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Os melhores Vinhos de 2015 – Argentina

A variedade de vinhos disponível no mercado brasileiro ainda é pequena se comparada a outros países, principalmente aqueles que incluem esta bebida na dieta básica. Mesmo o produto nacional de alta qualidade é escasso nas prateleiras das nossas principais lojas e mercados.
 
Por outro lado, encontramos uma grande oferta de vinhos do cone sul, principalmente Argentina e Chile, com, quase sempre, ótima qualidade e preços atrativos. A grande dificuldade é escolher o que vale a pena nesta extensa paleta de opções.
 
Um dos recursos é consultar um guia de vinhos e, quando se trata de sul-américa, a referência é o Descorchados. A edição de 2015 recém saiu do forno e traz algumas interessantes novidades.
 
Apresentamos primeiro os vinhos argentinos, mas vamos nos limitar aos tintos desta vez. Antes de partir em busca de qualquer um deles, devemos observar estes pontos importantes:
 
– a maioria dos vinhos degustados para a elaboração deste guia ainda demora alguns meses para chegar ao mercado;
 
– as maiores pontuações são para os vinhos top de linha, mas isto não significa que sejam únicos. Uma das boas táticas é ficar de olho nos demais produtos das vinícolas premiadas;
 
– como de hábito, evitem comprar vinhos em supermercados. O volume exigido para entrar numa grande rede é imenso, o que significa que há uma sensível redução na qualidade final;
 
– o mercado virtual tem sempre ótimas opções, mas cuidado com os fretes. Se for o caso, procure por promoções e faça uma compra associada com amigos para garantir, por exemplo, um volume mínimo que seja beneficiado por descontos ou transporte por conta do vendedor;
 
– clubes de vinhos estão sempre ligados nos resultados dos grandes guias de todos os países, oferecendo boas compras e escolhas seguras.
 
Em se tratando de Argentina, vamos começar pela casta emblemática da vinicultura de lá, a Malbec:
 
9 vinhos receberam notas entre 96 e 97 pontos, todos muito caros. Apresentamos os 3 melhores classificados:
 
97 pts – Catena Zapata Adrianna Malbec 2012 (acima de R$ 500,00)

 

 
96 pts – Achaval Ferrer Finca Bela Vista 2012 (acima de R$ 400,00)

 

 
96 pts – El Enemigo Malbec 2012 (na faixa de R$ 130,00, boa compra).
 
Neste guia há uma classificação que valoriza a relação custo x benefício, denominada “Super-preço”, onde encontramos estas pechinchas:
 
90 pts – Tilia Malbec 2013, que custa menos de R$ 50,00;

 

 
92 pts – Zorzal Terroir Unico Malbec 2014. A safra de 2013 está à venda por R$ 60,00.
 
Duas outras cepas se destacam neste país: Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, que os hermanos afirmam ser a nêmesis do Malbec. 16 Cab. Franc e 18 Cab. Sauvignon foram ranqueados. Eis os melhores de cada casta:
 
95 pts – Gran Enemigo Cab. Franc Gualtallary (acima de R$ 400,00)

 

 
94 pts – Catena Zapata Alta C. Sauvignon 2011 (indisponível no Brasil)
 
Para terminar, vamos apresentar os cortes melhores pontuados:
 
97 pts – Zorzal Eggo Tinto de Tiza 2013 (Malbec, C. Franc e C. Sauvignon – indisponível)

 

 
96 pts – Cheval des Andes 2010 (Malbec, C. Sauvignon, Petit Verdot – indisponível)

Faça uma visita virtual às vinícolas premiadas:
 
 
 
El Enemigohttp://enemigowines.com/ (em inglês)
 
 
 

Dica da Semana: além de todas estas delícias, algumas com preços exorbitantes, selecionamos esta opção para os leitores.
 
 
Ruca Malen Petit Verdot 2012
 
Rubi com reflexos violáceos intensos e brilhantes.
No olfato apresenta frutas vermelhas combinadas com os aromas de caramelo, baunilha e moca.
Paladar fresco e equilibrado com taninos firmes.
Harmoniza com: Cupim no bafo, virado à paulista, arroz carreteiro, risoto de calabresa, quiche de queijo, legumes gratinados, queijos e embutidos.
91 pontos Descorchados 2015

Uma orquestra afinada

Recentemente assisti a um concerto da famosa Jazz at Lincoln Center Orchestra com Wynton Marsalis, o mais importante trompetista deste gênero na atualidade. O que me chamou a atenção foi a incrível afinação do grupo e a consistência do que os músicos apelidaram de “cozinha”, o trio de piano, baixo e bateria. Houve um momento que os demais músicos se retiraram ficando apenas este trio. Honestamente, parecia que a orquestra toda ainda estava no palco. Embora fosse a grande estrela do espetáculo, Marsalis compunha o naipe de trompetes, como qualquer outro músico, sem estrelismos.
 

