Categoria: Mitos (Page 6 of 9)

Em Pé ou Deitada?

Mais um mito, ou melhor ainda, um dogma do mundo do vinho está caindo por terra: armazenar as garrafas de vinho na posição horizontal, mantendo a rolha de cortiça sempre úmida.

Segundo um estudo publicado em 2005 pelo Australian Wine Research Institute, que permaneceu obscuro por um longo tempo, este mito seria uma “bobagem”.

A pesquisa acompanhou, por um período de 5 anos, a evolução de um Riesling e um Chardonnay que passou por madeira. As garrafas receberam diversos tipos de fechamento, como tampa de rosca, rolha de cortiça natural e artificial e até uma ampola de vidro foi utilizada. Adotou-se ambas posições de armazenamento, horizontal e vertical, em condições controladas de temperatura e umidade.

Diversos testes foram realizados ao longo deste período. Numa simplificação dos extensos resultados obtidos, os vinhos que menos perderam em qualidade foram aqueles fechados com a rolha natural, não importando a posição em que permaneceram guardados.

Surpreendente!

O principal motivo alegado para a estocagem horizontal seria evitar um eventual encolhimento ou ressecamento da rolha por não estar umedecida. Era tão importante que os principais Chateaus de Bordeaux sempre ofereceram um serviço de troca de rolha de seus principais vinhos. Mais tarde foram suprimidos em função da utilização deste trabalho para validar vinhos fraudados.

Numa recente entrevista para o site Drink Business (*), o Dr. Miguel Cabral, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Corticeira Amorim, afirmou que devido à alta umidade que existe no espaço entre o líquido de uma garrafa de vinho e a rolha, esta nunca ficará ressecada, ficando sem sentido ter que deitá-las para isto.

Foi mais longe, revelou que se a rolha ficar permanentemente em contato com o vinho, pode alterar a estrutura celular da cortiça favorecendo a sua deterioração.

De tabela, também fica meio sem sentido o controle de umidade nas grandes adegas. Segundo o Dr. Miguel, não precisam ser tão rígidos.

Mas nem tudo está perdido. Existem outras razões para dispor nossas garrafas na posição tradicional. A facilidade de manuseio é uma delas, a economia de espaço, outra. Se levarmos em conta que a maioria dos vinhos que temos em estoque estão na faixa considerada como de consumo rápido, nada disto tem uma importância considerável.

Vou continuar guardando meus vinhos do mesmo jeito que sempre fiz.

Saúde e bons vinhos, em pé ou deitados!

(*) https://www.thedrinksbusiness.com/2018/06/storing-wine-on-its-side-is-bullsht-says-scientist/

Vinho da Semana: um bom tinto, numa garrafa arrolhada

Beaujolais Villages Classic Bel Air Gamay 2014

Produzido com uvas colhidas à mão de videiras que têm idade superior a 50 anos. Estes são fatores que justificam sua alta qualidade. Seus aromas esbanjam frutas vermelhas, como morangos silvestres. Na boca mostra uma fruta deliciosa, é macio, amplo e persistente

Harmonizações: Porco com lentilhas, Presuntos e outros frios, Rins, Rosbife, Salames e outros embutidos, Steak tartar, massas com molho de tipo bolonhesa, Patês.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br


CURSOS DE VINHO

Em Recife:

O Clube VSX oferece diversos cursos regularmente. O nível básico tem nova turma começando agora no dia 19 de junho. Possui carga horária de 14 horas aula, com prova de 20 vinhos de diferentes regiões. Tem como foco demonstrar como o clima e o terroir afetam o estilo e qualidade dos vinhos. Durante as provas os participantes serão apresentados à análise técnica dos vinhos com a finalidade de padronizar a linguagem utilizada na descrição dos vinhos.

