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Descomplicando

O mundo do vinho anda em franca expansão. Atualmente existe uma infinidade de estilos, uvas, produtores (todo dia surge um nome novo) o que torna o simples ato de comprar uma garrafa uma tarefa que já está exigindo um doutorado.
 
Não deveria ser assim.
 
Para simplificar esta complexa operação, vamos explicar uns poucos fatos sobre a nossa bebida predileta que vão ajudar na hora de fazer escolhas.
 
1 – Diminuindo o número de opções
 
Quem nunca visitou uma loja especializada em vinhos é capaz de se perder lá dentro. Há um pouco de tudo numa confusão visual (para quem não é do ramo) atordoante.
 
Os vinhos podem estar organizados por país produtor, dentro deste por região e finalmente, dependendo das normas locais, por variedade ou estilo.
 
Aqui vai o 1º conselho: simplicidade.
 
Se o leitor já tiver um paladar definido, procure por suas castas prediletas ou cortes elaborados a partir delas.
 
Se ainda não definiu o seu vinho de cabeceira, este é um bom momento para começar a apurar o seu gosto pessoal.
 
Comece pelas principais castas, algumas chamadas de “nobres”, o que não é por acaso: Cabernet Sauvignon, Merlot e Pinot Noir entre as tintas e Chardonnay, Sauvignon Blanc e Riesling entre as brancas.
 
No nosso país podemos acrescentar a esta relação mais algumas castas que são famosas no continente: Malbec, Carménère, Syrah e Tannat, além das brancas Torrontés e Albarinho.
 
Com o tempo, expanda para castas mais regionais como as italianas Sangiovese e Nebbiolo, a espanhola Tempranillo ou as diversas uvas de Portugal (Touriga Nacional, Baga, etc.).
 
2 – Entendendo os rótulos
 
Dependendo das normas de produção de um país e de algumas tradições, os vinhos podem ser rotulados de várias formas, o que pode ser muito confuso:
 
– por casta (varietal);
– por região;
– por nome ou marca.
 
O primeiro tipo é o mais fácil e direto: Cabernet, Merlot, Zinfandel, etc. Não pode haver dúvida, mas é interessante pesquisar um pouco mais, ler o contrarrótulo, em busca de detalhes: nem sempre o conteúdo de uma garrafa deste tipo contem 100% da varietal declarada.
 
Os rótulos por região, muito comum nos vinhos franceses, podem complicar a vida de um comprador leigo.
 
Exemplos clássicos são os rótulos com a expressão Bourgogne: os tintos são Pinot Noir e os brancos, Chardonnay.
 
Vinhos com a indicação Bordeaux são cortes onde predominam Cabernet Sauvignon ou Merlot.
 
Outros países que adotam este tipo de rótulo são Itália (Chianti), Espanha (Rioja) e Portugal (Douro, Dão, etc.).
 
Os rótulos mais enigmáticos são dos vinhos que recebem apenas um nome ou marca, onde o produtor quer prestar uma homenagem ou contar a história de uma vinificação através de uma única palavra ou frase.
 
São, quase sempre, vinhos que de alguma forma fogem à regulamentação do país produtor.
Um exemplo conhecido são os chamados Supertoscanos, elegantes cortes da casta Sangiovese com uvas nobres como Cabernet ou Merlot. Como não poderiam ser vendidos como os vinhos tradicionais, receberam “marcas” que acabaram por se tornar icônicas: Tiganello, Ornelaia, Sassicaia, etc..
 
Outros países que adotam este estilo: Estados Unidos, Austrália, Chile, África do Sul e Argentina.
 
3 – Terminologia
 
Experimentem responder a este desafio: descreva o seu vinho predileto.
 
Parece fácil, mas não é.
 
Não existe uma “linguagem comum” no mundo do vinho. Excetuando-se alguns descritores mais conhecidos, o número de adjetivos que podem ser usados nesta resposta é bastante alto, outro fator que causa confusão, principalmente se o seu interlocutor for alguém encarregado de lhe oferecer um vinho, seja ele um Sommelier, o vendedor de uma loja ou o seu anfitrião numa reunião social.
 
