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Vinhos Laranja

Mais uma denominação?
 
Tintos, Rosés, Brancos, Espumantes, Doces, Fortificados e Laranjas?
 
Tem laranja neste vinho?
 
Resposta única para as três questões: Não!
 
Uma nova tendência apenas, capitaneada por inquietos e criativos enólogos que não param de buscar novos caminhos. O Vinho Laranja é um branco que foi vinificado como um tinto.
 
Para refrescar a memória dos leitores, vinhos brancos eram obtidos a partir da fermentação do suco das uvas, sem as cascas, sementes ou engaços, ao contrário dos tintos onde a presença da pele escura é necessária para garantir cor, taninos e outras características. (o suco da uva é sempre de cor clara, quase incolor…)
 
Quando se vinifica brancos desta forma obtém-se uma simbiose de algumas características desejáveis além de uma cor belíssima. Vejam a foto:
 
 
São bebidas extremamente gastronômicas devido a taninos marcantes, teor alcoólico elevado, acidez moderada e alguma mineralidade. Caso tenham passado por madeira, ganham notas típicas dos vinhos que amadureceram em carvalho.
 
As primeiras experiências nesta linha forma feitas na Eslovênia e na Itália com técnicas adaptadas das antigas vinificações em ânforas de barro ou em recipientes de madeira. Atualmente estão experimentados com os tanques de concreto em formato oval com ótimos resultados.
 
Na Argentina, Matias Michelini em sua Passionte Wine produz um delicioso Torrontés denominado “Brutal” com este recurso. Uma experiência diferente, mas não é um vinho fácil de encontrar, mesmo lá. Trata-se de um experimento, um projeto pessoal.
 
Apresentamos abaixo uma lista dos “Laranjas” mais conhecidos:
 
Itália:
 
Gravner Amfora Ribolla Gialla 2005 (Venezia Giulia)
 
Gravner Breg 2006 (Venezia Giulia)
 
Vodopivec Classica Vitovska 2006 (Venezia Giulia)
 
Eslovênia:
 
Movia Veliko 2007 (Brda)
 
Edi Simcic Sauvignon 2010 (Goriška Brda)
 
Simsic Teodor Belo Selekcija 2008 (Goriška Brda)
 
Kabaj 2006 Amfora (Goriška Brda)
 
Geórgia:
 
Alaverdi Monastery Cellar Qvevri 2010 (Kakheti)
 
Pheasant’s Tears Amber Rkatsiteli 2009 (Kakheti)
 
América do Norte:
 
Channing Daughters Meditazione 2009 (Long Island)
 
Alguns destes rótulos estão à venda no Brasil, mas não são baratos.

Dica da Semana:  Por aqui também temos o nosso vinho laranja.
 
Era dos Ventos Peverella 2010
 
Um toque tipicamente picante ao paladar faz jus ao nome desta uva, pois Peverella significa “pimenta”.
De cor dourada encantadora, é fruto de uma elaboração com mínima intervenção e longo tempo de maceração da uva com a casca.
Com um pouco mais de tempo, vai revelando aromas cítricos, toques minerais e florais e, claro, a típica pimenta.
Rico, amarelado, untuoso, uma verdadeira experiência única.

Nem só de Malbec vive a Argentina

Não se discute que Argentina e Chile são os dois grandes produtores de vinhos da América do Sul. Uruguai e Brasil ainda estão num degrau abaixo quando se fala em vinhos de alto nível. Há exceções, óbvio, assim como existem vinhos de má qualidade em qualquer destes países.
 
Um segundo ponto diz respeito às chamadas uvas emblemáticas, Malbec na Argentina, Carménère no Chile, Tannat no Uruguai e Merlot no Brasil, o que faz com que os vinhos produzidos a partir destas castas sejam os mais visados na hora da compra. É um apelo forte, quase uma unanimidade, como Gilette, Bom Bril ou Coca Cola – o que deveria ser uma marca virou sinônimo do produto: lâmina de barbear; esponja de aço; refrigerante. Dentro desta lógica, Malbec significa um vinho argentino e Carménère é chileno, etc. mesmo sabendo que as castas têm origem em Bordeaux, França.
 
