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Escolhendo um Vinho no Restaurante

Este é um assunto obrigatório para quem gosta de vinhos, principalmente para não fazer nenhuma bobagem quando nos entregam a temida Carta de Vinhos e somos convidados a selecionar uma garrafa para acompanhar a nossa refeição.

Existem regras para se elaborar uma boa carta. Para interpreta-la corretamente precisamos conhecê-las. Este é o assunto desta coluna.

Uma carta preparada corretamente deve conter algumas informações, seguir uma ordem de precedência e estar em sintonia com o tipo de gastronomia oferecida e a localização do restaurante.

A título de exemplo vamos usar a organização de uma carta de um restaurante de comida italiana no Brasil. Para efeitos didáticos ele será equipado com uma completa adega e um sistema de serviço de vinhos em taça: este deve ser o primeiro item da carta.

Pela ordem seguiriam:

– vinhos de aperitivos, em geral os espumantes. Eventualmente podem aparecer os fortificados secos (Porto e Jerez) e os Brandys;
– vinhos brancos secos;
– vinhos rosados;
– vinhos tintos;
– vinhos de sobremesa;
– fortificados doces.

Dentro de cada tipo de vinho acima os produtos disponíveis serão apresentados seguindo esta organização lógica:

– por país
      – por região
            – por varietal (casta)

Mas isto só não basta. Precisamos de uma ordem de precedência dos países produtores. O mais comum é encontrá-los listados em ordem alfabética, sinal que este restaurante não tem um bom Sommelier e provavelmente o seu serviço e a Carta de Vinhos são sofríveis.

Um local de classe adotaria a seguinte ordem de precedência:

– vinhos nacionais (se houver);
– vinhos do continente ou do pais do estilo gastronômico (neste caso, Itália);
– vinhos de outros continentes, por ordem de importância.

Em cada item destes, havendo diversos produtores, os mais importantes aprecem em primeiro lugar.

No nosso exemplo listaríamos os vinhos nesta ordem:

Brasil;
Chile; Argentina; Uruguai; (vinhos do continente)
Itália; (linha gastronômica)
Outros países produtores.

 
Para finalizar a carta e deixá-la a mais profissional possível, precisamos passar as informações que são realmente relevantes:

– Nome e tipo do vinho;
– produtor;
– safra;
– país de origem e região (os vinhos devem estar dentro de seus segmentos);
– volume da garrafa;
– preço.

Testem sua capacidade de observação: a carta a seguir tem alguns defeitos se considerarmos as regras apresentadas. O restaurante tem Pizza como prato principal…

 
Descubram os erros. (comentários no fim da coluna)

Com a chegada dos Tablets, as Cartas de Vinhos dos bons restaurantes deixam as limitações do papel de lado e embarcaram em novas dimensões. Agora é possível fazer diversos cruzamentos de informações que, até então, só podiam ser feitos com o auxílio do conhecimento daquele que manuseava a carta. Curiosamente, era sempre o homem mais velho da mesa. Resquício de uma era patriarcal em que só os machos tomavam decisões, vinhos inclusive. Os leitores já repararam que só nos é oferecido uma única cópia da Carta de Vinhos, enquanto cada comensal recebe um cardápio?

 
A qualidade da informação ganhou muito. A Carta de Vinhos cibernética pode apresentar uma infinidade de informações que vão desde uma foto do rótulo, passam por algumas críticas relevantes e terminam com sugestões de harmonização com o cardápio da casa. Show!

Numa carta tradicional isto é quase impossível.

Dica da Semana: estamos na época em que podemos consumir bons tintos sem se preocupar com as temperaturas elevadas dos dias de verão.

