Categoria: Mitos (Page 1 of 9)

Taça para vinho: acessório, pompa ou ferramenta?

A história do vinho vem sendo marcada por alguns importantes divisores.

São de diversas naturezas, como a praga da Filoxera, guerras, novas descobertas científicas na área do cultivo e da elaboração e até mesmo uma degustação na França, que se tornou um marco icônico: o “Julgamento de Paris”.

Foi ela quem estabeleceu a separação de estilos entre “Velho mundo” e “Novo mundo”.

Um destes divisores, curiosamente, foi um filme norte americano, “Sideways”, exibido aqui como “Entre umas e outras”.

A trama decorre em torno de dois personagens, um deles um aficionado por vinhos, que leva seu melhor amigo para uma despedida de solteiro, em meio a vinhedos e vinícolas da Califórnia.

Entre diversos diálogos e situações intrigantes e divertidas, o Enófilo revela suas duas paixões:

1 – Detesta vinhos da casta Merlot;
2 – Sua melhor garrafa é um Bordeaux, Château Cheval Blanc, 1961.

Neste momento, o filme divide os espectadores em dois grupos: os que não conhecem vinho e os que realmente apreciam esta tradicional bebida. Estes últimos, acabam por se divertir, muito mais, com esta ótima comédia.

Explico.

O famoso Cheval Blanc, não confundir com um whisky homônimo, é um vinho elaborado com Merlot, Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon. A safra de 1961 é considerada excepcional. Embora o corte seja mantido em segredo, especialistas avaliam que era composto de Merlot e Cabernet Franc, somente, com predominância deste segundo.

Parece que a implicância com Merlot não era tão grave. Mesmo assim, o sucesso deste filme trouxe um enorme impacto nas vendas de vinhos desta casta.

O mais interessante está numa cena lá no final da película. Nosso personagem, profundamente decepcionado com o amigo, que apronta todas, e com o desprezo de uma namorada, resolve beber sua preciosa garrafa num fast food de hambúrgueres.

O vinho foi degustado num copo de isopor!

Este improvável cenário é a inspiração para este texto.

Múltiplas questões se impõem, nos levando a pensar em heresias, em estragar o vinho e em não cumprir os ritos!

Seriam eles realmente importantes e obrigatórios?

O principal ponto nesta história é a ausência de uma taça, com bojo, preferivelmente de cristal, com uma haste e imaculadamente limpa.

Assim, poderíamos observar a coloração, girar despreocupadamente o líquido para obter os melhores aromas e, finalmente, o fino cristal tocar nossos lábios e transmitir aquela sensação de elegância, entregando todos os sabores contidos no néctar.

Neste caso, a taça se torna uma ferramenta de degustação. Nada mais é que um veículo. O conteúdo, apesar dos pesares, não pode e nem deve ser modificado por ele.

Será que tudo não passa de um mito ou de preferência pessoal?

O que realmente importa, no momento de apreciarmos um bom vinho, é o nosso “terroir”, fazendo um paralelo com a vinificação.

Onde estamos, com quem estamos (ou não), os acompanhamentos, o que explica a importância que é dada para as “harmonizações”, o clima e, por que não, dia, mês, ano e hora.

Honestamente, tudo isto é mais relevante do que a taça, seu formato, se é de cristal, de plástico ou um reles copo de papel.

Qual a sua opinião?

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Larentis Reserva Especial – Tannat/Viognier 2023

Mais um vinho da família Larentis apresentado nesse blog. Família estabelecida na Serra Gaúcha desde o século XIX vem se aventurando por apresentar constantemente novidades em seu portfólio. Nessa indicação apresentamos um vinhos co-fermentado utilizando uma uva branca e outra tinta. Apesar de esta característica existir em vinhos europeus a muitos anos, no Brasil apenas recentemente algumas vinícolas se aventuraram neste caminho.

O Larentis Reserva Especial Tannat Viognier safra 2023 é feito a partir de 90% Tannat 10% Viognier da Larentis é elaborado em co-fermentação, um processo que une, desde a fermentação, todas as características das duas variedades. Envelheceu por um ano em barricas de carvalho neutras, preservando e potencializando as características varietais. Possui coloração intensa, nariz de notas florais e frutas com boa intensidade e boca com taninos aveludados, muito equilibrado e final agradável.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de abertura por brgfx no Freepik

Escolhendo um vinho para guardar

“Envelhecer como um bom vinho” é uma expressão consagrada, muito utilizada para qualificar pessoas que se tornam cada vez mais interessantes, com o passar dos anos.