O outro lado desta moeda é que isto provoca uma “cegueira mercadológica” nos consumidores típicos, aqueles que compram um bom vinho baseados nas informações correntes, sem preocupações com mergulhos profundos. Um segmento que representa o maior consumo sendo o alvo das ações de marketing dos produtores. O termo cegueira foi escolhido intencionalmente: estes consumidores, ofuscados por massiva dose de informações e estratégias promocionais, não se dão conta das opções que existem em volta da “casta emblemática”, muitas vezes com qualidade superior e preços bem competitivos.
 
Um bom exemplo é a casta Cabernet Sauvignon, que recebe o título de “rainha das uvas tintas” por inúmeras razões, a principal delas é a qualidade dos vinhos produzidos, desde que a matéria-prima tenha sido corretamente cultivada e que os processos de vinificação sejam adequados. Outra característica desta casta é sua capacidade de adaptação aos mais diferentes “terroirs” do mundo. Seja em Bordeaux, seu local de origem, na América do Norte, Itália, Austrália, Argentina, Chile, para resumir alguns produtores, sempre resulta em vinhos deliciosos, cada um com uma característica ou personalidade própria.
 
Um dos mais importantes episódios do mundo do vinho, já citado nesta coluna algumas vezes, foi o Julgamento de Paris quando vinhos da Califórnia foram comparados com grandes ícones franceses e saíram vencedores. O mundo descobria um novo estilo de Cabernet, mais frutado, intenso e sedoso, criando uma dicotomia: vinhos do velho mundo e vinhos do novo mundo.
 
Há alguns anos atrás um dos grandes produtores chilenos, Eduardo Chadwick, promoveu a divulgação, nos mesmos moldes, de seus vinhos, varietais e cortes a partir da famosa uva Cabernet cultivada em Puente Alto. Novamente, em menor escala, chamou a atenção para os vinhos elaborados no cone sul do novo mundo. Excelentes vinhos sem dúvidas, e se olharmos para outros importantes produtores do Chile vamos encontrar vinhos ainda mais famosos e importantes como o Don Melchor, Almaviva, Lapostole, etc. Cabernet chilenos são excepcionais, muito superiores aos Carménère, embora estes sejam os mais famosos.
 
Este fenômeno se repete na vizinha Argentina, embora não tenham feito, ainda, uma prova comparativa com outros países produtores. Preferem ir conquistando seu espaço num adequado passo a passo. Mas já começam a chamar a atenção, principalmente por terem um estilo bem diferente dos produzidos no país vizinho, criando uma nova dicotomia: cabernet chileno e cabernet argentino.
 
Há uma importante diferença de estilos: os vinhos chilenos são produzidos ao estilo de Bordeaux, inclusive com muita assistência técnica de lá, enquanto os argentinos estão mais próximos dos californianos, com um estilo predominante, mais redondo e maduro, menos herbal e sem aromas e sabores de especiarias típicos nos chilenos.
 
Para não deixar esta dúvida latente sem resposta, sim! o Cabernet argentino é superior ao Malbec (dentro das condições adequadas). Tem mais: a Cabernet Franc, uma das castas que originou a Cabernet Sauvignon, trilha o mesmo caminho de alta qualidade na Argentina sendo, no momento, o grande frisson entre os produtores.
 
Atualmente as melhores uvas estão sendo colhidas nos vinhedos de altitude no Vale do Uco (acima de 1000m). Perdriel, Água Amarga, Altamira e Gualtallary são algumas das regiões consideradas pelo Enólogo Roberto de la Mota como as mais promissoras. Não é uma vinificação fácil, mas o resultado é surpreendente: colorações escuras, aromas de frutas maduras (amoras, framboesas, cassis) e taninos suaves, as mesmas características dos famosos “Cabs” da Califórnia. Para completar, são colocados no mercado numa excelente relação custo x benefício.
 