Q do E Baga-Merlot 2011 – $

À pungente variedade Baga, típica da Bairrada, juntou-se a maciez do Merlot e surgiu esse tinto, um vinho gastronômico e descomplicado, de excelente custo x benefício. A presença generosa de taninos e a boa acidez deste vinho sugere a harmonização com carnes vermelhas e gordas. O acompanhamento com molhos é bem-vindo

 

Defeitos da carta apresentada:

1 – não apresenta os preços;
2 – logo no início, apesar de ser um restaurante brasileiro, coloca o Champagne e espumantes argentinos antes dos espumantes nacionais;
3 – nos tintos, lista corretamente os vinhos brasileiros e do continente, mas pula, em seguida, para os espanhóis. Ou não tem vinho italiano, um erro, ou os colocou fora de ordem (só é apresentada uma página da carta).

Avaliação: se o leitor encontrou…

1 erro – precisa treinar mais;
2 erros – já pode pedir o vinho sem medo;
3 erros – Sommelier

Um alerta! – na coluna passada “Garrafas de vinho abertas: o que fazer?“,  mencionamos um acessório, o Coravin, capaz de servir o vinho sem retirar a rolha da garrafa. Nesta semana o produto foi retirado do mercado devido a uma falha em seu projeto: as garrafas preenchidas com o gás Argônio estavam explodindo. Um risco desnecessário.

Manteremos os leitores informados do desenrolar deste “imbróglio”.

Vinho na Semana Santa

Por ser um país de raízes católicas, a maioria dos brasileiros respeita a tradição da abstinência na Sexta Feira Santa: não se consome carne ou seus derivados. Entram em cena os tradicionais frutos do mar e o bacalhau costuma ser a estrela do cardápio. Mas existem opções interessantes.
 
Vamos lembrar um pouco da história deste período. Tudo começa no Domingo de Ramos, celebrando a chegada de Jesus em Jerusalém e termina no Domingo de Páscoa comemorando sua ressureição. O ponto culminante desta celebração é marcado pela Santa Ceia ou Última Ceia, que ocorre na quinta-feira. As cenas pintadas pelos mais famosos artistas mostram que o vinho estava presenta nesta mesa.
 
O dia seguinte, sexta-feira, é um dia de pesar e lamento pela morte de Cristo. Antigamente se observava o jejum além da abstinência, as cozinhas não funcionavam e não se trabalhava.
 
No Sábado de Aleluia aguarda-se a ressureição. Um dos ritos mais curiosos deste dia é “malhar o Judas”, tradição mantida em muitos lugares.
 
O grande dia festivo é o Domingo de Páscoa comemorando a Ressureição. É o dia do grande banquete, dos ovos de chocolate e de muita alegria. Nos costumes brasileiros, herança de nossos descobridores portugueses, praticamente só se consome peixes, entre eles o bacalhau, e os frutos do mar. Mas em outras culturas há o hábito de assar um caprino ou ovino (cordeiro, cabrito, ovelha) que é servido ao fim do dia. Porco e coelho (lebre) também são comuns.
 
Apenas como uma curiosidade, naquela época era mais seguro beber vinho do que água, mesmo que a nossa bebida favorita já tivesse se convertido em vinagre. Por esta razão, o vinho não era um símbolo de comemoração, mas uma necessidade. Ao longo dos anos, com as descobertas de filtração e esterilização da água, o vinho paulatinamente tornou-se um artigo de exceção, só usado em ocasiões especiais. A Semana Santa é uma data muito particular para todos os cristãos.
 
Tomar um cálice de vinho na Quinta-Feira Santa é uma bela maneira de homenagear a Santa Ceia. Mas nada de exageros. É um vinho de reflexão, de comunhão, sem nenhuma extravagância gastronômica. Para combinar com este momento tem que ser algo de solene, com textura aveludada, cor fechada e belos aromas. Um vinho ao estilo Bordalês seria boa opção. No momento que escrevo imagino um Miguel Escorihuela Gascon, um corte de Malbec, Cabernet Sauvignon e Syrah elaborado em Mendoza.
 
 
Na Sexta-feira da Paixão, em algumas casas brasileiras, é dia de peixe. Todos conhecemos a harmonização clássica com vinhos brancos, mas isto não é uma regra fixa.
 
