Uma ótima notícia!

Um dos piores efeitos colaterais para os que foram contaminados com a COVID-19 é a perda do olfato e, consequentemente, do paladar. Profissionais que vão desde a perfumaria, enologia e gastronomia, até os que apenas apreciam bons vinhos, charutos ou cafés, todos perderam sua principal ferramenta de trabalho ou capacidade de continuar desfrutando de seus pequenos prazeres.

Vem de Portugal uma das inciativas pioneiras para ajudar na recuperação do olfato perdido por conta desta terrível epidemia. Uma associação entre o grupo SOGRAPE, que detém marcas como Sandeman, Mateus Rosé, Casa Ferreirinha (Barca Velha), entre outras, com a Universidade do Aveiro, desenvolveu uma solução eficaz para o tratamento de desvios olfativos.

Chamado de kit TOP COVID – Treino Olfativo Paciente COVID-19, é composto por um conjunto de cinco discos de aromas, obtidos a partir de matérias-primas 100% vegetais e sem qualquer tipo de conservante, como pó de alecrim, pó de casca de tangerina com pó de bagaço da uva Baga, pó de bagaço da casta Touriga Nacional com grãos de erva doce, pó de gengibre com pó de bagaço da uva Baga e folhas de oréganos.

Nesta primeira fase, foram produzidos 100 kits, entregues ao hospital do Baixo Vouga, Distrito de Aveiro, que irá conduzir um teste clínico para avaliar a eficácia no treino de estimulação e regeneração do epitélio olfativo. Há uma grande possibilidade que este kit passe a ser comercializado em larga escala, brevemente, dependendo do sucesso deste ensaio.

Excelente iniciativa!

Portugal é um dos países que valoriza muito um de seus mais importantes produtos, o vinho, bem como o enoturismo. A base instalada atualmente, que conta com belíssimas Quintas, paisagens deslumbrantes, vinhos únicos e exclusivos, alta gastronomia e boa rede de hotelaria, é considerada como uma das melhores do mundo.

Pena que no nosso país, onde o lema de nossa bandeira deveria ser reescrito como “Desordem e Retrocesso”, as inciativas vindas de nossos vinhateiros são as mais preocupantes possíveis, sempre de cunho protecionista, buscando beneficiar uns poucos apaniguados que preferem enxergar mitos e palhaços do que enfrentar a realidade onde os demais vivem.

Embora seja louvável a inciativa de reduzir impostos dos vinhos brasileiros, associam esse pedido a criação de uma “zona franca” exclusiva dos municípios gaúchos produtores de vinhos, fingindo que não existe vinificação fora daquele estado.

Um absurdo!

Que os excelentes produtores do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Vale do São Francisco e outros locais, se posicionem contra mais esta aberração e defendam seus interesses.

Este tipo de atitude já vem de algum tempo com as frustradas tentativas de criar salvaguardas, cotas protecionistas e outros artifícios. São sempre os mesmos que estão à frente deste movimento: Argenta, Miolo, RAR…

Para refrescar a memória dos nossos leitores, acessem estas duas matérias:

1 – Enófilos Unidos jamais serão vencidos;

2 – Se não der certo, a gente tenta de novo.

Uma lástima que o cidadão brasileiro ainda não compreendeu que somos nós, consumidores, os reguladores do mercado. Com sutis mudanças nos nossos padrões de compras, somos capazes alterar toda a escala de produção. Podemos derrubar desde meios de comunicação até os grandes grupos industriais: basta não comprar o que nos é oferecido por eles. Sempre há opções à nossa volta. Um pouco de atenção e de força de vontade é tudo que precisamos.

Boicote neles!

Saúde e bons vinhos, de outros produtores, por favor.

Créditos: foto copiada do site da Universidade do Aveiro

4 Comments

  1. Mauricio Gouveia

    “uns poucos apaniguados que preferem enxergar mitos e palhaços do que enfrentar a realidade onde os demais vivem.”
    Bom dia… não poderia ter dito melhor…

  2. Berti

    Tuty
    Otima notícia sobre o olfato. Eu que perdi parte do meu, não pela Covid mas devido a uma sinusite forte, adoraria ter esse kit!!!

  3. José Paulo Gils

    Tuty
    Nós não precisamos deles, eles precisam de nós. Como você escreveu é só não comprar. Existem opções.
    Não é só no vinho em tudo.
    Concordo com você.

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