Para sair deste dilema só aprendendo a usar corretamente alguns destes termos o que pode ser feito em cursos de degustação ou com leituras especializadas.
 
Mas muito cuidado na hora de usar: fácil ficar monocórdico e receber a temida pecha de “Enochato”…
 
4 – Safras
 
Saber quais as safras que foram as melhores é para os que realmente são especialistas e profissionais.
O enófilo do dia a dia, por outro lado, deve usar a indicação do ano de vinificação de outra forma, muito mais simples:
 
– saber se é um vinho jovem ou não e degustá-lo de acordo;
– entender que o seu vinho predileto hoje, não vai ser mais o mesmo na próxima safra.
 
Um conselho final com linguajar bem atual: desgourmetize!
Dica da Semana: um bom exemplo para entender rótulos varietais…
 
PALO ALTO RESERVA MERLOT 2012
(60% Merlot, 33% Shiraz, 5% Tempranillo e 2% Viognier)
 
Aroma fresco e complexo.
Notas de frutas vermelhas provenientes da Merlot, notas de especiarias da Tempranillo e notas de damasco da Viognier.
No paladar é suave, fresco e mineral. O carvalho aporta complexidade e doçura.
Harmonização: Bastante versátil, acompanha carnes brancas, risotos, massas e queijos maduros.
 

Compreendendo os Taninos

Assim como a acidez, que é uma marcante característica dos vinhos brancos, os taninos são a estrutura dos tintos.
 
De forma análoga a acidez, que provoca uma intensa salivação, aquela sensação de boca seca, que muitos acham desagradável, é a marca da presença dos taninos.
 
Para prosseguirmos nesta discussão precisamos, novamente, concordar com alguns pontos comuns:
 
1 – todo vinho que foi elaborado com a presença das cascas, sementes e engaços das uvas contém tanino. Isto inclui os tintos, os rosados e alguns brancos;
 
2 – taninos estão presentes em várias bebidas que consumimos, como os sucos de maçã, uva, amora, mirtilo, framboesa, cereja, morango (frutas vermelhas), ou qualquer outro que teve seu sabor modificado para se obter alguma sensação de adstringência (adição de tanino em pó).
Cervejas, principalmente as do tipo Lager. Normalmente parte destes taninos é removida para deixar o gosto mais suave.
Chá é outra bebida rica deste composto.
 
3 – Caqui, frutas vermelhas, romã, avelã e nozes contêm altos teores de taninos. Quase todas as frutas que escurecem com o tempo contem taninos em suas cascas. A mais conhecida entre os brasileiros é a banana – a bananada ou o doce em calda são escuros por esta razão;
 
4 – especiarias como estragão, cravo, canela, cominho, tomilho e até baunilha são fontes de tanino;
 
5 – a maioria dos legumes é tânica, sendo o feijão vermelho o que contém o maior teor. Na outra ponta desta escala estão o feijão branco, o grão de bico e o amendoim sem casca;
 
6 – alimentos defumados, devido à madeira usada no processo;
 
7 – produtos à base de chocolate amargo principalmente. Licores, por exemplo.
 
8 – para encerrar esta longa lista que não pretende ser completa, o tanino está presente em todo reino vegetal: caules, sementes, madeira, folhas, etc.
 
Do ponto de vista químico, os Taninos são compostos polifenólicos. Seu nome deriva de Tanna que no alemão arcaico significava carvalho ou pinheiro (tannembaum). A expressão também é usada para definir o tingimento do couro e, por analogia, o bronzeado por luz do sol (tanning, tan).
 
Durante as etapas de fermentação e maceração do vinho, o tempo de contato do mosto com as cascas, sementes e caules permite a dissolução do tanino no líquido (álcool e água). Na etapa de maturação nos barris de carvalho o tanino é transferido por contato. O mesmo efeito é obtido quando se utiliza cavacos, gravetos ou tanino em pó.
 
 
Algumas castas são mais tânicas que outras, mas isto não significa que seus vinhos também o sejam. Tudo vai depender da forma como serão vinificados. Eis uma relação comparativa:
 
 
Muito tanino   Pouco Tanino
Nebbiolo   Barbera
Cabernet Sauvignon   Zinfandel
Tempranillo   Pinot Noir
Montepulciano   Primitivo
Petit Verdot   Grenache
Petite Sirah   Merlot
 
Uma campeã indiscutível é a Tannat, hoje a casta emblemática do Uruguai, que nas mãos de competentes enólogos entregam vinhos maravilhosos.
 