Tintos jovens e frutados ou Rosés podem se tornar escolhas interessantes valorizando a receita escolhida. Para não errar lembrem-se:
 
– pratos mais gordurosos pedem vinhos com mais acidez e algum tanino. Um tinto leve (Pinot ou Gamay) tem seu lugar;
 
– molhos salgados ou alimentos defumados casam melhor com vinhos jovens e frutados;
 
– espumantes quase sempre são coringas, mas neste dia…
 
Bacalhau, também consumido no Domingo de Páscoa, mereceria um capítulo inteiro. Vem de Portugal a combinação de tintos encorpados com este prato. Mas não é para qualquer receita: tem que ser um Bacalhau com Natas ou um Zé do Pipo. Precisa haver uma boa quantidade de gordura para enfrentar o turbilhão de taninos e acidez dos tintos da terrinha.
 
Obviamente, se a receita for de origem espanhola, nada melhor que um Tempranillo, que vai ficar perfeito, também, com uma Paella. Para preparações mais leves um Chardonnay que tenha passado por madeira e fermentação malolática é perfeito.
 
 
Na era da globalização o salmão virou boa opção. Não é difícil combiná-lo com vinhos: tintos leves como um Pinot ou mesmo um Syrah australiano dão conta do recado.
 
Uma saborosa combinação pode ser obtida com pratos mais leves como peixes cozidos no limão ou com molhos salgados como alcaparras e azeitonas – o sal excessivo pode ser equilibrado com um bom fortificado como o Jerez, o Porto branco ou o rosé, todos gelados.
 
Carne de caprino ou ovino no domingo de Páscoa é a grande pedida para quem gosta de bons vinhos e boa harmonização, embora não seja uma presença habitual nas mesas brasileiras. As opções são múltiplas, todas deliciosas, um casamento quase sagrado. Alguns autores afirmam que nada combina melhor com os grandes vinhos do mundo do que uma paleta de cordeiro assada ou mesmo as deliciosas costeletas. Estamos falando de Vega Sicilia, Petrus, Penfolds Grange, Don Melchor ou Catena Malbec Argentino. Todos “monstros sagrados” do mundo dos vinhos.
 
 
Mas não precisamos gastar muito, há muitas opções com excelente relação custo x benefício. Particularmente gosto dos vinhos em que a Syrah é a casta predominante. Cabernet americanos, chilenos e argentinos casam perfeitamente com este tipo de carne. Para fugir um pouco do habitual, há bons Tannat uruguaios, os vinhos portugueses sempre se saem bem assim como os Merlot produzidos por aqui. (vejam a dica da semana)
 
A sobremesa!
 
Para a turma que quer manter o peso e a silhueta a coisa fica difícil: chocolate, chocolate e mais chocolate. Infinitas variações!
A combinação tradicional sugere Vinho do Porto, Banyuls, Vin Santo, Ice Wines e outros de colheita tardia, todos doces ou muito doces.
 
Entretanto há exceções. Que tal harmonizar com um belo tinto seco, tal e qual ao usado no cordeiro?
 
É perfeitamente possível, mas para isto dar certo temos que escolher o chocolate adequado: esqueçam os Ovos de Páscoa, bombons e as barras de chocolate ao leite tão comuns. A combinação ideal seria um chocolate amargo com 75% de cacau ou mais – quanto maior for esta porcentagem melhor. Quem vai brilhar aqui será um bom e encorpado Cabernet, Merlot ou Syrah. Não tenham medo.

Dica da Semana:  
um belo e elegante tinto que pode ser servido com o cordeiro e o chocolate.
 
 

La Flor de Pulenta Cabernet Sauvignon 2011 
Vermelho profundo, seus aromas lembram pimentão e especiarias, com notas de baunilha e tabaco provenientes do carvalho.
Na boca apresenta boa concentração e taninos suaves que lhe conferem uma estrutura volumosa.
Seu final elegante e longo fazem dele um grande vinho.

