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Vocês sabem como se produz vinho? – 3ª parte

– Recapitulando
Nas colunas anteriores, aprendemos a preparação e fermentação do mosto, que ao ser retirado dos tanques recebe a denominação de “Vinho Jovem”. Tecnicamente falando, já é um vinho, mas que ainda não pode ser consumido. Está em estado bruto. Como toda joia, deve ser lapidado.
Antes de abordarmos a longa fase seguinte, façamos um pequeno parêntesis para tratar dos resíduos da vinificação. A foto, a seguir, ilustra a parte final da descuba, quando os sólidos são removidos do fundo dos tanques.
Operação de descuba
Para aqueles preocupados com meio ambiente, é interessante saber que todo este subproduto pode ser usado para a fabricação de vinhos de prensa (baixa qualidade); destilado, obtendo-se os “Brandys” como Grappa, Bagaceira, Conhaques, etc.; usado como adubo ou vendido para a indústria farmacêutica (Sal de Frutas ENO não é um nome gratuito).
– Maturação
Terminada a fase de fermentação e maceração, a parte líquida é transferida para novos tanques, numa operação conhecida como trasfega, onde se iniciará um longo período de repouso. O objetivo desta etapa é preparar o vinho para que possa ser consumido.
Por uma questão de clareza, vamos estender, por duas colunas, esta parte final. Múltiplos caminhos podem ser seguidos, exigindo decisões importantes dos produtores. Um texto muito resumido seria confuso para os leitores.
Para transformar o vinho recém-fermentado em um produto digno de consumo, ele deverá passar por alguns estágios. O primeiro deles é a Estabilização, que consiste em deixa-lo decantar para que resíduos finos, em suspensão, sejam depositados e removidos. Este período é necessário, também, para terminar qualquer outro processo químico decorrente da fermentação principal.
Periodicamente, são feitas novas trasfegas, sempre para tanques esterilizados, obtendo-se um produto cada vez mais limpo. Mesmo sendo uma bebida com teor alcoólico em torno de 13%, o vinho, neste momento, está sujeito a contaminações diversas. Nas grandes produtoras, este ciclo é fechado, sem contato com o meio externo. Todo o cuidado é pouco ou a perda é total.
Os vasos de decantação são muito semelhantes aos da fermentação, embora menos sofisticados. Além dos materiais já citados, podem ser usados tanques de materiais plásticos, reforçados.
Esta etapa dura cerca de seis meses, sendo feitas, pelo menos, três trasfegas, eliminando-se os resíduos, as borras, que podem ser fonte de contaminação. Este subproduto é rico em sais de Tártaro e são de interesse para a indústria farmacêutica. Há ainda uma considerável parte líquida que é usada na produção de vinhos de baixa qualidade ou destilados.
 Tanques de Estabilização/Decantação

– Corte
Obtido o grau de estabilização desejado, confirmado por análise laboratorial de acompanhamento, poderão ocorrer novos processos. O vinho, estabilizado, já poderia ser destinado ao consumo. Neste caso, ele seria armazenado em tanques de aço inox, inertes, sem contato com o ar, aguardando a fase de engarrafamento. O objetivo é preservar, ao máximo, os aromas, sabores e sensações táteis de um vinho jovem.
Outra opção, a critério da vinícola, é fazer o “corte”: mistura-lo com outros vinhos em estoque, para obter um produto diferente, único. Esta operação, a cargo do Enólogo chefe é decisiva para o sucesso comercial. Cabe unicamente a ele decidir o que fazer. O corte pode ser realizado em outra fase, mas este é o momento adequado.
– Envelhecimento
Envelhecer o vinho, cortado ou não, é outra decisão estratégica de cada empresa. Usualmente, uma parcela é reservada para a produção dos vinhos de alta qualidade (na primeira coluna desta série, mencionamos que as uvas destinadas a este tipo de produção recebiam um tratamento especial). Neste caso, o líquido será trasfegado para os tanques (metodologia tradicional) ou barricas (tecnologia atual) de envelhecimento. Entra em cena o Carvalho, madeira nobre, que pode ser Europeu ou Americano. Cada um vai conferir distintas características ao produto final. Mas este será o tema da próxima coluna. 

