Categoria: O mundo dos vinhos (Page 9 of 82)

Vinhos para o verão

Tinto ou branco?

Rosado é a melhor escolha, com um branquinho, como segunda opção.

Espumantes também devem ser considerados, mas a logística deve ser o principal fator a ser planejado.

Tanto a palavra “verão”, como a foto que ilustra este texto, sugerem um ambiente de praia ou piscina, bem descontraído e informal. Não são as úncias opções de ambientes de verão. Mas, comecemos por eles.

Um “cooler” e taças de material inquebrável são obrigatórios, nada de correr riscos desnecessários. Em vários lugares praianos brasileiros já existe a proibição de garrafas de vidro, sejam de vinho, cerveja, água ou qualquer outro líquido. Nestes casos, vinhos em caixas de papelão ou em lata podem ser as únicas opções.

Este mesmo raciocínio se aplica para a piscina de clubes: pode haver diversas restrições, inclusive quanto a levar sua própria bebida alcoólica. Pesquisem primeiro, evitando contratempos de última hora.

Um outro acessório que pode ajudar muito são as rolhas de silicone ou, no caso dos espumantes, a do tipo metálico “abre e fecha”. Vinhos com tampas de rosca são perfeitos nestas situações.

Nos nossos mercados existem ótimas opções de vinhos rosados: nacionais, argentinos, chilenos, espanhóis, portugueses, franceses e uruguaios. Não precisam ser os do topo de linha. Praia ou piscina não é para vinhos “sérios”.

Entre os brancos, Pinot Grigio é a escolha ideal. Seguem os tradicionais Sauvignon Blanc e Chardonnay e os deliciosos vinhos verdes de Portugal.

Se a preferência recair sobre um tinto, o badalado Beaujolais Noveau é considerado como um vinho de verão, por definição.

Todos devem ser servidos bem gelados e mantidos assim. Esta é a principal razão para ter um cooler ou balde, sempre com muito gelo e um pouco de água, por perto. Degustar estes vinhos fora de sua temperatura de serviço não é agradável.

O clima mais quente dos verões nacionais também implica em ir para a “serra”, em busca de temperaturas mais amenas: durante o dia é possível aproveitar uma piscina e, à noite, aquele friozinho e um estilo de vida mais europeu.

Para esta turma, os tintos têm seu lugar. Mas tudo vai depender da temperatura local. Os tintos de corpo médio são a melhor escolha: Merlot, Cabernet Franc, Tempranillo, são algumas sugestões, nacionais ou importados.

Saúde, bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Torcello Assemblage Remy Valduga 2020

Uma das menores ilhas de Veneza chama-se Torcello, e dessa forma o nome da vinícola faz alusão à ilha, por ser uma das menores instaladas no Vale dos Vinhedos. Os primeiros vinhos foram elaborados em 2005 e a abertura do varejo aconteceu em 2007. Hoje a Vinícola elabora vinhos, espumantes e sucos em pequena escala, buscando sempre a qualidade.
O Torcello Remy Valduga é um assemblage de Merlot, Cabernet Sauvignon, Tannat, Malbec, Ancellotta e Pinot Noir com dupla passagem em carvalho americano de primeiro uso, totalizando 24 meses. É também uma homenagem ao Sr. Remy, pai do vinhateiro Rogério Valduga, e persona famosa em Bento Gonçalves, pelos livros editados que contam a história da imigração italiana ao Sul.
Um vinho vermelho rubi, límpido e brilhante que traz toda a complexidade dos aromas frutados como ameixa, amora e mirtilo em perfeita sinergia com a notas de maturação em carvalho como torrefação, baunilha, cacau e tabaco.
Taninos aveludados perfeitamente equilibrados com o álcool e a acidez, resultando em um vinho harmônico e com grande potencial de evolução.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de Freepik

Lentilha e Cotechino (Codeguim)

Mais uma tradição italiana para as festas de fim de ano. Na verdade, são duas, a lentilha e o Codeguim, uma enorme linguiça feita com a pele e os cortes secundários de um suíno.

Cada uma destas peças tem um sentido e, ao juntar as duas num delicioso prato, tudo que se espera é um novo ano cheio de prosperidade.

Nos tempos dos Romanos, era comum presentear amigos e familiares com a “Scarsella”, uma pochete cheia de lentilhas. A ideia era associar o formato desta leguminosa, similar a pequenas moedas, com o dinheiro. Quando cozidas, seu tamanho aumenta consideravelmente, como se a fortuna crescesse. Imaginava-se que poderiam se transformar, magicamente, em moedas de ouro.

