Categoria: O mundo dos vinhos (Page 58 of 82)

Glúten no vinho

Intolerância ao Glúten tem se tornado um transtorno bastante comum, assim como o número de pessoas que descobrem sofrer da Doença Celíaca, quadro mais grave desta sensibilidade anormal à proteína encontrada em cereais como trigo, cevada e centeio.

Pode parecer estranha a afirmação que vinhos podem conter Glúten, mas existe um fato pouco conhecido, até por especialistas, que permite que um vinho, armazenado em barris de carvalho, absorvam uma mínima quantidade de Glúten: tudo decorre de uma técnica de selagem das tampas das barricas utilizando um material composto com farinha de trigo. Algo muito semelhante ao “grude” que utilizávamos na juventude para fazer as nossas pipas ou colar figurinhas num álbum.

A tanoaria ainda é muito artesanal, principalmente para os recipientes que vão envelhecer os melhores vinhos. Apesar de todo o cuidado na hora de montá-los, somente quando cheios é que vão apresentar alguns pequenos defeitos, principalmente nas tampas (topo e fundo). Para evitar a perda do precioso líquido que ali ficará armazenado por longo período, é usual selar estes encaixes com algum produto vedante. Atualmente este selante é ‘gluten–free’.

Uma outra fonte de contaminação do vinho por Glúten vem de um antigo processo de clarificação, hoje abandonado, com produtos que continham esta proteína. Modernamente ainda são utilizados produtos de base animal, o que é preocupação para os que seguem a linha vegetariana. Felizmente a tendência é abandonar estes últimos também.

Todos podem ficar tranquilos: de acordo com padrões internacionais, o vinho é uma bebida sem glúten.

Mesmo que um ou todos estes processos tenham sido empregados na elaboração da nossa bebida predileta, a contaminação não ultrapassaria a 20 ppm (partes por milhão), taxa aceita como segura para os portadores da Doença Celíaca ou intolerância ao Glúten.

Testes recentes, muito rigorosos, realizados nos Estados Unidos com vinhos de alta qualidade, obtiveram como resultado máximo a taxa de 10 ppm.

Para estarem absolutamente seguros que podem degustar seus vinhos sem problemas, sigam estas sugestões:

1 – Evitem vinhos muito antigos que foram envelhecidos em barris. A chance é maior de terem sido armazenados em barricas seladas com pasta de farinha de trigo ou clarificados por um agente que continha Glúten;

2 – A outra ponta da escala também pode ser uma fonte de preocupação. Os vinhos mais simples, comumente denominados “de mesa”, podem conter corantes ou flavorizantes que não são livres de Glúten e nem são mencionados nos rótulos;

3 – Prefira vinhos jovens, que não passam por madeira, seja na fase de fermentação ou amadurecimento. Antes de comprar, pesquise um pouco e leia a Ficha Técnica, sempre disponibilizada no site do produtor;

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: numa comparação feita pelo site Wine Searcher, oito entre os dez melhores Merlot do mundo eram italianos.

Mezzacorona Merlot 2015

Coloração rubi intenso, com belo equilíbrio entre aromas herbáceos e frutados. Em boca, este tinto é seco, com sabores complexos e taninos leves.

Harmonização: Risoto com vinho tinto, Risoto com perdiz, Risoto com Aves, Rosbife, Filé com Molhos Temperados, Canastra curado, Risoto com Carne e Embutidos, Camembert.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

Pensando nos presentes de Natal

Há muitos anos, um dos bordões mais populares nas propagandas de rádio e TV era o da Camisaria Progresso:
“Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje”! (compre já…)

Longe de ser uma frase original, este bom conselho, que se resume a um simples ‘não procrastine’, tem sido usado em várias facetas de nossas vidas e ajudado muito na hora de organizar e planejar.

Presentes de Natal para os amigos enófilos são sempre complicados e se deixamos para aquela correria do último minuto é a certeza que as escolhas serão limitadas e com uma alta possibilidade não agradar ao presenteado.

Ser original e não repetir o último regalo não é complicado, já que a escolha vai recair em vinho ou acessórios. Há muitas opções.

Começamos pelos acessórios, muito importantes principalmente para aqueles amigos que gostam de passar uma boa impressão.

– Saca rolhas

Existem em diversos tipos, tamanhos e acabamentos. Este, na foto, é o queridinho dos profissionais. Conhecido como Sommelier ou 2 estágios. Alguns modelos têm preços bem acessíveis.

– Aerador ou Decantador

Os aeradores vieram para ficar. São práticos, fáceis de transportar e muito eficientes. Prefira os que se adaptam na boca da garrafa.