Datas: 19, 21, 26 e 28 de junho

Horário: das 19h às 22h30

Local: Casa dos Frios

Graças – Recife – PE

Professor: Tito Dias

Investimento: R$ 600,00

http://www.vsxclub.com.br/cursos-presenciais/curso-de-iniciacao-ao-vinho/


Em Belo Horizonte

O nosso parceiro, Casa Rio Verde, continua oferecendo seus excelentes cursos.

No Curso de Iniciação ao Vinho, você aprenderá como degustar os vinhos, analisando os aspectos visuais, olfativos e gustativos. Obterá uma visão crítica maior e com esse conhecimento poderá desfrutar mais e mais desse produto tão emblemático e muitas vezes mal compreendido.

O programa do curso abrange:

– Harmonização Vinho x Comida;

– Como degustar;

– Principais países;

– Climas e solos;

– Tipos de videiras e de uvas;

– Serviço do vinho;

– Degustação de 12 rótulos de estilos diferentes.

O curso acontece na Casa Rio Verde Lourdes.

Data: 25, 26 e 28 de Junho

Carga Horária: 9 horas – Segunda, Terça e Quinta-Feira (Das 19h às 22h)

Investimento: R$ 299,00

Endereço: Praça Marília de Dirceu, 104

Lourdes – Belo Horizonte

https://www.casarioverde.com.br/curso-de-iniciacao-ao-vinho-2/p


EVENTOS EM BELO HORIZONTE

ENCONTRO DE VINHOS (*)

A sexta edição da feira itinerante Encontro de Vinhos em BH acontece no Espaço Ilustríssimo, no bairro Santa Efigênia, no sábado, 16 de junho, e reúne aproximadamente 30 expositores. A vitrine inclui desde grandes importadoras, como a World Wine, até produtores independentes, como a Família Cassone, de Mendoza, na Argentina. O valor do ingresso inclui kits de 10 a 20 fichas de degustação para serem trocadas por doses nos estandes. As importadoras e vinícolas terão à disposição taças extras, a custo individual, e garrafas fechadas com preços promocionais, para serem consumidas no próprio evento ou levadas para casa. À parte, haverá também opções de gastronomia, com food trucks. A programação musical ficará a cargo do cantor belo-horizontino Fabiano Menezes, ao som de MPB e rock dos anos 1970 e 1980.

Serviço:

Data/horário: sábado, 16 de junho, das 14h às 20h

Local: Espaço Ilustríssimo (rua Maranhão, 56, Santa Efigênia)

Valores: R$ 90 (ingresso + kit com 10 degustações); R$ 110 (ingresso + kit com 15 degustações); R$ 130 (ingresso + kit com 20 degustações).

Vendas no site: encontrodevinhos.com.br

(*) este é um ótimo evento do qual sempre participamos nas edições do Rio de Janeiro. Recomendamos.


VINHO NA VILA BELO HORIZONTE 2018(**)

Data: sábado, 7 de julho, das 11h às 22h; domingo, 8 de julho, das 11h às 20h

Local: Benfeitoria (rua Sapucaí, 153, Floresta, Belo Horizonte)

Ingressos: de R$ 50 a R$ 80 (valores variam conforme lote e horário)

Compras pelo site: centraldoseventos.com.br/events/show/vinhonavila

Mais informações: vinhonavila.com.br

Redes sociais: facebook.com/vinhonavila / instagram.com/vinhonavila

(**) fazemos sérias restrições às edições cariocas deste evento. Vá por sua conta e risco…

Mais dois mitos: Idade dos vinhos e garrafas Magnum

1 – “Você é como o vinho, melhora com o passar dos anos”

Muitos apreciadores da nossa bebida favorita ainda acreditam, sinceramente, nisto e até investem em vinhos que, um dia, estarão sublimes.

Não é tão simples como parece, o que torna este antigo ditado uma meia verdade.

Assim como a evolução natural do ser humano, infância, adolescência, maturidade e velhice ou decrepitude, o vinho segue um caminho semelhante.

