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Um concurso italiano, uma cidade de Portugal, um vinho brasileiro premiado

La Selecione del Sindaco, que poderia ser traduzido com A Seleção do Prefeito, é um concurso enológico internacional que tem por objetivo promover empresas e regiões que produzem vinhos de qualidade com denominações DOC, DOCG e IGT, em pequenas quantidades, entre 1000 e 50.000 garrafas. Uma interessante característica é que participam, conjuntamente, as municipalidades e as vinícolas de cada região.
 
 
Patrocinado pela Associazione Nazionale Città del Vino, e pela Recevin (Rede Europeia da Città del Vino), conta com supervisão científica da OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) e a chancela do Ministero per le politiche agricole (Ministério da Agricultura da Itália). A primeira edição foi em 2002 na cidade de Siena e já percorreu a Itália de norte a sul passando por Conegliano (2003), Alba (2004), Roma (2005), Ortona (2006), Monreale (2007), Cividale del Friuli (2008), San Michele all’Adige (2009), Brindisi (2010), Torrecuso (2011), Lamezia Terme (2012), Castelfranco Veneto e Asolo (2013) e Bolzano (2014).
 
Em 2015 foi escolhida a cidade de Oeiras, Portugal como a sede da 14ª edição do evento. O Brasil foi o convidado de honra devido à sua identidade cultural com o povo português e aos fortes laços que nos ligam à Itália, origem de um grande número de imigrantes que ajudaram a moldar o nosso país, principalmente na região sul. Sem eles não teríamos vinhos, com certeza!
 
Para sediar as seções de degustação foi escolhido o Palácio Marquês de Pombal, construído pelo arquiteto húngaro Carlos Mardel, na segunda metade do século XVIII, e que serviu de residência do histórico Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido como Marquês de Pombal e Conde de Oeiras, “pai” do vinho do Porto, por ter demarcado e protegido a região do Douro.
 
Construção de rara beleza, o edifício é conhecido por seus mosaicos e cerâmicas contidos e está rodeado por jardins maravilhosos.
 
 
Foram três participantes brasileiros:
 
– Vinicola Fazenda Santa Rita de Vacaria, RS, (www.vinicolafazendasantarita.com.br) com dois vinhos, o Chardonnay Família Lemos De Almeida e o espumante, Casa Portuguesa Brut Rosé, produzido com um corte de Chardonnay 60% e Pinot Noir 40%.
 
– Vinicola Armando Peterlongo, de Garibaldi, RS (http://www.peterlongo.com.br/pt/introducao/), que trouxe quatro vinhos, dois espumantes, método tradicional, à base de Chardonnay e Pinot Noir e outros dois obtidos pelo método Charmat, um rosé 100% Merlot e outro 100% Pinot Noir.
 
– Cooperativa Vinicola Garibaldi,RS, (http://www.vinicolagaribaldi.com.br/pt/) com três espumantes, um 100% Chardonnay, método clássico, um Moscato (corte de amarelo e branco) e um Prosecco.
 
 
A premiação distribuiu 27 Grandes Medalhas de Ouro, 141 Medalhas de Ouro e 129 Medalhas de Prata, sendo a primeira vez que o número de medalhas de ouro foi maior que as de prata, um resultado que deixou os organizadores extremamente satisfeitos, afinal a busca pela qualidade é o objetivo final.
 
O melhor vinho desta avaliação foi um Ice Wine da Moldávia, mostrando a força dos vinhos doces que ficaram com quatorze Grandes Medalhas. Os tintos receberam onze, os brancos e os rosados receberam uma, cada.
 
A relação completa dos premiados está aqui, para download: (em italiano)
 
O espumante brasileiro, Privillege Peterlongo Brut Rosé – método Charmat, recebeu 87,8 pontos e uma importante Medalha de Ouro, para esta tradicionalíssima vinícola da Serra Gaúcha, uma das poucas no mundo que ainda pode utilizar a denominação Champagne nos seus produtos. Uma pioneira neste segmento que durante muitos anos abasteceu as adegas do Palácio de Buckingham.
 
Este espumante foi elaborado para comemorar os 100 anos da empresa, em 2013: produziu o 1º Champagne brasileiro em 1913 pelas mãos de Manoel Peterlongo.
 
Dica da Semana: não poderia ser outro!
 