Os Decantadores sempre terão seu lugar na adega. São caros, mas também são decorativos e sugerem que seu dono ‘sabe das coisas’. Além de aerar tão bem um vinho quanto o acessório anterior, permite que se desfrute daquela garrafa que ficou anos guardada e agora está cheia de borras.

– Taças

Qualquer apreciador de vinhos adora esta lembrança, seja ele ou ela. Há de todos os formatos, materiais e preços. As de cristal são as mais desejadas. Para não errar na escolha, prefira as de vinho tinto, são mais úteis e servem para qualquer tipo de vinho.

– Outros acessórios

Um bom enófilo precisa de outros equipamentos que nem sempre são levados em conta: panos de prato de boa qualidade; bicos corta pingos, rolhas para preservar as sobras e termômetros.

– Onde comprar?

O mercado de acessórios para enófilos cresceu muito nos últimos anos. A melhor opção é comprar ‘on line’, nos grandes magazines como Americanas, Extra e até no Mercado Livre. Mais um motivo para vocês não deixarem as compras para o último momento.

– VINHOS

Uma garrafa de vinho pode ser considerada com um presente universal, mas é preciso alguns cuidados na escolha. Os tintos sempre causam uma boa impressão, os rosados estão na moda e os brancos são apreciados pelos que realmente entendem do assunto.

Complicou?

Algumas opções são sempre acertadas. Vamos a elas:

– Cabernet Sauvignon, dê preferência aos chilenos, argentinos ou norte-americanos;

– Para ser um pouco mais ousado, que tal um bom Pinot Noir? Além dos chilenos e americanos, inclua Nova Zelândia e Austrália. Se quiser ser muito original, há bons exemplares brasileiros da região de Pinto Bandeira;

– Tintos portugueses, principalmente Douro e Alentejo. Para inovar, procure por Bairrada (Baga) e Dão (Touriga Nacional);

– Outras opções seguras para os tintos são os Malbec e Carménère. Honestamente? Estão muito manjados…

– No capítulo dos brancos, duas estrelas se destacam no nosso mercado: Sauvignon Blanc, chileno e Chardonnay argentino. Mas outro vizinho produz brancos muito bons e pouco conhecidos, o Uruguai. Seus Albarinhos estão entre os melhores.

– Espumantes são sempre bem-vindos nesta época do ano e os ‘nacionais’ estão melhores a cada dia. Só pense em importados se o presentado for alguém muito especial ou se tiver uma preferência bem conhecida. Antes do Champagne, lembrem-se dos Cava e Prosecco.

Um truque que sempre funciona e resulta em bons presentes a um custo aceitável é comprar vinho em caixa. Os descontos para este tipo de compra são bons e resolvemos 6 presentes de uma vez. Passem numa loja especializada em embalagens e escolham um bonito envelope ou caixa para a garrafa e pronto.

Saúde, bons vinhos e boas compras!

Vinho da Semana: os nossos parceiros, Vina Brasilis e Vinho Site/Casa Rio Verde já estão com boas ofertas para espumantes.

Espumantes Santa Augusta – Caixa fechada com 6 garrafas

As condições são as seguintes: Prazo de entrega 12 dd, sinal de 50%, frete a combinar.

Ligue e negocie: Vina Brasilis – Rômulo – [email protected] – (21) 96756-6123 / (21) 99515-1071

 

 

Adolfo Lona Brut Rosé

Aromas de frutas vermelhas como framboesa, morangos frescos e goiaba. Na boca, a elegância, o frescor e a limpidez impressionam a cada taça.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

 


EVENTOS CASA RIO VERDE

DEGUSTAÇÃO DE ESPUMANTES COM ADOLFO LONA
DATA: dia 9 (sexta-feira), às 19h30
LOCAL: Casa Rio Verde – loja da praça Marília de Dirceu, 104
Informações sobre as degustações: Tel (31) 3116-2301 ou pelo www.casarioverde.com.br


FESTIVAL LOVE WINE – VINHOS CASA RIO VERDE
Love Wine Festival – 7ª edição -Data: sábado, 10 de novembro, das 11h às 22h.
Local: Av. Professor Cristovam dos Santos 444, Belvedere
Entrada gratuita – É necessário acessar o ingresso previamente no site Sympla.
Mais informações: facebook.com/lovewinefestival


Novas turmas do ótimo Curso de Vinhos da Casa Rio Verde

 

Taças de Vinho – Como segurar corretamente (*)

Nada chama mais a atenção do que uma taça de vinho sendo empunhada de forma incomum. Seja onde for: em casa, num restaurante, numa degustação ou mesmo num piquenique.

O rito de provar um vinho já foi assunto de colunas anteriores e sempre é mencionado, ‘em passant’, vez ou outra. Embora não exista uma forma correta e definitiva para segurar uma taça, adotar uma das formas que serão sugeridas, a seguir, facilita realizar as etapas de aerar, observar a cor, perceber os aromas e degustar.