Sem olhar muito para como foi elaborado um determinado vinho, podemos afirmar que ele vai passar por todas estas etapas de sua vida, uns, mais rapidamente e outros, em ritmo mais lento.

O segredo para se apreciar um vinho em sua plenitude é abri-lo no seu ponto ideal de maturação. Nada de esperar eternamente para que fique velho, e decrépito…

Existem diversos compostos no vinho que vão amadurecer de forma diferente, aumentando ou diminuindo certas características da bebida. Nos tintos, os taninos tendem a ficar mais suaves com o tempo. A cor, tanto de tintos como brancos, muda tendendo para um tom mais ocre ou atijolado, devido a oxidação dos compostos fenólicos.

Aromas e sabores perdem aquela intensidade dos frutados e se tornam mais sutis, prevalecendo os aromas terciários como café, tabaco, couro. Há quem não aprecie.

Outro ponto importante: não é qualquer vinho que foi elaborado com o propósito de ser envelhecido. Remetendo a um texto anterior, vinificar virou um negócio, que busca lucro. Esperar dez ou quinze anos para comercializar um vinho que estaria no seu auge é o próprio contrassenso da palavra ‘negócio’. Longe vão os dias em que vinhateiros eram considerados como artistas.

Mas é difícil resistir à tentação de guardar aquela garrafa para degustá-la numa ocasião muito especial. Então aqui vão as nossas recomendações:

– Escolha o vinho certo. Bons candidatos seriam os ícones de qualquer região produtora – Bordeaux, Borgonha, Rhone, Rioja, Douro, Chianti, Brunello, Amarone, Barolo, enfim, vinhos de 1ª linha. Podemos incluir, sem susto, os do Novo Mundo.

Cuidado com os Champagne e outros espumantes. Somente safras especiais se prestam para serem bebidos anos depois de produzidos.

Uma ótima indicação são os vinhos fortificados e os de sobremesa. O maior teor de açúcar ajuda a mantê-los vivos por muitos anos.

– Adegar corretamente é o outro segredinho: nada de luz solar, umidade abaixo de 70%, temperatura entre 12º e 18º, garrafas deitadas com ligeira inclinação para manter a rolha úmida. Girar a garrafa de tempos em tempos é um bom procedimento que ajuda a manter tudo em ordem. Colecionadores profissionais têm o hábito de levar as garrafas mais antigas para o produtor, onde as rolhas são substituídas e, se for necessário, o nível do líquido é reposto. E muita paciência.

Falta responder uma última coisa: Quando abrir?

A melhor resposta é consultar o produtor. Vinhos deste calibre chegam a ser monitorados por seus vinificadores e a Ficha Técnica sempre vai estar disponível para os clientes, seja on line ou por consulta através de email ou similar.

2 – O Tamanho da garrafa influi no paladar do vinho

Este mito é um dos mais interessantes e foi sugerido, assim como o anterior, pelo amigo e parceiro desta coluna, Mario Ramos.

Existe um consenso que as garrafas de 1,5l e de 3l, chamadas de Magnun e Double Magnun, permitem que um vinho amadureça melhor.

Experts preferem comprar seus grandes vinhos nestes formatos, e existe um elenco de razões para proceder desta forma. Desde simplificar o serviço do vinho num evento (menos garrafas para abrir) até aproveitá-las, depois, como elemento de decoração no seu bar ou adega.

Existe uma razão técnica, os vinhos amadurecem mais lentamente nas garrafas grandes, em comparação com as de tamanho normal.

Para suportar o volume maior, o vidro é mais espesso, protegendo melhor contra a luz solar, tem melhor isolamento térmico e resiste a pequenas vibrações, caso seja necessário transportá-las por distâncias maiores.

Numa recente degustação na Toscana, a vinícola Poderi Boscarelli organizou uma prova, às cegas, com um mesmo vinho servido de diferentes tamanhos de garrafas. Todos os jornalistas e críticos presentes foram unânimes: o vinho servido da Magnum era mais vívido que o da garrafa normal. Por sua vez, este último era superior aos servidos da ½ garrafa ou do formato baby.

