Categoria: O mundo dos vinhos (Page 12 of 82)

Vinho e massas: qual a melhor harmonização?

A pauta do dia bem que poderia ser a famosa macarronada da Mama. Mais do que isto, este alimento composto de farinha, água e algumas vezes ovos, se tornou um símbolo da Itália.

Embora historiadores aleguem que a origem do macarrão é chinesa, com a receita trazida para a “Bota” por Marco Polo, foram os italianos que a elevaram aos altos níveis da gastronomia, criando diversos formatos, molhos e recheios.

Pasta, como preferem muitos, é basicamente neutra. Fica sem sentido uma abordagem, como nos textos anteriores a este, criando grupos e as respectiva harmonizações.

Quem vai comandar este show são os preparos mais clássicos desta fantástica gastronomia. Um deles, o popular molho à bolonhesa fica de fora. Harmonizem como se fosse um prato de carne.

Pasta al Pomodoro

O mais clássico e, aparentemente, mais simples de todos: massa, tomates e manjericão.

A receita original pede os famosos San Marzano, condimentos, azeite de oliva de altíssima qualidade e folhas de Basílico colhidas na hora. Cozimento lento, em fogo fátuo …

A primeira harmonização é a regional, um belo Chianti Clássico. Um vinho de corpo médio e com a acidez necessária para contrabalançar os sabores ricos e adocicados dos tomates.

Outra joia italiana, ou sua versão californiana, o Primitivo/Zinfandel, seriam escolha perfeitas.

Opções mais exóticas poderiam ser um bom Syrah ou Sauvignon Blanc.

Pasta al Pesto

Pesto, basicamente, significa algo que foi triturado num pilão e almofariz, “pestello e mortaio”, em italiano.

A receita mais conhecida é a do Pesto genovese, mistura de alho, sal, folhas de manjericão, pinoli e azeite.

Muito cuidado com este alho. A receita original pede uma pequena quantidade deste forte condimento. Para usá-lo corretamente, é preciso dividi-lo ao meio, no sentido longitudinal e remover o seu miolo.

Os vinhos brancos dominam esta harmonização: Vermentino, Sauvignon Blanc e uma casta pouco conhecida a Grechetto.

Para os que gostam de experimentar outras possibilidades, pensem num Grüner Veltliner austríaco ou num Cabernet Franc.

Carbonara

Talvez o prato de massa mais popular, nos restaurantes ditos típicos, aqui no Brasil. Com uma origem bastante controversa, a lenda mais aceita liga esta preparação às rações dos soldados norte-americanos na 2ª guerra.

Discussões à parte, é uma receita deliciosa. Para complicar um pouco, existem diversas versões deste prato. Giram em torno de bacon, pancetta ou guanciale, além dos queijos, Parmesão, Pecorino, Grana Padano e Ricota.

Procurem por tintos com mais personalidade: Dolcetto, Valpolicella ou um Cru de Beaujolais. Entre os brancos, Pinot Gris ou Pinot Bianco.

Pasta Caccio e Pepe

Esta receita com 2 ingredientes bem comuns, queijo Pecorino ou Parmesão e pimenta moída, é extremamente difícil de executar. Acertar o ponto da emulsão entre o queijo ralado bem fino, a pimenta e a água de cozimento do macarrão é só para os mestres cucas de primeira linha. São muitas varáveis a serem controladas: temperatura, granulometria do queijo e, principalmente, a origem dele. Pecorino Romano é o produto original.

Mas quando tudo se acerta é um sabor incrível. Entre os tintos, Morellino di Scansano ou um Chianti simples. Se a opção for por um branco, pensem num Verdicchio, Pinot Grigio ou Chardonnay.

Pasta ai Frutti di Mare

Dentro da gastronomia da “Bota”, este é um universo a parte. São tantas possibilidades que é praticamente impossível listar todas. Ficamos nas mais conhecidas: camarões, lulas, vieiras, mariscos e as sempre presentes ameijoas (vôngole).

Escolham um branco, sempre. Não há nada que combine melhor. Pode ser Sauvignon Blanc, Riesling, Garganega, Pinot Grigio ou Bianco.