Taças com hastes, em diversos formatos e tamanhos, são as mais usadas. A função da haste é permitir que a taça seja segurada sem aquecer o vinho.

Na próxima foto demonstramos a Forma Clássica, ou Universal:

Não é a mais confortável para quem precisa ficar com a taça não mão por longo período. Permite um ótimo controle de movimentos, principalmente o de girar.

A seguir, uma variante, mais fácil e com maior apoio:

Parte dos dedos estão sob a taça, fornecendo uma melhor condição de equilíbrio e firmeza. Exige um pouco mais de destreza para girar a taça.

Taças menores não são um problema, basta adaptar. Apresentamos duas opções para segurar uma taça do tipo ISO, padrão em degustações profissionais:

Esta última requer alguma prática. É ousada e moderna. Recomendamos para taças pequenas.

Tanto a empunhadura clássica como qualquer de suas variantes podem ser usadas para os espumantes:

As duas imagens seguintes demonstram o uso das taças sem hastes, design mais recente e bem popular em países de clima mais frio. Simplesmente segure pelo bojo:

Esta outra forma é aceitável, mas implica em manchar as bordas da taça, o que, para alguns puristas, prejudica a correta avaliação do vinho:

Para encerrar, um pouco de etiqueta:

Segurar pelo bojo é deselegante, estranho e quase sempre desnecessário. Só é justificável se o vinho servido estiver muito frio. Neste caso, pode-se utilizar ambas as mãos.

Infelizmente, esta postura pode sugerir outras interpretações, por exemplo, que o vinho servido não está sendo apreciado. Pense nisto.

Algumas regrinhas, muito úteis e pouco difundidas, devem ser observadas numa degustação:

– Para apreciar os aromas, o nariz deve estar dentro da taça;

– Procure usar sempre o mesmo ponto da taça onde começou a degustar;

– Ao beber, olhe para o vinho;

– Descanse a taça sempre que possível, seja na palma de sua mão ou sobre uma superfície de apoio.

Saúde e bons vinhos!


Vinho da Semana: um belo rosado italiano, em oferta nesta semana.

Angelis Rosato I.G.T Marche 2017

Produzido com as uvas Montepulciano e Sangiovese, apresenta cor rosa claro vibrante, com bouquet harmonioso e elegante, onde se destacam toques florais e frutos vermelhos. No paladar encontramos notas de frutas vermelhas. É equilibrado e intenso. Um rosado extraordinário!

Harmonização: peixões e frutos do mar assados ou cozidos (moqueca); Quiche de cebola e anchovas ou de atum e azeitonas; Paella; Massas – alho e óleo; pesto; al burro.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

(*) Fotos por Tomás Pinheiro

Celebrando 80 anos: “Boião de Bois” no Maria e o Boi

Um portento. Não preciso dizer que é necessário um formidável apetite para encarar esta delícia.

Para deixar os leitores atônitos, o comensal que apreciou, até o último grão de arroz, o Sr. G, era o homenageado do dia por conta dos seus bem vividos 80 anos.

Esta reunião da Diretoria estava sendo planejada há um bom tempo. Infelizmente vários fatores fora do nosso controle forçaram sucessivos adiamentos deste encontro. Mesmo assim, um dos diretores, o Sr. S, não pode comparecer.

O restaurante Maria e o Boi, em Ipanema, foi o cenário escolhido.

Abrimos os trabalhos com um excelente espumante português, o Luis Pato Baga.

A casta Baga, tinta, é a mais típica da Bairrada. Nas competentes mãos deste vinhateiro produz maravilhas. Este Brut rosado estava no ponto. Bela coloração salmonada, seco, com uma acidez refrescante, foi o par perfeito para as entradinhas: croquete cremoso de camarão e ervas frescas e uma linguiça mista de balsâmico e páprica, farofinha crocante e mostrada da casa.

Encomendamos os demais pratos: um filé de fraldinha com batata francesa (palha rústica, ervilha, cebola roxa e pancetta), Bife de Atum semi-cru com Salada Cesar grelhada (crutons rústicos e Grana Padano).

Para harmonizar, abrimos um ótimo vinho espanhol, Costers del Prior 2014, D.O.Q. Priorat, um corte de 60% Cariñena e 40% Garnacha.

 

Macio e fácil de beber. Notas de frutas negras maduras, alcaçuz e um pouco de tostado (9 meses em madeira). Muito estruturado com um final de boca marcante.

A harmonização mais difícil seria com o Bife de Atum, mas passou com louvor.

Terminada a refeição, ainda estávamos com sede. Escolhemos um vinho da carta para terminar o dia: Duca Della Rocca Primitivo Puglia.