Mito confirmado!

Saúde e bons vinhos, maturados em grandes garrafas!

Vinho da Semana: um Rioja, bom para experimentar como envelhecer um vinho.

Bodegas Ramirez Rioja Crianza Tempranillo 2012 $$

Cor vermelho rubi profundo com reflexos violáceos. Aromas característicos de frutas vermelhas com notas de madeira e especiarias. Saboroso, picante e estruturado com final longo e pronunciado de retrogosto.

Harmonização: Talharim com pato, Queijos amarelos maduros, carnes na brasa, pernil de cordeiro com bastante alho.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

Os cursos da Casa Rio Verde continuam bombando:

CURSO DE INICIAÇÃO AO MUNDO DO VINHO PARA AQUECER O INVERNO

Os vinhos são a bebida ideal para os dias de inverno. Que tal aproveitar o frio para aperfeiçoar seus conhecimentos sobre o assunto? Com a existência de uma infinidade de rótulos, a missão de selecionar o melhor vinho para cada ocasião não é tarefa fácil.

Para tornar esse processo mais simples, a Casa Rio Verde está com inscrições abertas para duas edições do “Curso de Iniciação ao Vinho” em julho: dia 1º, sábado, das 9h às 19h, e dias 3,4 e 5 (segunda a quarta) das 19h às 22h. As aulas acontecem na loja da Praça Marília de Dirceu, uma das cinco da importadora em Belo Horizonte.

O curso abrange informações sobre Serviço do Vinho, Harmonização Vinho x Comida, Regiões Produtoras e Principais Variedades de Uvas. O aluno também aprende as técnicas de degustação mais importantes, além de experimentar 12 rótulos de estilos diferentes.

CURSO DE INICIAÇÃO AO VINHO – CASA RIO VERDE – JULHO

Turma 1 – 1 de julho (sábado) das 9h às 19h

Turma 2 – 3,4 e 5 de julho (segunda, terça e quartas-feiras) das 19h às 22h

Carga horária: 9 horas

Degustação: 12 rótulos de diferentes estilos

Local: Casa Rio Verde – Praça Marília de Dirceu, 104 – Lourdes

Valor do investimento: R$ 299 por pessoa (capacidade 18 pessoas) – sócios do VinhoClube da Casa Rio Verde pagam R$209,30.

Inscrições e informações: www.vinhosite.com.br/vinhos/curso

Telefone: 31-3116-2300

Comprando um Vinho – Mitos

Na coluna anterior discutimos se estilo e conteúdo de um rótulo ajudam a vender um vinho. Existem alguns estúdios de design que se dedicam a estudar estes aspectos do mundo do vinho e são frequentemente contratados, pelas grandes empresas, para melhorar a visibilidade de seus produtos.

Não chega a ser uma arte, mas não há como negar que usar o apelo visual para conquistar consumidores tem um peso considerável na decisão final.

Mas só isto, não é suficiente.

Há outras facetas deste comércio que são chamadas de ‘mitos’, por alguns autores, e sobre os quais vamos comentar.

1° mito: Vinho mais caro é melhor.

Nem sempre.

Para compreender estas razões, devemos levar em conta até mesmo o país onde o vinho está sendo adquirido.

No Brasil, por exemplo, há várias distorções nos sistemas de importação que podem impor uma sobretaxa a um vinho, simples, oriundo de um país com o qual não temos fortes acordos comerciais. Isto vai majorar o seu preço final que acaba ficando irreal e muitas vezes maior que o de um ícone sul americano.

Está é apenas uma das muitas possibilidades. Vinhos de 1ª linha sempre serão caros, seja no local de origem, seja em qualquer outra região que o importou.

