Na última 6ª feira, na revista Rio Show, encartada no jornal O Globo, do Rio de Janeiro, a craque Deise Novakoski publicou uma interessante matéria em sua coluna ‘Três Doses Acima’. Sommelier respeitada e uma das primeiras bar woman, fala com muita propriedade sobre os efeitos do marketing nos rótulos da nossa bebida predileta.
“A grande maioria dos rótulos de vinhos parece feita para enlouquecer o consumidor. O que deveria ser um canal de comunicação entre nós e os produtores muitas vezes mais parece um recado mal anotado, uma sopa de letrinhas que nos induz a acreditar naquilo que não existe”.
Ledo engano!
O vinho virou um produto de marketing, muito bem trabalhado. O negócio é vender, de preferência com preços altos, algumas vezes, exorbitantes. Já que a legislação é omissa ou inexistente, vamos aproveitar…
Só que não podemos generalizar. Volto a citar a matéria em tela:
“Inspirados pelas mesma fonte que, um dia, por questões culturais e de colonização, os fizeram usar tais classificações, produtores argentinos e chilenos estão solicitando uma legislação para o uso de tais palavras nos rótulos, baseada nos moldes da lei que classifica os vinhos em regiões como Rioja e Ribeira del Duero, na Espanha”.
O que tem de tão especial nesta legislação? É aqui que a coisa fica interessante. Estes vinhos são classificados segundo a qualidade das uvas e pelo tempo de amadurecimento em barris de madeira. Existem 3 categorias, que são alinhavadas a seguir:
Crianza – um vinho que passa pelo menos 2 anos nos barris. Deve ser um vinho leve, fácil de beber;
Reserva – mínimo de 3 anos barricado, mais encorpado, concentrado, ‘jugoso’ como eles gostam de falar;
Gran Reserva – no mínimo 5 anos de envelhecimento em barricas e, mesmo assim, só recebe a denominação caso a safra toda daquele ano tenha sido considerada excepcional. Tem que ser um produto de excelente qualidade, requintado.
Simples e direto, com o propósito de esclarecer o consumidor e não confundi-lo. Muito diferente dos rótulos que encontramos por aqui, que além das expressões já citados, são acompanhadas por denominações como, Premium, Reserva Varietal, Gran Cuvèe e quejandos. No máximo indicam (com muita boa vontade) um maior teor alcóolico. Mas o precinho…
Então não caiam neste novo conto do vinho ao montar sua adega. Invistam em produtos que sabidamente são de boa qualidade, optem por denominações tipo DOC ou IGT.
Caso tenham encontrado um vinho do qual gostem e tem boa relação custo x benefício, mesmo que receba uma destas denominações duvidosas, contem para a gente.
Em tempo: a denominação Reserva é a habitual para vinhos superiores aos não denominados. Reservado é jogada de marketing…
Dica da semana:
Infinitus Cabernet Sauvignon /Tempranillo 2007
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