Foi a melhor definição de equipe, conjunto ou time que pude assistir: todos em uníssono em prol da boa, ou melhor, excelente música. Para os leitores entenderem melhor do que estamos falando, afinal esta é uma crônica sobre vinhos, assistam a este pequeno vídeo onde a orquestra apresenta um tema bem conhecido: “Jingle Bells”.

 

 
 
Percebe-se facilmente que, se cada instrumento desempenhar bem a sua parte, o resultado, mesmo para uma canção quase banal, pode ser espetacular.
 
Produzir um grande vinho é exatamente isto, reunir a melhor matéria-prima, os melhores equipamentos e grandes vinhateiros. Juntando cada uma destas peças em seu devido lugar o resultado só pode ser igual à música para os nossos ouvidos.
 
Esta busca por vinhos cada vez melhores, que não limitem a capacidade de criar e inovar de seus produtores, tem como meta principal encontrar novos territórios para plantar diferentes castas e obter vinhos únicos.
 
São típicas, hoje em dia, as associações de vinícolas do Velho Mundo com seus pares no Novo Mundo. Muitas já se estabeleceram na Califórnia, Chile, Austrália, entre outros, ou buscam parcerias como o que aconteceu na Argentina entre Nicolas Catena e Paul Hobbs que reinventaram a casta Malbec.
 
Outra parceria, não menos famosa, foi feita entre Robert Mondavi, o mais conhecido dos produtores da Califórnia e a Baronesa Philippine de Rothschild, dona de alguns dos melhores Chateaux em Bordeaux, para produzirem o raro vinho Opus One.
 
Um dos empreendimentos mais interessantes nesta área reuniu sete grandes nomes do vinho na mais promissora área do momento, o estado de Washington, EUA, especificamente na região de Walla Walla, considerada como tendo as melhores uvas do planeta.
 
A vinícola, que se chama Long Shadows (grandes sombras), é uma criação de Allen Shoup que dirigiu por muitos anos o Chateau Ste. Michelle e suas vinícolas associadas, ficando muito famoso por ter forjado parcerias com ninguém menos que Piero Antinori (Itália) e Dr. Ernst Loosen (Alemanha), que passaram a produzir nesta região.
 
Inaugurada em 2003 a Long Shadows foi uma aposta ousada que levou alguns anos sendo maturada. A proposta, ao mesmo tempo tão simples quanto complexa, recrutaria alguns dos maiores nomes do vinho para que utilizassem a excelente matéria-prima da região e produzissem seus vinhos de acordo com as especificações de cada um.
 
Um desafio e tanto, uma senhora orquestra para afinar e apresentar um repertório de sete vinhos fantásticos, um verdadeiro “dream team”.
 
Cada vinhateiro convidado se tornou sócio do empreendimento e produz seu próprio rótulo. Como nem todos podem se dedicar integralmente ao projeto, existe um enólogo residente, o competente Gilles Nicault que comanda todas as vinificações com equipamentos de ponta.
 
Estes são os vinhos e seus produtores:
 
Poet’s Leap Riesling
 
Produzido por Armin Diel, um dos mais aclamados produtores de Riesling da Alemanha, responsável pela vinícola Schlossgut Diel, na região do Nahe.
São produzidas 5.000 caixas por ano.
90 pts Parker em 2013.
É o único vinho branco.
 
 
 
 
Chester-Kidder
 
Um delicioso corte de Cabernet Sauvignon, Syrah e Petit Verdot vinificado pelo enólogo residente, Gilles Nicault, sob estreita supervisão de Alen Shoup, que homenageia seu avô, Charles Chester com este rótulo.
93 pts de Parker em 2011
 
 
 
 
 
Feather Cabernet Sauvignon
 
Elaborado por ninguém menos que Randy Dunn, pai de grandes Cabernet da Califórnia, entre eles o famoso Caymus.
Simplesmente sensacional, oferecendo tudo que se espera de um vinho desta categoria.
94 pts Parker em 2011.
 
