Nas nossas colunas sobre vinhos usamos o termo “confraria” para representar um grupo de pessoas que promovem encontros em torno do tema vinho. Mas pode ser usado para caracterizar outros grupos também. Segundo um dicionário consultado, confraria é “um conjunto de pessoas da mesma categoria, com os mesmos interesses ou com a mesma profissão”.

Uma destas confrarias tem como interesse praticar o Spinning, modalidade de ginástica realizada em cima de uma bicicleta estacionária. Frequentam a mesma academia, sediada num tradicional clube do Rio de Janeiro e gostam de comemorar os aniversários de cada participante (a maioria é feminina) em criativos e deliciosos programas, sugeridos pelo aniversariante e sempre realizados aos sábados. Contratam uma van e saem em aventuras culturais, gastronômicas ou até para cuidar da beleza. Um dos mais divertidos foi um tour, guiado por um jornalista especializado, aos mais representativos botequins da boemia carioca (foto).

Apesar da grande criatividade, à medida que acontecem os programas diminuem as possibilidades de um acontecimento fora do que é batido ou manjado, em bom “carioquês”.

Desta vez coube à minha esposa, Claudia, organizar o evento junto com Lilian, a outra aniversariante. Como todas gostam de boa gastronomia e bons vinhos, embora nenhuma delas seja exatamente uma expert, Claudia sendo a exceção, sugeriu que eu preparasse uma palestra de introdução ao mundo do vinho, que foi carinhosamente apelidada de “Um Papo sobre Vinhos”.

A aula seria complementada por um almoço harmonizado no BARSA, um dos bons restaurantes do CADEG, atual centro gastronômico do Rio, que o nosso “alegre” Prefeito decidiu renomear para “Mercado Municipal do Rio de Janeiro” (é uma organização privada), tudo para atender a um capricho da D. FIFA (o que os políticos não fazem para ganhar um troco… aliás, seria um bom slogan de campanha: “tudo por um trocado”).

Alguns contratempos inesperados exigiram alterações no programa original o que acabou sendo muito positivo. A sala do clube onde seria ministrada a aula não estava disponível na data prevista. Lilian ofereceu sua residência e nos recebeu com uma deliciosa mesa de frios, queijos e pães. Cada participante deveria levar uma garrafa de vinho, que seriam consumidas durante a aula e no almoço.

Outro fato que implicou em ajustes no programa foi o BARSA não aceitar reservas num sábado. Conseguimos, depois de intensas negociações, que, se comunicássemos, por telefone, após às 14h, a nossa partida da zona sul em direção ao CADEG, teriam uma mesa à nossa espera quando chegássemos lá, em Benfica. Isto criou um limite de tempo para a minha apresentação: não poderia passar de 1 hora e 30 minutos. Confesso, nunca tinha feito nada parecido em tão pouco tempo. Um bom curso básico é ministrado em 4 aulas pelo menos.

Teria à minha disposição uma boa TV e um tablet que poderia gerar as imagens com os tópicos que seriam abordados. Meu filho, Tomás, se encarregou de preparar os slides que ficaram, usando seu jargão predileto, “show de pelota”. A foto a seguir ilustra bem este ponto:

Munido de diversos acessórios e de algumas das garrafas de vinhos levadas que serviram para ilustrar o papo e animar o professor e as alunas, expliquei os seguintes pontos:

1 – O que é um vinho? (definição, composição química);

2 – Tipos de Vinho (brancos, tintos, etc.);

3 – Uvas Viníferas e Comuns;

4 – Corte e Varietal – Velho e Novo Mundo;

5 – Champagne x Espumante;

6 – Serviço do Vinho (abrir uma garrafa, acessórios, os 5 sentidos);

7 – Harmonização (noções clássicas e modernas, queijos e vinhos).

O grupo: Claudia, Aída, Cris, Lilian, Teresa, Denise e Carol. Álvaro e Marcelo formaram comigo o trio de maridos.

O “papo” foi muito animado, com diversas perguntas e intervenções que só enriqueceram esta aula. Programamos alguns intervalos para a turma provar as delícias oferecidas e reabastecer suas taças.

Este clima continuou no almoço, uma boa oportunidade de testar o que foi aprendido. Os pratos compartilhados foram um Arroz de Pato e o Bacalhau Rei, especialidade do Chef Marcelo Barcellos.

 
 

Agora é esperar pelo próximo convite.

Dica da Semana:  com a volta dos dias mais quentes, um bom branco.
Chablis Louis Latour


Apresenta coloração amarela com reflexos dourados e brilhantes.
O leque aromático revela notas minerais, frutas cítricas maduras e flores.
No paladar é muito saboroso, puro, vivaz, com final refrescante e persistente.
Harmoniza com ostras, crustáceos, carnes brancas, sopas e saladas.