Organizando uma reunião com vinhos

Com o fim do verão já podemos imaginar um clima mais ameno e propício a beber aqueles vinhos que estão na adega aguardando uma ocasião adequada. Mas vocês sabem organizar uma reunião de amigos para apreciar a nossa bebida favorita?
 
A maioria já deve estar imaginando o tradicionalíssimo “Queijos e Vinhos”, que é uma espécie de porto seguro e simples de organizar. Mas a coluna desta semana quer ir além, que tal dar uma incrementada nesta reunião de modo a torná-la inesquecível?
 
Existem diversos caminhos para serem explorados e as sugestões que serão apresentadas podem ser aproveitadas em qualquer destes caminhos.
 
Para evitar surpresas de última hora, precisamos estar minimamente equipados:
 
– taças de espumante e vinhos (branco e tinto) em número suficiente para todos os convidados;
 
– saca-rolhas, decantador ou aerador, termômetro, entre outros acessórios;
 
– tomem por base uma quantidade de aproximadamente 1/2 garrafa de vinho por participante. Por exemplo: para um grupo de 8 pessoas o ideal seriam 5 garrafas de vinho;
 
– observe a seguinte ordem para servir os vinhos:
 
. Espumantes
 
. Vinhos Brancos leves (Sauvignon Blanc, Alvarinho)
 
. Vinhos Brancos encorpados (Chardonnay, madeirados)
 
. Rosados
 
. Tintos leves (Gamay, Pinot Noir)
 
. Tintos encorpados ou alcoólicos (Cabernet, Syrah)
 
. Vinhos de Sobremesa ou Fortificados
 
Simplificações podem ser feitas. Hoje é bastante comum usar um único tipo de taça para todos os vinhos. Escolha um tamanho entre a clássica para vinhos brancos e as maiores para vinhos tintos. Prefira as de cristal ou meio-cristal, perfeitamente transparentes. Pode parecer uma mania boba, mas bordas “finas” são fundamentais.
 
Que tal um jantar informal ou suas variações?
 
Apesar do título pomposo, isto nada mais é do que um prato quente oferecido em algum momento da noite. Algumas coisas devem ser decididas de antemão, por exemplo, o que vai ser servido? Isto implicará no que vai harmonizar com o prato.
 
Outro ponto que achamos importante considerar é o custo da brincadeira.
 
Lembrem-se que um jantar num bom restaurante, com 1 ou 2 garrafas de vinho não sai por menos que 180,00 ou 200,00 reais por cabeça. Em casa podemos preparar uma bela festa gastando muito menos que isto. Não se acanhem em rachar a despesa. Uma forma que vai fazer com que todos participem é pedir aos convidados que contribuam, seja com os vinhos, previamente definidos, a sobremesa ou mesmo os pães e salgadinhos. O anfitrião entra com a casa e o prato principal.
 
Na semana passada organizamos uma reunião como esta aqui em casa.
 
Inicialmente seria servido um Arroz de Lula, mas descobrimos que um dos casais convidados tinha problemas com frutos do mar. Mudamos para um Escondidinho de Carne Seca, que acabou sendo um sucesso. Os acompanhamentos eram Arroz de Jasmim e Salada.
 
Para abrir os trabalhos havia um bloco de patê acompanhado de geleia de frutas vermelhas e uma forma de queijo Camembert. Torradinhas, Nachos e outros salgadinhos completavam o quadro.
 
Para preparar o paladar foram derrubadas duas garrafas de espumante, um Cave Pericó Champenoise Nature, de Santa Catarina, excelente por sinal, seguido de um Cave Geisse Brut, velho conhecido nosso. Tudo servido em longas flûtes e num ritmo lento e gostoso.
 
 
O Escondidinho foi servido por volta das 22:00. Estava tudo previamente montado restando apenas colocar no forno por alguns minutos e levar para os convivas.
 
Para harmonizar com o prato quente selecionamos um Inominable Lote III, interessante corte de diversas safras e castas (5 pelo menos) elaborado pela vinícola Villagio Grando, que estava guardado há algum tempo. Foi decantado no final da tarde repousando até o momento de degustar.
 