 
 
 
Pedestal Merlot
 
Ninguém melhor para elaborar este vinho que o genial Michel Rolland, o rei desta casta e consultor de 10 entre as 10 maiores vinícolas do mundo.
Embora declare ser um Merlot, recebe pequenas porcentagens de Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Petit Verdot.
94 pts Parker em 2011.
 
 
 
Pirouette
 
Um corte bordalês com Cabernet Sauvignon, Merlot, Petit Verdot e Cabernet Franc, produzido pelas mãos de Philippe Melka e Agustin Huneeus.
Melka, trabalhou nas principais casas francesas, entre elas Petrus, Haut Brion e Dominus.
Huneeus, teve sob sua responsabilidade a Veramonte, Concha y Toro, Franciscan Oakville Estate e Mount Veeder, entre outras.
É considerado um inovador. 93 pts Parker em 2011.
 
 
Saggi
 
Interessante corte de Sangiovese, Cabernet Sauvignon, e Syrah vinificado pelos toscanos Ambrogio e Giovanni Folonari (pai e filho).
Saggi quer dizer “Sabedoria” e isto não falta a esta dupla: a família produz vinhos desde 1700.
Ambrogio foi presidente da Ruffino, comprada por seu avô em 1912. Produzem alguns dos ícones do Chianti e dos Supertoscanos.
92 pts Parker em 2011.
 
 
 
Sequel
 
Este nome significa “sequência”, nada mais justo segundo seu enólogo o australiano John Duval, responsável pelo formidável Penfolds Grange, um dos grandes vinhos do mundo.
Um é a continuação do outro.
Um corte de 94% de Syrah com uma gota de Cabernet Sauvignon.
94 pts Parker em 2011.
 
 
 Uma orquestra afinadíssima!
Pena que ainda não chegaram por aqui…
 
Dica da Semana: um bom tinto que não faz feio entre estes citados.
 
Von Siebenthal Parcela #7, 2009 
 
No olfato apresenta notas intensas de cerejas em compota e nítidos matizes a alcaçuz.
No palato é de uma concentração completa, com muita intensidade de sabores e em várias camadas.
A textura dos taninos é de bom nível qualitativo e tem excelente equilíbrio.
Harmonização: carne bovina ou suína em molho saboroso. Confit de Pato. Queijos de consistência firme e sabor forte.

Um concurso italiano, uma cidade de Portugal, um vinho brasileiro premiado

La Selecione del Sindaco, que poderia ser traduzido com A Seleção do Prefeito, é um concurso enológico internacional que tem por objetivo promover empresas e regiões que produzem vinhos de qualidade com denominações DOC, DOCG e IGT, em pequenas quantidades, entre 1000 e 50.000 garrafas. Uma interessante característica é que participam, conjuntamente, as municipalidades e as vinícolas de cada região.
 
 
Patrocinado pela Associazione Nazionale Città del Vino, e pela Recevin (Rede Europeia da Città del Vino), conta com supervisão científica da OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) e a chancela do Ministero per le politiche agricole (Ministério da Agricultura da Itália). A primeira edição foi em 2002 na cidade de Siena e já percorreu a Itália de norte a sul passando por Conegliano (2003), Alba (2004), Roma (2005), Ortona (2006), Monreale (2007), Cividale del Friuli (2008), San Michele all’Adige (2009), Brindisi (2010), Torrecuso (2011), Lamezia Terme (2012), Castelfranco Veneto e Asolo (2013) e Bolzano (2014).
 
Em 2015 foi escolhida a cidade de Oeiras, Portugal como a sede da 14ª edição do evento. O Brasil foi o convidado de honra devido à sua identidade cultural com o povo português e aos fortes laços que nos ligam à Itália, origem de um grande número de imigrantes que ajudaram a moldar o nosso país, principalmente na região sul. Sem eles não teríamos vinhos, com certeza!
 
Para sediar as seções de degustação foi escolhido o Palácio Marquês de Pombal, construído pelo arquiteto húngaro Carlos Mardel, na segunda metade do século XVIII, e que serviu de residência do histórico Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido como Marquês de Pombal e Conde de Oeiras, “pai” do vinho do Porto, por ter demarcado e protegido a região do Douro.
 
Construção de rara beleza, o edifício é conhecido por seus mosaicos e cerâmicas contidos e está rodeado por jardins maravilhosos.
 