Isto nos leva a discutir a importância dos taninos na vinificação. Para não nos estendermos por intrincados caminhos químicos, a arte de bem vinificar pode ser resumida numa única expressão:
 
“Gerenciar os taninos!”
 
Sem eles os vinhos ficam sem graça. Não nos conquistam.
 
Em excesso nos incomodam tirando todo o prazer em degustar.
 
Até a cor dos vinhos tintos é influenciada por este composto.
 
Alguns conselhos finais:
 
– quem não gosta da sensação de adstringência dos vinhos tintos opte por consumir vinhos brancos que não passam por madeira e nem são vinificados com suas cascas e engaços;
 
– vinhos jovens tendem a ser mais tânicos que os maduros. Muitas vezes deixar um vinho novo guardado por um tempo melhora a qualidade de seus taninos;
 
– se na primeira prova o vinho estiver muito agressivo, deixe-o respirar por mais tempo, use um decantador e o esqueça por um par de horas;
 
– se este procedimento não ajudar é hora de riscar este rótulo do caderninho de compras – foi mal vinificado e ponto final. Nem para cozinhar vai servir;
 
Para refletirmos: Apesar de ser chamada de Rainha das uvas tintas, a Cabernet Sauvignon entra em qualquer relação de castas tânicas. Entretanto seus vinhos são considerados, em todo o mundo, como os melhores, sejam eles de Bordeaux, da Califórnia, do Chile ou de outros países produtores.
 
Qualquer enólogo gostaria de fazer um belo Cabernet e ser reconhecido por isto.
 
Por que será?
 
Dica da Semana: um aveludado Tannat do vizinho Uruguai.
 
Pisano RPF Tannat 2011
 
 
Ótimo tinto da casta Tannat, a melhor e mais plantada do Uruguai, onde ela se mostra menos dura e tânica que na sua região de origem, Madiran, mas continua cheia de corpo e cor.
O bouquet é concentrado e o palato macio, rico e bastante saboroso.
O RPF foi recomendado pela revista do Guia Peñin, o mais respeitado guia espanhol de vinhos.
 
 

Escolhendo o melhor vinho para a nossa saúde

Usando uma terminologia bem moderna, vinho e saúde é o hype do momento. Desde que se descobriu o paradoxo francês, que aconselhava pelo menos uma taça de tinto por dia, muito tem sido discutido em vários centros de pesquisa, mundo afora.
 
Recentemente publicamos algumas “verdades” sobre este tema (*). A conclusão de algumas pesquisas jogava o famoso balde de água fria sobre os reais benefícios do vinho, contrariando a ideia que fosse uma panaceia universal: a quantidade a ser consumida para ser obter o propalado benefício era de tal monta que o destino certo de quem tentasse esta proeza era se associar ao AA.
 
Nada como um pouco de bom senso para recolocar esta discussão no rumo certo.
 
Algumas características de nossa bebida favorita são efetivamente mais benéficas do outras, então, porque não nos aproveitarmos deste conhecimento para escolher o melhor vinho para a nossa saúde?
 
1ª regra: Baixo teor alcoólico.
 
Um estudo ainda experimental já sugere que efeitos colaterais dos polifenóis encontrados nos vinhos tintos, sem álcool, ajudariam a diminuir a pressão arterial. Os efeitos dos polifenóis decorrentes do etanol ainda não foram corretamente avaliados.
 
Para que fique claro, o vinho utilizado neste estudo foi elaborado normalmente, passando posteriormente por um processo de desalcoolização por nanofiltração. 
Não é um suco de uva.
 
Conclusão: vinhos de menor teor alcoólico são melhores para o nosso organismo.
 
2ª regra: Quanto mais escura a cor, melhor.
 
A chave para entender este ponto são as Antocianinas, um antioxidante que é o responsável pela coloração do vinho. É encontrada em diversas frutas e plantas, a uva sendo uma delas. Mas cada variedade apresenta diferentes intensidades:
 
As castas que apresentam os mais altos teores são:
 
 
– Petite Sirah
– Tannat
– Sagrantino
– Touriga Nacional
– Aglianico
 
 
 
 
Não significa, entretanto, que devemos optar só por estas uvas.
 