Olhando para outras tradições, não era costume servir aves na ceia de final de ano: “ciscam para trás”, o que poderia atrasar a vida de todos, um ano ruim.

Já os suínos, “fuçam para frente”, o que significa um bom avanço na vida, um ano cheio de coisas boas e muita sorte.

O Cotechino, um tradicional embutido italiano, é produzido no Brasil, mas é difícil encontrá-lo nos grandes mercados. São praticamente artesanais. Outra possibilidade é um “primo”, o Zampone, obtido recheando as patas de um porco, mantendo o couro como invólucro. Infelizmente, é mais complicado achar esta especialidade por aqui.

Mas existem outros embutidos suínos que podemos usar como alternativa, entre elas, algumas das nossas deliciosas linguiças. O ideal é que sejam bem grossas e possam ser cortadas como pequenas moedas. Vejam a foto ilustrativa.

Como não poderia deixar de ser, há um rito, um momento certo para degustar este rico prato: logo depois da 12ª badalada do relógio, desejando fortuna, sorte e prosperidade. Quanto mais comermos, maiores as chances. Mas não exagerem.

Vinhos não podem faltar nesta mesa farta. O mais tradicional companheiro deste cozido é o Lambrusco, um saboroso frisante, com origem na região da Emilia-Romagna.

Existem versões em branco, rosado e tinto, sendo esta última a mais indicada. Com baixo teor alcoólico e servido gelado, é uma ótima opção para os dias mais quentes.

Para os que preferem vinhos mais sérios, duas castas italianas, a Barbera e a Bonarda, produzem bons vinhos. Podem ser servidos refrescados.

Pinot Noir e Merlot completam o leque de possibilidades. Interessante notar que alguns dos nossos melhores tintos são baseados na Merlot.

Para encerrar este 2024, bem ao estilo deste blog sobre vinhos, aqui vai uma curiosidade quase esquecida: a festa de Ano Novo também reverencia um Santo, neste caso, São Silvestre.

31 de dezembro de 335 DC foi o dia de falecimento do Papa Silvestre I. Atribui-se a ele, a conversão do Imperador Constantino I, trazendo uma época de paz na Igreja Católica.

Saúde, bons vinhos e um grande 2025 para todos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Area 15 – Corte Bordalês – Cuvée

A Vinícola Boutique Area 15 localiza-se no Vale dos Vinhedos e tem como missão produzir vinhos e espumantes diferenciados buscando uvas de parceiros. O Área 15 Corte Bordales é um blend de uvas e safras, sendo Cabernet Sauvignon de Pinheiro Machado – RS (30%), Cabernet Sauvignon de São Joaquim – SC (20%), Cabernet Franc de Monte Belo do Sul – RS (30%) e Merlot de Antonio Prado – RS (20%). Um vinho harmonioso entre a robustez da Cabernet Sauvignon, a elegância da Cabernet Franc e a suavidade da Merlot. Uma minuciosa combinação entre variedades e safras, para proporcionar aromas intensos. Especiarias, frutas e aromas terciários. Como cravo da índia, baunilha, couro e amêndoas. No paladar taninos vivos, equilíbrio entre álcool e acidez, toque de madeira presente com elegância. Ótimo potencial de guarda.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Cotechino por Popo le Chien está licenciada sob CC BY-SA 3.0.

Harmonizando com Panetone

A mesa de Natal dos brasileiros é uma verdadeira celebração das diversas culturas que ajudaram a construir a nossa nação.

Abraçamos, sem muita cerimônia, tradições portuguesas, espanholas, italianas, francesas e até africanas. São delícias atrás de delícias.

Uma das peças que não podem faltar é um belo Panetone, aquele bem tradicional com as frutinhas cristalizadas. Tudo bem que existem outras diversas versões, mas o assunto de hoje é o clássico.

A origem deste pão doce, de massa muito leve e alveolada é cercada de várias lendas, segredos e poucas certezas. Uma delas é a cidade onde começou a ser produzido, Milão. Isto ninguém questiona.

Acredita-se que o nome derive de “Panetto”, palavra italiana para designar “um pãozinho”. Ao acrescentar o sufixo aumentativo “-one”, muda o sentido, podendo ser traduzido como “grande pãozinho”.