O paralelo com os vinhos tem um lado absolutamente verdadeiro: todo vinho pode envelhecer.

O grande problema é saber se deve ser envelhecido. Nem sempre o resultado esperado pode valer a pena.

A maioria dos vinhos produzidos atualmente foi elaborada para serem consumidos rapidamente. Por outro lado, os chamados grandes vinhos, como os de Bourdeaux, Bourgogne e Champagne, na França, Barolo, Brunello e Barbaresco, na Itália, os Tempranillos da Rioja, Espanha, e os vinhos do Douro, em Portugal, são vinificados para serem guardados por alguns anos, antes de serem degustados.

São produtos de safras muito especiais, portanto bem mais caros que os vinhos do dia a dia, que se bem armazenados podem trazer novas camadas de aromas e sabores, se afastando do perfil frutado, fresco e fácil de beber. O novo perfil entra na região dos “terciários”. Aparecem frutas secas ou em compotas, couro, tabaco, com taninos bem arredondados e baixa acidez. Um final de boca muito persistente e agradável.

Pensando nisto, vem a primeira dica: se você nunca provou ou não gosta deste tipo de perfil, nem tente trafegar por este caminho.

Mas, se for esta a via desejada, aqui está a segunda dica: escolha um vinho que você já tenha provado e gostado.

Depois, certifique-se que ele tem algumas condições, na sua juventude, para poder melhorar na terceira idade: taninos presentes, boa acidez, teor alcoólico acima da média.

Uma interessante sugestão é comprar duas ou três garrafas deste mesmo vinho que se pretende envelhecer. Fixe uma data para ir abrindo cada uma delas, acompanhado a evolução da que será a última. É um ótimo aprendizado.

Um mito que devemos esquecer é o que afirma que só os tintos envelhecem bem: totalmente falso.

Um dos mais famosos vinhos do mundo, o Champagne, é disputadíssimo em anos safrados (vintage), simplesmente pela excelente capacidade de envelhecer. O mesmo pode ser dito sobre vinhos doces. A maioria são brancos.

Obviamente, existem castas, tintas ou brancas, que realmente melhoram com o tempo. Cabernet Sauvignon, Merlot e Pinot Noir, por exemplo, são algumas das mais conhecidas entre as tintas. Chardonnay, Riesling e Chenin Blanc são bons exemplos de uvas brancas.

Outros fatores que influenciam num bom envelhecimento são a passagem por madeira e o tamanho da garrafa. As menores envelhecem mais rápido.

Temperatura e umidade controladas, posição horizontal, baixa iluminação e constante observação são recomendações válidas para vinhos novos ou envelhecidos.

Resumindo:

– Envelhecer um vinho não significa, necessariamente, que ele será melhor;

– Quem vai decidir esta questão é o seu paladar;

– Só armazene um vinho se você aprecia os sabores mais maduros, típicos de um vinho mais evoluído;

– Seguir o caminho dos vinhos consagrados é mais seguro, mas a grande aventura é trilhar por outras regiões menos famosas e descobrir novidades;

– Prefira um vinho que você já conheça. Tentar melhorar um vinho ruim, com envelhecimento, vai resultar num vinho ruim e velho;

– Vinhos tintos, brancos, rosados ou espumantes podem ser envelhecidos. Façam uma sábia escolha.

 Saúde, bons vinhos!

(A dica de hoje é uma boa opção para deixar quieto na adega.)

Dica da Karina – Cave Nacional

Vistamontes – Merlot Gran Inovum 2022

A Vistamontes Vinícola fica no interior de Bento Gonçalves. Ela faz parte da Rota Cantinas Históricas, um roteiro composto por diversos pontos turísticos da região. Os enólogos Geyce Marta Salton e Anderson De Césaro uniram experiências para elaborar sucos, espumantes e vinhos em seu local de origem: Faria Lemos, distrito de Bento Gonçalves.