Dica da Semana:

 
La Flor de Pulenta – Cabernet Sauvignon 2008 – $
Produtor: Bodegas y Viñedos Hugo Y Eduardo Pulenta S.A
Origem: Argentina – Medonza – – Luján de Cuyo
Características: Vermelho profundo. Seus aromas lembram pimentão e especiarias, com notas de baunilha e tabaco provenientes do carvalho. Na boca apresenta boa concentração e taninos suaves que lhe conferem uma estrutura volumosa. 


Glossário:

Maturação: embora sejam sinônimos, no mundo do vinho é feita uma distinção entre este termo e “envelhecimento”. Maturar seria, então, preparar o vinho para ser envelhecido. Como explicado no texto, o vinho jovem é só estabilizado.
Descuba: retirar da cuba, do tanque, do recipiente, ou do vaso onde foi fermentado.
Trasfega: operação de retirar a parte líquida com o auxílio de bombas especialmente projetadas para tal.
Borra: resíduo de finas partículas que são consequência do processo de fermentação e que permanecem em suspensão no vinho. O processo de decantação elimina quase 100%. Uma pequena parcela pode ser deixada ou removida através de processos de clarificação.
Corte: ou assemblage, mistura de diferentes vinhos varietais obtendo-se um produto único. Os vinhos de Bordeaux são todos elaborados com um corte de Cabernet Sauvignon e Merlot, pelo menos.
Vinho de Prensa: vinho, de qualidade inferior, obtido pela prensagem dos resíduos da vinificação – cascas + borras. Tradicionalmente é feito para consumo próprio, não é posto à venda.

Vocês sabem como se produz vinho? – 2ª parte


– Fermentação

Na semana passada, havíamos mostrado como era produzido o mosto, primeira parte do processo de vinificação. Estávamos na fase em que era colocado em tanques especiais, de aço inox (técnica mais moderna), madeira (técnica tradicional). Faltou mencionar que também se empregam tanques de concreto, revestidos com uma resina, como se fosse uma piscina.
Porque empregamos esta denominação de especiais?
Por uma simples razão: na fermentação, também conhecida como fase tumultuosa, o nosso caldo literalmente ferve. Será necessário manter a temperatura sobre controle, o que estes equipamentos permitem. (fotos a seguir)
Para que tudo isto aconteça, entram em cena as leveduras. Calma pessoal! Não precisamos nos desesperar e nem ir ao dicionário. Usamos leveduras no nosso dia-a-dia, só que são mais conhecidas por outro nome: fermentos…
Ah! Agora sabemos do que se trata. Mas nem pensar em colocarmos Pó Royal no mosto e esperar que saia alguma coisa dali, combinado?
Dois caminhos podem ser seguidos neste momento: usar as leveduras naturais da uva ou acrescentar leveduras especialmente desenvolvidas para o tipo de vinho que se deseja obter. Este é um dos segredos de cada enólogo.
O que vai acontecer, dentro do tanque ou cuba de fermentação, é pura química. Não vamos aborrecer os leitores com detalhes muito técnicos, mas precisamos entender o básico:
Açúcar (da uva) + leveduras => Álcool Etílico + CO2 (gás carbônico) + calor
Além da fermentação, acontece, simultaneamente, a maceração do mosto com as cascas (tintos e rosés). Nas primeiras 24 horas, a fase tumultuosa, há intensa liberação de gás carbônico (CO2) o que faz com que as cascas sejam levadas para a superfície, formando uma camada apelidada de chapéu. Como é importante que estes sólidos mantenham contato com o mosto pelo máximo de tempo possível, são feitas, de acordo com as indicações do Enólogo, várias remontas, processo simples que consiste em misturar o chapéu de volta para a parte líquida.
A fermentação dura de quatro a dez dias e deve ser mantida em temperatura constante (24o a 32o), sendo monitorada, initerruptamente, durante todo o processo (estamos usando, como exemplo, a fermentação de vinhos tintos). Esta fase se encerra quando não há mais açúcares (frutose e glicose) para serem convertidos em álcool, ou a critério da equipe técnica. Procedemos estão a descuba, que é a retirada do mosto fermentado dos tanques, transferindo-o para outros tipos de recipientes. Este processo pode ser feito imediatamente após o término da fermentação ou após um período mais longo de maceração. São as técnicas de cada vinícola.
Vamos ressaltar alguns pontos importantes:
1 – os componentes que entraram nas cubas/tanques de fermentação foram o mosto, cascas e sementes (tintos e roses) e leveduras;
2 – não se adicionou água;
3 – não se adicionou álcool (ele é obtido na fermentação);
4 – dependendo da legislação do país produtor, podem ser feitas correções no mosto antes de fermentar, a mais comum é acrescentar dióxido de enxofre, um inibidor de bactérias;
5 – vinícolas modernas usam uma técnica de micro-oxigenação para acelerar a maceração e eliminar alguns fatores indesejáveis.
Na próxima semana vamos abordar a fase de maturação. 