Há uma curiosa fábula, bastante aceita na Itália, que Panetone vem de “Pan di Toni”, nome de um hipotético criador desta receita.

Harmonizar esta sobremesa não é uma tarefa difícil, ela é muito versátil e, pelo caráter pouco doce, pode ser combinada com diferentes estilos de vinho.

Naturalmente, as opções vindas da Itália são as mais comuns. Os vinhos elaborados com a casta Moscato (Moscatel), como o celebrado Moscato d’Asti, são considerados como o par perfeito, tanto na versão tranquila ou como um espumante.

A casta Moscatel é uma das uvas mais difundidas no mundo. Vamos encontrar versões de seus vinhos em diversos países produtores, inclusive aqui no Brasil, onde elaboramos premiadíssimos espumantes “demi-sec” com ela.

Portugal nos oferece mais opções de harmonização, desta vez com um bom Vinho do Porto: um Tawny ou um LBV são boas escolhas. Experimentem molhar a sua fatia com um pouco de Porto: é do outro mundo …

Para a turma que gosta de pensar “fora da caixa”, temos mais sugestões. A primeira delas seria um delicioso Moscatel de Setúbal, um dos grandes vinhos portugueses de sobremesa. Nesta mesma linha se encaixam o francês Sauternes, o húngaro Tokaj e o Vin Santo, italiano.

Para não deixar a França fora desta harmonização, um Champagne “Demi-sec” ou mesmo “Doux”, combina com perfeição.

Continuando na linha dos espumantes, o Panetone harmoniza muito bem com um Prosecco Brut, acreditem. Podem apostar, também, em outros borbulhantes bem secos, como o da Dica da Karina de hoje.

Feliz Natal para todos os leitores com muito Panetone e harmonizações perfeitas.

Dica da Karina – Cave Nacional

Cristofoli – Espumante Cristo Redentor Brut

A Vinícola Cristofoli, comandada pela família Cristofoli, é formada por viticultores que vivem na região de Faria Lemos há mais de 135 anos e faz parte da Rota Turística Cantinas Históricas e Vale do Rio das Antas, em Bento Gonçalves. O Cristofoli Espumante Brut – Cristo Redentor é elaborado exclusivamente com a variedade Chardonnay. Este espumante é produzido pelo Método Tradicional com 6 meses de guarda em cave, o que o mantém leve, refrescante e jovial, com uma ótima cremosidade e uma boa persistência. De coloração amarelo palha com perlage intensa e delicadas notas de pão fresco, flores brancas e aromas frutados, destacando-se a pera. O Cristofoli Espumante Brut – Cristo Redentor é um produto oficial do Santuário Cristo Redentor e a cada venda contribui-se para a continuidade dos trabalhos sociais desenvolvidos pelo santuário, que atende centenas de famílias em situação de vulnerabilidade social. Saiba mais no site do Santuário Cristo Redentor e nas mídias sociais @cristoredentoroficial.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Foto de kate rumyantseva na Unsplash

Estamos em busca de inovações?

Um grande amigo e eventual colaborador deste blog, P.A.S., nos propôs uma interessante questão:

Ainda seria possível degustar algum vinho obtido de vinhas pre-filoxera, para comparar com os atuais?”

A resposta óbvia seria um retumbante “não”.

Pensando bem, ainda existem muitos vinhedos em “pé franco” com vinhos sendo elaborados com seus frutos. Alguns países se destacam neste cenário, como Portugal com seus Vinhos do Porto ou com os Vinhos de Colares, e o Chile, um país onde praticamente a filoxera não chegou. Existem outros.

O grande problema é obter o efeito comparativo: seriam estes vinhos elaborados da mesma forma como eram antes da praga?

E com os grandes vinhos, como os Bordaleses: ainda seria possível estabelecer esta comparação?

A resposta que o amigo busca é saber se estes vinhos de antigamente seriam superiores aos atuais ou, em outras palavras, se a parreira enxertada é tão boa quanto a original, sem enxertos?

Podemos simplificar mais um pouco esta dúvida: o vinho moderno é melhor, pior ou igual ao vinho antigo?

Ah! Voltamos ao eterno embate entre tradição e modernidade que marcou o Século XX, com todas as manifestações culturais, ditas “modernistas” e amplamente criticadas por diversos segmentos mais conservadores da sociedade. O vinho também é cultura e foi incluído neste balaio.

