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Uvas tintas que todos devem conhecer e provar

Para dominar qualquer assunto, é preciso ter um conhecimento seguro, principalmente sobre as bases que constroem o tema a ser estudado.

Vinho sem uva não existe, pelo menos na forma como estamos habituados. No texto anterior, apresentamos algumas castas brancas que, na nossa opinião, são imprescindíveis para formar, em todos os aspectos, um especialista nesta bebida.

Mas isto só não basta. Vamos conhecer algumas uvas tintas que, da mesma forma, são indispensáveis. Continuam valendo as mesmas premissas: é a nossa opinião.

Dentro deste universo, as tintas sempre tiveram um destaque maior. Ninguém questiona a fama dos Châteaux bordaleses, dos Domaines da Borgonha, dos Barolos e Brunellos italianos, Riojas da Espanha e muitos outros.

Para uma maioria de apreciadores, qualquer destes nomes citados se traduz, naturalmente, em vinho tinto.

O primeiro grupo de uvas, a ser conhecido e apreciado, contêm algumas das que compõe o tradicional “corte bordalês”: Cabernet Sauvignon e Merlot.

São duas castas bem diferentes. Apesar de serem bem populares e fáceis de encontrar em vinificações monocasta, sua fama decorre do fabuloso corte originário de Bordeaux.

A Cabernet Sauvignon é a vinífera mais plantada no mundo. Está em todas as regiões vinícolas e produz vinhos deliciosos e capazes de traduzirem perfeitamente cada terroir onde são cultivadas. Provar e compreender as diferenças entre cada uma destas versões é o melhor treino que se conhece.

São vinhos com taninos presentes, escuros e com algumas características bem marcantes: aromas e sabores de frutas negras, especiarias, cedro e um pouco das pirazinas dos pimentões verdes. Tem grande capacidade de envelhecimento.

Perfeitos com carnes nobres e pratos de sabor intenso.

A Merlot é bem diferente, quase um camaleão. Também está plantada nas principais regiões produtoras de vinhos. Por ter uma personalidade menos flexível, algumas de suas características básicas de aromas e sabores são perfeitamente identificáveis mundo afora: cereja, ameixa, louro, baunilha, chocolate.

São vinhos mais macios que os Cabernet e igualmente capazes de envelhecer, se corretamente armazenados. Isto os tornam extremamente versáteis na hora de harmonizar: carnes de gado, ave, ovino, caprino e suíno; massa, inclusive pizza; pratos vegetarianos e muitos outros.

Um adágio bem popular diz: ”se não souber o que servir, escolha um Merlot”.

Alguns dos melhores tintos brasileiros são elaborados com esta varietal.

(as outras castas de Bordeaux são: Cabernet Franc, Malbec, Petit Verdot e Carménère.)

Pinot Noir – A grande casta da Borgonha é responsável por muitos dos mais caros e famosos vinhos deste planeta, entre eles, o icônico Domaine de la Romanée-Conti. Também está densamente plantada na região de Champagne onde, novamente, está presente na elaboração destes que são os mais deliciosos vinhos espumantes.

Uma casta diferente e totalmente temperamental. Muito complicada de cultivar e vinificar, mas com resultados espetaculares. Está no mesmo time de outras “prima donas” como a Nebbiolo e a Baga.

Por conta do seu “temperamento” não é uma casta que se adapte facilmente a qualquer terreno. Fora da França, vamos encontrar vinhedos importantes nos EUA, Chile, Alemanha, Nova Zelândia e Itália.

Seus vinhos são de coloração muito clara, quase um rosado, corpo leve a médio, mas com uma intensidade de aromas e sabores simplesmente incomparável. Uma sinfonia de framboesa, cereja, hibisco e baunilha.

Há quem os aprecie acima de tudo e há os que abominam este tipo de vinho. São o par perfeito para a carne de pato. Salmão é outra iguaria que harmoniza corretamente com este vinho. Em algumas preparações, até mesmo frutos do mar podem ser combinados com um Pinot.

Uma casta que deve ser conhecida e provada por qualquer um que queira saber tudo sobre vinhos. Este contraste com as outras uvas é fundamental para sedimentar conhecimentos.