3ª regra: Prefira vinhos mais tânicos.
 
Que me perdoem os amantes dos vinhozinhos suaves e adamados, mas tanino é fundamental.
 
É um Flavonoide e antioxidante presente no vinho. Faz ótima dobradinha com as Antocianinas. Está presente na casca e nas sementes da uva e nos barris de carvalho.
 
Mas nada de exageros, não precisa ser daquelas bebidas que enrugam a língua.
 
4ª regra: Vinhos secos, com pouco carboidrato.
 
Esta nem precisa explicar. Se puder escolher, deixe os vinhos de sobremesa na prateleira da loja.
 
5ª regra: Vinhos jovens são mais benéficos que os envelhecidos.
 
Pode parecer surpreendente, mas os vinhos elaborados para rápido consumo têm uma carga de antioxidantes maior que os amadurecidos.
 
Um estudo feito na China descobriu que em poucos meses de maturação um vinho chega a perder 90% dos seus antioxidantes.
 
Um bom efeito colateral desta regra: vinhos jovens são mais em conta.
 
6ª regra: Alta acidez.
 
Esta descoberta foi feita aqui no Brasil. Pesquisadores analisando os nossos Cabernet Sauvignon notaram que quanto mais baixo o Ph do vinho (ácido), mais estabilizados ficavam os famosos antioxidantes.
 
Infelizmente o melhor Ph seria em torno de 3.2, o que é muito ácido para um tinto.
 
Conclusão: é melhor voltarmos ao início desta coluna – bom senso acima de tudo.
 
Não tentem encontrar um vinho que reúna todas estas características.
 
Não será agradável consumi-lo: azedo, amargo, muito ácido e com pouco álcool.
 
Em nossa opinião, o melhor vinho para a nossa saúde é aquele nos faz feliz, afinal, não é só do corpo que precisamos cuidar: o andar de cima é muito importante.
 
Saúde e bons tragos!
 
Dica da Semana: um ótimo representante de Portugal, que nos traz um corte de Touriga Nacional. Ótimo em vários aspectos.
 
Lavradores de Feitoria Douro tinto 2010
 
Um dos grandes Best Buys de Portugal, o Lavradores de Feitoria Tinto combina as uvas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz e Tinta Barroca de algumas das melhores Quintas do Douro.
Trata-se de um vinho moderno e saboroso, com nítidas notas de fruta vermelha madura e invejável equilíbrio.
 
 
 
 

Os melhores Vinhos de 2015 – Uruguai

Vinhos uruguaios sempre foram muito bons. Existe uma grande tradição vinícola naquele país e, nos moldes de Argentina e Chile, também cultivam uma uva emblemática, a difícil Tannat, que parece ter encontrado seu terroir ideal.
 
Apesar de só estarmos falando de vinhos tintos nestas três ultima colunas, chamo a atenção para os vinhos brancos uruguaios que andam conquistando os paladares mais exigentes mundo afora. Algumas cepas nada comuns no hemisfério sul como a italiana Arneis, a ibérica Alvarinho, as francesas Marsanne, Petit Manseng e Sauvignon Gris, além da alemã Gewurtztraminer, têm produzidos vinhos muito interessantes.
 
Seguindo no estilo das colunas anteriores, apresentamos os melhores vinhos começando pela Tannat, que tem o seu melhor terroir bem na fronteira com o Brasil. Do lado de cá é a conhecida região da Campanha Gaúcha, terra de alguns de nossos melhores tintos.
 