Como os leitores já devem estar com água na boca, vamos apresentar a seguir uma relação dos Cabernet mais conhecidos e aprovados por enólogos, críticos e consumidores:
 
Rutini Antologia XXXVI 2010 – 95 pontos;
 
Trapiche Medalla 2008 – 94 pontos;
 
Zuccardi Finca Los Membrillos 2011 – 94 pontos;
 
São os mais bem pontuados no respeitado Guia Descorchados. Mas nem todos os grandes produtores estão analisados na atual edição do guia. Neste mesmo nível podemos citar:
 
Riglos Gran Las Divas Vineyard 2011;
 
Finca El Origen Gran Reserva 2011;
 
Terrazas de Los Andes Single Vineyard 2010 Los Aromos.
 
Abaixo, vinhos com uma ótima relação custo x benefício:
 
Lamadrid Single Vineyard Reserva 2012;
 
Trapiche Broquel 2012.
 
Um dos meus preferidos e que já foi Dica da Semana:
 
Bramare Cabernet Sauvignon 2011.
 
Terminamos com alguns Cabernet Franc que estão virando a cabeça de muitos conhecedores:
 
Angelica Zapatta Cabernet Franc 2010;
 
El Enemigo 2012;
 
Durigutti Reserva 2011. 

Dica da Semana:  mais um para a lista de alternativas ao Malbec.

 
Riglos Gran Cabernet Franc 2011
Coloração rubi de média concentração, halo ligeiramente granada. A madeira marca o nariz deste vinho, mas é possível perceber o tradicional frutado vermelho aliado às inspiradoras notas balsâmicas (pimentão e ervas) e também ao grafite.
 Profundo, texturado, rico fim-de-boca.
 Harmoniza com Codornas envolvidas em folhas de repolho; Contra filé grelhado; Risoto com linguiça de javali e cogumelos variados; queijos curados.
 

Clubes de Vinhos:

A maioria dos participantes da Confraria da Lagoa aderiu, recentemente, a um clube de vinho. Todos estão muito satisfeitos com a opção a ponto de cobrarem uma matéria a respeito. Vamos pagar esta dívida.

Tudo começou com uma brincadeira quando alguém lembrou que, no clube do qual fazia parte, quem indicasse um novo sócio ganhava um cupom para comprar uma garrafa. O novo sócio aceito também receberia a cortesia. Foi uma verdadeira reação em cadeia quando uma regra informal foi adotada: quem ganhasse o cupom convidava o novo sócio para degustar a garrafa brinde e vice-versa.

Estão bebendo vinho até agora…

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Brincadeiras à parte, estes clubes de vinhos podem ser muito interessantes ou plenamente decepcionantes, tudo vai depender do desejo de cada um. O ponto mais forte é preço oferecido, sempre menor que a média do mercado, desconto obtido em função do volume de compras. Um dos mais populares clubes já conta com mais de 200 mil sócios em todo o Brasil.

Como Funcionam?

Assim como outros clubes de compras, o novo sócio escolhe um plano de adesão com opções que vão do básico até o sofisticado. Mensalmente é oferecida uma seleção de rótulos, dentro de cada plano. Pode-se recusar a oferta ou mesmo alterar o seu conteúdo, mas se não houver nenhuma manifestação ela será enviada automaticamente. Algumas destas empresas contam com um extenso catálogo com diversas opções para sócios ou não.

Vantagens

Os preços são sempre convidativos. O segundo ponto importante é a comodidade, recebe-se uma boa seleção (depende da curadoria de cada clube) resolvendo aquela dificuldade de escolher numa loja ou supermercado. Para quem consome vinhos regularmente é um achado. A variedade é o terceiro ponto forte o que torna esta experiência uma boa fonte de aprendizado. Periodicamente são oferecidas promoções especiais, brindes, acessórios, cursos e até descontos em restaurantes ou em eventos relacionados ao mundo do vinho. Newsletters, revistas ou luxuosos catálogos repletos de boas informações são enviados periodicamente.