Syrah ou Shiraz – A grande casta da região do rio Ródano, França, e amplamente difundida entre os produtores de vinho, inclusive na América do Sul.

Sempre foi um pouco esnobada por conta da sua origem não bordalesa. Com a ajuda de um grande crítico de vinhos, que passou a chancelar vinhos do Rhône com os famosos 100 pontos, foi reconhecida como uma uva “superstar”.

Brilha sozinha ou acompanhada por Grenache (Garnacha) e Mourvèdre formando o não menos importante “corte gsm”.

Seus vinhos são ricos e encorpados, variando ligeiramente conforme o terroir. Encontramos sempre aromas e sabores bem característicos: pimenta do reino, ameixa preta, mirtilo, chocolate ao leite e tabaco.

Harmonizam muito bem com pratos condimentados, comida indiana e carne de caprinos ao estilo árabe.

Esta é uma casta muito importante para a nossa vitivinicultura, foi a primeira a se adaptar à “dupla poda”, técnica desenvolvida no nosso país, que está sendo usada em outros lugares.

Já estamos produzindo alguns Syrah que se equivalem aos mais famosos Chilenos e Australianos.

Malbec – Embora seja uma das castas de Bordéus, foi no terroir Argentino de Mendoza onde se destacou e ganhou fama mais que merecida.

Na sua origem, era considerada uma casta coadjuvante, um “segundo time”, servindo, apenas, para complementar o famoso corte bordalês. Dizem que Malbec seria uma deturpação da expressão francesa “mal bec”, “bico errado” ou gosto ruim.

Seus vinhos são encorpados e ao mesmo tempo muito fáceis de beber. Aromas e sabores de framboesas, ameixa vermelha, baunilha, cacau e tabaco suave são características típicas do estilo mendocino.

Um vinho para carnes vermelhas e pratos suculentos. Também harmoniza com queijos de mofo azul e com sobremesas a base de chocolate amargo, 70% no mínimo.

Um bom caminho de aprendizado é provar o Malbec argentino e compará-lo com seu irmão francês da região de Cahors. São muito diferentes. Uma bela “aula” sobre terroir e métodos de vinificação.

Há mais uvas que poderemos escrever sobre elas em outra oportunidade. Para aqueles desejosos de saber e que já se diplomaram nesta primeira lista, aqui está uma relação a ser pesquisada:

Tempranillo; Touriga Nacional; Cabernet Franc, Carménère; Tannat, Primitivo/Zinfandel e Grenache/Garnacha.

Saúde e bons vinhos!

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Uvas brancas que todos devem conhecer e provar

Alguns conhecimentos são essenciais nas nossas vidas. São ensinamentos aprendidos dentro de casa, na escola e até nas ruas.

No mundo do vinho não é diferente. Podemos apreciar um vinho apenas por suas características básicas, cor, aroma e sabor, e não há nada de errado nisto.

Para alguns iniciados, conhecer o que está por trás desta mágica que cria cor, aromas e sabores, agrega um grau maior de satisfação e prazer. É a partir deste conhecimento que nos habilitamos a fazer ótimas escolhas e, quem sabe, um dia, sermos reconhecidos como “experts” no assunto.

Especialistas ou neófitos, sabemos que a elaboração de um vinho começa no vinhedo: a uva é a estrela. Não são poucas, estima-se em 10.000 variedades distintas. Deste universo, apenas algumas são usadas para a produção desta bebida, entre tintas e brancas.

Vamos conhecer as castas brancas mais famosas:

Chardonnay – Considerada como “a uva branca padrão”, tem sua origem na região da Borgonha, França, onde dois estilos de elaboração se destacam: o uso, ou não, de barricas de Carvalho para o amadurecimento.

O que passa por madeira é mais encorpado e redondo, enquanto os que não usam este recurso são mais ácidos e diretos, como o famoso Chablis.

Produtores de todo o mundo elaboram um Chardonnay ao seu estilo, sempre calcados nestes dois.

Sauvignon Blanc – Disputa com a anterior a primazia de ser uma casta de referência. Também originária da França, das regiões de Bordeaux e Loire e se espalhou pelo mundo, criando estilos regionais que chegam a ser mais importantes que os originais, por exemplo, Nova Zelândia e Chile.

