Categoria: O mundo dos vinhos (Page 41 of 72)

O quanto você sabe sobre vinhos?

imagem de DarkWorkX por Pixabay

A grande questão é determinar o quanto a nossa capacidade de apreciar um (bom) vinho pode ser expandida ao se aumentar o conhecimento sobre esta apaixonante bebida.

Nosso país ainda não é um líder em dados estatísticos sobre as mais diversas facetas do consumo, vinhos inclusive. Nos grandes países produtores, estes dados são de suma importância: determinam os rumos que o negocio do vinho deve tomar para continuar vivo.

Isto tem um grande alcance. Por exemplo, pode determinar que tipos de castas devem ser plantadas, replantadas ou até erradicadas. Na cantina, pode influenciar desde os métodos de vinificação até a destinação do produto: supermercados, lojas especializadas ou alto luxo.

Para os consumidores também é fundamental, pois vai balizar suas compras e definir, em algum momento da vida de enófilo, quais são as suas reais preferências.

Um dos estudos mais recentes, realizado por empresa de “Wine Inteligence”, apontou um curioso resultado: ao mesmo tempo que aumenta o interesse e o consumo de vinhos (nos grandes centros) diminui o grau de conhecimento dos interessados.

Há uma explicação viável que está ligada à facilidade de consultar, sobre qualquer assunto, através da tela de seu smartphone, em um site de pesquisas ou em aplicativos sobre a nossa bebida favorita.

Aparentemente fica fácil se tornar um expert em vinhos, assim.

Quem já teve, em eras Jurássicas, que buscar uma informação numa biblioteca, consultando fichas de catalogação, já deve estar imaginando o que vem a seguir: Se você não sabe como perguntar, não pode avaliar a resposta que vai receber.

Na língua inglesa existe um ditado muito significativo, que cabe perfeitamente nesta situação: “Garbage in, Garbage out” (Garbage significa Lixo).

Degustar um vinho é mais que um ato de engolir um líquido. Começa no momento que se decide ir às compras. São múltiplas escolhas que passam pelas lojas a serem visitadas, as diferentes regiões produtoras e suas castas típicas, os vinhateiros, as embalagens e os preços.

Claro, nada disto faria sentido se, como pano de fundo, ainda não se pensasse numa companhia específica e, talvez, numa boa refeição.

Neste ponto é que sentimos falta, ou não, de um bom conhecimento que nos permita fazer tudo que foi mencionado de forma natural e sem estresse.

Convencidos que estudar sobre vinhos vale a pena?

Se ainda não estão seguros, que tal lembrar que a apreciação de um vinho passa pelos nossos sentidos: cor, aromas, sabores, retrogosto, corpo, textura e muito mais. Sabem avaliar isto tudo e o respectivo grau de importância?

Existem inúmeras publicações sobre esta bebida, que vão das mais simples até tratados sobre vinificação dedicados aos mais eruditos. Se for este o seu estilo, parabéns.

Outro excelente caminho são os famosos cursos sobre vinhos, que vão desde os genéricos até aqueles orientados especificamente para uma região produtora ou tipo de vinho.

Como efeito colateral, estas reuniões acabam se desdobrando em confrarias ou grupos de degustação, onde se conhece novos amigos e se pode experimentar alguns vinhos que estão fora do alcance dos simples mortais.

Um dos cursos mais conhecidos e respeitados são os oferecidos pela ABS (Associação Brasileira de Sommeliers), em suas várias localidades.

As grandes lojas especializadas também oferecem cursinhos, periodicamente. São do tipo “oficina de vinhos” e podem ser adequados a cada estação do ano.

Um de nossos parceiros, a Casa Rio Verde, em Belo Horizonte, está oferecendo um simpático Curso de Vinhos de Verão (mais informações ao final desta matéria), contemplando, ainda, uma oferta de bons vinhos com preços de ocasião.

Para os leitores do Rio de Janeiro, a equipe do O Boletim do Vinho pode organizar uma Oficina de Degustação de Vinhos, desde que haja um quórum mínimo de 10 participantes. Basta mandar um e-mail para este endereço: coluna.do.tuty@gmail.com

Saúde e bons vinhos!


Curso Vinhos de Verão na Casa Rio Verde
Data: 30 de janeiro – 19h30
Valor do investimento: R$130 – sócios do VinhoClube (*) pagam R$91
Inscrições/informações: https://www.casarioverde.com.br/vinhos/cursos
Local: Casa Rio Verde – Praça Marília de Dirceu, 104 – Lourdes – BH
Telefone: 31-3116-2300
(*) Parte do lucro com as vendas do VinhoClube é doado para a Creche Nosso Lar, situada no Bairro Guanabara, na capital mineira.

O movimento “Dry January”

Imagem de Marion Wunder por Pixabay

Movimentos de Temperança nunca desapareceram completamente. De vez em quando dão as caras, novamente.