Dica da Semana: 
Doña Paula Estate Malbec 2009
Produtor: Vinícola Doña Paula
País: Argentina – Luján de Cuyo e Uco Valley
Envelhecimento: 8 meses em barricas francesas.
Vinho de coloração rubi violácea. Aroma de chocolate, fruta madura, baunilha e menta. Em boca é glicerinado, tem taninos redondos e sabor encorpado e frutado.
GLOSSÁRIO:
Espaldeira, Latada, Lira, Gobelet (em vaso) – entre outros, são os chamados sistemas de condução da videira e se aplicam conforme o tipo de uva. Permitem, a seu modo, uma melhor insolação e poda.
Vinhateiro – é todo aquele que participa do processo de produção de vinhos; produtor de vinhos. Especialmente empregado para designar o dono da vinícola, quando este não é um dos técnicos envolvidos. O termo foi usado na Bíblia – A Parábola da Mau Vinhateiro.
Desengaçamento – é ato de remover a estrutura do cacho de uva (engaço), soltando os bagos (frutos).
Maceração – é o processo que se usa para obter mais cor, aromas, taninos, etc., através do contato das cascas da uva com o mosto. Equivale, fazendo uma livre associação, a uma marinada.
Remonta – é o termo empregado para descrever o ato de mergulhar, novamente, a parte sólida que por ação do gás carbônico veio para a superfície formando o chapéu. Pode-se empurrar manualmente, no caso de cubas abertas ou bombeando-se o mosto, de baixo para cima, nos tanques fechados.
Leveduras – as mais comuns são a Sccharomyces cerevisae ellipsoideus e a Sccharomyces oviformis.
Subprodutos da Fermentação – glicerina, ácidos diversos, aldeídos e ésteres (só interessa aos eno-chatos, sub-grupo baú).

Vocês sabem como se produz vinho? – 1ª parte

Este não será um tema para os fracos de coração. Por mais que busquemos uma simplificação, o processo de produção de uma vinícola envolve uma série de etapas que se iniciam no plantio da videira e só terminam quando o vinho é aberto na mesa de algum apreciador.
Por trás de tudo isto, muita arte, muita técnica, muito amor e paixão. Estes são alguns dos elementos que fazem do vinho, a bebida dos deuses.
“O bom vinho começa no vinhedo”, é o mantra dos Enólogos, mas quem cuida das uvas são os Agrônomos. Ambos devem trabalhar em sintonia. São usadas cerca de 200 espécies viníferas na produção de vinhos, e isto é uma pequena parcela do universo desta fruta. Cada uma tem suas particularidades: estão sujeitas a determinadas pragas; podem ser assentadas de diferentes maneiras (espaldeira, latada, etc.); necessitam de enxertos ou são plantadas em pé franco, isto sem levar em conta uma infinidade de outros fatores como clima, solo, topografia, irrigação que, no momento, vamos deixar de lado.
O importante é conhecermos o ciclo das parreiras:
Primavera – brotação e crescimento;
Verão – floração e frutificação;
Outono – amadurecimento, colheita e desfolhagem;
Inverno – dormência.
Agrônomos, viticultores, vinhateiros, enólogos, devem respeitar alguns marcos. Um dos mais significativos é decidir o ponto de colheita da uva: ela tem que estar com o teor dos açucares (frutose e glicose) adequado e baixa acidez. Há diversos métodos para se aferir estes parâmetros, o mais comum utiliza um refratômetro, como o da foto abaixo.
Devemos ter sempre em mente que cada uva tem o seu tempo. As diversas espécies serão colhidas em diferentes momentos. Organização é fundamental para que se obtenha um produto de qualidade. Tradicionalmente, as frutas são colhidas manualmente, sendo depositadas em caixas que, por sua vez, são coletadas e conduzidas para a cantina, onde se inicia o processo de vinificação, que transforma a uva, em vinho. 