 
Foram três participantes brasileiros:
 
– Vinicola Fazenda Santa Rita de Vacaria, RS, (www.vinicolafazendasantarita.com.br) com dois vinhos, o Chardonnay Família Lemos De Almeida e o espumante, Casa Portuguesa Brut Rosé, produzido com um corte de Chardonnay 60% e Pinot Noir 40%.
 
– Vinicola Armando Peterlongo, de Garibaldi, RS (http://www.peterlongo.com.br/pt/introducao/), que trouxe quatro vinhos, dois espumantes, método tradicional, à base de Chardonnay e Pinot Noir e outros dois obtidos pelo método Charmat, um rosé 100% Merlot e outro 100% Pinot Noir.
 
– Cooperativa Vinicola Garibaldi,RS, (http://www.vinicolagaribaldi.com.br/pt/) com três espumantes, um 100% Chardonnay, método clássico, um Moscato (corte de amarelo e branco) e um Prosecco.
 
 
A premiação distribuiu 27 Grandes Medalhas de Ouro, 141 Medalhas de Ouro e 129 Medalhas de Prata, sendo a primeira vez que o número de medalhas de ouro foi maior que as de prata, um resultado que deixou os organizadores extremamente satisfeitos, afinal a busca pela qualidade é o objetivo final.
 
O melhor vinho desta avaliação foi um Ice Wine da Moldávia, mostrando a força dos vinhos doces que ficaram com quatorze Grandes Medalhas. Os tintos receberam onze, os brancos e os rosados receberam uma, cada.
 
A relação completa dos premiados está aqui, para download: (em italiano)
 
O espumante brasileiro, Privillege Peterlongo Brut Rosé – método Charmat, recebeu 87,8 pontos e uma importante Medalha de Ouro, para esta tradicionalíssima vinícola da Serra Gaúcha, uma das poucas no mundo que ainda pode utilizar a denominação Champagne nos seus produtos. Uma pioneira neste segmento que durante muitos anos abasteceu as adegas do Palácio de Buckingham.
 
Este espumante foi elaborado para comemorar os 100 anos da empresa, em 2013: produziu o 1º Champagne brasileiro em 1913 pelas mãos de Manoel Peterlongo.
 
Dica da Semana: não poderia ser outro!
 
Privillege Brut Rosé Peterlongo
 
Elaborado com a variedade Merlot, possui um estilo muito especial, complexo, evidenciando frutas vermelhas.
Harmoniza com carnes brancas no geral, pato, salmão, pratos à base de frango e queijos leves.
Sua produção ficou limitada em 5.700 garrafas o que o torna um vinho difícil de encontrar.
Neste link, há uma relação dos representantes nos estados brasileiros.

Aromas e sabores do vinho: de onde vêm?

O vinho é uma bebida cheia de pequenos mistérios que, além de nos deliciar, mexe com nossas ideias a tal ponto que criamos uma série de termos para definir quase tudo que somos capazes de perceber no momento de degustar corretamente uma taça.
 
Comumente usamos as frutas para definir parte dos aromas e sabores nos vinhos mais jovens, expressões mais curiosas para definir os vinhos mais velhos, como “couro molhado”, “tabaco” e até mesmo “estrebaria”. Algumas destas percepções acabam sendo profundamente fictícias, por exemplo, quando afirmamos que este ou aquele vinho é “mineral”.
 
Algum leitor já lambeu diferentes pedras para registrar, no subconsciente, o gosto delas?
 
Por acaso experimentou mastigar uma pedra de isqueiro que seja para poder classificar mais este sabor?
 
A menos que sejam adeptos do simpático e irreverente Sommelier e personagem mediática, Gary Vaynerchuck (http://tv.winelibrary.com/), capaz de desafiar o respeitado jornalista Conan O’Brien a lamber pedras ou convidar a apresentadora Ellen Degeneres para degustar amostras de poeira ou de diferentes gramíneas, este conceito de mineralidade é algo muito complexo de se explicar.
 
 
O conceito de Terroir, outro pequeno e intrigante mistério, tem sido a explicação padrão para justificar as diferenças aromáticas e palatáveis encontradas nos vinhos produzidos no mundo. Alguns terroirs são míticos como as terras da Borgonha, onde de cada lado de uma simples cerca pode-se obter vinhos com diferentes características, ou os solos de Bordeaux, totalmente distintos se comparamos as margens esquerda e direita e, ainda assim, mantêm a fama de melhores vinhos do mundo.
 
