O leitor seria capaz de afirmar qual o vinho da última ceia?
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Um dos conhecimentos mais importantes é saber ler um rótulo. De acordo com as diferentes legislações dos países produtores, informações relevantes devem ser impressas de modo claro, permitindo ao consumidor saber o que vai adquirir.
1 – Região, neste caso Bordeaux: Apellation Bordeaux Contrôlée. Por favor, vamos lembrar-nos das aulas da Mme. Margaridá no colégio – Je m’apelle… Apellation significa Denominação.
Uma das tarefas básicas para se degustar um bom caldo é escolher bem as ampolas. Isto significa, no jargão do enófilo, que vamos às compras.
Enófilo? Não é outra coisa não?
Não confunda! Segundo um bom dicionário, enófilo é um adjetivo que caracteriza aquele que gosta de vinho ou que se dedica ao comércio ou assuntos vinícolas.
Esclarecido este ponto, vamos partir para o mercado em busca de um bom vinho. Para que esta aventura aconteça sem transtornos, algumas decisões devem ser tomadas.
A primeira é: para onde vamos? Loja especializada, delicatessen, supermercado, armazém ou bar da esquina?
Cada um destes comércios tem por objetivo atender a um determinado segmento da população, oferecendo diferentes opções. Não é preciso ser nenhum especialista para deduzir onde estão os produtos de melhor qualidade.
Isto nos leva às outras decisões: qual produto escolher e como assegurar que estão em boas condições de consumo?
Entre espumantes, brancos, rosés, ou tintos, de várias origens e várias faixas de preços, o que comprar?
Se o leitor ainda não possui uma base de conhecimento que lhe permita sair do dilema, é melhor pedir ajuda a quem sabe. Nas boas lojas há sempre um Sommelier ou Enófilo para orientar a compra. Os amigos, que já forem iniciados na arte de degustar, podem fornecer dicas importantíssimas.
Não se preocupe, por enquanto, com tipo de uvas, cortes, harmonização e outros detalhes, que serão importantes num próximo estágio. Peça uma sugestão para a pessoa que está lhe atendendo. Explique com clareza que você quer um vinho para aprender a degustar. Fixe uma faixa de preço. Aqui vale uma regra básica: quanto mais caro melhor (há controvérsias).
Se a sugestão estiver ao seu alcance, vá em frente e aproveite.
A seguir, alguns conselhos para ajudar na escolha.
1 – O estado da garrafa a ser adquirida traz informações que não devem ser ignoradas. Examine o nível de líquido. Qualquer espaço livre anormal entre a rolha e o líquido é sinal de vazamento. Compare com outras garrafas de mesmo formato. Especial atenção ao estado da cápsula e da rolha: deve estar tudo limpo, plano e sem ressaltos.
2 – Preste atenção ao modo como as garrafas estão armazenadas. Prefira as garrafas que estejam deitadas.
3 – No caso dos brancos, de garrafa transparente, cheque a cor do vinho. Uma coloração amarela, escura, pode indicar oxidação. Já se a cor for âmbar, não compre. Para os tintos, coloque a garrafa contra a luz e procure por turbidez e depósitos em excesso. Se houver, nada feito.
4 – Fique atento às safras, data declarada no rótulo de bons produtos. Tintos mais básicos, assim como os roses e grande parte dos brancos, devem ser consumidos jovens, em no máximo três a quatro anos.
5 – Se a opção for espumante, prefira os vinhos mais jovens. Espumantes safrados indicam uma qualidade melhor e são muito mais caros.
Para quem já está salivando, eis a dica da semana.
Um Malbec de bom corpo, com taninos doces. Vinho macio e envolvente. Boa acidez. No nariz é bem frutado. Um pouco picante em razão do álcool e da acidez, mas sem ser desequilibrado. Final longo, com prevalência do frutado sobre a madeira, aparecendo notas tostadas, dando elegância ao final de boca. Ótima relação qualidade x preço. Pronto pra beber.