Caso a proteína seja polvo, podemos harmonizar com um tinto. Um bom Pinot Noir vai brilhar neste caso.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Pizzato – Legno – Chardonnay Barricado – 2023

A Pizzato acaba de lançar mais uma safra do seu icônico Chardonnay, o Pizzato Legno. Fermentado e amadurecido em barris Perle Blanche (feitos com os melhores carvalhos e com tostagem sutil) o vinho apresenta toda a riqueza e predicados relacionados à delicadeza dos Chardonnay do Vale dos Vinhedos, enriquecido pelos traços de amadurecimento em barris de carvalho, que respeitam a origem do vinho. A safra 2023 é a última lançada pela vinícola.

Para comprar este vinho, clique no nome ou na foto. A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de vecstock no Freepik.

O vinho precisa respirar?

Sim! O vinho precisa respirar, todos eles, tintos, brancos, rosados, laranja, espumantes e fortificados. Alguns mais, outros menos.

Não é nada complicado e nem precisamos de acessórios de laboratório, como sugere a foto que ilustra este texto.

A forma, mais simples e conhecida, é agitar a sua taça, simplesmente. Se ainda não fazem, comecem a treinar. Uma vez servida a taça, deixe-a sobre uma superfície plana e faça movimentos circulares com a base, de modo muito suave e sem provocar respingos.

Não se trata de girar a taça sobre o seu eixo, mas deslocar todo o conjunto, desenhando um pequeno círculo na superfície que o apoia.

Vai levar um tempo, mas em algum momento seremos capazes de fazer este elegante movimento sem precisarmos de nenhum apoio extra.

Não é de graça que qualquer apreciador de vinho faz este pequeno exercício. O vinho fica suficientemente aerado, apresentando de forma clara os seus melhores aromas e sabores. No nosso jargão: “o vinho abriu”!

Alguns vinhos são mais empedernidos, exigindo uma ação mais enérgica para abrir. São aqueles tintos mais encorpados, de coloração bem escura, vinificados para serem “de guarda”. Muitos enófilos usam uma regrinha de algibeira com estes rótulos: quanto mais velhos, mais tempo precisam.

Outra boa manobra, perfeita para situações, como a descrita acima, é abrir a garrafa com boa antecedência. Em certos casos, até 24 horas antes. Deixem a garrafa desarrolhada em local fresco, livre de odores estranhos e coloque uma gaze ou pano fino sobre a boca para evitar a presença de insetos.

Se for necessária uma artilharia pesada, dois acessórios devem fazer parte do arsenal de todos os apreciadores desta deliciosa bebida: um decantador e/ou um aerador.

Modelos não faltam e os preços podem variar de muito baixos até valores estratosféricos. Houve um tempo, quando surgiram os primeiros aeradores, que estes só ajudavam na oxigenação dos vinhos. Os decantadores, embora fossem mais trabalhosos, separavam os sólidos em suspensão, além de deixar o líquido respirar.

Aeradores, modernos, já fazem as duas funções, sem problemas, sendo mais fáceis de limpar, armazenar e usar. Também costumam ter um custo mais acessível.

Os vinhos mais complicados para respirar são os espumantes. Qualquer movimentação mais acentuada e lá se vai o desejado “perlage”. O que era para ser uma deliciosa (e cara) sensação no paladar, pode se tornar uma coisa insossa.

Podemos agitar uma taça de espumante, champagne inclusive, mas com suavidade extra no movimento.

Os denominados “sur lie” (sobre as borras) devem ser decantados, ao seu modo. Aqui está o truque:

– Antes de abrir, deixem a garrafa na posição vertical por, pelo menos, 1 dia antes de servir. Pode ser dentro da geladeira ou no balde de gelo. Ao servir, cuidado redobrado e muita atenção para não servir os resíduos.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Tramarin Merlot 2022

Tramarin Vinhos lança seus primeiros vinhos na safra de 2022. Pelas mãos do enólogo

William Heissler são vinhos sem passagem em madeira que buscam explorar a melhor expressão do terroir. Esse clássico brasileiro é proveniente do Sudeste Gaúcha.