O VistaMontes Gran Merlot Inovum é um vinho feito de Merlot de mesmo terroir e mesma safra porém com vinificação diferente. Uma parte do vinho estagiou em barricas de carvalho francês por 24 meses e outra parte amadureceu em ovos de concreto por 21 meses.

Possui visual límpido e brilhante, apresenta-se com coloração púrpura intensa. No nariz muita fruta, vermelhas e negras, como morango, cereja, mirtilo e o toque da madeira e do concreto, trazendo notas minerais e de especiarias, como grafite, fósforo, tabaco e pimenta preta. Um vinho vibrante e potente, com taninos firmes e polidos, com notas de frutas pretas se destacando, juntamente com o mineral e a barrica.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de mrsiraphol no Freepik

De volta ao básico – Compreendendo o “Terroir”

Um bom vinho começa no vinhedo. Esta é uma das grandes verdades dentro deste nosso universo.

Lembrando os tempos das aulas de matemática, existe um importante “corolário”: um bom vinhedo significa um bom “terroir”.

Esta temida expressão francesa, muito citada e pouco compreendida, assusta até mesmo um experiente enófilo, quando instado a explicar o que isto significa.

Não existe uma explicação simples e direta, ao contrário, são diversas formas possíveis de interpretar ou entender este conjunto de fatores que vão definir o vinho que, um dia, será elaborado a partir dos frutos ali obtidos.

Na França, seu significado é de extrema importância. Refere-se a uma extensão de terra, limitada, sob a ótica de sua aptidão para o cultivo agrícola. No nosso caso, produção de uvas. É a base do sistema de “Appellation d’Origine Contrôlée” (AOC).

Fica claro que este conceito, “terroir”, não é restrito ao vinho. Outros produtos como café, chá, queijo, legumes, verduras etc., podem ser incluídos nesta ideia.

Para defini-lo, devemos observar e compreender uma série de elementos: clima, tipo de solo, topografia, cultivares vizinhos, ação do homem, irrigação, drenagem, fauna, flora e manejo do vinhedo.

O grau de complexidade é muito elevado. Alguns cientistas chegam a afirmar que, por tudo isto, este conceito não passa de um mito. A discordância entre estes professores é conhecida e, muitas vezes, citadas em formas anedóticas.

O que consideramos como um mito é a existência de um “terroir” perfeito. Simplesmente não existe.

Cada caso deve ser compreendido de uma forma. Não há um melhor ou um pior. Eles são apenas diferentes, como serão os vinhos elaborados a partir de cada um.

Reparem na foto que ilustra este texto.

Cada retângulo plantado representa um micro terroir, cuja soma será o “gran terroir”. Há vinhas em encostas, no topo das colinas, no fundo do vale e até num minúsculo trecho plano.

Cada um destes frutos tem sua personalidade, definida pela insolação recebida, quantidade de água que consegue captar, ventos incidentes e muito mais.

Complexo, sem dúvida.

Controlar tudo isto é para Agrônomos e Enólogos. Para o Enófilo, que é o consumidor final, basta entender que isto tudo existe e deve ser manejado por mãos habilidosas e competentes.

Obviamente, alguns destes “terroirs” se tornaram famosos. Podemos citar vários: Bordeaux e Bourgogne, na França; Piemonte e Toscana, na Itália; Douro e seus socalcos, em Portugal; Vale dos Vinhedos e Planalto Catarinense, aqui no nosso país.

É fácil perceber que este seria o DNA de cada vinho, sua impressão digital, única. Alguns especialistas, grandes Sommeliers e “Master of Wines”, que se dedicaram e estudaram, com muito afinco, a influência de cada território em seus vinhos, afirmam serem capazes de identificar estas características apenas pelo olfato e o paladar.

Não precisamos ir tão longe.