De forma muito resumida e simplificada, são estes os principais passos:
Recepção na cantina;
Desengaçamento e esmagamento;
–  Fermentação;
– Maturação;
– Filtração;
– Engarrafamento;
– Amadurecimento na garrafa.
Cada tipo de vinho passa por processos únicos que não serão descritos aqui. Além disso, cada vinícola, através de seus enólogos, cria suas próprias receitas para todos os vinhos que se propõe fabricar.
– Recepção, Desengaçamento e Esmagamento
Uma vez na área de produção, o conteúdo das caixas é inspecionado e despejado num equipamento que vai realizar duas operações: separar os bagos dos talos (engaços) e promover o esmagamento, produzindo um suco de uva, denominado mosto.
A foto a seguir ilustra o início do processo. 

Para os vinhos de alta qualidade, este processo é manual. As uvas são colocadas numa esteira transportadora e são separadas por uma equipe treinada. Além dos engaços, são removidos os bagos defeituosos.
A obtenção do mosto é feita por prensagem mecânica dos frutos, mas, tradicionalmente, emprega-se o sistema pisa-a-pé, ainda bem difundido em Portugal. (foto) 

O resultado deste processo, seja mecânico ou artesanal, é transferido para tanques especiais, de aço inoxidável ou madeira. Este momento é outro marco importante que exige uma decisão do Enólogo: o que fazer com as cascas e sementes. Em linhas gerais, se o produto for vinho branco, elas serão removidas, no caso dos tinto e rosés, elas permanecerão, por um tempo determinado.
A próxima etapa, que para muitos é a principal, denomina-se fermentação. Mas este capítulo fica para a semana que vem. 

Dica da Semana:

Mapema Malbec Tempranillo 2008

Produtor: Mapema
País: Argentina – Mendoza
Esta nova e saborosa criação dos enólogos Pepe Galante e Mariano Di Paola é elaborada com um corte de 50% Malbec e 50% Tempranillo, maturado 12 meses em barricas de carvalho francês e americano. É um vinho exuberante e cheio de fruta, com notas de especiarias e um agradável toque sedoso no palato. Um verdadeiro achado, que já surge como uma das maiores pechinchas da Argentina.
Saúde!