São mais comuns no exterior, Europa e EUA, principalmente na Inglaterra, onde o National Health Service se encarrega de divulgar campanhas do tipo “Drink Less” (beba menos).

Um dado curioso é a grande participação da Geração do Milênio neste tipo de movimento. Embora sejam o alvo predileto das campanhas de marketing dos produtores de bebidas alcoólicas, são, ao mesmo tempo, os grandes incentivadores por uma volta aos tempos da proibição de bebidas inebriantes. Um total contrassenso…

A novidade, em 2020, é uma campanha que viralizou rapidamente, denominada, “Dry January”, que em tradução livre seria: “Janeiro Sóbrio”.

A ideia é obter vários benefícios, para a saúde e para o bolso:

– Redução da pressão arterial;

– Diminuir o risco de Diabetes;

– Melhorar o Colesterol;

– Reduzir o nível de proteínas indicadoras de câncer, no sangue;

– Melhorar a qualidade do sono;

– Ajuda na perda de peso;

– Economia de dinheiro.

A proposta tem por pano de fundo um suposto fortalecimento do organismo, para poder enfrentar o consumo de álcool no resto do ano.

A moda pegou em vários países e até existe um tímido movimento por aqui.

Para os interessados, eis o link para maiores esclarecimentos: (em inglês)

https://alcoholchange.org.uk/get-involved/campaigns/dry-january

Existe até uma “app” para você se monitorar.

O mais interessante foram as reações adversas a este movimento que, obviamente, não interessa nem aos produtores de vinhos, cervejas e destilados, com toda sua cadeia de importadores/exportadores, distribuidores e vendedores e nem aos donos de restaurantes, que ficaram assustados com a repentina queda no consumo de vinhos, principalmente, e de outras bebidas.

A melhor resposta veio do renomado Chef Alain Ducasse, que considerou esta ideia uma verdadeira ameaça:

Reduziu, drasticamente, os preços dos grandes vinhos da carta do seu restaurante parisiense (um dos melhores do mundo!).

Perfeito!

Este é um belo incentivo ao consumo consciente de vinhos, uma das bebidas que tem por trás de sua elaboração uma característica única de respeito ao meio ambiente, além de ser geradora de empregos e de recursos para os países produtores.

Vinho, em muitas culturas, é considerado um alimento muito importante na dieta diária.

Se esta moda pega por aqui, nesta época em que as diversas estruturas de governo estão sendo regidas por pensamentos, evangélicos, pentecostais e outras crenças, apesar do Estado ser laico, fica fácil imaginar o desejo por um Carnaval sem álcool ou outra alegoria parecida.

Será que vai rolar?

Saúde e bons vinhos!

Eno tendências para 2020

Foto por Brandy Turner para Unsplash 

Ano novo, década nova e, na falta de assuntos mais palpitantes, quase toda a imprensa especializada sobre vinho parte para a velha e consagrada técnica de sugerir as novas (nem sempre) tendências que poderão ser observadas doravante.

Para não destoar, neste meio tão unido, convoquei o “Pai Tuty d’ O Boletim”, para receber os espíritos de Baco e Dionísio, e nos trazer uma visão do que pode acontecer no mundo vínico.

Imagem de Stefan Keller por Pixabay

1 – Os rosados vão continuar em alta.

Um tema tão forte que até o clássico Prosecco, um espumante essencialmente branco, já está sendo comercializado numa versão em rosa.

Na verdade, não pode ser chamado de Prosecco, uma denominação protegida. Os produtores estão fazendo muita pressão para que a autoridade reguladora aceite este corte de Glera e Pinot Nero e permita o uso do nome no rótulo.

Para a alegria do público feminino, há uma versão demi-sec a caminho.

2 – Vinhos naturais vão marcar uma presença ainda maior.

Este é um caminho sem volta. Quem rege esta tendência são os consumidores jovens, preocupados, cada vez mais, com sustentabilidade, preservação do meio ambiente, ‘carbon footprint’ e outras modernidades.

Pode soar estranho, mas as técnicas de produção dos vinhos naturais são as mais antigas e simples possíveis, o que transforma esta pressuposta modernidade numa volta ao passado.

Ainda há muito o que deixar claro neste assunto. Poucos são capazes de diferenciar entre vinhos orgânicos, biodinâmicos, veganos ou naturais, além de outras classificações menos conhecidas.

Importante é saber que não são vinhos de guarda: são próprios para consumo imediato.

Neste verão que promete temperaturas dignas de um aquecimento global, os Pet Nat serão a pedida.

3 – Chegou a vez do vinho em lata.

E em outras embalagens pouco usuais. Isto também vale para outras bebidas alcoólicas, inclusive para alguns tipos de coquetéis.