Região com solo granítico (similar aos solos do Dão e Rhône), que aliado ao clima temperado, fornece uvas com aromas minerais, morango e frutas vermelhas. A utilização do processo de maceração estendida forneceu a este vinho mais corpo, acidez e taninos mais presentes. Um vinho frutado e muito elegante devido a maturação ideal da uva, não apresentando a fruta muito madura.

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CRÉDITOS: Imagem de tohamina no Freepik

Você está armazenando o seu vinho corretamente?

Guardar ou colecionar vinhos é uma daquelas atividades que ficam no limite entre ser um enorme prazer ou uma grande dor de cabeça.

Num primeiro momento parece muito simples: é só comprar e guardar.

Na visão de um expert, são várias pequenas armadilhas que devem ser contornadas para, ao final, chegar naquele desejado momento de desarrolhar uma destas relíquias e atingir o nirvana.

A primeira delas é: o que vale a pena guardar?

Existem vinhos que foram elaborados para serem consumidos jovens que, obviamente, não devem ser colecionados. No outro extremo, os conhecidos vinhos de guarda são vendidos para este propósito. A gente compra, guarda por uns 10 anos e um dia degusta.

Entre um extremo e outro há muita coisa boa que pode e deve ser guardada, por um período. Três características são fundamentais no momento da escolha: acidez, taninos e teor alcoólico. Algumas destas informações estão nos rótulos, outras são encontradas nas fichas técnicas publicadas pelas vinícolas. Uma ótima fonte de informação são as revistas especializadas e suas análises críticas, guias de vinhos incluídos.

Aqui se junta uma quarta característica: paciência. Cada vinho tem uma curva de vida, assim como qualquer ser humano. Nascemos, crescemos, atingimos um ponto ideal de maturação e envelhecemos.

Vinhos adegados devem ser consumidos perto deste “ponto de maturação”, o que é bem difícil de acertar. Esta é uma das razões para comprarmos mais de uma garrafa do vinho que vamos guardar. Depois de um período, abrimos a primeira. Se estiver boa, degustamos as demais. Caso contrário, esperamos mais um tempo.

A segunda pegadinha é: como guardar?

Qualquer vinho tem inimigos mortais: temperaturas altas, baixa umidade e luz solar ou iluminação forte. Já notaram como são as lojas de vinho?

Apenas como indicadores ou pontos de partida, as temperaturas de armazenamento devem estar entre 12ºC e 18ºC e a umidade entre 70% e 80%. O local deve ter pouca iluminação, bem protegido de aparelhos que gerem calor e total ausência de odores estranhos…

Dependendo da sua cidade, isto pode ser muito fácil de obter ou um grande problema. Aqui no Rio de Janeiro, a temperatura média anual fica em torno dos 24ºC, o que quase obriga a termos um eletrodoméstico só para guardar vinhos.

Desaconselhamos usar geladeira ou condicionadores de ar. A primeira trabalha com temperaturas abaixo de 5ºC. O segundo consegue, em condições muito boas, manter um ambiente a 20ºC.

Não é o ideal, mas por um período curto pode funcionar.

A última pedra do caminho é a posição de guarda.

Aqui a coisa fica bem interessante. A regra básica é: vinhos tranquilos devem ser armazenados na posição horizontal, com a rolha sendo umedecida pelo líquido. Espumantes, com rolha, também se beneficiam da posição deitada, mas os elaborados pelo método ancestral, que são fechados com “chapinha” devem ser guardados na vertical, principalmente para se obter uma boa decantação dos sedimentos em suspensão.

Já que estamos falando disto, outra coisa a ser evitada são movimentações bruscas das suas garrafas que estão guardadas. Tudo deve ser muito suave e cuidadoso, mesmo na hora de consumir. Sacudir uma garrafa, inclusive de espumantes, pode mudar a estrutura molecular do vinho.