Privillege Brut Rosé Peterlongo
 
Elaborado com a variedade Merlot, possui um estilo muito especial, complexo, evidenciando frutas vermelhas.
Harmoniza com carnes brancas no geral, pato, salmão, pratos à base de frango e queijos leves.
Sua produção ficou limitada em 5.700 garrafas o que o torna um vinho difícil de encontrar.
Neste link, há uma relação dos representantes nos estados brasileiros.

As diferentes escalas de avaliação dos vinhos

Esta é uma das dúvidas mais frequentes quando apresentamos os diferentes sistemas de avaliação dos vinhos utilizados pelos mais renomados críticos: o que realmente significam estes “pontos”?
 
Sempre que um vinho é avaliado, a análise passa obrigatoriamente pelas seguintes etapas:
 
– Inspeção visual (coloração);
 
– Aromas;
 
– Paladar;
 
– Avaliação final.
 
Em qualquer sistema, um determinado número de pontos é alocado a cada uma destas categorias sendo a nota final o somatório de todas as notas, podendo ser multiplicada ou não por um coeficiente de ajuste. O peso de cada nota demonstra como um crítico entende o vinho, podendo dar mais ênfase a um ou a outro aspecto.
 
Por exemplo, na ficha de avaliação padronizada proposta por Giancarlo Bossi, cada etapa pode receber pontos de acordo com esta tabela:
 
Visual – 16 pontos;
 
Aromas – 24 pontos;
 
Paladar – 60 pontos.
 
Embora adotada por diversas associações de Sommeliers, não é considerada como bem equilibrada na distribuição dos pontos.
 
Duas outras escalas são mais bem aceitas entre os enófilos que buscam informações sobre os vinhos que pretendem comprar: a de 100 pontos, adotada por Robert Parker e a de 20 pontos utilizada por Jancis Robinson.
 
Embora esta subdivisão dos pontos por categoria nem sempre esteja disponível, é um tema pessoal do avaliador, Parker afirma em seu site que se aproxima destes valores:
 
5 pontos para a cor;
 
15 pontos para aromas;
 
20 pontos para paladar e final de boca;
 
10 pontos para capacidade de guarda e evolução.
 
A escala dele começa em 50, nota base atribuída a qualquer vinho que analisa. Não é possível, entretanto, saber o quanto ele atribui nestes itens, apenas a nota final é divulgada.
 
Abaixo está a classificação adotada por ele:
 
90 a 100 – equivale a uma nota A, um vinho fora de série;
 
80 a 89 – equivale a uma nota B, um muito, muito bom;
 
70 a 79 – equivale a uma nota C, um vinho comum, ideal para o dia a dia, sem muitas pretensões;
 
menos de 70 – notas D e F, (o F vem de Fail, ou reprovado)
 
O importante é o valor final e não o quanto foi atribuído a cada item avaliado. Para reforçar esta ideia ele lembra que com as tecnologias de vinificação modernas, nenhum vinho recebe menos de 4 pontos na avaliação da cor, o que praticamente neutraliza este valor.
 
Jancis Robinson, opta por avaliar o vinho como um todo, não divulgando se valoriza individualmente os pontos mencionados. Para ser o mais isenta possível, pede a opinião de outros membros de sua equipe para, ao final, fazer uma média destas notas.
 
Os vinhos são classificados segundo esta escala:
 
20 pts – Vinho realmente excepcional;
 
19 pts – Fora de série;
 
18 pts – Mais que excelente;
 
17 pts – Excelente;
 
16 pts – Bom;
 
15 pts – Médio;
 
14 pts – Sem graça;
 
13 pts – Vinho padronizado;
 
12 pts – Desinteressante ou com defeitos.
 
Apenas para efeitos didáticos, apresentamos abaixo uma comparação direta entre as escalas destes dois críticos:
 
 
Percebe-se, facilmente, que há diferenças de opinião entre um e outro. Enquanto Parker despreza vinhos com menos de 70 pontos, Robinson acha que vinhos com 15 pontos ou um pouco menos ainda podem ser degustados, embora não vá emocionar ninguém.
 
Para os leitores mais curiosos, existem diversos outros sistemas de avaliação, utilizando números ou outros símbolos. Uma relação comparativa muito completa foi elaborada pelo casal de entusiastas do vinho, Deborah e Steve De Long. Neste link pode-se baixar este arquivo no formato PDF (em inglês):
 
 
Como utilizar estas informações corretamente?
 