Para provocar os nossos amigos, deixamos a garrafa à vista já sabendo que todos só olhavam para o decantador.
 
Não deu outra, ninguém descobriu qual era o vinho…
 
Uma segundo vinho foi aberto, o Lagarde Guarda, corte de Malbec, Cabernet Sauvignon e outras castas, servido através de um aerador. Ficou bem interessante a comparação com a preferência dividida entre o Nacional e o Argentino.
 
 
Para encerrar a noite sorvete de baunilha e biscoitos de chocolate acompanhados de uma tacinha de Licor de Tannat, uma especialidade uruguaia. Já passava da meia-noite quando todos se despediram.
 
 
Não fizemos as contas, mas ficou infinitamente mais barato do que se gastaria na noite carioca, sem falar que o ambiente era insuperável. Um único e óbvio senão foi arrumar a casa no sábado de manhã…
 
Existem diversos desdobramentos possíveis nesta linha:
 
. Vinhos de uma determinada região e a culinária correspondente;
 
. Vinhos de uma mesma casta elaborado em diferentes regiões;
 
. Novo Mundo x Velho Mundo – esta é clássica e bem fácil de organizar;
 
. Vinhos de uma mesma faixa de preço. Muito interessante, fixe o valor e o tipo (branco ou tinto) e deixe que cada um escolha o que vai trazer. Divertido!
 
Para reuniões mais sofisticadas é perfeitamente possível fazer comparações de grandes vinhos, safras e até mesmo vinhos “elegantes” ou “icônicos”.

Dica da Semana:  um vinhaço lá da Califórnia. Escolhido recentemente como o melhor do Encontro de Vinhos 2014 no Rio de Janeiro
 

Mettler – Old Vines Zinfandel Epicenter

No nariz, aromas de ameixa, morangos e baunilha seguidos de um quê de anis.Na boca, complexos sabores de ameixa, cerejas negras, frutas do bosque escuras e tabaco.Tudo equilibrado com chocolate amargo que envolve o pálato.Taninos aveludados são mantidos em vibrante suco com acidez presente.
Harmoniza com carnes vermelhas, embutidos e massas com molho vermelho.

Aromas! – 1ª parte

Nesta semana vamos tratar de coisas mais simples e menos técnicas e, nem por isto, mais compreendidas por todos.
 
Nas descrições aromáticas dos vinhos é sempre mencionado algum aroma “genérico”, como “cítrico”, ou “frutas vermelhas”. A coluna de vinhos a partir desta semana vai mostrar algumas possibilidades para ajudar a compreender estas colocações que, para alguns, são quase enigmáticas.
 
Serão apresentados alguns gráficos com uma relação de nomes das principais frutas ou produtos à base de frutas que compõem estas escalas aromáticas. Algumas delas simplesmente não se encontram à venda no Brasil, outras são as que usualmente temos em casa.
 
Além de informativos, estes gráficos servirão para ajudar a treinar o nosso olfato e paladar. Habituem-se a cheirar estas frutas, principalmente aquelas que não conhecemos: examinem a casca, o interior, o suco ou sumo e até mesmo as raspas. Cada um vai produzir um odor característico que devemos registrar em nossa memória. Vamos começar com os tintos.
 
Quando falamos de “Frutas Negras”, estas são as mais marcantes:
 
 
Alguns nomes chamam a atenção. “Mirtilo” é o conhecido “Blueberry”, em grande moda atualmente devido a algumas propriedades benéficas.
 
 
Amora “Marion” é um clone desta fruta silvestre muito comum nos EUA.
 
 
Outra curiosidade é a distinção feita entre Ameixa Preta e Ameixa Seca.
 
O termo Geleia, obviamente, se refere à compota feita com uma ou mais destas frutas.
 