Desvantagens

A primeira delas é que ficamos “amarrados” a um clube o que, teoricamente, é um limitador. Um dos prazeres dos enófilos é descobrir, garimpar, pesquisar aquele vinho que pode ser a garrafa dos nossos sonhos. O clube é o oposto disto, alguém vai selecionar os vinhos e tudo que faremos será dizer sim ou não. Outro ponto negativo está relacionado à qualidade do que nos vão ofertar: dependendo da seriedade do grupo podem ser oferecidos produtos incompatíveis com o esperado. Dificilmente vinhos icônicos ou de produção limitada serão ofertados neste sistema de venda, que por sua característica de grandes volumes vai optar por vinhos do dia a dia. São comuns problemas de ordem burocrática, remessas que nunca chegaram, troca dos produtos sem aviso prévio, etc.. Por último, depois de algum tempo de associação, começam a se repetir as ofertas o que deixa de ser interessante.

Os Clubes

Existem para todos os gostos e bolsos. A maioria deles oferece seleções vindas dos principais países produtores enquanto uns poucos enfatizam um determinado estilo ou país produtor.

Apresentamos a seguir uma relação dos clubes mais conhecidos, em ordem alfabética. Lembramos aos leitores que esta coluna não indica nenhum deles especificamente e não se responsabiliza pela qualidade de suas ofertas. Consultem um site de reclamações antes de fazer uma opção. Escolher bem o clube é fundamental.

Novos clubes surgidos após a publicação desta matéria: (jan/2017)

Vinho site/Vinho Clube – (http://www.vinhosite.com.br/clube-do-vinho-vinhoclube) – importadora Casa Rio Verde

Clube do Vinho Cruzeiro – (http://www.clubedovinhocruzeiro.com.br/) – primeiro clube de vinho temático, voltado para os torcedores do Cruzeiro Esporte Clube. Uma parceria com a importadora mineira Casa Rio Verde.

Confraria Grand Cru – (https://www.confrariagrandcru.com.br/) – importadora Grand Cru

Pão de Açúcar Viva Vinhos – (http://www.paodeacucar.com.br/viva-vinhos) – operado pelo supermercado Pão de Açúcar

Le Club – (http://loja.chezfrance.com.br/le-club) – vinhos franceses

Lista Original Atualizada em set/2016

Clube Adega – (http://www.clubeadega.com.br) – ligado a Revista Adega

Clube VinoGourmet – (http://www.clubevinogourmet.com.br)

Clube W – (http://www.wine.com.br/clubew) – o maior do país

Dionisio Wineclub – (http://www.dionisoclubedevinhos.com.br/) – um dos mais sofisticados

Empório Gastrô – (http://www.emporiogastro.com.br/clube)

eVino – (https://www.evino.com.br/clube-evino-escolha)

>Golden Wine Club – (http://www.winexpress.com.br/goldenwineclub)

Grand Cru Brasília – (http://www.grandcrubsb.com.br/index.php/clube-do-vinho)

Gourmet Butler – (http://www.gourmetbutler.com.br) Em seu lugar surgiu o:

Clube de vinhos GB – (http://www.clubedevinhosgb.com.br/)

Selo Reserva – (https://www.seloreserva.com.br/subscription)

Sociedade da Mesa – (http://www.sociedadedamesa.com.br) – um dos mais antigos e tradicionais

Smartbuywines – (http://www.smartbuywines.com.br/WineClubs.aspx) – importadora Smart Buy

Vinhos de Bicicleta – (http://vinhosdebicicleta.com.br) – ênfase em vinhos artesanais

Vinitude – (http://www.clubedosvinhos.com.br)

Winelands – (http://www.winelands.com.br/clube)