17 vinhos foram laureados, eis os 3 melhores:
 
95 pts – Amat 2009 (R$ 245,00 – eleito o melhor tinto do Uruguai, título que conquista há alguns anos);
 
94 pts – Massimo Deicas Tannat 2008 (indisponível);
 
94 pts – Jano Tannat 2012 (R$ 173,00)
 
As tradicionais Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc também fazem sucesso, mas foram as assemblages que obtiveram as melhores pontuações:
 
94 pts – Libero Reserva 2011 – Tannat, Nero D’Avola e Sangiovese (R$ 70,00);
 
94 pts – Eolo 2010 – Tannat, Ruby Cabernet (R$ 85,00);
 
94 pts – Primo 2008 – Tannat, Cab. Sauvignon, P. Verdot, Merlot (indisponível)
 
O Brasil voltou ao Guia Descorchados nesta edição, mas só com espumantes e apenas os do Rio Grande do Sul. Destacaram-se entre os 18 melhores:
 
93 pts – Cave Geisse Terroir Nature 2009 (R$ 130,00);
 
92 pts – Adolfo Lona Pas Dose Nature (R$ 80,00)
 
92 pts – Casa Valduga Gran Reserva Nature 2009 (R$ 120,00)
 
Na dica de semana selecionamos mais um bom vinho do Uruguai.
 
Vinhos Verdes no Rio de Janeiro
 
No dia 2 de julho de 2015 a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes promoveu, no Hotel Pestana – Rio de Janeiro, um evento de apresentação de produtores desta região que buscam representação no Brasil.
Atualmente os Vinhos Verdes são modernos, pouco tendo em comum com alguns tradicionais produtos que ainda encontramos à venda nos mercados. Um vinho que tem características adequadas para ser consumido no nosso clima tropical: são leves, refrescantes, descontraídos e de baixa caloria com um teor alcoólico ligeiramente menor que o encontrado em outros vinhos.
 
 
Oito vinícolas estavam presentes com uma gama de produtos que incluíam brancos, tintos, rosés, espumantes e até um IG Minho de Touriga Nacional, único “não verde” neste evento:
 
Adega Ponte de Lima;
 
Adega Vale de Cambra;
 
Casa das Fontes;
 
Caves Campelo;
 
Quinta da Calçada – Adega do Salvador;
 
SAVAM – Solar de Serrade;
 
VERDECOOPE – União das Adegas Coop. da Região dos Vinhos Verdes;
Vinhos do Norte.
 
A variedade e a qualidade impressionaram. Destaque para alguns espumantes, entre eles o Terras de Felgueiras tinto, bem diferente.
As nossas escolhas ficaram com estes aqui:
 
 
Via Latina Alvarinho;
 
Tapada dos Monges Loureiro;
 
Solar de Serrade Reserva Alvarinho;
 
Dica da Semana: direto da relação “Super-Preço” do Descorchados. Recebeu 92 pts e tem um precinho muito camarada.
 
 
Viñedo de Los Vientos Tannat 2012
Apresenta cor rubi escuro.
No olfato percebem-se frutas negras maduras, notas de cacau e pimenta do reino.
Bem estruturado, taninos firmes, fresco, equilibrado, final persistente.
Harmoniza com: costela bovina no bafo, penne à carbonara, rabada, carne ensopada com polenta mole, lasanha à bolonhesa gratinada, pizza portuguesa.
 
 
 

Um júri feminino para o AWA 2015

O Argentina Wine Awards (AWA) é o concurso de vinhos de maior prestígio naquele país. Nesta 9ª edição houve uma interessante novidade: coube a 19 mulheres ligadas ao mundo do vinho escolher os melhores. Uma bela homenagem que foi chamada de “O empoderamento da Mulher no Vinho”.

Este luxuoso corpo de julgadoras foi formado por 12 personalidades estrangeiras e 7 argentinas. Sua tarefa foi provar 669 amostras e selecionando as melhores em diversas categorias. Um trabalho que foi supervisionado pela respeitada consultoria, inglesa, Hunt & Coady, garantindo toda a logística e lisura.