Vocês não vão querer beber isto.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Monte Sant’Ana – Moscato Giallo 2023

Produzido pela Monte Sant’Ana, uma vinícola familiar localizada no município de São Marcos, no coração da Serra Gaúcha, esse vinho branco é um coringa para dias leves e quentes. Da uva Moscato Giallo, é um vinho de aspecto brilhante de coloração amarelo-palha com reflexos esverdeados. Com aromas intensos e envolventes, destacam-se notas florais e frutadas como banana madura, pêssego amarelo e toques cítricos. Em boca, apresenta frescor e um bom equilíbrio entre acidez e álcool.

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CRÉDITOS: Imagem de abertura obtida no Adobe Stock

Tipo e tamanho da taça fazem diferença?

Uma das primeiras lições sobre vinhos nos explica que existem taças, bem diferentes, para vinhos brancos e para vinhos tintos.

As taças para tintos são maiores e mais bojudas, permitindo um melhor contato com o ar, o que libera rapidamente aromas, além de permitir uma boa percepção das tonalidades. Para os brancos, as taças são mais esbeltas e menores. Estes vinhos não são tão dependentes da interação com o ar para mostrar seu potencial.

A ilustração, acima, passa uma boa ideia sobre esta diferença de tamanho. São taças de um mesmo fabricante, a Zalto. A maior é denominada “taça tipo Bordeaux”. Esta é a que encontramos, habitualmente, nos restaurantes, nos mercados e em nossas casas.

Cada fabricante tem seu próprio design, havendo ligeiras variações de formato e tamanho das hastes. A grande dúvida, que originou este texto, é que apesar desta simplicidade de propósitos, existem outros formatos de taças para tintos e para brancos. A mais famosa delas é a “taça tipo Bourgogne”.

Reparem que é bem mais bojuda que a anterior, permitindo um contato ainda maior com o ar.

Bordéus e Borgonha são as regiões francesas mais famosas na elaboração de tintos. São vinhos bem diferentes.

O corte bordalês é mais encorpado, com coloração mais densa e taninos marcantes. Na Borgonha são elaborados os não menos famosos Pinot Noir, vinhos de uma coloração muito pálida, pouco tânicos, mas com aromas e sabores únicos.

Teoricamente, cada um destes vinhos precisa ser tratado, na taça, de uma forma singular. Foi pensando nisto que, em 1958, um fabricante começou a desenvolver formatos específicos para cada tipo de casta vinificada. São diversas variações que envolvem volumetria, tamanho da boca, altura da haste e até pequenos detalhes como o formato da borda.

Será que um simples mortal, degustador de bons vinhos, será capaz de perceber estas “vantagens” de apreciar cada vinho em uma taça dedicada?

A taça Bordeaux, padrão, é usada para diversos outros vinhos: Brunello di Montalcino, Chianti, Riojanos (Tempranillo), Merlot, Syrah e Cabernet Franc, são alguns deles. A taça para Pinot é mais exclusiva, mas pode ser usada para qualquer vinho.

Para os vinhos brancos também existem taças para as castas mais tradicionais como Chardonnay e Riesling. E o que falar sobre espumantes? Pelo menos três formatos continuam disputando preferências até hoje: a coupe, a flute e a tulipa.

Para sair deste verdadeiro imbróglio, o melhor caminho é experimentar. E sejam mente aberta nesta hora.

Aqui vai uma boa sugestão para começar: pegue uma garrafa do seu vinho predileto e deguste-o em diferentes taças. Pode usar as de vinho branco, as de espumante e até mesmo o velho e manjado “copo americano”.

Encontrando diferenças significativas, já sabem como proceder. Se não mudou nada, que fique como está.

Se for o caso, contem para a gente.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Vivi Rose 2023 – Cave Nacional

Hoje apresentamos o Vivi Rosé, mais um vinho exclusivamente vinificado para a Cave Nacional. Feito tem parceria com André Larentis, enólogo da Vinhos Larentis, é a terceira edição, lançada em 2023. De coloração salmão límpido e brilhante. Apresenta intensas notas de frutas vermelhas silvestres, e finas notas florais com um toque mineral. No paladar possui bom volume, equilibrado, aveludado e refrescante.

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CRÉDITOS:

Imagem de abertura por macrovector no Freepik.