Winestore – (http://www.winestore.com.br/loja/confraria.html) – adota o termo Confraria em lugar de Clube

Winet – (http://www.winetclub.com.br)

Dica da Semana: este é para deixar todo mundo em dúvida se deve ou não entrar para um clube…

14777-club2b2Antinori Pinot Nero Castelo de la Sala

Um Pinot Nero muito interessante que apresenta bela complexidade aromática, boa mineralidade e estrutura. Um “Borgonha” da Úmbria!
Coloração típica vermelho-rubi brilhante. Aromas com notas de cereja, framboesa e leve toque de especiarias.
Muito agradável e elegante no palato com o tradicional caráter frutado desta casta. Muito bem vinificado.
Harmoniza corretamente com peixes, aves como codorna ou perdiz e carnes vermelhas grelhadas ou assadas.

10 Anos do Camarão Magro (50 encontros!)

Meu comparsa de coluna, José Paulo Gils, é um verdadeiro homem dos mil instrumentos. Além de ser um dos diretores da ABS do Rio de Janeiro é o atual presidente da tradicional e atuante Confraria do Camarão Magro, cargo de muita importância, pois cabe a ele organizar os encontros, o que significa escolher o restaurante, discutir o cardápio, selecionar e comprar os vinhos, resumir a ficha técnica de cada um, elaborar os convites e cobrar dos participantes.
 
Esta comemoração dos 10 anos ou 50 encontros teria que ser muito especial: os confrades são exigentes e não escondem a insatisfação se tudo não estiver dentro dos padrões. É muita responsabilidade! Parte dela foi dividida comigo, embora não seja um dos confrades, quando me encarregou de escrever esta coluna comemorativa.
 
Agora, um pouco de história – texto de Trajano Viana, um dos fundadores:
 
“Ao final do Curso realizado na Associação Brasileira de Sommelliers – ABS – no Rio de Janeiro, durante a degustação de vinhos no término da aula, alguns dos participantes sugeriram fazer uma comemoração de “formatura”. Após alguma conversa, com a participação do nosso instrutor Kawasaki, foi acertado que seria um almoço. Sugeri o Restaurante Marius, em Charitas, Niterói, com frutos do mar e vinhos brancos. A sugestão foi aceita e fiquei encarregado de organizar o encontro.
Assim, após contato com o Sommelier do Restaurante e feita a reserva, na terça-feira, dia 13 de abril de 2004, às 13 horas, o pequeno grupo se reuniu, “sem hora para sair”. Estavam presentes: Aguinaldo Aldighieri, Benedito Mendonça, Carlos Cabral, Edgar Kawasaki, Rodrigo Mota, Trajano Viana e William Souza.
 
O almoço transcorria maravilhosamente, apesar do pouco conhecimento pessoal entre os participantes. A boa mesa – inesquecíveis frutos do mar, preparados à moda da casa ou conforme solicitássemos e os bons vinhos, levados pelo Rodrigo – unia o grupo.
 
Em dado momento, nosso instrutor Kawasaki, que já nos havia brindado com muitas informações, falou que o grupo estava muito bom e que poderia se reunir periodicamente, como uma confraria. O grupo se animou, surgiram vários comentários, e Kawasaki disse: “Só falta o nome para a confraria”. Nesse momento eu lidava no meu prato com uns grandes e lindos camarões ao bafo e, sem muito pensar, falei: “Confraria do Camarão Magro”!
 
Kawasaki imediatamente falou: “É um bom nome”. Eu logo argumentei que deveríamos ouvir sugestões dos outros, mas ele falou que “o primeiro nome é o que fica”. Assim nasceu a “Confraria do Camarão Magro”. Fui eleito o primeiro Presidente da Confraria e já fiquei encarregado de organizar nosso próximo encontro”.
 
 
Atualmente o Camarão Magro conta com 39 confrades, a maioria de assíduos, o que faz esta confraria ser realmente especial. Com característica itinerante, já visitaram alguns dos melhores restaurantes do Rio de Janeiro e adjacências.
 