O Júri

A principal personalidade foi a respeitada jornalista e crítica de vinhos Jancis Robinson, primeira mulher a obter o difícil título de “Master of Wine”. Compunham o grupo as seguintes juradas:

Christy Canterbury, jornalista, panelista e júri de Nova Iorque. Escreve para a revista Decanter;

Susan Kostrzewa, editora executiva da revista Wine Enthusiast;

Barbara Philip, responsável pela seleção de vinhos europeus para a British Columbia Liquor Distribution Branch, Canadá;

Sara D’Amato, canadense, é consultora, sommelier, crítica de vinhos e sócia principal na WineAlign.com;

Annette Scarfe, trabalha como consultora independente junto a indústria vitivinícola asiática. Também é juiz em concursos de vinho no Reino Unido, Hong Kong e França;

Megumi Nishida, jornalista freelance, japonesa, atuando em várias revistas como Winart, Vinoteque, Wands, Cuisine kingdom;

Essi Avellan, da Finlândia, é editora da Revista Fine Champagne, a única Revista do mundo dedicada ao mundo do Champagne;

Felicity Carter, da Alemanha, é chefe editorial da Revista Meininger´s, dedicada ao mundo do negócio do vinho em nível internacional;

Cecilia Torres Salinas, enóloga, é a referencia número um da indústria do vinho chileno;

Suzana Barelli, Brasil, Jornalista e Editora da Revista Menu;

Shari Mogk Edwards é a chefe do departamento de marketing e vendas de vinhos e licores da LCBO (Liquor Control Board of Ontario, Canadá).

O júri argentino foi composto por:

Susana Balbo, proprietária da vinícola Dominio del Plata e presidente da Wines for Argentina;

Andrea Marchiori, sócia e enóloga da Viña Cobos;

Carola Tizio, enóloga chefe da Vicentin Family Wines;

Estela Perinetti, enóloga da Bodega Caro (Catena + Rothschild);

Flavia Rizzuto, eleita a melhor Sommelier do país;

Laura Catena, médica e atual diretora das Bodegas Catena Zapata e Luca;

Marina Beltrame, diretora da Escola Argentina de Sommeliers.

Os resultados

Os principais prêmios foram:

1 – Troféus
– Categoría “Malbec”:

Septima Obra Malbec 2012, Bodega Septima;

Riglos Quinto Malbec 2013 Finca Las Divas S.A.;

Casarena Single Vineyard – Malbec – Jamilla´s Vineyard – Perdriel 2012 Casarena Bodega & Viñedos;

Zuccardi Aluvional Vista Flores Malbec 2012, Familia Zuccardi.

– Categoría “Vinhos Espumantes”:

Ruca Malen Sparkling Brut NV, Bodega Ruca Malen.

– Categoria “Chardonnay”

Finca La Escondida Reserva Chardonnay 2014, Bodegas La Rosa;

Salentein Single Vineyard Chardonnay 2012, Bodegas Salentein.

– Categoria “Cabernet Franc”

La Mascota Cabernet Franc 2013, Mascota Vineyards;

Salentein Numina Cabernet Franc 2012, Bodegas Salentein;

– Outros troféus

Sophenia Synthesis The Blend 2012, Finca Sophenia;

Cadus Single Vineyard Finca Las Tortugas Bonarda 2013, Bodega Cadus;

Cabernet Sauvignon Proemio Reserve Cabernet Sauvignon 2013; Proemio Wines.

2 – Troféus Regionais:

Vales do Norte: Serie Fincas Notables Tannat 2012, Bodega El Esteco;

Vales de Mendoza: Decero Mini Ediciones Petit Verdot, Remolinos Vineyard 2012, Finca Decero;

Vales de San Juan: Santiago Graffigna 2011, Bodegas y Viñedos Santiago Graffigna;

Vales Patagônicos: Special Blend 2010, Bodegas Del Fin Del Mundo

A relação completa, em PDF, pode ser obtida neste link:

Agora é só escolher um deles e conferir como o seu paladar se ajusta com o das poderosas juradas.

Dica da Semana:  a maioria dos vinhos premiados ainda não está com as safras em indicadas à venda no Brasil. Este, safra 2010, é uma boa opção, ganhou um troféu pela safra de 2013.
 
Riglos Quinto Malbec 2010
Coloração rubi concentrada, com reflexos purpúreos. No olfato apresenta frutas negras e vermelhas maduras, páprica e um toque herbáceo que lhe outorga caráter e complexidade.
Texturado em boca, com taninos dóceis, cativante frescor e fruta generosa que convergem para um longo final.
Harmoniza com carnes vermelhas assadas na brasa, costeletas de cordeiro grelhadas e queijos de massa dura curada.
Premiações: Jancis Robinson: 16 em 20; Descorchados 2012: 87 Pontos.
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