O primeiro passo é procurar pelo maior número de avaliações sobre um mesmo vinho que desejamos comprar. Cada avaliador vai ter uma opinião diferente, afinal, estas notas são absolutamente subjetivas. Nem mesmo o critério usado por algumas publicações especializadas, que formam um painel de degustadores para chegar a uma nota final, pode ser considerado como uma opinião definitiva.
 
Antes de decidir a compra de um caro e bom vinho, imaginem o seguinte:
 
– em qualquer concurso sobre vinhos existem grupos prós e contras um determinado produto, o que é absolutamente normal, aceitável e desejável;
 
– dependendo do momento, um avaliador pode gostar ou detestar um mesmo vinho. Já houve casos assim, inclusive com Parker;
 
– mesmo que alguns profissionais indiquem um determinado rótulo ou safra, ainda assim é possível que não gostemos do vinho. Gosto é pessoal e único;
 
– quem está habituado com vinhos do dia a dia não saberá apreciar corretamente um vinho top ou icônico. Pode até mesmo não gostar. Temos que nos habituar, primeiro, com estes paladares fora da curva normal;
 
– acreditem, vinhos comprados em supermercados são sempre iguais e poderiam ser descritos como “5 sabores em 100 garrafas”. (o mundo do vinho é infinitamente maior que isto).
 
Dica da Semana: um vinho top elaborado a partir de uma casta rara hoje em dia, a Teroldego. Qual a sua nota para ele?
 
Foradori Teroldego Rotaliano DOC 2008
 
 
Apresenta aromas de frutas vermelhas maduras, notas herbáceas, toques de café e defumados.
No palato é rico e encorpado, confirmando as sensações olfativas com taninos marcantes e presentes.
Seu final de boca é intenso e persistente.
Harmonização: ideal para acompanhar carnes vermelhas grelhadas e assadas, massas recheadas de carne, cordeiro e queijos fortes, como Taleggio e Reblochon
 
 

Dois bons vinhos

Uma das confrarias que frequento, apelidada de “Diretoria”, é simplesmente minúscula, mas permite aos 3 participantes, ou 4 quando temos um convidado, desfrutar de vinhos top e fazer novos experimentos, sempre acompanhados pela boa comida dos nossos restaurantes preferidos, que nos aceitam de braços abertos.
 
Desta vez não foi diferente, este encontro foi marcado para a Enoteca DOC (https://enotecadoc.com.br). Após algumas deliberações, ficou decido que o Sr. B levaria um Miguel Torres Gran Sangre de Toro 2010 ($), cabendo ao Sr. G, o Barolo Ricossa 2010 ($$$). Ficou sob minha responsabilidade levar um aerador ainda não testado, o Rabbit e, por segurança, uma terceira “ampola”, o Angelica Zapata Cabernet Franc 2006 ($$), que não foi consumida.
 
A proposta era comparar dois vinhos de origens bem diferentes.
Para abrir os trabalhos escolhemos o Gran Sangre de Toro, um corte de Garnacha (60%), Cariñena (25%) e Syrah (15%) oriundo da região da Catalunha e avaliado com 90 pontos Parker.
 
 
A vinícola Miguel Torres é uma das maiores da Espanha. Fundada em 1870 é considerada como muito ousada, exportando seus produtos para mais de 140 países. Tem uma importante filial no Chile, produzindo vinhos de alta qualidade como o Manso de Velasco ou o Conde de Superunda.
 
A marca Sangre de Toro está entre os vinhos mais consumidos pelos espanhóis. Este Gran, que equivale a um reserva, passa por um estágio de 12 meses em barricas de carvalho apresentando uma bela coloração Rubi escuro.
 
Optamos por testar o aerador Rabbit nesta garrafa, uma vez que o Barolo foi colocado num decantador. Embora exigisse uma inclinação pouco comum da garrafa no momento de servir, cumpriu sua função sem problemas. Muito fácil sua limpeza após o uso.
 
 
Nossa avaliação foi unânime, o vinho estava bastante redondo, agradável, destacando-se os aromas de frutas maduras. Quanto à harmonização, foram três pratos bem diferentes:
 
– o Sr. B optou por um risoto de bacalhau;
 
– o Sr. G por lascas de bacalhau;
 
– a minha opção foi um salmão grelhado, molho de alcaparras e risoto siciliano.
 