Quase nunca passa por madeira. É um vinho refrescante e muito gastronômico.

Alvarinho/Albarinho – Casta típica da Península Ibérica, onde são produzidos vinhos deliciosos, como os da região do Minho (vinho verde) e na região espanhola de Rias Baixas. Também ganhou o mundo com seu estilo leve, muito aromático, boa acidez e capacidade de guarda.

Na América do Sul há ótimos rótulos uruguaios e brasileiros. Um vinho muito adequado para o nosso clima e estilo de comida.

Riesling – Por muito tempo considerada como a “rainha das uvas brancas”, é mais caracterizada e conhecida pelo estilo alemão, onde o seu lado adocicado é enfatizado, seguindo os “predicados” das normas de produção daquele país.

Os de estilo seco são muito minerais e chegam a desenvolver aromas de “petróleo” quando abertos. Já os mais adocicados, que custam muito caro, são perfeitos como vinhos de sobremesa.

Moscatel – Também conhecida como Muscat ou Moscato, é um grupo varietal em lugar de uma única casta. Muito doce, encontrou seu lugar de destaque num estilo de vinho espumante muito apreciado. O Brasil se destaca mundialmente neste estilo.

Seus vinhos tranquilos são muito saborosos, com corpo de leve a médio e baixo teor alcoólico. A região da Alsácia é famosa por este estilo.

Curiosamente, sua origem está na antiga Grécia de onde foi levada para a França, se espalhando para diversos outros países. Na vizinha Itália, o Moscato d’Asti é um de seus vinhos icônicos.

Poderíamos incluir algumas outras nesta primeira relação, mas o texto certamente ficaria longo e enfadonho.

Para os mais aventureiros e que gostam de trilhar outros caminhos, aqui estão mais alguns nomes: Pinot Grigio; Chenin Blanc; Torrontés; Gewürztraminer e Viognier, sobre as quais podemos falar mais à frente.

Vinhos de todas estas castas mencionadas são facilmente encontrados no nosso país. Os mais raros e caros, são os Riesling, sejam da Alemanha, Áustria o da francesa Alsácia. Não confundam com o Riesling Itálico, muito comum no Brasil.

Chardonnay da Argentina, Chile e Uruguai são muito bons. Sauvignon Blanc chileno é outra estrela. Alvarinho português tem ótima distribuição por aqui. Já os espanhóis, uruguaios e brasileiros são mais difíceis de encontrar.

Para provar o Moscatel, escolham um bom espumante nacional e se deliciem com uma bela sobremesa. Para os que gostam de combinações exóticas, experimentem harmonizar com comida Thai, bem picante.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS: Imagem de Racool_studio no Freepik

Degustar ou “entornar”?

Numa das oficinas de degustação que organizamos, um dos presentes avaliava cada vinho apresentado, que lhe agradava, com o seguinte comentário: “altamente entornável”!

Isto nos deixava com um misto de satisfação, pelo vinho escolhido, e tristeza, por conta do baixo aproveitamento de tudo que havia sido exposto na parte teórica da oficina.

Cada bebida alcoólica tem seus ritos de degustação que deveriam ser seguidos por seus admiradores. O vinho não é exceção e talvez seja a bebida que mais ritos exige para dar, ao seu aficionado, um título de expert, enófilo ou de grande conhecedor.

Vinhos são pensados e elaborados para nos proporcionar uma série de pequenos encantos que começam quando o líquido é vertido numa taça e terminam algum tempo depois do último gole, ao fim da garrafa.

A capacidade de apreciar tudo isto exige algum conhecimento e muito treino. Não é algo que se adquire da uma hora para outra e nem tem um preço fixado que pode ser pago em suaves prestações.

Uma das primeiras lições é como identificar se um vinho tem qualidades acima da média. Um ótimo indicador já está bem delineado nos parágrafos anteriores: permanência. Um vinho de boa origem e vinificado com todos os cuidados, vai se manter no nosso palato por algum tempo. Não é aquela coisa do bebeu e passou. Esta qualidade é fundamental para que a harmonização com alimentos funcione.

Não podemos deixar de lado o conhecido trio: cor, aroma e sabor. Este primeiro contato tem muito a nos dizer sobre o que vamos provar. É tão importante que Sommeliers são avaliados por sua capacidade de identificar diferentes vinhos a partir destes três elementos, o que não é fácil.