 
Escolher bem o local para esta singular comemoração era o ponto mais sensível, nada poderia dar errado: decidiram pela Enoteca DOC que fica na Rua Marechal Floriano, 32, no centro da cidade, capitaneada pelo simpático e competente Fabio Soares.
 
Vejam o que ele e José Paulo prepararam:
 
BOAS-VINDAS
Pães Especiais e Acepipes.
 
Espumante: FRANCIACORTA LE MARCHESINE D.O.C.G. ROSÈ BRUT – MILLESIMATO (Método clássico, Chardonnay 50%, Pino Nero 50%, Teor alcoólico: 12,5%)
 
PRIMEIRO PRATO
Cherne com Arroz de Polvo.
 
Vinho Branco: ANDREZA GRAN RESERVA (Viosinho, Verdelho, Rabigato, Arinto, Pedernã, Teor Alcoólico: 14%).
 
PRATO PRINCIPAL
Ragu de Javali com Nhoque de Batata Baroa.
 
Vinho Tinto: I BALZINI BLACK LABEL (Cabernet Sauvignon, Sangiovese e Merlot, Teor alcóolico: 14%)
 
SOBREMESA
Mousse de Chocolate 70% Cacau ou Brownie de Chocolate ou Pannacotta com Caldas de Frutas Vermelhas
 
Vinho: VAN ZELLERS PORTO 10 ANOS TAWNY (Teor Alcoólico: 20%)
 
 
O violino de Evandro Marendaz animou o encontro convidando os casais para uma improvisada pista de dança, criando um clima agradável e propício para este tipo de celebração.
 
 
Ainda dentro da programação, o mestre Kawasaki comentou as harmonizações, aumentando as expectativas de todos, que foram plenamente satisfeitas.
 
 
Excelente encontro. A Confraria do Camarão Magro é um exemplo a ser seguido. Na foto abaixo alguns dos participantes desta reunião:
 
 
Alice, Ângela e Agnaldo, Anna e Daniel, Antônio Dantas, Cristina e William, Denise e Bené, Eliane e Luiz Carlos, Heloisa e José Flávio, Emília Leandro, Grace e Simioni, Liane Rangel, Lígia Peçanha, Maria e Kawasaki, Maria Ilda, Mercedes e José Paulo, Michel, Maria da Glória.
 
As fotos e legendas foram feitas por Anna Roberta e Grace.
 
Dica da Semana:  um dos excelentes vinhos servidos nesta festa.
 

I Balzini Black Label

Produtor: Azienda Agrícola I Balzani (Itália – Toscana)
Castas: Cabernet Sauvignon, Sangiovese e Merlot
Vinho de cor rubi intenso com reflexos violáceos. Possui aroma de frutas silvestres e frutas vermelhas, violeta, especiarias, baunilha, couro, café e chocolate. No paladar é seco, encorpado, muito intenso, com ótima acidez, taninos finos, final de grande complexidade e longa persistência.

Harmonização: carnes em geral, carnes de caça, massas com molhos estruturados.

Uma comemoração diferente

Nas nossas colunas sobre vinhos usamos o termo “confraria” para representar um grupo de pessoas que promovem encontros em torno do tema vinho. Mas pode ser usado para caracterizar outros grupos também. Segundo um dicionário consultado, confraria é “um conjunto de pessoas da mesma categoria, com os mesmos interesses ou com a mesma profissão”.

Uma destas confrarias tem como interesse praticar o Spinning, modalidade de ginástica realizada em cima de uma bicicleta estacionária. Frequentam a mesma academia, sediada num tradicional clube do Rio de Janeiro e gostam de comemorar os aniversários de cada participante (a maioria é feminina) em criativos e deliciosos programas, sugeridos pelo aniversariante e sempre realizados aos sábados. Contratam uma van e saem em aventuras culturais, gastronômicas ou até para cuidar da beleza. Um dos mais divertidos foi um tour, guiado por um jornalista especializado, aos mais representativos botequins da boemia carioca (foto).