No segundo gráfico estão as “Frutas Vermelhas”:
 
 
Novamente vamos encontrar nomes pouco comuns. O primeiro deles, “Oxicoco” talvez seja mais conhecido por aqui como “Cranberry”.
Outro nome pouco conhecido é “Ginja” que pertence à família da Cereja. A partir dela é produzido um famoso licor em Portugal, a Ginjinha, delicioso por sinal.
 
 
“Goji” é outra fruta estranha para os brasileiros. É originária das montanhas do Tibete e vem sendo vendida desidratada como uma espécie de suplemento alimentar, “Goji Berry”.
 
 
A “Pitaia”, ou Fruta-Dragão vem se tornando uma “habitué” das mesas brasileiras. As espécies mais comuns são as de casca vermelha, seguido pelas de casca amarela. São muito saborosas e doces.
 
 
Por último é feita uma distinção entre Cereja e Cereja Cristalizada. Talvez a melhor denominação fosse “em calda”, mas preferimos seguir o que está nos livros. “Frutas Cristalizadas”, assim como a “Geleia” do gráfico anterior, se refere ao conjunto destas frutas.
 
Na próxima semana vamos fazer o mesmo com os aromas dos Vinhos Brancos. Até lá, dever de casa: procurem e provem estas frutas.
 
Dica da Semana:  ainda aproveitando a estação “caliente”, espumantes são sempre bem vindos. Este é especial…
 
 DON GUERINO MOSCATEL
Castas: 50% Moscato Bianco e 50% Moscato Giallo
Produtor: Vinhos Finos Don Guerino, Alto Feliz – Serra Gaúcha
Apresenta coloração cítrica com reflexos esverdeados caracteriza-se por um intenso aroma floral e frutado. Equilibrado frescor e doçura, perlage fino e persistente. Harmoniza com sobremesas, ideal para ser consumido em momentos especiais.
 
 

Machupicchu e os vinhos que não bebi – II

3º dia: Vale Sagrado
 
Precisamente às 8h lá estava o nosso ônibus da excursão contratada para nos levar ao Vale Sagrado do Incas, onde pernoitaríamos, para, na manhã seguinte, embarcar no trenzinho com destino a Machupicchu. De malinha em punho partimos em nova etapa de nosso passeio.
 
O Vale Sagrado, se estende por mais de 120 quilômetros tendo em seus extremos as cidades de Pisac e Machupicchu e a Cordilheira dos Andes pelos dois lados. Esta estreita planície está situada a 2800 metros acima do nível do mar, bem mais baixo que Cusco. Tem um clima muito agradável com 18º C de temperatura média anual, rica flora e fauna, terra fértil e inúmeros riachos descendo das cordilheiras nevadas e alimentando o Rio Vilcanota, velho conhecido nosso por ser um dos formadores do Rio Amazonas.
 
Tudo gira em torno deste caudaloso rio, que em determinado trecho é mais conhecido por Urubamba, nome de um dos muitos vilarejos que atravessa. As atrações são múltiplas começando com as plantações de milho e batata. São diversas variedades de um e de outro, algumas muito exóticas como o milho roxo, que só é usado para fazer sucos ou o delicioso milho gigante, servido como acompanhamento para qualquer tipo de refeição. Com relação às batatas, existem cerca de 3800 espécies catalogadas.
 
A visita começa com uma paradinha num dos vários mirantes da estrada, para termos uma visão geral do local. (foto)
 
 
Há monumentos, sítios arqueológicos e ruínas por todos os lados, demonstrando que este vale nunca deixou de ser ocupado, desde tempos imemoriais. A próxima parada foi em Pisac, uma interessante cidade dupla, com a parte Inca em cima do morro e a arquitetura espanhola ao pé da montanha, com sua praça central e casas de adobo.
 
Incrível! Tudo em perfeito estado de conservação. Hoje em dia a praça central de Pisac é o ponto de reunião, aos domingos, de todos os grupos indígenas que habitam esta região. Promovem uma grande feira para vender seus produtos e ao mesmo tempo fazerem uma socialização onde os jovens, vestidos de acordo com as regras de cada grupo, procuram suas futuras esposas, igualmente identificadas pelas vestes como comprometidas ou solteiras.
 