Perfeito para encerrar os trabalhos, acompanhando o bolinho para celebrar o aniversário e uma mousse de doce de leite, repartida em colheradas, que estava divina.

Este vinho é elegante, com aromas de frutas vermelhas. No paladar é muito frutado e harmonioso.

Outro?

Só no próximo 80 anos de um diretor…

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: um corte de uvas portugueses e outras europeias.

What Else 2015

Cabernet Sauvignon, Castelão, Syrah e Touriga Nacional compões o corte deste vinho. Aromas de ameixa e frutas vermelhas maduras. Harmonioso, equilibrado e com toque de chocolate no final de boca. Poderoso.

Harmonização: Maminha, Queijos duros, Queijo Gouda, Pernil de cordeiro, Parrillada, Pato, Rabada.

Compre aqui: www.vinhosite.com.br

Vinhos do Alentejo 2018 – Rio de Janeiro

Participamos de mais um bom evento sobre vinhos portugueses, desta vez com foco na região do Alentejo. Com ótima organização e os amplos salões do Sheraton Hotel, esta degustação foi uma grata surpresa.

Participaram as seguintes vinícolas:

Adega de Borba; Adega de Redondo; Cartuxa – Fundação Eugênio de Almeida; Casa Agrícola HMR – Cave D’or; Casa Relvas (Herdade de São Miguel); Comenda Grande; Cortes de Cima; Esporão; Herdade da Malhadinha Nova; João Portugal Ramos; José Maria da Fonseca; Monte da Capela; Segur Estates (Roquevale); Sogrape Vinhos; Tapada do Fidalgo; Vinhos Folha do Meio.

Estivemos presentes no 1º horário, quando a frequência era boa, sem aglomerações, permitindo avaliar bem as diversas opções oferecidas, de brancos, tintos e rosados. Entre os expositores houve uma clara tendência em focar nos vinhos de entrada e os médios. Poucas mesas ofereceram um vinho de alta gama, numa clara referência à atual situação econômica de nosso país.

Para tirar o máximo de proveito numa degustação como esta é preciso estabelecer um plano de ataque.

Depois de uma volta pelo salão, para conhecer os expositores, a primeira técnica a ser seguida é preparar o palato, seja degustando um espumante, ausentes neste evento, ou um branco. Escolhemos a mesa da Herdade da Malhadinha Nova – Adega do Redondo, onde provamos o trio a seguir:

Destaque para o Monte da Peceguinha 2016, um saboroso corte de Antão Vaz, Verdelho, Arinto e Roupeiro.

Seguimos em busca de outros brancos e alguns rosados, completando a primeira rodada. Entre rótulos tradicionais e novos, o destaque ficou para este aqui:

Pousio Reserva 2014, elaborado com as castas Arinto, Verdelho, Alvarinho.

Depois de uma rápida hidratação, muito importante para quem deseja chegar ao fim desta maratona em boas condições, partimos para os tintos.

Dentre as múltiplas ofertas, destacamos estes dois vinhos de talha, ou ânfora, uma tradição alentejana que está ressurgindo com força total:

O Tinto da Talha 2017, da Roquevale, foi elaborado a partir das castas Trincadeira, Castelão (Periquita) e Aragonez. Interessante, mas um pouco jovem. Necessita de mais alguns anos em cave.

O Art.Terra Amphora 2017 é proveniente das castas Aragonez, Moreto e Trincadeira. Mais complexo que o anterior, pode se beneficiar de mais alguns anos de guarda.

Os destaques finais vão para três tintos que chamaram a nossa atenção:

– O “flight” da José Maria da Fonseca. Nossa preferência recaiu sobre o bom José de Souza Mayor, elaborado com 60% Grand Noir, 30% Trincadeira e 10% Aragonês.

– Herdade de São Miguel, Escolha dos Enólogos 2015, o melhor vinho provado nesta tarde. Um equilibrado corte de Alicante Bouschet, Touriga Franca e Touriga Nacional.

– A melhor relação custo x benefício ficou com o Porta da Ravessa 2016, corte elaborado com Alicante Bouschet, Touriga Nacional e Syrah. Muito equilibrado, fácil de beber e com um custo muito convidativo. Perfeito para o dia a dia.

Saúde e bons vinhos!

Vinho da Semana: um dos bons brancos que provamos nesta degustação.

Pousio Reserva Branco

Cor palha esverdeada intensa. Aroma complexo e expressivo com notas de lima e boa sustentação. Na boca é denso, untuoso e encorpado. Persistente, termina macio, sem amargor.

Harmonização: frutos do mar, peixe fresco grelhado, carnes brancas.

Compre aqui: www.cavedor.com.br

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