Já imaginaram lhe servir um vinho direto de uma torneira no balcão de um bar?

Ou melhor: comprar uma latinha de vinho da mesma forma que se faz com refrigerantes e cervejas.

Em vários países da Europa isto já é uma realidade.

A poderosa casa Moet & Chandon apresentou uma máquina de venda automática que foi um sucesso. Os poucos modelos produzidos foram vendidos rapidamente.

4 – Outras possibilidades.

Olhando para tudo isto que foi relatado, podemos deduzir que mais mudanças estão por vir. Já há um declínio visível nas vendas dos vinhos de alto luxo. Os produtores Bordaleses buscam se adaptar aos novos tempos, plantando outras castas para produzir vinho menos sisudos e mais ao gosto dos paladares dos grandes consumidores atuais.

Uvas eternamente consagradas começam a ceder espaço, nas prateleiras, para uvas regionais que, até então, eram ilustres desconhecidas. Mas que vinhos!

Por fim, talvez seja o momento de começar a olhar para alguns países que sempre produziram ótimos vinhos, mas que permaneceram na sombra dos grandes e famosos.

Uma aposta segura são os vinhos austríacos. Procurem por cepas mais regionais deixando a Grüner Veltliner de lado: Blaufränkisch, Zweigelt e Saint Laurent são a ordem do dia.

O mesmo palpite vale para os vinhos espanhóis. Vamos em busca de vinificações mais regionais: Cariñena, Garnacha, Verdejo e Bobal em lugar do Tempranillo Riojano.

Tudo vai depender da guerra de tarifas. Se os nossos governantes não forem devidamente pressionados, nem os bons vinhos sul-americanos poderão ser adquiridos sem nos quebrar.

A opção seriam alguns vinhos nacionais, de pequena produção. Mas com esta classe de impostos, ficam mais caros que qualquer importado.

Nossos gurus esotéricos não vislumbram nenhuma mudança significativa neste panorama, por aqui.

Pena.

Saúde e bons vinhos!

Dicas para o Natal

Imagem de Birte por Pixabay

Natal é, basicamente, uma festa de clima frio. Basta olhar a roupa do querido Papai Noel para entender isto.

A imagem que ilustra este texto mostra um Feuerzangenbowle, tradição germânica de final de ano, onde um torrão de açúcar é encharcado com Rum e flambado, sendo apoiado sobre um rechaud com vinho quente. O caramelo resultante da queima fica pingando sobre o vinho, conferindo um especial sabor. O torrão é constantemente molhado com o destilado até que se dissolva por completo.

Mesmo no sul do Brasil, ou nas nossas regiões mais altas, não haveria clima suficientemente frio para experimentar este ‘aquecedor’ líquido. Talvez com um bom ar condicionado ligado na potência máxima…

Não temos uma tradição natalina tipicamente brasileira. No máximo copiamos e adaptamos receitas dos diversos povos que nos colonizaram, com uma ênfase nos portugueses, pelo menos aqui no Sudeste.

Presunto, Peru e Bacalhau são as estrelas nas mesas de fim de ano, com certas variações como os Salpicões e pratos de massa. No capítulo dos doces o índice glicêmico vai às alturas, com destaque para as lusitanas Rabanadas, sejam elas regadas com Porto, cobertas com sorvete, ou ambos…

Uma coisa é certa: não pode faltar um vinho, preferencialmente um bom espumante.

A ordem do dia são os brancos e os rosados. Gelados, ‘comme il faut’.

Se guardaram aquele tinto, super especial, para esta data, talvez não seja ainda o momento ideal, a menos que o seu microclima residencial garanta temperaturas próximas às do hemisfério norte.

Quer fazer uma surpresa para todos, invista num Champagne ou num dos nossos espumantes top.

Por favor, vamos relaxar as regras de harmonização. Neste fim de ano, tudo se permite, com moderação.

Sem querer ser professor de ninguém, aqui vão algumas recomendações:

– Prefira vinhos jovens e leves, bem frutados e com boa acidez;

– Se a opção for só Espumantes, além dos nacionais pensem nos Proseccos e Cavas;

– Embora menos indicados, tintos leves que podem ser bebidos na temperatura dos brancos, como o Beaujolais Noveau, que aparece em novembro. Combinam muito bem com os assados deste período;

– No capítulo dos doces, os vinhos generosos reinam sozinhos. Porto, Madeira, Moscatel de Setúbal, entre outros, são as principais sugestões. Geladinhos, por favor.

No mais, Feliz Natal!

Saúde e bons vinhos!

Uma casta, um vinho – Sauvignon Blanc

Fonte: https://glossary.wein-plus.eu/sauvignon-blanc

Desde que começamos a publicar nossas matérias sobre vinhos, num já longínquo 2011, textos sobre as diversas castas usadas neste universo sempre estiveram presentes. Neste site, um leitor mais curioso pode pesquisar pelo nome de uma casta e encontrar alguns resultados interessantes.

