Esta palavra tem sido usada por muitos especialistas para descrever uma sensação percebida no olfato e paladar que nos faz lembrar ou associar com pedras, terra e minerais diversos.
Nenhuma explicação até hoje foi capaz de dar uma resposta convincente. A grande maioria dos enólogos e críticos internacionais acreditavam que tudo se resumia ao Terroir.
Mas como explicar, por exemplo, que um Sauvignon Blanc vinificado a partir de uvas plantadas em terreno arenoso, apresente características minerais que só poderiam surgir, em tese, se as parreiras estivem plantadas em áreas pedregosas?
Fruto da nossa imaginação, talvez?
foto: http://www.fabricioportelli.com |
Usam e abusam do termo para torná-lo popular, mas poucos sabem o real significado do adjetivo.
Diversos estudos estão em andamento na França, Nova Zelândia e Espanha, entre outros. Muita coisa nova foi descoberta e algumas teorias já foram derrubadas.
Uma constatação muito interessante, que tem implicação direta com a ideia de que este atributo é uma sensação criada pela memória do degustador, mostrou que diferentes culturas são capazes de ter a mesma percepção sobre um determinado vinho: o conceito de mineralidade não é regional.
A Dra. Wendy Parr, que participou de um estudo conjunto entre França e Nova Zelândia, acredita que o termo surge no momento em que não são percebidos os aromas e sabores mais convencionais num vinho: na falta de outros termos por que não usar “mineral”.
Na concepção dela, vinhos muito frutados nunca serão minerais.
Mais radicais ainda são as revelações da mais recente pesquisa (2015) sobre o tema, conduzida por uma empresa espanhola que analisa vinhos, a Excell Ibérica:
“Os resultados indicam que a composição química dos vinhos e a sua percepção como “minerais” não estão diretamente ligadas ao solo do vinhedo”.
Foram identificados cerca de 17 compostos químicos presentes no vinho, que seriam derivados do seu metabolismo, das bactérias e leveduras da fermentação e dos processos de vinificação e amadurecimento, aos quais se poderia atribuir esta percepção.
Isto se opõe diretamente a um estudo anterior (2013) que apresentava alguns Ésteres e Tióis como sendo a razão dos aromas e sabores em questão.
Matéria controversa até para experientes cientistas.
Cito, novamente, a Dra. Parr:
“Ainda não sabemos com segurança o que é mineralidade (no vinho). Um assunto que não será resolvido facilmente. Não é algo “preto no branco”. Apesar de extensos esforços, os estudos até agora demonstraram, apenas, que o conceito é real e compartilhado por diferentes culturas”.
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