Cabe ao comprador ter certeza sobre o que está comprando. Fraudadores existem em qualquer lugar e se aproveitam das nossas fraquezas. Tem muita gente vendendo gato por lebre…

Uma coisa é pagar alguns mil dólares por um Romanèe-Conti, autêntico. Outra seria pagar o mesmo valor pelo nosso desconhecido Domaine O Boletim, cujo rótulo criei para a coluna anterior.

Outra distorção, corrente no nosso mercado, é o preço dos vinhos nacionais, sempre mais caros que de seus concorrentes chilenos, argentinos e uruguaios.

Seríamos, realmente, melhores?

Por último, não se deixem enganar pela velha técnica de majorar o preço de um vinho, sem nenhuma expressão, apenas para impressionar o comprador desavisado.

2º mito – Vinhos de parcela ou vinhedo únicos são melhores.

Existem, mas são alguns dos vinhos mais exclusivos do planeta. O já citado Romanèe-Conti é um deles. O Gaja Sori San Lorenzo, um espetacular barbaresco, é outro. Na vizinha Argentina temos os sempre desejados Achaval Ferrer e suas três fincas: Altamira, Bella Vista e Mirador. Há muitos outros.

O complicado é encontrar um vinho de preço palatável, na prateleira de um supermercado, ostentando um garboso ‘Single Vineyard’ ou ‘Parcela Única’, e acreditar nisto.

Não é segredo para ninguém que a qualidade de um vinho está diretamente ligada (mas não unicamente) ao que se chama de rendimento do vinhedo. Em termos simples, devemos responder à seguinte pergunta: quantos quilos de uva necessito para fazer uma determinada quantidade de vinho?

Nem precisamos fazer contas para perceber que quanto mais uva usarmos, menor será o rendimento e obteremos um vinho melhor. (a recíproca é verdadeira)

Apelar para dizeres como ‘vinhedo único’ como força de venda é exagerar um pouco. Fico imaginado a dimensão destes vinhedos, ditos ‘únicos’…

Tenham sempre em mente que o vinho é produzido a partir de uma fruta sazonal. Como sabemos, a cada ano, ou safra, a matéria prima será diferente. A principal tarefa de um Enólogo é conseguir manter uma certa homogeneidade ano a ano. O melhor recurso que tem é o de poder misturar uma mesma casta, obtida em diferentes locais, corrigindo as variações naturais de cada lote de fruta. Pode até mesmo comprar de terceiros, caso seja necessário acrescentar alguma característica que, naquele ano, não apareceu em seus próprios vinhedos.

Vinhos de parcela única?

Mais mito que verdade. O preço maior nem sempre é justificado.

3º mito – Grandes vinícolas não produzem grandes vinhos

Difícil explicar este mito.

Já foi verdade, em eras passadas. Nas grandes vinícolas o maior esforço era feito para produzir um único vinho, em grande quantidade, absorvendo totalmente os recursos disponíveis, fossem de matéria prima, equipamentos ou mão de obra. Tudo em busca de pagar as contas e ter algum lucro, o que nem sempre era possível.

Pequenas produções de grandes vinhos eram exclusivas para os Chateaux bordaleses ou os Domaines da Borgonha, entre outros.

Mas o mercado do vinho mudou muito. Virou um business, um investimento e as grandes corporações entraram de cabeça neste negócio, que não é restrito aos vinhos, mas englobam quase todos os tipos de bebidas alcoólicas, como um todo.

Grandes vinícolas absorveram as menores e acabaram, por sua vez, por pertencer a fundos internacionais, tudo sob grandes guarda-chuvas financeiros.

Vou citar um destes muitos conglomerados e as ‘marcas’ que administram: Louis Vuitton Moët Hennesy – LVMH, talvez o maior nome em artigos de luxo deste planeta.

Atuam nos segmentos de moda, artigos de couro, joalheria, relógios, perfumes, cosméticos, lojas e mercados além de outras atividades que incluem até mesmo uma sofisticada rádio.

