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O inacreditável preço do vinho no Brasil

Batemos muito nesta tecla, mas nem todos os nossos leitores entendem a importância deste fato. Viajantes, dependendo de seu destino e conhecimento deste mercado, muitas vezes são surpreendidos ao encomendar um vinho na carta de um bom restaurante ou mesmo numa loja especializada: são ridiculamente baratos se comparados aos nossos preços, vinho por vinho. Um amigo e companheiro de excelentes jornadas enológicas, MSB, fez a sugestão que acatei com entusiasmo: por que não fazer uma coluna comparando preços daqui e do exterior.
 
Vamos a ela!
 
Para entender tudo, aqui estão as regras deste jogo:- São 3 grupos de vinhos, cada um com um espumante um branco e um tinto;
 
– Cada grupo representa, hipoteticamente, uma faixa de preço e de qualidade dos vinhos;
– Procuramos por vinhos consagrados no nosso mercado.
– Taxa de conversão usada – 1 USD = R$ 4,00. Todos os preços estão em dólares.
– Os preços apresentados representam a média do que foi anunciado em lojas virtuais e sites de pesquisas.
– O cálculo da variação foi feito entre os preços do país de origem e do Brasil.
 
1 – Vinhos Básicos
 
– Prosecco Dedicato Extra Dry (ITA)
– Santa Rita 120 Sauvignon Blanc (CHI)
– Finca La Linda Malbec (ARG)

 

Tipo   Brasil   EUA   P. Origem   Variação
Esp.
 
11.25
 
14.85
 
5.39
 
209%
Bco.
 
10.40
 
5.00
 
4.20
 
248%
Tto.
 
16.25
 
9.00
 
8.12
 
200%
 

 

1 – Vinhos Médios
 
– Alma Negra Brut Nature (ARG)
– Louis Latour Chablis (FRA)
– Quinta do Crasto Vinhas Velhas (POR)

 

Tipo   Brasil   EUA   P. Origem   Variação
Esp.
 
32.15
 
17.00
 
16.00
 
200%
Bco.
 
41.00
 
24.00
 
19.06
 
215%
Tto.
 
70.00
 
34.00
 
30.00
 
233%

 

 
3 – Vinhos Top
 
– Champagne Veuve Clicquot (FRA)
– Cervaro Della Sala (ITA)
– Caymus Cabrnet Sauvignon 40th anniversary (USA)

 

Tipo   Brasil   EUA   P. Origem   Variação
Esp.
 
87.50
 
24.00
 
43.00
 
203%
Bco.
 
126.00
 
45.00
 
37.00
 
341%
Tto.
 
178.00
 
95.00
 
95.00
 
187%
Comentários finais
 
Está é uma pequena amostra deste universo.
 
Alguns vinhos pesquisados chegaram a ter sobre preços da ordem de 500%, o que consideramos uma distorção.
 
Não incluímos preços de frete, no Brasil.
 
Estas diferenças se devem principalmente a uma abusiva taxação e também à margens gananciosas de alguns importadores.
 
O resultado prático é uma retração deste mercado o que vai prejudicar comerciantes e consumidores.
 
Não pensem que os vinhos nacionais vão se beneficiar disto, acabaram ficando ainda mais caros que os importados, sem falar que não são comparáveis em qualidade (há exceções).
 
Uma pequena amostra: (vinhos de básicos a médios, padrão Brasil)
 
– Tinto – Dal Pizzol Merlot – USD 15.00
– Espumante – Cave Geisse Brut Nature – USD 20.00
– Branco – Salton Virtude Chardonnay – USD 22.50
 
Sem comentários… 

Vinho da Semana: para alegrar um pouco a vida.

 

Diamandes Perlita Chardonnay 2013 – COMPRE AQUI Oferece um delicioso sabor frutado com notas de pêssegos, peras brancas e manga. Bom nível de acidez e frescor. Harmonização: é um vinho bem equilibrado, muito agradável que pode ser servido como aperitivo ou como acompanhamento de entradas e pratos de peixe.