Uma questão que tem intrigado enófilos e pesquisadores é tentar explicar como um vinho obtido de parreiras plantadas em solo arenoso, sem a presença de nenhum mineral, consegue passar esta sensação de que estamos bebendo pedras líquidas. Obviamente, outros sabores e aromas entram facilmente neste roldão o que faz a alegria de um significativo grupo de pesquisadores que estão em campo atrás de explicações cientificamente corretas: literalmente, não vão deixar pedra sobre pedra.
 
O Professor Barry C. Smith, da Escola de Estudos Avançados da Universidade de Londres foi taxativo: “A ideia de que você pode sentir o sabor dos minerais do solo é um disparate absoluto”.
 
Uma das descobertas mais curiosas foi uma explicação para o aroma de “xixi de gato” dos famosos Sauvignon Blanc neozelandeses: não tem nada a ver com o terroir, simplesmente as uvas são esmagadas e junto com elas algumas “joaninhas”, que são as culpadas pelo curioso cheiro…
 
 
Seguindo nesta linha de pesquisa, muita coisa foi descoberta através de inteligentes experimentos e, atualmente, já se sabe com alto grau de certeza que a propalada influência do “terroir” não é tão grande assim: a origem de aromas e sabores está ligada à presença de insetos e microorganismos, que podem estar no solo e nas leveduras utilizadas para a fermentação do mosto.
 
Uma das conclusões chave  para entender este processo foi formulada pelo Ecologista de Micróbios do Argonne National Laboratory em Lemont, Illinois, EUA, Jack A. Gilbert. (http://www.anl.gov/contributors/jack-gilbert):
 
“Se videiras forem cultivadas em uma área desprovida de micróbios simplesmente não se obtém qualquer vinho. As bactérias e os fungos influenciam a composição química das uvas e a saúde da videira”.
 
Entre os papéis desempenhados por bactérias está um efeito sobre o metabolismo e a química de defesa contra insetos da videira. Ao mesmo tempo, a comunidade de microorganismos que se alimenta desta espiral depende de vários fatores, tais como o pH do solo, que por sua vez pode variar não apenas entre as vinhas, mas também entre as linhas individuais. Isto explica corretamente o efeito da “cerca” na Borgonha, mencionado num parágrafo anterior.
 
Num recente artigo publicado na “New Scientist” (http://www.newscientist.com/article/dn27466-5-weird-tastes-that-can-sneak-into-your-wine.html), a autora, jornalista Sonia van Gilder Cooke, cita:
 
“De todos os organismos, são as leveduras que produzem o efeito mais significativo sobre o sabor”, visto que, durante o processo de fermentação são capazes de criar mais de 400 compostos que podem afetar o sabor e o aroma do vinho.
 
Começa a ficar mais clara a razão pela qual os vinhos são tão únicos: não vão existir duas combinações iguais de microorganismos, pH de solo, leveduras indígenas (ou industrias), nem mesmo entre duas linhas de videiras de um vinhedo.
 
Não era só o terroir afinal, mas muito mais, outro mundo na verdade, microscópico, mas que tem uma enorme capacidade de moldar a nossa bebida predileta.
 
Dica da Semana: já estamos numa boa época para tintos encorpados e potentes.
 
 
Xabec Montsant 2008
Nariz intenso e profundo, pautado pelos aromas de lavanda, alcaçuz, cereja madura e ameixa negra, todos em perfeita harmonia e integração.
As castas Garnacha e Cariñena marcam presença com estrutura e equilíbrio, embalado num final de baunilha.
Harmonização sugerida: Boeuf Bourguignon
 
 
 

Os melhores vinhos nacionais da Expovinis 2015

Considerado o principal evento da nossa maior feira de vinhos, o “Top Ten” é um concurso aberto a todos os produtores que desejarem participar, que seleciona os melhores entre as amostras recebidas.
 