Talvez a melhor combinação tenha sido a do meu prato, a gordura do molho, a acidez do risoto e a textura do peixe formaram um bom quadro com este vinho. Os pratos à base de bacalhau sempre são mais difíceis. Mas, segundo os demais comensais, a harmonização se mostrou correta. Não houve nenhum comentário negativo.
 
A casa estava muito movimentada neste dia provocando um atraso no serviço. Solicitamos que o Barolo fosse servido ainda durante a refeição, o que não ocorreu. Foi degustado em voo solo.
 
A vinícola Ricossa Antica Casa começou como uma destilaria no final de 1800, num galpão nos arredores de Asti, Piemonte. Pouco a pouco foi evoluindo, passando a produzir excelentes vinhos, sempre premiados, como foi este Barolo, medalha de bronze no Decanter 2014.
 
 
O Barolo é um dos ícones da vinicultura italiana. Produzido com a casta Nebbiolo, disputa com o também piemontês Barbaresco o posto de melhor vinho daquele país, para desespero dos toscanos e seus deliciosos Brunellos.
 
Apesar de estar no 5º ano de vida e ter sido decantado por um bom período, ainda era um vinho jovem. Os taninos estavam muito firmes bem como a acidez, marcante. Mas era delicioso. Pena que já havíamos terminado nossos pratos.
 
Decidimos lhe dar mais tempo deixando-o abrir na taça, sempre agitada para acelerar o processo. Este expediente deu bons resultados e as últimas doses estavam perfeitas. Um vinho que poderia esperar alguns anos ainda sem problemas.
 
No final, concordamos que a melhor escolha deste encontro foi o Gran Sangue de Toro.
 
Dica da Semana: infelizmente os dois vinhos degustados estão escassos no nosso mercado. Restou a opção do vinho não avaliado neste encontro, mas de outra safra…
 
Angelica Zapata Cabernet Franc 2010
 
Este é um vinho raro, elaborado com uvas dos vinhedos Altamira e La Pirámide, de baixíssimos rendimentos.
Mostra um estilo que lembra alguns dos famosos vinhos de St Emilion em Bordeaux, com uma pronunciada elegância.
Um vinho de longa guarda, que deve ficar ainda mais fino após alguns anos em garrafa.
 
 

Aromas e sabores do vinho: de onde vêm?

O vinho é uma bebida cheia de pequenos mistérios que, além de nos deliciar, mexe com nossas ideias a tal ponto que criamos uma série de termos para definir quase tudo que somos capazes de perceber no momento de degustar corretamente uma taça.
 
Comumente usamos as frutas para definir parte dos aromas e sabores nos vinhos mais jovens, expressões mais curiosas para definir os vinhos mais velhos, como “couro molhado”, “tabaco” e até mesmo “estrebaria”. Algumas destas percepções acabam sendo profundamente fictícias, por exemplo, quando afirmamos que este ou aquele vinho é “mineral”.
 
Algum leitor já lambeu diferentes pedras para registrar, no subconsciente, o gosto delas?
 
Por acaso experimentou mastigar uma pedra de isqueiro que seja para poder classificar mais este sabor?
 
A menos que sejam adeptos do simpático e irreverente Sommelier e personagem mediática, Gary Vaynerchuck (http://tv.winelibrary.com/), capaz de desafiar o respeitado jornalista Conan O’Brien a lamber pedras ou convidar a apresentadora Ellen Degeneres para degustar amostras de poeira ou de diferentes gramíneas, este conceito de mineralidade é algo muito complexo de se explicar.
 
 
O conceito de Terroir, outro pequeno e intrigante mistério, tem sido a explicação padrão para justificar as diferenças aromáticas e palatáveis encontradas nos vinhos produzidos no mundo. Alguns terroirs são míticos como as terras da Borgonha, onde de cada lado de uma simples cerca pode-se obter vinhos com diferentes características, ou os solos de Bordeaux, totalmente distintos se comparamos as margens esquerda e direita e, ainda assim, mantêm a fama de melhores vinhos do mundo.
 