Sobre as “Dicas da Semana”

Nesta última coluna de 2015 vamos tenta atender a uma das nossas leitoras mais assíduas. Eis o simpático email que nos enviou em novembro:
 
 
“Tuty,
 
Adoro suas colunas e sempre que possível mando email perguntando alguma coisa. Ontem me ocorreu uma coisa que pode ser uma sugestão pra vc pensar numa coluna. Uma seleção de todas as dicas da semana. Os top 20 ou os top 10, ou sei lá o quê… Algumas foram fáceis de encontrar, outras difíceis mesmo encontrando, pelo preço, mas acho que valeria a pena fazer uma seleção das melhores, embora sejam todas boas, sempre haverá as melhores. Por tipo de vinho, por cifrõeszinhos, por país produtor, por tipo de uva e por aí vai… acho que daria uma boa série de colunas ou estou enganada? É apenas uma sugestão, prometo não ficar aborrecida se vc não aceitá-la, ok? rs
 
Maria Lucia-Salvador”
 
 
A ideia é muito boa, mas existem alguns complicadores que impedem que as sugestões da Maria Lucia sejam atendidas completamente. Explico:
 
 
1 – Nunca recebemos um retorno específico sobre qualquer das mais de 240 dicas sugeridas desde 2011. Curioso, mas verdadeiro.
 
Houve reclamações como ‘cadê os vinhos caros ($$$)’ ou mesmo um comentário sobre a impossibilidade de comprar uma ou outra dica em algum remoto recanto brasileiro.
 
Até hoje nunca descobrimos se alguma indicação foi considerada boa ou ruim pelos leitores…
 
Isto posto, não temos como fazer uma relação de melhores (Top 10). O ideal seria que este ranking fosse feito com base na experiência dos leitores.
 
 
2 – Outro fator que se perdeu ao longo destes 4 anos foi a escala de preços. Nossa economia variou muito e o mercado de vinhos, mesmo em relação aos vinhos nacionais, é muito sensível à mudanças na taxa cambial e no regime fiscal. Manter a lista dos preços atualizada e corrigida ao longo deste tempo seria uma tarefa para um bom economista e não para um enófilo.
 
Portanto, a classificação por faixa de preços simplesmente não pode ser organizada.
 
 
3 – O último fator, que não ajuda em nada este tipo de trabalho, é que muitos dos vinhos indicados já não existem mais à venda. Safras são limitadas e muitas vezes o produtor de um determinado rótulo decide, por razões mercadológicas, não mais produzi-lo.
 
 
Mas ainda há muita informação útil e divertida. Vamos tentar atender ao máximo aos nossos leitores mais curiosos.
 
 
Dicas Duplicadas
 
 
Compilada a listagem, para nossa surpresa descobrimos que alguns vinhos foram indicados mais de uma vez. Eis a listinha:
 
 
Abril 2013 – Coyam Orgânico (CHI)
 
Junho 2013 – Coyam 2010
 
É o mesmo vinho, aliás excelente.
 
 
Março 2015 – Dal Pizzol Merlot (BRA)
 
Julho 2015 – Dal Pizzol Merlot
 
Novamente, repetimos o vinho. Este parece ser um favorito nosso.
 
 
Nesta segunda relação estão vinhos que foram indicados em safras diferentes. Sinal que são realmente boas opções:
 
 
Julho 2011 e outubro 2014 – Innominabile Lotes III e IV (BRA)
 
Agosto 2011 e abril 2014 – La Flor de Pulenta Cabernet Sauvignon (ARG)
 
Julho 2013 e novembro 2014 – Memoro Rosato (ITA)
 
Junho 2014 e novembro 2015 – Petalos del Bierzo (ESP)
 
Fevereiro 2011 e maio 2014 – Tilia Malbec Syrah (ARG) 1ª Dica da Semana
 
 
Múltiplas dicas e sem dicas
 
 
Em algumas colunas estávamos muito aborrecidos com as tentativas de criar reservas de mercado e outras taxações que resolvemos, como forma de protesto, não indicar nada: março e abril de 2012.
 
 
Em compensação, indicamos mais de 1 vinho em diversas colunas, eis algumas delas:
 
Dezembro 2011 – diversos espumantes e na coluna seguinte 9 vinhos entre tintos e brancos
 
 
Maio 2012 – apresentamos os 10 vinhos premiados na Expovinis 2012
 
Abril 2015 – 3 Malbec para celebrar o seu dia (17/04)
 
Maio 2015 – 3 vinhos premiados na Expovinis 2015
 
 
Na série em três partes, “Adoçando a Vida”, foram duas dicas por capítulo, uma para os pobres mortais e a outra, usando uma terminologia bem atual, para a turma do Lava-Jato, Zelotes, etc…
 
 
Para completar, indicamos destilados de vinho em outubro de 2011 e jogos e outros acessórios na série “Compreendendo o Vinho” de julho 2011.
 
 
Países mais indicados
 
 
Argentina – 49
 
Brasil – 29
 
Chile – 36
 
Itália – 32
 
Portugal – 21
 
 
O pais menos indicado foi a Hungria, com 1 dica apenas.
 
 
Poderíamos inferir a uva que apareceu mais vezes, mas vamos apontar apenas como uma possibilidade, a Malbec, em virtude do maior número de dicas argentinas.
 
