades praianas ou de clima mais quente, beber um loura suada é um prazer indescritível. Se for uma tulipa de chopp, melhor. Talvez por esta razão o consumo de vinhos, no Brasil, é tão pequeno.
Este curioso estudo, realizado na Universidade de Zurique com colaboração do Hospital Universitário de Vaudois, analisou 5400 homens na faixa etária dos 20 anos, de diversas atividades profissionais, pesquisando o comportamento dos bebedores de cerveja. O resultado foi uma surpresa:
Homens que preferem as cervejas assumem mais riscos que aqueles que bebem vinho ou mesmo dos que não têm preferência por uma bebida alcoólica determinada. Como um efeito colateral, os cervejeiros bebem mais que a média e estão mais suscetíveis a experimentar drogas ilegais…
A pesquisa constatou que, num período de uma semana, aqueles que consomem cerca de 20 copos de cerveja tendem a fumar maconha, pelo menos uma vez, e admitiram ter experimentado uma substância ilegal nos últimos 12 meses.
Com relação aos amantes do vinho, apenas 5% dos pesquisados, eles seriam menos atraídos pelas drogas proibidas.
Os jovens suíços preferem as cervejas, mas isto não impede que a pesquisa seja utilizada em outros países.
Um dos fatores preponderantes é o preço, sensivelmente menor que o do vinho, tornando-se um atrativo natural para os que estão em início de carreira ou menos favorecidos financeiramente. Em determinados países este comportamento de risco é um problema que aflige a todos.
A pesquisa serve de embasamento para campanhas oficiais de redução do consumo de bebidas alcoólicas entre os jovens.
Para não correr riscos, bebam Vinho!
#2 Vinho e Depressão
Pesquisadores espanhóis acompanharam um grupo de 5500 homens e mulheres entre os 55 e os 80 anos de idade, durante um período de 7 anos. Selecionaram pessoas que, no início do estudo, não tinham problemas com depressão e nem tomavam medicamentos para isto. Os resultados foram animadores.
Constataram que aqueles que consumiam uma quantidade de álcool entre 5 a 15 gramas, por dia, o que equivale a 1 taça de vinho (50 ml a 150 ml), correram menos riscos de desenvolver um processo depressivo, comparando com pessoas que nunca consumiram bebidas alcoólicas.
O estudo mostrou que mesmo nesta era de crises econômicas, grande desemprego e outras más notícias diárias, este mínimo consumo regular era saudável. Impressionante!
Para estes estudiosos, o vinho, entre todas as bebidas analisadas, é o grande aliado do grupo da 3ª idade para prevenir este complicado problema.
O que vocês estão esperando?
O Vinho é o melhor aliado para combater a depressão. Uma taça por dia não faz mal e ajuda, também, no combate à ansiedade e pressão alta.
Dica da Semana: para iniciar este tratamento já!
Tilia Malbec Syrah 2012 Combinando duas castas de grande exuberância, o Tilia Malbec/Syrah é um verdadeiro presente para os hedonistas.Macio, maduro e incrivelmente saboroso, mostra um estilo moderno, mas muito equilibrado, impossível de não gostar.Um vinho de espetacular relação qualidade/preço!
RP 88 (2012)
RP 89 (2011)