Uma questão que tem intrigado enófilos e pesquisadores é tentar explicar como um vinho obtido de parreiras plantadas em solo arenoso, sem a presença de nenhum mineral, consegue passar esta sensação de que estamos bebendo pedras líquidas. Obviamente, outros sabores e aromas entram facilmente neste roldão o que faz a alegria de um significativo grupo de pesquisadores que estão em campo atrás de explicações cientificamente corretas: literalmente, não vão deixar pedra sobre pedra.
 
O Professor Barry C. Smith, da Escola de Estudos Avançados da Universidade de Londres foi taxativo: “A ideia de que você pode sentir o sabor dos minerais do solo é um disparate absoluto”.
 
Uma das descobertas mais curiosas foi uma explicação para o aroma de “xixi de gato” dos famosos Sauvignon Blanc neozelandeses: não tem nada a ver com o terroir, simplesmente as uvas são esmagadas e junto com elas algumas “joaninhas”, que são as culpadas pelo curioso cheiro…
 
 
Seguindo nesta linha de pesquisa, muita coisa foi descoberta através de inteligentes experimentos e, atualmente, já se sabe com alto grau de certeza que a propalada influência do “terroir” não é tão grande assim: a origem de aromas e sabores está ligada à presença de insetos e microorganismos, que podem estar no solo e nas leveduras utilizadas para a fermentação do mosto.
 
Uma das conclusões chave  para entender este processo foi formulada pelo Ecologista de Micróbios do Argonne National Laboratory em Lemont, Illinois, EUA, Jack A. Gilbert. (http://www.anl.gov/contributors/jack-gilbert):
 
“Se videiras forem cultivadas em uma área desprovida de micróbios simplesmente não se obtém qualquer vinho. As bactérias e os fungos influenciam a composição química das uvas e a saúde da videira”.
 
Entre os papéis desempenhados por bactérias está um efeito sobre o metabolismo e a química de defesa contra insetos da videira. Ao mesmo tempo, a comunidade de microorganismos que se alimenta desta espiral depende de vários fatores, tais como o pH do solo, que por sua vez pode variar não apenas entre as vinhas, mas também entre as linhas individuais. Isto explica corretamente o efeito da “cerca” na Borgonha, mencionado num parágrafo anterior.
 
Num recente artigo publicado na “New Scientist” (http://www.newscientist.com/article/dn27466-5-weird-tastes-that-can-sneak-into-your-wine.html), a autora, jornalista Sonia van Gilder Cooke, cita:
 
“De todos os organismos, são as leveduras que produzem o efeito mais significativo sobre o sabor”, visto que, durante o processo de fermentação são capazes de criar mais de 400 compostos que podem afetar o sabor e o aroma do vinho.
 
Começa a ficar mais clara a razão pela qual os vinhos são tão únicos: não vão existir duas combinações iguais de microorganismos, pH de solo, leveduras indígenas (ou industrias), nem mesmo entre duas linhas de videiras de um vinhedo.
 
Não era só o terroir afinal, mas muito mais, outro mundo na verdade, microscópico, mas que tem uma enorme capacidade de moldar a nossa bebida predileta.
 
Dica da Semana: já estamos numa boa época para tintos encorpados e potentes.
 
 
Xabec Montsant 2008
Nariz intenso e profundo, pautado pelos aromas de lavanda, alcaçuz, cereja madura e ameixa negra, todos em perfeita harmonia e integração.
As castas Garnacha e Cariñena marcam presença com estrutura e equilíbrio, embalado num final de baunilha.
Harmonização sugerida: Boeuf Bourguignon
 
 
 

Os melhores vinhos nacionais da Expovinis 2015

Considerado o principal evento da nossa maior feira de vinhos, o “Top Ten” é um concurso aberto a todos os produtores que desejarem participar, que seleciona os melhores entre as amostras recebidas.
 
A premiação é dividida em 10 categorias, havendo uma distinção entre os vinhos nacionais e os estrangeiros. 
Nesta edição foram analisadas 125 amostras, assim distribuídas:
 
16 Espumantes brasileiros;
 
8 Espumantes importados;
 
15 Vinhos Brancos importados;
 
12 Vinhos Brancos nacionais;
 
10 Vinhos Rosados;
 
18 Vinhos Tintos brasileiros;
 
13 Vinhos tintos do Novo Mundo;
 
11 Vinhos Tintos de Portugal e Espanha;
 
15 Vinhos Tintos de França e Itália;
 
7 Vinhos Fortificados e Doces.
 
A difícil tarefa coube a um júri composto por importantes nomes do cenário enológico atual:
 
Hector Riquelme – Sommelier chileno; Mario Telles Jr – ABS-SP; Beto Gerosa – Blog do Vinho; Celito Guerra – Embrapa; Jorge Carrara – Revista Prazeres da Mesa; José Luis Borges – ABS-SP; José Maria Santana – crítico de vinhos da revista Gosto; José Luiz Paligliari – Senac; Manoel Beato – Sommelier do grupo Fasano; Marcio Pinto – ABS-MG; Ricardo Farias – ABS-RJ e Tiago Locatelli – Sommellier do Varanda Grill.
 