A premiação é dividida em 10 categorias, havendo uma distinção entre os vinhos nacionais e os estrangeiros. 
Nesta edição foram analisadas 125 amostras, assim distribuídas:
 
16 Espumantes brasileiros;
 
8 Espumantes importados;
 
15 Vinhos Brancos importados;
 
12 Vinhos Brancos nacionais;
 
10 Vinhos Rosados;
 
18 Vinhos Tintos brasileiros;
 
13 Vinhos tintos do Novo Mundo;
 
11 Vinhos Tintos de Portugal e Espanha;
 
15 Vinhos Tintos de França e Itália;
 
7 Vinhos Fortificados e Doces.
 
A difícil tarefa coube a um júri composto por importantes nomes do cenário enológico atual:
 
Hector Riquelme – Sommelier chileno; Mario Telles Jr – ABS-SP; Beto Gerosa – Blog do Vinho; Celito Guerra – Embrapa; Jorge Carrara – Revista Prazeres da Mesa; José Luis Borges – ABS-SP; José Maria Santana – crítico de vinhos da revista Gosto; José Luiz Paligliari – Senac; Manoel Beato – Sommelier do grupo Fasano; Marcio Pinto – ABS-MG; Ricardo Farias – ABS-RJ e Tiago Locatelli – Sommellier do Varanda Grill.
 
Aqui estão os nossos representantes premiados:
 
Espumante:
 
Aracuri Brut Chardonnay 2014
 
Região: Muitos Capões, Campos de Cima da Serra – RS
 
Uva: 100% Chardonnay, método Charmat
 
Produtor: Aracuri Vinhos Finos (www.aracuri.com.br)
Elegante e refrescante de perlage fina e abundante. No aroma destacam-se as notas de damasco, raspas de limão e pão fresco. O paladar é envolvente e cremoso com acidez cativante.
 
Harmoniza com frutos do mar, peixes em geral, carnes brancas, molhos pouco condimentados, legumes crus e queijos leves.
 
Outras Premiações:
 
– Medalha de Prata – VII Concurso Internacional de Vinhos do Brasil, 2014.
 
– Medalha de Prata – Effervescents du Monde, França, 2013.
 
– Medalha de Prata – Vinus del Bicentenario – Concurso Internacional de Vinos Y Licores, Argentina, 2014.
 
Vinho Branco:
 
 
 
 
Pericó Vigneto Sauvignon Blanc 2014
 
Região: Vale do Pericó, São Joaquim – SC
 
Uva: 100% Sauvignon Blanc
 
Produtor: Vinícola Pericó Ltda (www.vinicolaperico.com.br)
Apresenta coloração amarelo palha brilhante. Aroma complexo, franco e muito intenso com notas de frutas tropicais, (melão, mamão papaia, casca de grapefruit e uma nota discreta de maracujá). Paladar harmônico e muito persistente.
 
Harmoniza com peixes em geral, camarão, crustáceos, culinária oriental, carnes brancas, risotos, comidas leves/picantes, queijos brancos (Brie e Camembert).
 
Outras premiações:
 
Medalha de Prata – 7º Concurso Internacional de Vinhos do Brasil – Edição 2014, Safra 2013;
 
Primeiro lugar na premiação Top Ten – Prêmio Melhores do Vinho, na categoria Branco Nacional – Expovinis 2014, Safra 2013.
 
Vinho Tinto:
 
 
 
Valmarino Ano XVIII Cabernet Franc 2012
 
Região: Pinto Bandeira, RS
 
Uva: 100% Cabernet Franc
 
Produtor: Vinícola Valmarino (www.valmarino.com.br)
Lançado como edição comemorativa dos 18 anos de fundação da Valmarino, apresenta coloração vermelha com tons violáceos, límpido e brilhante. Aroma frutado e complexo aparecendo especiarias (pimenta preta, cravo, café e chocolate) com presença harmônica da madeira. Seu paladar é untuoso, com taninos de qualidade e boa acidez. Corpo e estrutura elegantes.
 
Harmoniza com massas condimentadas, queijos fortes, e vários tipos de carnes incluindo as exóticas e de caça.
 
A seguir, a relação dos vinhos estrangeiros premiados nesta edição:
 
ESPUMANTES IMPORTADO – Georges De La Chapelle Cuvee Nostalgie N/V
 
VINHO BRANCO IMPORTADO – Casas Del Toqui Terroir Selection Sauvignon Blanc 2014
 
VINHO ROSADO – Saint Sidoine Côtes Du Provence Rosé 2014
 
VINHO TINTO, Novo Mundo – Renacer Malbec 2011
 
VINHO TINTO, Espanha e Portugal – Pêra Grave Reserva Tinto 2011
 
VINHO TINTO, Itália e França – Sangervasio A Sirio 2007
 
FORTIFICADOS E DOCES – José Maria da Fonseca Alambre Moscatel de Setúbal 20 Anos
 
Dica da Semana: façam suas escolhas nesta deliciosa lista. Todos saem ganhando!
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