Apesar do rito ser o mesmo para profissionais ou para simples apreciadores, é na conclusão do que se observou que surgem as diferenças. Enquanto eles procuram pistas sobre as origens do que estão degustando, nós devemos olhar para outros parâmetros. O mais importante deles é o equilíbrio.

Fruta, acidez, taninos e teor alcoólico devem estar em harmonia, um não deve ser mais evidente que os outros. Um importante reflexo disto é observar que, na hora de acompanhar uma refeição, a intensidade de sabor do vinho deve acompanhar a do prato servido.

Vinhos se destacam por sua capacidade de nos oferecer uma ampla gama de aromas e sabores que, ao final, se traduzem em satisfação. Ao olhar a cor, sentir os diversos aromas e sabores, procurem identificar e associar com as suas referências – não vamos conseguir identificar algo que nunca provamos antes.

Um exemplo clássico é o alcaçuz, uma presença fácil de ser identificada nos tintos que passaram por barricas de carvalho. Infelizmente, esta raiz adocicada deixou de fazer parte do nosso dia a dia. Antigamente, era comum balas de alcaçuz serem vendidas por baleiros ambulantes. Hoje, este marcante sabor só é identificado em algum xarope para tosse, mesmo assim, se formos avisados que ele está ali.

O conselho final é: trabalhem com o conhecimento que vocês têm. Para enriquecer sua base de dados, participem de degustações, viajem e façam cursos e oficinas e, sobretudo, não “entornem” …

Saúde e bons vinhos!

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Vinhos para a Páscoa

Uma das mais importantes tradições brasileiras, as celebrações da Semana Santa, são aguardadas com muito carinho pelas nossas famílias. A expectativa de reencontrar parentes e amigos em torno de uma boa mesa é sempre animadora e, claro, não podem faltar bons vinhos para harmonizar tudo.

Os frutos do mar se destacam nesta época, principalmente o Bacalhau, preparado em mais de mil formas diferentes, todas deliciosas. Outros peixes, crustáceos e moluscos não ficam atrás e o cardápio da Sexta-Feira Santa é sempre farto.

Como se isto não bastasse, no Domingo de Páscoa temos outra mesa abundante. Neste dia, carnes bovinas, suínas, ovinas e de aves fazem contraponto com as delícias servidas na sexta-feira.

Mas o momento mais esperado é o da sobremesa: chocolates, nas mais diversas formas…

Haja vinho para combinar com isto tudo.

Tintos, brancos, rosados e generosos dão conta facilmente, basta saber o que abrir em cada momento.

Bacalhau, que em Portugal é tratado como “o fiel amigo”, pode ser acompanhado de brancos ou tintos, tudo irá depender do preparo. Para não errar, opte por um bom branco. A nossa sugestão é um Pinot Grigio. Há várias boas ofertas nas nossas lojas e mercados. Escolhemos esta:

Argento Pinot Grigio

Este vinho argentino é delicioso e fácil de encontrar. Muito aromático, apresenta aromas cítricos, pêssego e damasco. Fácil de beber. Deve ser servido entre 8º e 10º

Se a opção recair sobre um tinto, que servirá também para os pratos de domingo, a escolha pode ficar entre portugueses, chilenos ou argentinos. O ideal é um vinho mais neutro que nos permita apreciar o prato escolhido, sem se sobrepor. Nossa sugestão é este interessante chileno, vendido em garrafas de 1 litro:

Cacique Maravilla Pipeño País

A casta País, também conhecida como Mission, talvez seja a verdadeira uva emblemática das Américas. Desprezada por muito tempo, voltou a ser vinificada em grande estilo. Um vinho leve e refrescante, com taninos finos e presentes. Uma grande surpresa.

O capítulo final da nossa odisseia é como enfrentar toneladas de chocolates, sejam nos ovinhos, bombons, mousses, brigadeiros e muito mais.

Nossa sugestão se curva para a forma mais tradicional de harmonizar esta formidável guloseima: Vinho do Porto.