Vinhos e destilados deram origem a este grupo. Pertencem a eles as seguintes marcas e produtos:

Ardbeg (Whisky); Belvedere (Vodka); Bodega Numanthia; Cape Mentelle; Chandon; Château Cheval Blanc (um dos melhores vinhos do mundo); Château d’Yquem (o vinho doce mais famoso e de minúscula produção); Cheval des Andes; Clos des Lambrays; Clos19; Cloudy Bay (ícone neozelandês); Dom Pérignon; Glenmorangie (Whisky); Hennessy; Krug Mercier; Moët & Chandon; Newton Vineyard; Ruinart; Terrazas de los Andes; Veuve Clicquot…

Precisa dizer mais?

4º mito – Vinhos Reserva ou Reservado seriam os melhores

Já abordamos este mito nesta matéria aqui: https://oboletimdovinho.com.br/2011/06/04/a-proposito/

Esta técnica de inventar uma classificação, que nunca existiu, é tão antiga quanto a sempre citada Sé de Braga. Mas tem muito comprador que ainda se deixa levar pelas famosas letrinhas que compõem, num rótulo, a palavra ‘Reserva’.

Não há quem não se impressione, afinal, deveria ser um vinho especial, uma parcela guardada pelo proprietário para ocasiões especiais!

Lamento, mas não é nada disto. É jogada de marketing mesmo. No nosso mercado ainda aprece uma outra excrescência, os tais ‘Reservado’, ao que eu acrescento, ‘para os otários’.

Não caiam nesta.

Dois países apenas, têm uma legislação ou norma enquadrando estas classificações. Eis a lista:

– Espanha: vinhos Reserva passam 3 anos amadurecendo sendo, pelo menos, 6 meses em barris de carvalho;

– Itália: os Reserva devem amadurecer 2 anos, no mínimo, para poderem colocar esta designação no rótulo. Em alguns casos este período pode chegar a 5 anos (Barolo).

Ninguém mais!

Para os leitores terem uma perfeita dimensão do que estamos falando, imaginem que, nos EUA, a palavra ‘Reserve’ foi registrada como uma marca!

In vino veritas.

Saúde e comprem bons vinhos, sem sustos.

Vinho da Semana: um ‘Riserva’ caprichado

Rubesto Montepulciano d’Abruzzo Riserva 2012

Mostra complexidade, com aromas de cereja preta, violeta e baunilha. No paladar, é intenso, estruturado e harmônico.

Harmonização: Cordeiro, Caças, Carne de vitela assada, Queijos curados.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

Terroir: Um Mito em Desconstrução

Num recente encontro, experimentei um vinho elaborado com uvas plantadas em terroir (solo) de origem vulcânica, atual moda nos grandes centros. A grande diferença estava no rótulo que declarava, claramente, esta origem.

Ótimo vinho, apreciado por todos, e que será nossa indicação nesta semana.

Terroir, que para muitos apreciadores é um conceito de difícil assimilação, tem sido objeto de diversos estudos que, até hoje, não confirmaram, como verdadeiro, o conhecido mito ou lenda que atribui ao tipo de solo, as principais influências sobre aromas e sabores do vinho.

Curiosamente, sabe-se, por outras razões, que a videira não transmite aos seus frutos nenhuma característica do terreno que permita identificar, no vinho, em que solo estava plantada.

Incrível, mas verdadeiro!

Duas publicações recentes me chamaram a atenção para esta eterna dúvida, Volcanic Wines (vinhos vulcânicos) escrito pelo Master Sommelier John Szabo, e Terroir and Other Myths of Winemaking (terroir e outros mitos da vinificação) do Professor Mark Matthews da renomada Universidade da Califórnia em Davis, centro de referência sobre uvas e enologia.

O primeiro tece loas sobre os terrenos vulcânicos, valorizando muito os vinhos obtidos a partir destes vinhedos, enquanto o Prof. Matthews tenta desmistificar, de forma até rude, a demasiada importância que damos ao temido e incompreendido “Terroir”.