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Larentis Gran Reserva – Merlot Sta Lucia 2020

A família Larentis se estabeleceu na Serra Gaúcha no século 19. Em terras brasileiras a família se tornou uma das primeiras a cultivar as variedades Chardonnay e Cabernet Sauvignon no final da década de 70, e Merlot em Espaldeira no final da década de 80 na região dos vinhedos. Naquela época, a produção era destinada a outras vinícolas. Atualmente são 14 hectares divididos em dois vinhedos. A propriedade está dividida em 23 parcelas. Cada uva, proveniente de cada parcela, origina um vinho com personalidade singular.A

Merlot Sta Lúcia carrega o selo da Denominação de Origem do Vale dos Vinhedos (D.O.). Maturação em barricas de carvalho francesas por 15 meses e envelhecimento em garrafas na cave subterrânea. Visual vermelho rubi. Aroma frutas vermelhas maduras e notas delicadas provenientes do envelhecimento em barrica. Estruturado, com taninos macios e acidez equilibrada, retrogosto agradável.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: foto de abertura mostra trechos da região de Barolo, no Piemonte.

Em boca fechada não entra mosca

Aprender a gostar de vinhos é muito fácil. Os primeiros passos são sempre orientados por alguém mais experiente que “abre” algumas portas deste pequeno mundo que, para alguns, é cheio de mistérios.

Mordida a isca, ou se preferirem, picados pela mosca, os enófilos iniciantes começam a caminhar com as próprias pernas. Se andarem na direção certa, vão desfrutar de ótimos momentos e vinhos deliciosos.

O próximo passo é estudar o assunto. São muitos caminhos que podemos seguir abrangendo desde o plantio das uvas até modernas e estranhas formas de vinificação.

Naturalmente, acabamos nos empolgando e além do desejo de oferecer bons vinhos, aliamos uma boa dose de informação, onde vamos demonstrar os nossos conhecimentos.

É aí que mora o perigo!

Quase sempre vamos falar mais do que deveríamos. Algumas bobagens, para ouvidos mais treinados, podem escapar e o resultado desta aula improvisada pode ser desapontador.

Há certas coisas que não devemos mencionar…

Aqui estão algumas delas:

1 – “Este vinho custou tantos reais”

A menos que vocês sejam ganhadores de aposta lotérica e estão mais interessados em demonstrar sua recém adquirida fortuna, declarar o preço de um vinho é o mesmo que afirmar que “quanto mais caro, melhor”, o que é uma grande bobagem.

Obviamente, existem vinhos caros de ótima qualidade e vinhos baratos que são péssimos. Para um bom enófilo, a arte está em garimpar vinhos a um preço justo. Nada é mais prazeroso que servir um vinho, todos gostarem e se perguntarem “onde você comprou?”, a resposta seria, no “supermercado da esquina”. Ponto para vocês.

2 – “Olha o peso desta garrafa! Só pode ser vinho bom”

Este é um truque de marketing muito usado para empurrar vinhos medianos goela abaixo. Têm uma origem muito conhecida: as garrafas de Champagne. Estas, para serem capazes de resistir à pressão interna, muito maior que as do vinho tranquilo, tem paredes mais grossas e são mais pesadas.

Algum marqueteiro, muito esperto, resolve transportar estas pesadas garrafas para os vinhos comuns. Evidentemente, não entendia nada sobre vinhos. Os grandes vinhos estão embalados em garrafas finas, de boa qualidade, com rótulos elegantes e bem desenhados.

Ainda dentro deste tema, temos mais um detalhe a ser observado e jamais comentado: aquela concavidade acentuada no fundo da garrafa. O fato de ser mais ou menos profunda não está relacionada à qualidade do vinho. Serve, apenas, para manter a garrafa equilibrada na posição vertical, facilitando o transporte.

Então já sabem: nada de tecer loas a estes detalhes.

3 – “Sirvo meus vinhos na temperatura ambiente”

Esta dá vontade de perguntar: “ambiente de onde, cara pálida?”

Temperatura de serviço é um tema muito debatido por todos. Há prós e contras para diversas teorias e, claro, múltiplas tabelas de temperaturas adequadas, algumas chegando ao extremo de detalhar por casta utilizada no vinho. Uma maluquice.

Dois pontos são aceitos universalmente: brancos são servidos mais gelados que os tintos e a temperatura de referência, para servir um tinto, seria em torno de 18º Celsius.