Curiosamente, neste Século XXI, continuam as discussões entre os grupos que preferem uma vida mais moderna e os que ainda vivem à moda antiga. Ambos consomem vinho, ainda bem!

A evolução da ciência e seus métodos viraram o grande vilão. “Tudo deveria acontecer de modo natural”, dizem uns. “A tecnologia explica tudo”, retruca o outro grupo.

Ninguém questiona que, ao fermentar um mosto de uvas, vamos obter um vinho, em algum momento. Isto não mudou. Mas a tecnologia nos permite fazer bebidas mais seguras atualmente.

Aumentaram os controles sobre os diversos processos. Existem recipientes adequados para cada etapa, inclusive para distribuição e venda: garrafas são consideradas “modernas”!

O debate sobre os recipientes para elaboração e guarda dos vinhos é muito antigo e, de certa forma, desconcertante.

Um simples exemplo: as barricas de madeira foram criadas para transportar o vinho e não para melhorá-lo, como é atualmente.

Em um texto anterior a este, afirmamos que as tradições seriam um dos grandes trunfos do vinho. Mas são tradições revestidas de modernidade. Há muita ciência e tecnologia embutida na elaboração dos vinhos atualmente, inclusive no campo. A enxertia é uma delas …

Então, podemos levantar nova dúvida: O que é verdadeiramente tradicional no mundo do vinho?

Alguns fatos são muito famosos e se destacam neste nicho dos grandes vinhos. Um deles fala dos tradicionalíssimos vinhos de Bordeaux, uma referência para todos: o corte Bordalês é reproduzido por vinícolas em todo o planeta.

Além disto, reza outra “tradição” que, na margem esquerda do rio Garona predomina a casta Cabernet Sauvignon e na margem direita é o território da Merlot.

Só que não é bem assim. Se formos pesquisar direitinho, fazendo uma linha do tempo, vamos descobrir algumas surpresas.

Voltemos aos tempos napoleônicos e sua classificação das regiões bordalesas, em 1855. A Filoxera ainda não tinha chegado a Europa e não havia nenhuma predominância de castas, em qualquer das margens. Esta segmentação só ocorreu após o replantio por conta da praga que dizimou os vinhedos.

Bela “tradição”…

Neste complexo cenário vínico, cheio de histórias que se assemelham a lendas e outros encantos, ainda há muito a ser estudado e compreendido. Tradição e modernidade se fundem, em diversos momentos, como uma simbiose. Desde muito tempo atrás é difícil separar uma da outra.

Para não deixar a primeira pergunta de P.A.S. sem resposta, acreditamos que não conseguiríamos degustar um vinho daquele tempo. Segundo relatos confiáveis, sejam obtidos na literatura mundial ou nos registros históricos de produtores centenários, aqueles vinhos se assemelhavam a um vinagre. Eram ácidos, com pouca estrutura e corpo, quase ralos. Sabores fortemente herbáceos, na maioria das vezes.

Deveriam ser consumidos logo após sua elaboração. Não existiam conservantes para que durassem um par de dias, pelo menos.

Da mesma forma que manifestações culturais evoluiriam e se mantiveram atuais, como artes plásticas, música, teatro, cinema e literatura, o vinho trilhou este mesmo caminho, bebendo em diversas fontes de sabedoria para chegar aonde está hoje.

Pensem nisto tudo e tirem suas próprias conclusões.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Capoani – Riesling Renano 2022

Vinícola construída por imigrantes italianos, os Capoani plantam uvas no Vale dos Vinhedos desde a década de 70.  Esse Riesling Renano é produzido pelo método de crioextração (também conhecido por icewine ou eiswein), onde as uvas são congeladas para se obter maior concentração de dulçor e sabor no vinho pronto. A intensidade do aroma é notável, destacando-se por notas florais, casca de limão, pêssego, damasco e a delicada nota de geleia de marmelo, acentuada pelo processo de congelamento. Com o envelhecimento, evolui para aromas químicos e minerais.

Para adquirir este vinho, clique no nome ou na foto.

A Cave Nacionalenvia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: Imagem de hcdeharder por Pixabay

Velha Senhora aos 35 anos…

Embora seja uma das bebidas alcoólicas mais tradicionais, principalmente nos aspectos relativos à sua forma de elaboração, o vinho muda constantemente de aparência apresentando, a cada safra, novas nuances de aromas, sabores, corpo e outros pequenos detalhes.