 
Mas pode não ser verdade. Se somarmos as sugestões chilenas e francesas, entre outras, é possível que o cetro passe para a Cabernet Sauvignon, seja como varietal ou em cortes. No momento não temos como avaliar este quesito.
 
 
Safras mais indicadas
 
 
2008 – 24
 
2009 – 27
 
2010 – 28
 
 
Em noventa sugestões não havia indicação da safra. Entre eles estão vinhos que normalmente não são safrados, como Fortificados, Espumantes e edições especiais. Em outros casos, foi por falha nossa: simplesmente omitimos esta informação.
 
 
Para finalizar, neste link se encontra a relação completa com a dica desta semana, inclusive.
 
 
As colunas anteriores, organizadas cronologicamente, podem ser lidas no meu Blog, “O Boletim do Vinho”, neste endereço: www.colunadotuty.com.br
 
 
Feliz Natal e um ótimo 2016, ano de eleições municipais.
 
 
Por favor, não reelejam nenhum dos atuais Prefeitos e Vereadores de suas cidades e estados. Vamos castigar todos eles, assim como fazem conosco.
 
 
Vinho da Semana: um espumante para as festas de fim de ano.
 
Quinta Don Bonifácio Brut Habitat
 
 
Vinificado com as castas Uvas Chardonnay e Pinot Noir pelo método tradicional.
 
Apresenta coloração amarelo palha, perlage muito fina e delicada.
 
Aromas persistentes, lembrando pão torrado e frutas vermelhas frescas. No palato é amanteigado e muito equilibrado.
 
Eleito o melhor espumante da Expovinis 2012.
 

“Avant-première” dos Vinhos de Colchagua

Tendo como cenário os elegantes salões do icônico Hotel Copacabana Palace, a Associação Viñas de Colchagua realizou no Rio de Janeiro o seu mais importante evento internacional, a ‘Avant-Première Viñas de Colchagua’.
 
O Vale de Colchagua é uma das mais conhecidas e importantes regiões produtoras do Chile. Localizada na sua região central (“Entre Cordilheiras”), é responsável por 60% da produção vinícola deste país.
 
 
Organizado pela CH2a Comunicação, sob a batuta de Alessandra Cassolato, o evento contou com a presença das vinícolas Bisquertt, Casa Silva, Lapostolle, Los Vascos, Luis Felipe Edwards, Montes, MontGras, Santa Cruz, Santa Helena, Siegel, Viña Ventisquero e Viu Manent, e a convidada Lurton.
 
 
Uma Master Class conduzida por Marcelo Copelo reuniu importantes formadores de opinião e profissionais do setor, que tiveram a oportunidade de degustar comparativamente 12 vinhos selecionados para expressar a diversidade e qualidade dos produtos elaborados no Vale de Colchagua. Foi possível avaliar o potencial de guarda e a evolução destes vinhos provando-se as safras desde 2006 até 2012. Cada produto foi comentado por um de seus enólogos. Um show à parte.
 
 
Na degustação aberta que seguiu à aula, foi possível experimentar os diversos rótulos de cada vinícola, muitos ainda por chegar ao mercado. Por esta razão, o evento foi denominado uma “Avant-première”. Além das mesas de cada produtor, havia uma ilha oferecendo somente tintos de alta gama elaborados com a emblemática Carménère.
 
 
Nossos destaques
 
 
Quase uma impossibilidade escolher o melhor entre os melhores. Mas alguns vinhos nos impressionaram por apresentarem características que fogem do habitual.
 
 
A mesa que mais chamou a nossa atenção foi a da Los Vascos, vinícola chilena de alma francesa, conduzida pelo renomado Chatêau Lafite da família Rothschild. Seus vinhos de terroir, que não passam por madeira, foram uma agradável surpresa: Chardonnay, Rosé e Cabernet Sauvignon. De corpo leve a médio e muito saborosos, pareciam dedicados ao clima da Cidade Maravilhosa.
 
 
Um produtor, ainda sem representante no nosso país, foi outra surpresa positiva: Viña Santa Cruz.
 
 
Não haviamos nos interessado, inicialmente, por puro desconhecimento, mas uma garrafa no estilo do Rhone chamou a nossa atenção e lá fomos provar mais algumas delícias: o excelente Tupu e os Chamán Malbec e Syrah, entre outros produtos, fizeram o nosso paladar descobrir novas e inesperadas experiências.
 
 
O Tupu, um vinho de edição limitada elaborado apenas em safras muito boas, é um corte de Carménère, Syrah, Cabernet Sauvignon e Malbec. Classificamos como uma fusão entre Bordeaux e Rhône à moda chilena. Delicioso!
 