Há uma enorme lista de exceções aqui, desde tintos leves que devem ser gelados até brancos que ficariam melhor menos frios. (atenção ao tempo dos verbos)

Se a sua cidade tem temperatura média nesta faixa citada, não há nenhum problema em fazer a afirmação, em questão. Mas o que falar quando estamos numa cidade como o Rio de Janeiro, com médias acima de 30ºC, ou cidades do sul brasileiro com temperaturas muito baixas?

Para quem não sabe ou não se lembra, se o local estiver muito frio, os brancos não precisam ser gelados e os tintos devem ser “aquecidos”, uma manobra que se chama “chambrar”.

Prefiram dizer “sirvo meus vinhos na temperatura adequada”.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Casa Eva Viognier 2023

Vinificado pela Vinícola Casa Eva, projeto de vinhos finos inaugurado em 2023 pela família Muraro, produtores de vinhos de mesa em Flores da Cunha a mais de 50 anos. Vinificado 100% com a uva Viognier, passa 3 meses em barricas de carvalho francês e americano (50%/50%).

Apresenta leve coloração amarelo palha com reflexos esverdeados e delicado aroma de frutas, como pera, lima e maçã verde, com leves toques de erva cidreira, flor de laranjeira e manteiga. Em boca tem bom corpo e acidez refrescante, com retrogosto persistente, deixando notas cítricas e taninos suaves.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil

Para adquirir, clique no nome ou na foto.

CRÉDITOS:

Imagem por Adobe Stock

Usar gelo na taça vinho é aceitável?

Uma resposta adequada seria: “não se deve fazer isto”.

Mas o que fazer quando já existem vinhos próprios para serem resfriados com pedras de gelo, um modismo que, dizem, é coisa das novas gerações.

Na ponta do lápis, colocar gelo na sua taça é um gesto de total desrespeito ao produtor do vinho, que esperou, pacientemente, as uvas do seu parreiral amadurecerem.

Depois as colheu, selecionou, fermentou, macerou, filtrou, esperou o vinho maturar no ponto certo, engarrafou, vendeu; e você, desavisado, jogou um cubinho na taça, mudando completamente aromas e sabores. Pense nisto antes de repetir esta proeza, principalmente se for um vinho de qualidade.

Se, ainda assim, você insiste em transformar uma taça de vinho num reles coquetel, acrescentado mais coisas como gominhos disto ou daquilo, folhinhas diversas e até fatias de pepino, lamento, mas pediu a bebida errada.

Honestamente, uma Sangria não seria uma escolha perfeita? (ótimas receitas neste link: Sangria e Clericot)

Curiosamente, existem algumas razões para se colocar uma ou mais pedrinhas de gelo na nossa taça:

– Quando o vinho é ruim. Neste caso, a diluição pode ajudar a deixá-lo mais palatável. A temperatura mais baixa inibe as nossas papilas gustativas, fazendo com que taninos mais agressivos sejam menos percebidos;

– O mesmo raciocínio vale para quando o vinho está muito adocicado;

– No preparo de um Tinto de Verano, uma refrescante mistura de vinho tinto, muito gelo e água gasosa ou soda limonada;

Se de alguma forma for inevitável gelar um vinho desta forma, aqui vão outros conselhos úteis:

– Alguns vinhos brancos (Sauvignon Blanc e Riesling) e os rosados, toleram melhor o gelo;

– Use gelo fresco, feito com água mineral e recém-saído do congelador;

– Um bom truque é utilizar cubos de materiais como aço inox, pedras ou cápsulas plásticas que contenham um líquido refrigerador (etilenoglicol);

– Bagos de uva também podem ser congelados para este fim. Fica bem elegante;

Não podemos esquecer alternativas menos radicais como resfriar a garrafa ou as taças. Neste caso, deixe-as na geladeira por algumas horas antes de usá-las. Podem ser embrulhadas em papel filme, evitando odores desagradáveis.

Podemos, ainda, colocar os cubos de gelo num saquinho plástico para removê-los depois que a temperatura ficar agradável ao seu paladar …

Mas, se vocês estiverem degustando uma Moët Ice Impérial Rosé ou uma Veuve Clicquot’s Rich, o gelo é obrigatório. Foram elaboradas com este objetivo.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS

Ice-Cube-Splash” por Andrew 3457 está licenciada sob CC BY 2.0.

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