Interessantíssimo olhar para a origem da palavra: era empregada, pejorativamente, para descrever a qualidade dos aromas de esterco presentes no vinho!

Simplificando, indicava um vinho que fora elaborado em condições pouco higiênicas.

Atualmente, num conceito tipicamente “velho mundo”, seria o local e não a casta o fator mais preponderante no resultado final do vinho. Uma grande legião de autores, críticos e produtores, entre outros, não aceitam facilmente esta afirmação.

Alguns conceitos estabelecidos, como o que afirma serem os vinhos tintos de solos argilosos, mais escuros, encorpados e tânicos do que os de solos calcários, podem estar com os dias contados. Não existem bases científicas para sustentar esta colocação.

Segundo o Prof. Matthews, a única evidência concreta da relação entre o solo e a qualidade do bago que será vinificado está na capacidade dos diferentes tipos de solo, argila, calcário, areia, etc., em drenar ou reter água, seja de chuva ou de irrigação.

Provavelmente nenhum dos livros tem uma resposta definitiva. O mistério que cerca a influência do Terroir (solo, clima, cultura, relevo) ainda vai mexer com a imaginação de muitos, principalmente dos mais românticos.

Saúde e bons vinhos.

Vinho da Semana: um espanhol de solo vulcânico para os leitores tirarem suas dúvidas.

Vulcanus Alpha Tempranillo

Os vinhedos estão localizados a uma altitude média de 800 metros em um solo ocupado, em eras antigas por um vulcão, o que explica os diferenciais de aroma e sabor do vinho. Medalha de Ouro no Concurso Mundial de Bruxelas. Envelhecido por três meses em barricas de carvalho francês, possui taninos elegantes, com toque de especiarias e frutas negras.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

A Tendência atual são os “Vinhos Naturais”

Mais um modismo, sobre o qual já escrevemos em umas das colunas em que desmitificamos alguns conceitos. Vinho Natural, embora seja um termo “guarda-chuva”, tem sido um trend topic nos principais meios de comunicação especializados.

A primeira reação seria afirmar que qualquer vinho é natural, o que na opinião de uma maioria de especialistas, estaria correto. Mas, recentemente, a Ava Winery, localizada em S. Francisco, Califórnia, apresentou o seu primeiro vinho sintético ou artificial, uma combinação de água, etanol e flavorizantes diversos. O principal objetivo desta vinícola é reproduzir grandes vinhos, que já não existem mais, permitindo que as gerações atuais possam experimentar, por exemplo, um Chateau Montelena 1973 ou o Dom Perignon 1992.

Honestamente, Vinho Natural passa a fazer sentido, mas há outras coisas debaixo deste chapéu.

Este termo foi cunhado para abrigar técnicas de cultivo e vinificação, tipicamente as orgânicas e as biodinâmicas, além de algumas variantes como os vinhos vegetarianos.

Algumas regras são bem claras para este grupo:

– Uvas cultivadas num dos sistemas  mencionados acima;

– Colheita manual, exclusivamente;

– Manipulação mínima na elaboração (note-se que o termo “manipulação” decorre do Latim “manus” + “pleo” ou “encher com as mãos”…);

– Fermentação espontânea pelas leveduras nativas;

– Técnicas de vinificação minimamente intrusivas de maneira a não modificar o sumo;

– Não utilização de sulfitos, um agente sanitizador ou, pelo menos, utilizar doses homeopáticas;

A linha vegetariana é ainda mais exigente, não permitindo o uso de nenhum agente clarificante de origem animal com clara de ovos (albumina), ictiocola, gelatina animal, etc. (mas esterco, como adubo no vinhedo, pode…)

Confesso, são conceitos um pouco difíceis de assimilar ou estabelecer um limite claro do que pode ou não.

Quanto ao produto final, há os que são adeptos fervorosos (quase uma religião) e outros que simplesmente desconfiam que isto tudo não passa de uma bela jogada de marketing de vinhateiros desconhecidos em busca de reconhecimento.

