Junte os amigos, arraste os móveis, aumente o volume que a festa vai começar!

Mesmo com a ajuda do Google, não consegui descobrir quem usava este bordão. Acho que era de um show de rádio há muito tempo atrás.
Parafraseando o fabuloso Chacrinha – “tudo se copia” – não seremos nem um pouco originais adaptando o refrão aí em cima para explicar o que vai acontecer na coluna de hoje:
Junte os amigos, arrume a mesa e vamos beber um bom vinho.
Uma confraria é exatamente isto. Uma reunião para degustar as nossas descobertas, sem muitas regras, mas com algumas obrigações importantes. A primeira, e a mais importante de todas, é que a confraria, uma vez formada, se reúna regularmente e, a cada encontro, antes que todos tenham começado a provar as delícias do dia, deve-se agendar logo a próxima reunião. Caso contrário, a coisa desanda e fica sem graça.
Não pensem que, apesar de ser uma boa ideia, é fácil manter uma regularidade e o interesse dos confrades. Temos que ser criativos. Vamos examinar alguns pontos para que a empreitada tenha sucesso.
1 – O número de participantes é de suma importância e definirá o número de garrafas que serão apresentadas. Tecnicamente, 1 garrafa atenderia até 4 pessoas, servindo 2 taças de cerca de 100 ml. Numa prova de vinho, diminuindo sensivelmente a quantidade servida, é possível esticar até 8 ou 9 pessoas. Mas vamos apenas provar o vinho em vez de degustar. Procurem equilibrar o que cada um deve trazer. Tenham em mente que se a confraria crescer muito haverá outras implicações como necessidade de maior espaço, mais taças, etc.;
2 – Criar temas ou desafios para as reuniões é um caminho interessante. Eis algumas sugestões:
– escolham vinhos de determinadas regiões para serem comparados;
– fixem um limite de preço por garrafa e desafiem para saber quem fez a melhor compra;
– harmonizem comidas com vinhos de determinados país.
Enfim, as possibilidades são ilimitadas, o que não impede de se fazer a reunião em torno de um jogo de futebol, vôlei, basquete, corrida de moto ou F 1. O importante é tomar o vinho.
3 – o assunto $$ é sempre delicado e deve ser tratado abertamente. Dois caminhos funcionam muito bem: dividir a despesa, principalmente a do vinho; ou, a cada reunião, um confrade paga a conta;
4 – uma variação muito interessante é encarregar a um dos confrades uma pesquisa sobre o que vai ser bebido e, se for o caso, servido num jantar. Podem surgir histórias muito bacanas que vão gerar animados papos.
5 – ousem! 
– façam degustações às cegas: escondam os rótulos que serão bebidos e tentem descobrir o que é; 
– tentem uma degustação vertical: o mesmo vinho em diferentes safras; 
– ou façam uma horizontal:mesma uva, mesma safra, diferentes produtores;
Algumas confrarias, como a que frequentam três colunistas do Boletim, são simples e diretas, reunindo-se 1 vez por mês, em geral num restaurante, com a desculpa de comemorar os aniversários, mesmo que não haja nenhum… As únicas regras são: tragam a sua garrafa e dividam a despesa do aniversariante. Casualmente tem sido feitas algumas degustações às cegas, o que se provou ser muito divertido e difícil de acertar.
Outra confraria, da qual este escriba tem acesso, é bem mais sofisticada. As reuniões são mensais, sempre na casa de um confrade, que oferece o jantar e os vinhos. Há um limite mínimo no preço da bebida – neste caso específico US$ 100.00 – e cada encontro é temático e harmonizado. O anfitrião deve fazer uma breve exposição sobre que selecionou (ficha do vinho) e a respectiva harmonização.
Por fim, façam disto um prazer e não uma obrigação. Algo que todos desejam que aconteça novamente. Um bom nome para a confraria é um fator aglutinante. 

Dica da Semana:

Chapel Red 2009
Produtor: Robertson Winery / África do Sul
Uva: Merlot
Graduação Alcoólica: 14%
Saboroso tinto sul-africano de excelente relação qualidade/preço. Mostra cativantes aromas herbáceos e de frutas maduras. No palato é macio e envolvente, com ótimo equilíbrio.