O dilema proposto por Drummond

A coluna desta semana segue o mote da anterior e continua convidando para mais uma caminhada em busca da qualidade. Este encontro é quase previsível e inevitável. Alguém vai nos oferecer um vinho que vai nos encantar e, a partir deste episódio, aquele nosso caldinho do dia a dia se torna desinteressante, os vinhos dos amigos passam a ser criticados, até a nossa loja preferida fica sem opções interessantes. Neste momento, lembramo-nos do belo e intenso poema de Drummond: 
E agora, José? 
Agora, tal e qual uma antiga anedota, temos duas notícias: a boa e a não tão boa assim. A primeira é que o nosso paladar está mais apurado, subiu um ou mais degraus na escala dos bons vinhos; a outra é que vinhos de boa qualidade são caros, às vezes, muito caros. Mas valem cada centavo pago. 
Vinhos de alta gama não são para o todo dia, por isto mesmo, não devemos mudar nenhum padrão de consumo, por enquanto. Mas vale a pena observar que se compramos uma garrafa que custe mais 20 ou 30 reais, perceberemos uma grande diferença em relação ao que estamos acostumados a consumir. Se investirmos num produto numa faixa de preço acima de 100 reais, as diferenças serão brutais. 
Os grandes vinhos são produzidos em pequenas quantidades. As uvas que serão usadas na vinificação foram plantadas nas áreas mais nobres do vinhedo e, antes de entrar no processo produtivo, são selecionadas de forma manual. Contempla-se um baixo rendimento, o que significa uma produção de 3.000 a 4.000 litros por hectare plantado (100m x 100m). Um vinho comum é obtido a partir de rendimentos superiores a 100.000 litros por hectare. Na cantina, são empregados os melhores equipamentos e o amadurecimento é feito em barricas novas de carvalho. Tudo de alta qualidade. Os preços são formados a partir destes fatores, mas muitos produtores abusam. 
Para não detonar o nosso orçamento, uma estratégia que sempre funciona é a da substituição: troquem algumas garrafas que compraríamos para o todo o dia, por uma de maior preço. Outro caminho seguro, especialmente para a faixa superior de preço, é dividir o custo e o conteúdo, entre amigos. 
Mas o gostoso mesmo é o que chamamos de garimpar! Vamos atrás destas preciosidades, do nosso ouro líquido. Esqueçam os lugares óbvios: supermercados, delicatessen e assemelhados. Pode até existir algum vinho mais caro por lá. Mas, atenção: por não ser um produto que se encaixa no perfil do cliente típico destes comércios, o mais provável é que este vinho não esteja em boas condições. O lugar ideal, para começar, são as lojas especializadas e as importadoras. Outro ponto importante é ler as críticas, assunto já tratado numa coluna anterior. Procurem por vinhos que estão chegando ao nosso mercado, ou os chamados best buy (boas compras, promoções), vinhos que estão na hora de serem consumidos e que nos são oferecidos a muito bom preço. 
Para ajudar os leitores nestas pesquisas, apresentamos abaixo, uma relação de sites das principais importadoras de vinhos. Muitas oferecem um suntuoso catálogo, em geral após uma compra. Outras possuem lojas virtuais ou indicam locais de compra em diversas cidades. Na Internet, existe uma infinidade de sites de venda de vinhos, inclusive um clube de compras. 
Boa Sorte! 
Mistral – http://www.mistral.com.br/ (procure nas barganhas do mês e no Bon Marché) 
Vinci – http://www.vincivinhos.com.br/ 
Grand Cru – http://www.grandcru.com.br/ 
Expand – http://www.adegaexpand.com.br/ 
Bergut – http://bergut.shop.com.br 
Decanter – http://www.decanter.com.br/Vitrine/Home/Home.aspx 
Lidador – http://www.lidador.com.br/loja/ (uma das mais antigas do Brasil) 
Ana Import – http://www.anaimport.com.br/loja/ (ligada ao grupo musical Chiclete com Banana) 
Terramater – http://www.terramatter.com.br/atual/ (promete a loja para breve)
Casa Flora – http://www.casaflora.com.br/ (indica aonde comprar) 
Porto-a-Porto – http://www.portoaporto.com/2009/default/ (idem) 
Club du Tastevin – http://www.tastevin.com.br/site/index.php (só vinhos franceses) 

Dica da Semana – Para os leitores se aventurarem, um vinho caro, mas muito bom!

Alfa Crux Malbec 2006 
Produtor: O.Fournier / Argentina / Mendoza 
Uva: Malbec 
Um dos maiores e mais aclamados Malbecs de todo o mundo, tendo recebido a safra de 2006, 91 pontos da Wine Spectator, que destacou a grande presença de boca e fruta madura, deste belíssimo tinto que, brilha através do longo final. Apontado como um dos três melhores vinhos da Argentina pelo crítico inglês Tom Stevenson, é intenso e cheio de fruta, sendo bem mais elegante e fino que a grande maioria dos Malbecs elaborados no país. 
Wine Spectator – 91 pontos; Wine Enthusiast – 94 pontos; Robert Parker – 93 pontos; Wine & Spirits – 90 pontos

Saúde !