Se as uvas forem cultivadas com todos estes cuidados e os vinhos elaborados corretamente, não há razão para não serem tão bons ou piores dos que ditos “comerciais”. Qualquer iniciativa que vise preservar o meio ambiente é sempre positiva.

Como em qualquer outra atividade, existem as coisas boas e as ruins. Um dos principais problemas dos “naturais” é a dificuldade de estabilizá-los. Deterioram-se com muita facilidade, por não conter nenhum agente antibacteriano. A aparência mais turva que os vinhos comuns é outro fator que influencia a baixa aceitação desta classe de vinhos.

Se olharmos do ponto de vista dos importadores e distribuidores, um lote pode virar vinagre só no transporte desde a origem até o destino final. Isto seria o caos: todo mundo perde.

Outro fator importante é o preço final, geralmente bem maior que os da mesma faixa. Por ser uma produção que depende intensamente de mão de obra, não há como reduzir custos de produção.

Os produtores dos Vinhos Naturais levam suas práticas comerciais ao extremo, também, com o denominado “Comércio Justo”. No Brasil já existe um site dedicado a estes produtos. Vale a pena uma visita: https://garrafalivre.com.br/

Quanto à tendência, “nem tanto ao mar, nem tanto à terra”.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da semana: um espanhol ecológico.

Urbezo Organico Chardonnay – $$

Elaborado com uvas de cultivo orgânico, apresenta coloração amarela brilhante, repleto de aromas finos e elegantes, com notas de frutas tropicais, frutas cítricas, pera e maçã. Saboroso, com acidez equilibrada e boa estrutura.

Harmonização: Bacalhoada, Aves com molho de nozes, Aspargos, Ostras, Camarões, Bobó de Camarão, Lagosta, Risotos com Frutos do Mar, Paella.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

*** Para os leitores de Belo Horizonte e regiões próximas:

CASA RIO VERDE FAZ TRÊS EDIÇÕES DO CURSO DE INICIAÇÃO AO MUNDO DO VINHO EM JANEIRO

Que tal começar o ano aprofundando seus conhecimentos sobre o vinho, bebida cada vez mais popular na mesa dos brasileiros? A Escola de Vinhos da Casa Rio Verde abriu inscrições para três edições do curso “Iniciação ao Mundo do Vinho”, em janeiro.

Duas edições acontecem durante a semana: de 23 a 25/jan e de 30/jan a 01/fev. São três horas de aula/dia, totalizando nove horas de curso. Para quem prefere fazer o curso no final de semana, haverá uma turma no sábado, dia 28 janeiro, também com 9 horas de duração.

O curso abrange informações teóricas como tipos de uva, regiões produtoras, dicas de harmonização. Na parte prática, são degustados 12 rótulos, cada um de um estilo de vinho. As aulas acontecem na sala de treinamento da loja da Praça Marília de Dirceu, 104, bairro de Lourdes.

A novidade é que agora, além das lojas da Casa Rio Verde e do telefone 3116-2301, o interessado pode fazer a inscrição pelo site, no link www.vinhosite.com.br/vinhos/curso .

SERVIÇOCURSO DE INICIAÇÃO AO VINHO – CASA RIO VERDE – JANEIRO

Turma 1 – 23, 24 e 25 de janeiro (19 às 22H)

Turma 2 – 28/janeiro (9 às 19h)

Turma 3 – 30, 31/jan e 1/fev (19 às 22h)

Carga horária: 9 horas

Degustação: 12 rótulos de diferentes estilos

Local: Casa Rio Verde – Praça Marília de Dirceu, 104 – Lourdes

Valor do investimento: R$ 299 por pessoa (capacidade 18 pessoas) – sócios do VinhoClube da Casa Rio Verde pagam R$209,30.

Inscrições e informações: www.vinhosite.com.br/vinhos/curso

Telefone: 31-3116-2300

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