Alguns vinhos icônicos – Romanée-Conti

DRC ou como prefere o seu atual diretor, Aubert de Villaine, “Domaine de La Romanée-Conti”, é um vinhedo místico, na região de Vosne-Romanée, Borgonha, que produz um único vinho.

Um 100% Pinot Noir, raro, extremamente caro e considerado como o melhor da Borgonha, da França e do mundo!

Esta é a “controvérsia” mencionada na coluna da semana passada.

Afinal, qual destes vinhos é o melhor?

Não importa, a decisão será puramente subjetiva. Imaginem que, além destes, a França ainda tem mais ícones para nos oferecer.

A história do DRC começa em 1131 quando o Duque da Borgonha, Hugues II, doa as terras que resultariam neste vinhedo, para o Priorado de Saint-Vivant.

A primeira denominação foi Cros de Cloux. O nome Romanée surge em 1651, após estas terras serem vendidas pela igreja e passarem por diversas famílias. Segundo alguns relatos escritos, a mudança do nome se deve a Philippe de Croonenburg , então proprietário, talvez inspirada numa lenda sobre os romanos terem plantado videiras, naquelas terras, antes dos monges.

Em 1763, o Príncipe de Conti compra os vinhedos e passa a produzir um vinho exclusivamente para ele. Tido como uma personalidade muito arrogante, agregou o Conti ao Romanée.

Após a Revolução Francesa, os vinhedos do Príncipe foram confiscados e leiloados. Sucederam uma série de vendas e revendas. Em 1869, Jacques-Marie Duvault assume o negócio, formando um monopólio (vinhedos de único dono) com outros Grand Crus da Borgonha. A família “Villaine”, atual controladora, descende deste ramo.

A Société Civile du Domaine da La Romanée-Conti, produz 9 vinhos, 7 tintos e 2 brancos, todos com origem em vinhedos Grand Cru: Échezeaux, Grands Échezeaux, Richebourg, Romanée-St-Vivant, Romanée-Conti, La Tâche, Corton, Corton-Charlemagne (branco) e Montrachet (branco).

Todos são espetaculares.

Uma das características mais relevantes desta vinícola é o respeito pela terra e pelas tradições.

1945 foi um ano de grandes mudanças: a última safra pré-filoxera. Pouquíssimas garrafas foram produzidas, 600 apenas, o que gerou muitas falsificações.

Os vinhedos foram replantados em 1947 e a produção do vinho foi retomada em 1952.

Obtiveram a certificação de cultivo orgânico em 1985. Nenhum meio mecânico é utilizado no plantio, manutenção e colheita.

A produção atual do DRC está limitada a 6.000 garrafas que não são vendidas diretamente pela produtora, seja em unidades ou caixas. A venda mais comum (tem lista de espera …) é feita em lotes de 12 unidades de um mix de todos os vinhos produzidos. Apenas uma garrafa do Romanée-Conti é incluída neste pacote.

Preço médio no Brasil: R$ 33.000,00 (*)

(*) este é um valor estimado pelo app Vivino. A Optim, importadora deste vinho, prefere não declarar o preço. Entende que não é para qualquer um, exigindo uma série informações sobre o comprador e impondo outras tantas obrigações, entre as quais, a que não deve “revender” o vinho adquirido.

O renomado crítico inglês, Clive Coates, falecido em 2022, fez a seguinte afirmação sobre o Romanée-Conti:

“O mais raro, o mais caro e, constantemente, melhor vinho do mundo…
Este é o mais puro, aristocrático e intenso exemplo de um Pinot Noir que se possa imaginar. Não é apenas um néctar, mas uma medida, a partir da qual, todos os outros Pinot serão avaliados.”

Saúde e bons vinhos!

3 Comments

  1. Marcos Aarão Reis

    Penso que já disse, mas não faz mal repetir: bebida é vinho, vinho é tinto, os melhores tintos são franceses, vêm da Borgogne; são pinot noir. O Romanée Conti merece comenários. Tomei, uma única vez, chez Zeca B.

    • Marcio

      Vinho é tinto mas é branco também, e como é. Inclusive de Borgonha ou quem sabe um riesling. E aí Tuty, concorda ? Rs

Deixe um comentário para Tuty Pinheiro Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

© 2024 O Boletim do Vinho

Theme by Anders NorenUp ↑