Aqui estão os nossos representantes premiados:
 
Espumante:
 
Aracuri Brut Chardonnay 2014
 
Região: Muitos Capões, Campos de Cima da Serra – RS
 
Uva: 100% Chardonnay, método Charmat
 
Produtor: Aracuri Vinhos Finos (www.aracuri.com.br)
Elegante e refrescante de perlage fina e abundante. No aroma destacam-se as notas de damasco, raspas de limão e pão fresco. O paladar é envolvente e cremoso com acidez cativante.
 
Harmoniza com frutos do mar, peixes em geral, carnes brancas, molhos pouco condimentados, legumes crus e queijos leves.
 
Outras Premiações:
 
– Medalha de Prata – VII Concurso Internacional de Vinhos do Brasil, 2014.
 
– Medalha de Prata – Effervescents du Monde, França, 2013.
 
– Medalha de Prata – Vinus del Bicentenario – Concurso Internacional de Vinos Y Licores, Argentina, 2014.
 
Vinho Branco:
 
 
 
 
Pericó Vigneto Sauvignon Blanc 2014
 
Região: Vale do Pericó, São Joaquim – SC
 
Uva: 100% Sauvignon Blanc
 
Produtor: Vinícola Pericó Ltda (www.vinicolaperico.com.br)
Apresenta coloração amarelo palha brilhante. Aroma complexo, franco e muito intenso com notas de frutas tropicais, (melão, mamão papaia, casca de grapefruit e uma nota discreta de maracujá). Paladar harmônico e muito persistente.
 
Harmoniza com peixes em geral, camarão, crustáceos, culinária oriental, carnes brancas, risotos, comidas leves/picantes, queijos brancos (Brie e Camembert).
 
Outras premiações:
 
Medalha de Prata – 7º Concurso Internacional de Vinhos do Brasil – Edição 2014, Safra 2013;
 
Primeiro lugar na premiação Top Ten – Prêmio Melhores do Vinho, na categoria Branco Nacional – Expovinis 2014, Safra 2013.
 
Vinho Tinto:
 
 
 
Valmarino Ano XVIII Cabernet Franc 2012
 
Região: Pinto Bandeira, RS
 
Uva: 100% Cabernet Franc
 
Produtor: Vinícola Valmarino (www.valmarino.com.br)
Lançado como edição comemorativa dos 18 anos de fundação da Valmarino, apresenta coloração vermelha com tons violáceos, límpido e brilhante. Aroma frutado e complexo aparecendo especiarias (pimenta preta, cravo, café e chocolate) com presença harmônica da madeira. Seu paladar é untuoso, com taninos de qualidade e boa acidez. Corpo e estrutura elegantes.
 
Harmoniza com massas condimentadas, queijos fortes, e vários tipos de carnes incluindo as exóticas e de caça.
 
A seguir, a relação dos vinhos estrangeiros premiados nesta edição:
 
ESPUMANTES IMPORTADO – Georges De La Chapelle Cuvee Nostalgie N/V
 
VINHO BRANCO IMPORTADO – Casas Del Toqui Terroir Selection Sauvignon Blanc 2014
 
VINHO ROSADO – Saint Sidoine Côtes Du Provence Rosé 2014
 
VINHO TINTO, Novo Mundo – Renacer Malbec 2011
 
VINHO TINTO, Espanha e Portugal – Pêra Grave Reserva Tinto 2011
 
VINHO TINTO, Itália e França – Sangervasio A Sirio 2007
 
FORTIFICADOS E DOCES – José Maria da Fonseca Alambre Moscatel de Setúbal 20 Anos
 
Dica da Semana: façam suas escolhas nesta deliciosa lista. Todos saem ganhando!
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