Cabe ao departamento de marketing, tanto das vinícolas quanto dos comerciantes, elaborarem novas e interessantes estratégias para chamar a atenção do consumidor.

Uma das técnicas mais comuns são as conhecidas frases ou expressões impressas nos rótulos, algumas que nem sentido fazem, mas ajudam a vender. É caso do sempre criticado “Reservado” ou de outras, mais discretas, como as que indicam ser um varietal quando, na verdade, é um corte onde determinada casta predomina. Tudo isto dentro da lei.

Produtores mais responsáveis começaram a adotar outras formas de expressar o que está dentro de uma garrafa, inclusive para proteger seu bom nome e deixar claro quais são seus objetivos. Surgem os vinhos rotulados de 100% desta ou aquela casta, os de “Vinhedos Únicos”, “Vinhos de Altitude” e muitos mais.

Nem todas estas denominações seguem regras específicas ou são normatizadas. O famoso caso do “Reservado”, é uma nítida forma de induzir o consumidor a comprar um vinho de entrada como se fosse um “Reserva”, que é mais caro. Para a surpresa de muitos, a legislação brasileira regulamentou o uso desta expressão. Mas só vale para os vinhos aqui produzidos.

“Vinhas Velhas” é outro jargão que anda frequentando muitos rótulos. Passa uma certa confiança, mas também é objeto de questionamentos. A primeira impressão é de que se trata de um produto de qualidade superior: vinhas mais antigas produzem menos cachos, que seriam mais doces, permitindo elaborar vinho de alta qualidade.

Pode sugerir, em segundo plano, que estas vinhas poderiam ser de “pé franco” ou “pré-filoxera”, a famosa praga que devastou vinhedos em toda a Europa. Muitos produtores, que ainda possuem plantas não enxertadas, fazem questão de colocar um “pé franco”, seja no rótulo ou contrarrótulo, para não deixar dúvidas.

Para o consumidor habitual fica uma questão: o que pode ser considerado como “vinha velha” afinal? Qual a idade?

Sabendo que o grande marketing do vinho são as suas tradições e que, com vinhas velhas não se brinca, afinal, são um importante patrimônio, a OIV (Organização Internacional do Vinha e da Vinha) adotou uma definição oficial:

“Considera-se uma Vinha Velha aquela parreira que, de forma documental, comprove ter 35 anos ou mais, independente de quaisquer outros fatores.

Para as plantas enxertadas, a idade conta a partir da enxertia e que esta nunca tenha sido alterada.

Para os vinhedos serem considerados como “velhos” é preciso que 85% de suas videiras tenham idades acima dos 35 anos”.

Não foi uma escolha aleatória. Há muitos anos que estudos são elaborados por diversos institutos como o “The Old Vine Conference” da Inglaterra, o “The Old Vine Project” da África do Sul, o incrível banco de dados sobe vinhedos velhos, “The Old Vineyard Registry” e o “Censimento Vecchie Vigne”, o censo das vinhas velhas da Itália.

Vale a pena lembrar que alguns dos maiores vinhedos velhos, em pé franco, que ainda existem estão aqui na América do Sul, principalmente Chile e Argentina.

Vinha Velha no rótulo agora pode confiar. Boa escolha.

Saúde e bons vinhos!

Dica da Karina – Cave Nacional

Madre Terra AuraZ Rosé Pinot Noir 2023

A Madre Terra é uma vinícola boutique que acredita na agricultura regenerativa, praticada com respeito ao terroir e à sociobiodiversidade. Situada em Flores da Cunha, na região da Capela São João, a 847 metros de altitude, elabora microlotes de vinhos e espumantes, que são uma reverência à Madre Terra e a tudo o que ela nos oferece. O Madre Terra AuraZ Rosé Pinot Noir 2023 é vinificado 100% com Pinot Noir cultivada na região da Serra do Sudeste, RS. De coloração rosa coral, límpido e de média intensidade, apresenta aroma intenso de frutas maduras como melão espanhol, cereja, framboesa, morango, pitanga, com toque floral delicado de jasmim amarelo além da baunilha, cravo e creme de papaia. Vinho seco, acidez equilibrada, encorpado, intensidade de sabor alta e final de boca longo.

A Cave Nacional envia para todo o Brasil.

CRÉDITOS: “Old Vines” por outdoorPDK está licenciada sob CC BY-NC-SA 2.0.

« Older posts Newer posts »

© 2025 O Boletim do Vinho

Theme by Anders NorenUp ↑