3º dia: Vale Sagrado
 
Precisamente às 8h lá estava o nosso ônibus da excursão contratada para nos levar ao Vale Sagrado do Incas, onde pernoitaríamos, para, na manhã seguinte, embarcar no trenzinho com destino a Machupicchu. De malinha em punho partimos em nova etapa de nosso passeio.
 
O Vale Sagrado, se estende por mais de 120 quilômetros tendo em seus extremos as cidades de Pisac e Machupicchu e a Cordilheira dos Andes pelos dois lados. Esta estreita planície está situada a 2800 metros acima do nível do mar, bem mais baixo que Cusco. Tem um clima muito agradável com 18º C de temperatura média anual, rica flora e fauna, terra fértil e inúmeros riachos descendo das cordilheiras nevadas e alimentando o Rio Vilcanota, velho conhecido nosso por ser um dos formadores do Rio Amazonas.
 
Tudo gira em torno deste caudaloso rio, que em determinado trecho é mais conhecido por Urubamba, nome de um dos muitos vilarejos que atravessa. As atrações são múltiplas começando com as plantações de milho e batata. São diversas variedades de um e de outro, algumas muito exóticas como o milho roxo, que só é usado para fazer sucos ou o delicioso milho gigante, servido como acompanhamento para qualquer tipo de refeição. Com relação às batatas, existem cerca de 3800 espécies catalogadas.
 
A visita começa com uma paradinha num dos vários mirantes da estrada, para termos uma visão geral do local. (foto)
 
 
Há monumentos, sítios arqueológicos e ruínas por todos os lados, demonstrando que este vale nunca deixou de ser ocupado, desde tempos imemoriais. A próxima parada foi em Pisac, uma interessante cidade dupla, com a parte Inca em cima do morro e a arquitetura espanhola ao pé da montanha, com sua praça central e casas de adobo.
 
Incrível! Tudo em perfeito estado de conservação. Hoje em dia a praça central de Pisac é o ponto de reunião, aos domingos, de todos os grupos indígenas que habitam esta região. Promovem uma grande feira para vender seus produtos e ao mesmo tempo fazerem uma socialização onde os jovens, vestidos de acordo com as regras de cada grupo, procuram suas futuras esposas, igualmente identificadas pelas vestes como comprometidas ou solteiras.
 
 
Na montagem acima estão as duas cidades. Dali seguimos para o almoço, um buffet de comídas típicas, que nos prepararia para a impressionante visita da tarde: Ollantaytambo.
 
Esta outra cidade Inca talvez seja a única que nunca deixou de ser ocupda desde sua criação. A moderna arqueologia afirma que esta região foi um complexo militar, religioso, administrativo e agrícola, alem de palco de uma das poucas derrotas impostas aos espanhóis.
 
Como em tudo por aqui, há uma bela lenda que explica o seu nome. Ollanta era um chefe militar que se apaixona pela filha do Imperador Pachacutec. Decide “raptá-la” (foi consensual) gerando um conflito de mais de 10 anos nas tentativas, do pai, para recuperar sua filha. Somente após a morte de Pachacutec foi que seu filho, o novo Imperador, concede a mão de sua irmã, Cusi, transformando o chefe Ollanta em seu mais fiel oficial.
 
Visitar Ollantaytambo requer um bom preparo físico, são 236 degraus a serem galgados até seu topo para descortinar uma das mais belas e intrigantes paisagens do vale.
 
Quem do nosso grupo se habilitou?
 
Somente eu!
 
 
A foto acima dá uma idéia do percurso. A “escada” está à esquerda junto à encosta. A subida é gradativa, com pausas para recuperar o fôlego a cada 4 ou 5 patamares. Mas valeu cada momento. Ao chegar ao topo minha adrenalina estava no máximo. Para comemorar o meu feito brindaria com um delicioso espumante, um Cave Geisse Brut Nature seria perfeito!
 
Lá em cima pudemos observar esta imagem (foto) de uma face esculpida na montanha:
 
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Este seria o rosto dos Deus das Sementes.
 
Comparem com as fotos seguintes. A primeira foi tirada de uma ilustração que representa esta divindade no livro que o nosso guia levava, a segunda é de uma das muitas ilustrações de Francisco Pizarro, o Conquistador Espanhol:
 
 
Há uma notável semelhança!
 
O resto da história fica por conta de cada um, mas imaginem Pizzaro chegando em seu cavalo, animal desconhecido paras os Incas, a este povoado: no mínimo acharam que era a encarnação do Deus esculpido na montanha.
 
Os meus companheiros de viagem ficaram num barzinho ao pé da montanha, enquanto eu enfrentava um retorno nada fácil. Vejam na foto da direita: a trilha de descida fica do lado oposto ao da subida sendo bastante íngreme e sinuosa.
 
 
Ao final do dia fomos deixados em nosso hotel no Vale onde jantaríamos. Todo animado e com o sério intuito de me recompensar pela subida de Ollantaytambo, pedi a carta de vinhos do pequeno restaurante. Quase uma decepção: só havia um único vinho, peruano e totalmente desconhecido para mim. Mais por curiosidade do que por qualquer outro motivo, pedi uma tacinha. (foto)
 
 
Não era de todo ruim, ingênuo talvez, lembrando muito os vinhos nacionais quando ainda eram nada mais que uma tentativa de fazer um bom vinho. Claudia detestou, Cecília disse que “dava para tomar”, Rubens não bebe álcool preferindo uma “deliciosa” Inca Cola. Consultamos um famoso guia de vinhos internacionais que trouxe o seguinte comentário: “melhor não beber”…
 
Depois desta ducha de água fria só restava um merecido descanso. Às 6h o trem para Machupicchu partiria. 

Dica da Semana:  mais uma boa opção para enfrentar o calor sem deixar de apreciar a nossa bebida predileta. 

 

MAIA VARIETAL COLLECTION TORRONTÉS

De cor amarelo palha, este vinho apresenta aromas florais, com toques de frutas cítricas e brancas como melão e maçã. Acidez correta garantindo o frescor e realçando os aromas se realcem. Boa untuosidade e persistência.
Ideal para o inclemente verão de 2014.