Para os menos avisados, o nosso apreciado vinho só começou a ser servido em garrafas de vidro a partir de 1630, na Inglaterra. Antes disto, o vinho era guardado em ânforas cerâmicas, depois em tonéis de madeira. Vamos conhecer um pouco desta curiosa evolução. 

Tudo gira em torno da tecnologia de fabricação de vidros. Os Romanos armazenavam seus vinhos nas famosas ânforas, utilizando pequenos jarros de cerâmica ou estanho para servi-los (canjirões). Conheciam o vidro, mas era um material frágil e inadequado para armazenar ou para o serviço do vinho. 

No início do século XVII, após um período de escassez de madeira, surgiriam os fornos a carvão que podiam atingir a temperatura ideal (1500ºC) para a fabricação de vidros espessos e resistentes usados nas garrafas. Estas eram sopradas individualmente. Como havia a necessidade de decantar o vinho antes de servi-lo, os primeiros formatos eram bojudos, conhecidos como acebolados: sua forma lembrava o contorno da cebola. 

Este formato, em pouco tempo, ganharia laterais mais retas, com um contorno semelhante a um malhete ou massa, como preferem alguns autores. 

À medida que o vinho foi se popularizando, as pessoas passariam a comprá-lo em garrafas e não mais em barricas. Não existiam formatos ou quantidades padronizadas. O descontrole era de tal ordem que na Inglaterra de 1860, foi proibida a venda do vinho engarrafado. Como alternativa, o consumidor levava o seu recipiente que era preenchido com quantidades medidas pelo vendedor. Na França, os vinhos da Borgonha e as Champagnes eram vendidos em garrafas de 800ml, os de Beaujolais em garrafinhas de 500ml. Não havia um consenso. 
Somente a partir de 1970 houve uma mudança importante: por exigência dos Estados Unidos, as garrafas exportadas para lá deveriam ter um volume padronizado de 750ml, que acabou se tornando o padrão universal. 
Os Formatos 
Após a padronização do volume, surgiria uma plêiade de diferentes formatos. Alguns se tornaram tradicionais e as garrafas passaram a ser designadas pelos nomes destes vinhos: 
Garrafa Bordalesa – a mais conhecida: 

Os vinhos da Borgonha e do Vale do Ródano tem outro formato: 

A Flauta, típicas dos vinhos Alemães ou Alsacianos: 

Esta garrafa bojuda é da região alemã da Francônia (norte da Baviera): 

Não chega a ser um conceito universal estando mais próximo de uma tradição. Outras garrafas características são as de vinho do Porto e as de espumantes.  

Outros tamanhos 
Muito comum em comemorações esportivas, as grandes garrafas, principalmente as de espumantes, recebem denominações especiais. Eis uma lista resumida. 
Para quase todos os vinhos:  
Magnun – 1,5 l (duas garrafas);
Doble Magnum – 4 garrafas. 
Para os espumantes: (eventualmente podem ser usadas com outros vinhos) 
Jeroboão – 3 l (equivale a Double Magnum) 
Roboão – 6 l 
Matusalém – 8 l 
Salmanazar – 9 l 
Baltazar – 12 l 
Nabucodonosor – 20 l

Acima deste tamanho existem ainda a Melchior, a Salomão, a Soberano e a Melquisedec, com impressionantes 30 litros (fabricadas por encomenda). 

A foto a seguir mostra uma Melquidesec da Maison Drappier, especialista em grandes tamanhos. Tem aproximadamente 1,5m de altura, pesando mais de 40 quilos. São produzidas apenas 20 garrafas por ano. Quem vai encarar? 

Dica da Semana: depois deste exagero todo, ficamos com água na boca. 

Espumante Cave Geisse Brut Nature 
Elaborado pelo método champenoise, este espumante é apropriado para todos os momentos. Por não receber a adição de licor de expedição, acompanha muito bem qualquer refeição. 
Localização: Pinto Bandeira/Serra Gaúcha 
Açúcar Residual (aprox. 1,0 g/l) 
Vinho Base: 70% Chardonnay 30% Pinot Noir