Voltar a um tema tão básico como este, discorrer sobre a matéria-prima dos vinhos, é sempre uma forma de obter novos conhecimentos.

Um vinho, brasileiro, elaborado com esta nobre casta branca, recentemente degustado, foi o moto para este texto.

Vamos conhecer um pouco sobre a Sauvignon Blanc e depois comentamos o vinho.

Apesar de ser uma das grandes uvas brancas, ao lado da Chardonnay e Riesling, é mais conhecida por seu um dos pais da Cabernet Sauvignon e por uma característica muito caricata de seus vinhos: o aroma de “pipi de gato”.

Sua origem é controversa. Os estudos mais recentes (*) sugerem o Vale do Loire, França, como seu berço. Uma citação de 1534, no livro Gargantua, de Rabelais, menciona algumas uvas, entre elas a Fiers, como sendo o acompanhamento perfeito para uma pâtisserie local chamada Fouace.

Fiers, Blanc Fumé, Muskat-Silvaner e Savagnou, são alguns dos muitos sinônimos pelos quais é conhecida.

Modernas análises de DNA demonstraram que há um conflito genético com a casta Savagnin, razão pela qual são constantemente confundidas. O mais provável é que seja uma descendente desta última, e meia-irmã de outras espécies como Grüner Veltliner, Petit Manseng, Silvaner e Verdelho.

Este tipo de investigação mostrou mais um dado surpreendente: seria uma neta da Pinot Noir. Por outro lado, pode ser considerada como irmã da Chenin Blanc, a mais importante uva do Vale do Loire.

Por meios naturais, propagou até a região do rio Gironde, onde cruzou, espontaneamente, com a Cabernet Franc, originando a afamada Cabernet Sauvignon.

Existem duas mutações desta casta: Sauvignon Gris e Sauvignon Rouge.

A origem de sua denominação é controversa. A hipótese mais aceita nos remete à Gália Romana, onde existiria uma localidade chamada Sauvagnon (região de Bearn), nome por sua vez derivado de um prenome: Salvinius ou Salvanius.

Sendo uma planta muito vigorosa, exige solos mais pobres para que possa entregar frutos adequados para a vinificação. Está plantada em quase todos os países produtores. Seus vinhos são de grande acidez, com uma gama de aromas que enfatizam os herbáceos: grama, folhas, etc…

“Pipi de Gato num arbusto de groselha” é um dos descritores mais usados, principalmente se os frutos foram colhidos precocemente. Durante a fermentação, alguns tipos de enzimas e leveduras utilizadas podem reagir com os compostos tiólicos, aumentando o leque de aromas, onde podem ser percebidos, maracujá, toranja e algo defumado, além do citado inicialmente.

É a 3ª uva branca mais cultivada no mundo. Os melhores vinhos elaborados com ela vêm da França: Sancerre e Pouilly-Fumé.

O Chile e a Nova Zelândia são dois países onde esta uva se destaca.

Atualmente os vinhos “kiwi” são considerados muito superiores aos demais, principalmente os elaborados pela vinícola Cloudy Bay.

No Brasil não é uma das cepas mais populares, mas um excelente vinho nacional foi quem motivou este artigo: Vinhética Sauvignon Blanc Barrica Brasileira 2018.

Este produtor segue os moldes dos famosos negociantes franceses. Comandada por Gaspar Desurmont, um agrônomo francês de alma brasileira, escolhe criteriosamente produtores para cultivar as uvas que serão transformadas em vinho e engarrafados com seu rótulo.

A matéria-prima deste vinho veio de Santa Catarina, que tem ótimos terroirs para o plantio desta casta. A novidade mais interessante está na barrica: foi montada com algumas aduelas de madeiras brasileiras, como Grápia e Jequitibá Rosa.

Posso garantir que o resultado é excelente. O contrarrótulo diz tudo:

“A linha de varietais da Vinhética é o nosso maior laboratório de experimentações com cepas de diferentes terroirs, estilos de vinificação e tipos de madeira, inclusive brasileiras.

Neste Sauvignon Blanc, a elegância da uva branca do Planalto Catarinense, terroir de altitude, é aliada à passagem por barricas de madeiras brasileiras como a Grápia e Jequitibá Rosa. O resultado é um vinho singular e marcante, com notas frutadas (limão Siciliano e outros cítricos), macio e com ótima persistência. Harmoniza com queijos macios e semiduros com alto teor de gordura, aves e molhos à base de leite ou manteiga e com um toque de ervas aromáticas”.

Saúde e bons vinhos!

(*) Wine Grapes: A Complete Guide to 1,368 Vine Varieties, Including Their Origins and Flavours, por Jancis Robinson, Julia Harding, Jose Vouillamoz.

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