 
 
O destaque individual entre todos os vinhos degustados foi o premiado Pangea, elaborado pela Viña Ventisquero, que será a nossa indicação da semana.
 
 
Dica da Semana: Um Syrah chileno fora de série.
 
 Ventisquero Pangea 2010
 
Elaborados com uvas selecionadas nos diversos solos da região de Apalta e uma fermentação especial.
 
Amadurecido por 18 meses em barricas de carvalho francês e 1 ano na garrafa. Grande corpo, concentrado, equlibrado e redondo.
 
Concentra toda a pureza e elegância desta casta.
 
Prêmios: Descorchados – 92 pts; Guia Mujer y Vino – 93 pts; Decanter World Wine Awards – Medalha de Prata.
 
 
 
 
Agradecemos a colaboração da amiga e blogueira Leila Bumachar pela cessão de fotos e outras informações. 
Não deixem de visitar seu excelente blog neste endereço:
 

Os 100 melhores vinhos de 2015 – Wine Spectator

No próximo mês de fevereiro (2016) completamos cinco anos da Coluna de Vinhos. Há leitores, fiéis, que nos acompanham desde então e alguns deles afirmam, em suas mensagens, que consideram tudo que já foi publicado como um curso sobre vinhos.
 
 
(Este “professor” agradece o elogio, mas sabe que nem sempre os assuntos são do interesse de todos.) 
 
Gostamos de publicar listas de melhores vinhos. Há vários ensinamentos nestas relações. Nas primeiras que mostramos, o interesse dos leitores certamente foi mais para o lado da curiosidade. Atualmente outros aspectos se tornam mais relevantes.
 
A lista da respeitada revista Wine Spectator é aguardada com muita expectativa por todos os aficionados. Ao contrário das avaliações de Robert Parker, calcadas no seu estilo próprio, esta publicação analisa aproximadamente 18.000 vinhos durante todo o ano. O trabalho de filtragem até os 100 melhores é digno de uma tarefa hercúlea.
 
O primeiro passo é produzido por dez editores regionais que submetem suas sugestões e análises, levando em conta um interessante conjunto de fatores:

 

qualidade, preço, disponibilidade no mercado e um fator apelidado de “X” que indicaria um grau de excitação sobre as possibilidades de um determinado candidato.
 
Esta primeira relação é reduzida sucessivamente em listas menores, um trabalho a cargo de três importantes editores seniores.
 
Para a o filtro final, que inclui a escolha dos 10 melhores, são reconvocados os editores regionais e forma-se um painel de degustadores. As discussões costumam ser acaloradas…
 
É nossa opinião que conhecer o ganhador absoluto é o fato menos importante. Reconhecer as tendências e o aglomerado de vinhos desta ou daquela região são os pontos que vão nos ajudar em escolhas futuras e montar uma boa adega.
 
Obviamente, os melhores vinhos desaparecem do mercado como num passe de mágica. Devido à situação econômica atual de nosso país é bem provável que alguns rótulos jamais cheguem às prateleiras das lojas nacionais.
 
Em 2014, os vinhos portugueses foram os mais reverenciados. Neste ano, no centro do palco, estão os americanos e italianos. Interessante mudança.
 
Conheçam os 10 mais:
 
1 – Peter Michael Cabernet Sauvignon Oakville Au Paradis, 2012, 96 pts (EUA)
 
2 – Quilceda Creek Cabernet Sauvignon Columbia Valley, 2012, 96 pts (EUA)
 
3 – Evening Land Pinot Noir Eola-Amity Hills Seven Springs Vineyard La Source, 2012, 98 pts (EUA)
 
4 – Il Poggione Brunello di Montalcino, 2010, 95 pts (ITA)
 
5 – Mount Eden Vineyards Chardonnay Santa Cruz Mountains, 2012, 95 pts (EUA)
 
6 – Bodegas Aalto Ribera del Duero, 2012, 94 pts (ESP)
 
7 – Escarpment Pinot Noir Martinborough Kupe Single Vineyard, 2013, 95 pts (NZA)
 
8 – Masi Amarone della Valpolicella Classico Serègo Alighieri Vaio Armaron, 2008, 95 pts (ITA)
 
9 – Clos Fourtet St.-Emilion, 2012, 94 pts (FRA)
 
10 – Klein Constantia Vin de Constance Constantia, 2009, 95 pts (RSA)
 
Nos Top 10 apenas 1 vinho de Bordeaux, 4 norte-americanos, 2 italianos, seguidos de Nova Zelândia, Espanha e África do Sul com um vinho de sobremesa.
 