Entre Ruby, Tawny ou LBV, cada um combina melhor com um tipo de chocolate. Aqui está a nossa sugestão:

Calem Velhotes Ruby

Perfeito com chocolates ao leite, os mais comuns na época de Páscoa. Este Porto é uma das marcas mais populares em Portugal. Fácil de encontrar por aqui, também. Boa relação custo x benefício.

Pode ser servido ligeiramente refrescado.

Se nenhuma destas opções fez a cabeça de algum leitor, temos alguns vinhos coringa, por exemplo, rosados e espumantes, que podem ser brut ou demi-sec, para acompanhar as sobremesas.

Boa páscoa para todos!

Saúde e bons vinhos!

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Imagem de abertura por Racool_studio no Freepik;

Fotos das garrafas obtidas no sites das vinícolas ou distribuidoras.

Qual branco abrir?

As respostas mais simples a esta questão seriam na linha de “qualquer um” ou “o que estiver mais gelado”. Nenhuma delas, entretanto, pode ser a melhor escolha na hora de fazer esta, aparente, simples harmonização.

Parafraseando Hamlet, em uma de suas várias traduções e adaptações: “Há mais vinhos entre o Céu e a Terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”.

Um dos primeiros mitos que enófilos iniciantes aprendem é a conhecida regrinha de harmonizar alimentos de acordo com a sua cor. Em linhas gerais, cores escuras combinam com vinhos tintos e, vice-versa, cores claras com vinhos brancos.

O problema com esta regrinha é que existem muitos tipos de alimentos e de vinhos e estas combinações nem sempre estarão corretas. Por exemplo, podemos harmonizar peixes com vinhos rosados, laranjas e até com alguns tintos leves. E ainda nem falamos dos diferentes estilos de vinhos: tranquilos, espumantes, doces e generosos…

Vários fatores vão influir nesta escolha, como o teor de gordura do alimento, modo de preparo e o tipo de frutos do mar: peixe de rio, de mar, crustáceos, moluscos, etc.

Quanto ao vinho, a quantidade de variáveis que devem ser levadas em consideração são: castas, safra, amadurecimento, origem, estilo e temperatura de serviço.

Duas castas brancas são quase uma unanimidade quando se pensa neste tipo de combinação, Chardonnay e Sauvignon Blanc. Há uma boa razão para isto: são vinhos com características bem equilibradas, pouco aromáticos, com boa acidez. Casam bem com os molhos mais cítricos e amanteigados. Castas mais aromáticas tendem a se sobrepor ao delicado paladar de um peixe. Vinhos madeirados devem ser evitados, honrosa exceção para os Chardonnay de estilo californiano.

Vinho Verde (Alvarinho, Loureiro), Pinot Grigio, se for um peixe muito delicado, Verdicchio, cortes com Semillon, Viognier ou Chenin podem ser muito interessantes.

Para a origem do vinho, as regiões costeiras e as de grande altitude seriam as melhores opções. A ideia é ter brancos frescos, com boa acidez e corpo mediano. Vinhos de clima frio.

Vinhos jovens são mais indicados. Deixem o maturados para algumas ocasiões muito específicas, por exemplo, peixes defumados ou muito condimentados.

Importante observar o teor alcoólico, busquem os mais baixos, na faixa de 12% ou um pouco mais. Vinhos com muito álcool são mais pesados no paladar desequilibrando a combinação com a leveza dos frutos do mar.

Um último fator a ser observado é a temperatura de serviço: devem estar frios, mas não estupidamente gelados. É preferível manter a garrafa num balde com gelo e água, procurando manter uma temperatura constante.

Algumas combinações curiosas:

Atum fresco: grelhado ou com molho leve vai bem com um Pinot Noir ao estilo do Novo Mundo. Cru, como na culinária oriental, combina com branco levemente adocicado, um Riesling Kabinett ou Spatlese, se o molho for doce;

Bacalhau: tudo vai depender da preparação. Brancos marcantes e com passagem por madeira e tintos leves;

Sardinha, Anchova: tinto portugueses da região do Minho levemente refrescados (Vinhão, Espadeiro, Alvarelhão). Para uma harmonização fora do comum, experimentem um Jerez seco tipo Manzanilla.

Com algumas analogias, podemos usar estas mesmas ideias para harmonizar carnes vermelhas com vinhos tintos.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS: Imagem de abertura por Freepik

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