Montando uma adega

Todo enófilo que se preze tem entre seus objetivos a montagem de uma adega. Não importa o tamanho, o importante é ter, ao alcance da mão, os vinhos que mais aprecia. Se levarmos em conta que uma adega clássica é composta por representantes dos brancos, rosés, tintos, além dos fortificados, doces, espumantes e outras coisinhas, o número de garrafas pode chegar a uma centena.
Este volume, mesmo para um apaixonado por vinhos, pode ser um investimento considerável, sem falar no espaço e climatização necessária. Mas é perfeitamente viável criar uma adega básica, que vai atender principalmente ao nosso paladar. 
O que vamos adegar então? 
Os vinhos que conhecemos e nos dão prazer! 
Apresentaremos, a seguir, uma pequena lista com sugestões para organizar uma adega básica. Não vamos indicar nenhum vinho especificamente, mas somente os tipos de vinhos. 
Espumantes – para uma adega tradicional seria imprescindível um bom Champagne (francês). Nos dias de hoje, dando um caráter contemporâneo a esta coleção, prefiram os Proseccos, são como curingas do baralho ou os espumantes nacionais, fazem bonito em qualquer lugar do mundo (deixe para comprar o Champagne numa ocasião muito especial…). 
Brancos – Chardonnay e Sauvignon Blanc são obrigatórios, seja no perfil clássico ou no contemporâneo. Se o caixa permitir, aposte em mais um varietal. O Torrontés argentino é a bola da vez. Pinot Grigio e Viognier são outras boas escolhas. Para uma linha mais clássica, aposte nos Rieslings e Gerwurztraminers.
Tintos – Estes devem ser a maioria. Tenham, sempre, uma garrafa de um vinho tipo Bordeaux. Pode, perfeitamente, vir da Argentina ou do Chile, escolhas com boa relação custo x benefício. As coleções de tintos atuais trilham o caminho das varietais. Escolham as suas prediletas entre Malbec, Syrah, Merlot, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional, Tempranillo, Sangiovese, etc. 
Um luxo que vale a pena e justifica a existência da adega é adquirir alguns vinhos de guarda. Apostem nos vinhos do velho mundo. Vinhos de 1ª linha, sul-americanos, também se prestam a desempenhar este papel. Para não errar, peçam ajuda na hora de comprar. Nem todo vinho pode ser guardado por longos períodos. 
Fortificados e de Sobremesa – Um bom Porto é essencial, tinto ou branco. Os vinhos de sobremesa, chamados de colheita tardia (late harvest) estão muito comuns hoje em dia, mas raramente são abertos e consumidos. Pensem duas vezes antes de incluir um no estoque. 
Outras sugestões:
– Um Rosé pode ser muito útil naquele momento de indecisão; 
– Para dar um toque bem interessante, acrescente um dos destilados de vinho –  Conhaque, Bagaceira, Grappa, ou assemelhados. Na hora certa, tornam-se coadjuvantes importantes numa boa refeição, mas só para os que vivem em climas frios… 
Onde e como guardar?
Poderíamos chamar este parágrafo de “Protegendo seu Investimento”. Brincando, brincando, o nosso kit básico pode chegar a algo entre 10 a 20 garrafas, dependendo da disposição de gastar de cada um. Aliás, não comprem tudo de uma vez e reponham sempre que consumirem. 
O lugar ideal de guarda deve ser um local seco, arejado e fresco. Em hipótese nenhuma pode pegar sol. As garrafas devem ficar deitadas, molhando a rolha.
Existe uma infinidade de móveis projetados para este fim, o mais comum é na forma de uma treliça onde em cada nicho fica uma garrafa. Se existirem crianças em casa, optem por uma solução com porta ou de difícil acesso. Muito comum hoje são as adegas climatizadas, oferecidas em diversas capacidades. Práticas, mas um luxo nem sempre necessário, além de caras. Exigem o mesmo cuidado como o de uma geladeira comum. Uma alternativa, para aqueles que optarem por este tipo de solução é adaptar um refrigerador velho. Pode ficar muito charmoso e mais em conta.
 
Dica da Semana: Para começar a coleção, um vinho que pode ser tomado hoje ou guardado por até 5 anos.

Casa Lapostolle – Cabernet Sauvignon 2009 – Chile 
Um vinho que já foi eleito simplesmente como o Melhor Best Buy do Ano no mundo todo para a revista Wine Enthusiast, ele é intenso e pleno, um Cabernet com toda a força. Traz uma maturidade e uma qualidade raramente alcançada por outros na mesma faixa de preços, diz a revista. 
Harmonização sugerida – Carnes grelhadas e cordeiros. 
Wine Spectator: 87 pontos (06) 
Wine Enthusiast: 88 pontos (06) 
Best Buy Wine Spectator: 86 (07)

A foto a seguir mostra um pedacinho da adega do Boletim, onde testamos os vinhos da semana. 

Saúde!
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