Cinco vinhos portugueses se destacaram este ano: o Porto Taylor Fladgate 2009 em 16º, Blandy’s Bual Madeira 2002 e Quinta do Crastro Douro Superior 2012 (24º e 25º), Real Companhia Velha Douro Porca de Murça 2013 (39º) e Duorum Douro 2013 (84º).
 
O primeiro sul-americano, o chileno Viña Carmen Cabernet Sauvignon Maipo Valley Alto Gran Reserva 2012 está na 32ª posição
 
Logo abaixo aparece outro conterrâneo, Viña Montes Syrah Colchagua Valley Alpha 2012 (37º) e o Viña Polkura Syrah Marchigue (82º)
 
Os argentinos Piattelli Malbec Luján de Cuyo Premium Reserve 2013 (44º) e Luigi Bosca Malbec Luján de Cuyo Single Vineyard 2013 (81º) completam o grupo sul americano.
 
 
Dica da Semana: um vinho que está sempre nas listas de melhores e ainda tem um preço competitivo. A safra de 2013 ficou em 53º lugar com 91 pts.
 
Pétalos del Bierzo 2011
 
Produzido na região de Bierzo, na Espanha, com a uva Mencía, uma rara casta local.
 
É um tinto potente, concentrado e muito elegante, que já se tornou um enorme sucesso.
 
Outros prêmios:
 
Robert Parker 92 PTS / 2011
 
Wine Spectator 93 PTS / 2009
 
Robert Parker 90 PTS / 2009
 

“O melhor vinho é aquele que mais nos agrada” (Miguel Brascó)

 

Para quem não o conhece, Miguel Brascó foi um dos mais famosos críticos de vinhos da Argentina. Suas citações, algumas muito cáusticas, fizeram história e são usadas até hoje (faleceu em 2014). A que está no título é uma das minhas preferidas.
 
“A los bebedores del buen vino argentino, les recomiendo
que se dejen guiar sólo por lo que les va gustando,
no por el blablá de los bobetas de la fashion” …
Pode parecer meio óbvia, mas esconde uma série de verdades sobre a mais nobre das bebidas. O principal ponto a ser discutido é como encontrar este mítico vinho que nos agrada.
 
A primeira dificuldade é que não gostamos das mesmas coisas, o que nos remete a outro velho ditado “o que seria do azul se todos gostassem do amarelo?”.
 
Outro clichê que pode ser usado aqui afirma: “a variedade é o tempero da vida”.
 
O que, afinal, nos faz gostar de um determinado vinho e detestar outros?
 
Este é um caminho muito sinuoso, repleto de alternativas, sobre o qual devemos refletir muito. Uma observação fácil de fazer é comparar um mesmo vinho em diferentes situações: quando foi degustado sozinho num momento de meditação, com outra ocasião em que foi consumido na companhia de amigos e boa comida.
 
Serão duas experiências diametralmente opostas. Como explicar?
 
Seria por contas das características técnicas do vinho: aromas, sabores, complexidade, teor alcoólico, acidez; ou simplesmente porque o momento era o certo: a comida, o lugar, a conversa, o estado de espírito, tudo convergindo para que o vinho ficasse perfeito?
 
Compreendido este efeito, ficará fácil prestar mais atenção aos vinhos da mesma vinícola ou do mesmo enólogo e até mesmo aos vinhos que são elaborados com as mesmas uvas e técnicas de amadurecimento ou não.
Começamos um lento processo de apurar o nosso paladar, mas não é tarefa fácil.
 
O importante deixará de ser somente o lado técnico e passaremos a dar mais valor ao entorno do ato de abrir uma garrafa, a todas as variáveis que não estão ligadas ao vinho em si, mas ao ato de desfrutá-lo.
 
Com a prática vamos finalmente descobrir o que nos seduz nos vinhos, independente de quem o produz, de qual região ou das castas utilizadas. Cada garrafa terá sua própria forma de ser degustada, nos permitindo escolher, com segurança, qual o melhor vinho para determinada ocasião.
 
Esta é a razão da certeza de Brascó: “ O melhor vinho é aquele que mais nos agrada”
 
Dica da Semana: será este um vinho que nos agrada?
 
Masi Tupungato Malbec 2012
 
 
Um tinto denso, cheio de fruta e especiarias, com um envolvente toque de chocolate no final de boca e um sotaque tipicamente europeu.
É elaborado com a uva Malbec plantada no Vale de Uco, em vinhedos de altitude entre 950 e 1050m.
Um bom achado argentino, com delicioso apelo gastronômico e excelente relação qualidade/preço.
 
 
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