Apesar da grande criatividade, à medida que acontecem os programas diminuem as possibilidades de um acontecimento fora do que é batido ou manjado, em bom “carioquês”.

Desta vez coube à minha esposa, Claudia, organizar o evento junto com Lilian, a outra aniversariante. Como todas gostam de boa gastronomia e bons vinhos, embora nenhuma delas seja exatamente uma expert, Claudia sendo a exceção, sugeriu que eu preparasse uma palestra de introdução ao mundo do vinho, que foi carinhosamente apelidada de “Um Papo sobre Vinhos”.

A aula seria complementada por um almoço harmonizado no BARSA, um dos bons restaurantes do CADEG, atual centro gastronômico do Rio, que o nosso “alegre” Prefeito decidiu renomear para “Mercado Municipal do Rio de Janeiro” (é uma organização privada), tudo para atender a um capricho da D. FIFA (o que os políticos não fazem para ganhar um troco… aliás, seria um bom slogan de campanha: “tudo por um trocado”).

Alguns contratempos inesperados exigiram alterações no programa original o que acabou sendo muito positivo. A sala do clube onde seria ministrada a aula não estava disponível na data prevista. Lilian ofereceu sua residência e nos recebeu com uma deliciosa mesa de frios, queijos e pães. Cada participante deveria levar uma garrafa de vinho, que seriam consumidas durante a aula e no almoço.

Outro fato que implicou em ajustes no programa foi o BARSA não aceitar reservas num sábado. Conseguimos, depois de intensas negociações, que, se comunicássemos, por telefone, após às 14h, a nossa partida da zona sul em direção ao CADEG, teriam uma mesa à nossa espera quando chegássemos lá, em Benfica. Isto criou um limite de tempo para a minha apresentação: não poderia passar de 1 hora e 30 minutos. Confesso, nunca tinha feito nada parecido em tão pouco tempo. Um bom curso básico é ministrado em 4 aulas pelo menos.

Teria à minha disposição uma boa TV e um tablet que poderia gerar as imagens com os tópicos que seriam abordados. Meu filho, Tomás, se encarregou de preparar os slides que ficaram, usando seu jargão predileto, “show de pelota”. A foto a seguir ilustra bem este ponto:

Munido de diversos acessórios e de algumas das garrafas de vinhos levadas que serviram para ilustrar o papo e animar o professor e as alunas, expliquei os seguintes pontos:

1 – O que é um vinho? (definição, composição química);

2 – Tipos de Vinho (brancos, tintos, etc.);

3 – Uvas Viníferas e Comuns;

4 – Corte e Varietal – Velho e Novo Mundo;

5 – Champagne x Espumante;

6 – Serviço do Vinho (abrir uma garrafa, acessórios, os 5 sentidos);

7 – Harmonização (noções clássicas e modernas, queijos e vinhos).

O grupo: Claudia, Aída, Cris, Lilian, Teresa, Denise e Carol. Álvaro e Marcelo formaram comigo o trio de maridos.

O “papo” foi muito animado, com diversas perguntas e intervenções que só enriqueceram esta aula. Programamos alguns intervalos para a turma provar as delícias oferecidas e reabastecer suas taças.

Este clima continuou no almoço, uma boa oportunidade de testar o que foi aprendido. Os pratos compartilhados foram um Arroz de Pato e o Bacalhau Rei, especialidade do Chef Marcelo Barcellos.

 
 

Agora é esperar pelo próximo convite.

Dica da Semana:  com a volta dos dias mais quentes, um bom branco.
Chablis Louis Latour


Apresenta coloração amarela com reflexos dourados e brilhantes.
O leque aromático revela notas minerais, frutas cítricas maduras e flores.
No paladar é muito saboroso, puro, vivaz, com final refrescante e persistente.
Harmoniza com ostras, crustáceos, carnes brancas, sopas e saladas.

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