Taças – obtidas no site da Zalto

Barricas e tonéis

“Este vinho passou por madeira?”, talvez seja uma das perguntas mais comuns entre enófilos, sejam iniciantes ou experimentados. O que poucos sabem é o que está por trás de uma resposta positiva.

A madeira e o vinho têm uma relação muito antiga. Uma de suas primeiras aplicações foi no transporte dos vinhos. As frágeis ânforas, onde eram fermentados, não se prestavam a isto.

Com o passar do tempo, perceberam que também era possível elaborar vinhos em grandes cubas de madeira, abandonando, gradativamente, o uso de recipiente de cerâmica. Estes tonéis eram de qualquer madeira.

A influência do tipo de madeira no paladar final do vinho só começou a ser aplicada na produção a partir dos anos 1700 em diante. O Carvalho, particularmente, se tornou a matéria prima preferida dos vinhateiros, mas não a única.

A Tanoaria, como é conhecida a arte de produzir estas barricas, se desenvolve e não só novos formatos são criados, como surgem técnicas de tosta, que aumentam a influência da madeira nas características do vinho.

Atualmente este leque de opções está bem dominado: as madeiras; os formatos e as tostas. Cada uma vai impactar um vinho de diferentes formas.

Quando aprendemos que “sim, este vinho passou por madeira”, provavelmente significa que o vinho foi amadurecido nas famosas barricas de 225 litros, feitas com carvalho francês ou americano.

Parece simples, mas não é. Apesar das barricas de 225 litros serem as mais comuns, não estão sozinhas neste mercado. Há quem prefira as de 300 ou 350 litros. Os tanoeiros, ainda oferecem outras capacidades que podem chegar até 600 litros.

Cada um destes tamanhos vai desempenhar um papel na vida do vinho, que pode passar desde a fermentação até o amadurecimento.

Mas não paramos por aí. Acima destas capacidades citadas, o nome muda para “toneis”, ou “foudres” como preferem os perfeccionistas. Estamos falando de capacidades que vão de 1000 litros até 10.000 litros ou mais. A única diferença é a mobilidade destes contenedores. Enquanto as barricas ainda podem ser movimentadas dentro da cantina, os foudres são fixos, ocupando um espaço reservado para eles.

Ao final, um vinhateiro tem ao seu dispor uma grande gama de opções que podem modificar substancialmente o resultado do seu vinho, quando “passa por madeira”.

O Carvalho, pode ter outras origens além dos conhecidos franceses e americanos. Hoje temos boa madeira vinda da Hungria, Croácia e Península Ibérica. Vinhos brancos se beneficiam de barricas de acácia. Alguns tintos, classificados como exóticos, envelhecem com muita dignidade em barricas de cerejeira. Até mesmo o nosso velho e conhecido pinho é que dá vida aos típicos Retsina, gregos.

Com relação aos tamanhos, a equação é muito simples: quanto menor o envase, maior a influência da madeira ao final. Os grandes toneis ou dornas agregam notas mais sutis e o tempo de armazenamento é sempre maior.

O sucesso das pequenas barricas é uma boa tradução do famoso “time is money”.

Seja qual for o tipo de barrica ou tonel empregado, saibam que não é barato. Uma de 225 litros de boa procedência custa em torno de US$ 600.00 e pode ser utilizada, na vinificação, por 2 ou 3 vezes, no máximo. A cada reúso, sua influência diminui. Já os foudres são mais longevos podendo ter sua vida útil esticada, através de limpezas e raspagens.

Pensem nisto tudo na próxima vez que perguntarem se o vinho passou por madeira.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Alto do Gavião – Touriga Nacional 2023

Vinícola localizada na Zona da Mata, Minas Gerais, está apenas na sua segunda safra. Produzido pelo método de poda invertida (onde as uvas são colhidas no inverno, o clima é seco e a amplitude térmica, grande), este vinho possui cor rubi escuro brilhante e aroma fresco, intenso e elegante, revelando extraordinária complexidade. Intensas notas de frutas vermelhas maduras, em equilíbrio com a acidez e teor alcoólico. Passagem de 2 meses em barrica de carvalho francês de média tosta de 1o uso. Não filtrado.

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