 
Na montagem acima estão as duas cidades. Dali seguimos para o almoço, um buffet de comídas típicas, que nos prepararia para a impressionante visita da tarde: Ollantaytambo.
 
Esta outra cidade Inca talvez seja a única que nunca deixou de ser ocupda desde sua criação. A moderna arqueologia afirma que esta região foi um complexo militar, religioso, administrativo e agrícola, alem de palco de uma das poucas derrotas impostas aos espanhóis.
 
Como em tudo por aqui, há uma bela lenda que explica o seu nome. Ollanta era um chefe militar que se apaixona pela filha do Imperador Pachacutec. Decide “raptá-la” (foi consensual) gerando um conflito de mais de 10 anos nas tentativas, do pai, para recuperar sua filha. Somente após a morte de Pachacutec foi que seu filho, o novo Imperador, concede a mão de sua irmã, Cusi, transformando o chefe Ollanta em seu mais fiel oficial.
 
Visitar Ollantaytambo requer um bom preparo físico, são 236 degraus a serem galgados até seu topo para descortinar uma das mais belas e intrigantes paisagens do vale.
 
Quem do nosso grupo se habilitou?
 
Somente eu!
 
 
A foto acima dá uma idéia do percurso. A “escada” está à esquerda junto à encosta. A subida é gradativa, com pausas para recuperar o fôlego a cada 4 ou 5 patamares. Mas valeu cada momento. Ao chegar ao topo minha adrenalina estava no máximo. Para comemorar o meu feito brindaria com um delicioso espumante, um Cave Geisse Brut Nature seria perfeito!
 
Lá em cima pudemos observar esta imagem (foto) de uma face esculpida na montanha:
 
5803b-val5
 
Este seria o rosto dos Deus das Sementes.
 
Comparem com as fotos seguintes. A primeira foi tirada de uma ilustração que representa esta divindade no livro que o nosso guia levava, a segunda é de uma das muitas ilustrações de Francisco Pizarro, o Conquistador Espanhol:
 
 
Há uma notável semelhança!
 
O resto da história fica por conta de cada um, mas imaginem Pizzaro chegando em seu cavalo, animal desconhecido paras os Incas, a este povoado: no mínimo acharam que era a encarnação do Deus esculpido na montanha.
 
Os meus companheiros de viagem ficaram num barzinho ao pé da montanha, enquanto eu enfrentava um retorno nada fácil. Vejam na foto da direita: a trilha de descida fica do lado oposto ao da subida sendo bastante íngreme e sinuosa.
 
 
Ao final do dia fomos deixados em nosso hotel no Vale onde jantaríamos. Todo animado e com o sério intuito de me recompensar pela subida de Ollantaytambo, pedi a carta de vinhos do pequeno restaurante. Quase uma decepção: só havia um único vinho, peruano e totalmente desconhecido para mim. Mais por curiosidade do que por qualquer outro motivo, pedi uma tacinha. (foto)
 
 
Não era de todo ruim, ingênuo talvez, lembrando muito os vinhos nacionais quando ainda eram nada mais que uma tentativa de fazer um bom vinho. Claudia detestou, Cecília disse que “dava para tomar”, Rubens não bebe álcool preferindo uma “deliciosa” Inca Cola. Consultamos um famoso guia de vinhos internacionais que trouxe o seguinte comentário: “melhor não beber”…
 
Depois desta ducha de água fria só restava um merecido descanso. Às 6h o trem para Machupicchu partiria. 

Dica da Semana:  mais uma boa opção para enfrentar o calor sem deixar de apreciar a nossa bebida predileta. 

 

MAIA VARIETAL COLLECTION TORRONTÉS

De cor amarelo palha, este vinho apresenta aromas florais, com toques de frutas cítricas e brancas como melão e maçã. Acidez correta garantindo o frescor e realçando os aromas se realcem. Boa untuosidade e persistência.
Ideal para o inclemente verão de 2014.

 

 
 
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