Categoria: O mundo dos vinhos (Page 14 of 72)

Bordeaux ainda é referência?

Recentemente, um produtor inglês de espumantes, Chapel Down, promoveu, em Champagne, França, uma degustação comparativa entre o seu Brut e um conhecido similar francês.

O resultado foi surpreendente.

60% do público que passou pela prova, aprovou o vinho inglês, afirmando que seria mais fresco e agradável do que o francês. Não sabiam sua origem, sendo mostrado, apenas, o nome do espumante traduzido, literalmente, como Chapelle em Bas. Uma degustação “incógnita”.

Degustações, como esta, tem sido usadas, com bastante frequência, por produtores mundo afora, para demonstrar que seus vinhos são tão bons ou melhores que alguns dos ícones mais conhecidos. Uma delas, o Julgamento de Paris, foi um divisor de águas, demonstrando que o “novo mundo” poderia produzir vinhos de alta qualidade. Até hoje a escolha dos vinhos franceses que enfrentaram os californianos é questionada, mas a verdade é que o evento chamou a atenção dos consumidores para vinhos, até então, desconhecidos. O mundo do vinho não seria mais o mesmo.

Todos os tintos franceses eram de Bordeaux e os brancos da Bourgogne. Isso diz alguma coisa?

Muito!

A escolha foi baseada nas castas vinificadas na França e nos EUA. Cabernet Sauvignon, e Merlot são uvas bordalesas que foram plantadas na América para produzirem vinhos como os franceses. Nada mais que isto.

Vamos focar apenas em um estilo, o Corte Bordalês, que mistura em diferentes proporções, dependendo da região produtora, as seis uvas clássicas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot, Malbec e Carménère.

Qualquer vinícola que trabalhe com estas castas vai arriscar produzir a sua versão deste corte. Para um consumidor, é uma referência tipo “porto seguro”, algo como “se este produtor se arrisca a fazer este vinho, ele deve valer à pena”.

Livros, revistas especializadas, cursos para Sommelier ou para Enófilos, sempre tomam Bordeaux com uma referência, um “benchmark”, que é palavra da moda. Até nas conversas entre amigos, haverá alguma menção a estes tradicionais vinhos, seja por que alguém provou ou por ter comprado uma bela garrafa.

Os Bordeaux se tornaram vinhos para colecionadores por conta de preços exorbitantes, mas há bons rótulos com preços competitivos, inclusive de alguns dos famosos Châteaux, que por razões financeiras, passaram a comercializar o chamado “segundo vinho”.

Os vinhos da maior região produtora da França nunca deixarão de ser “a referência”, embora já existam, fora de lá, produtores que, inegavelmente, estão com qualidade superior: Rioja, Douro, Piemonte, Toscana, Veneto, Puglia, California, Oregon, Mendoza, Salta, Patagonia, Chile e seus múltiplos vales e outros. A lista é longa.

Recentemente, países que estavam sob regimes políticos totalitários e recuperaram sua autonomia, estão apresentando vinhos que, de certa forma, nunca soubemos que existiam. E são maravilhosos!

Assim como o espumante inglês que se destacou no coração de Champagne, ou os Cabernet da Califórnia que derrotaram os franceses, qualquer outro produtor que tiver matéria prima de boa qualidade e conhecimento para vinificar uma obra de arte, pode superar qualquer outro vinho famoso. Exemplos não faltam.

O que somos capazes de apostar é que será um corte ao estilo bordalês, se for um tinto.

Referência é isso …

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Foto de abertura por Jean-Luc Benazet no Unsplash

Chapelle en Bas obtida em Opulence

No Dia dos Namorados, quem escolhe o vinho?

Que tal aproveitar esta simpática data para fazer algo bem diferente? E não importa quem seja o expert em vinhos, que deseja fazer bonito para a sua mais que especial companhia.

Esposas ou maridos, namorados e namoradas e até aquele ou aquela paquera que aceitou o convite para passarem a data juntos. O vinho tem que estar presente. O ambiente pode variar, passando do doméstico até um sofisticado restaurante.

O que estamos propondo é uma divertida inversão dos papéis: se é o cavalheiro quem sempre decidiu o que degustar, deixe a dama conduzir o processo e vice-versa. Obviamente que tudo será feito com alguma orientação.

O cenário ideal para iniciar a brincadeira é quando nos oferecem a carta de vinhos. Sutilmente, indique quem está do outro lado da mesa, fazendo, discretamente, sugestões sobre quais tipos de vinhos melhor se adequam ao que vão consumir. Para quem nunca abriu uma carta de vinhos, pode ser complicado fazer esta escolha, mas, não é difícil. Os vinhos estão agrupados por tipos: Espumantes, Brancos, Rosados, Tintos e de sobremesa. Dentro de cada subdivisão, estarão organizados pelos países produtores e por preços.

Uma boa carta sempre apresenta uma breve descrição do vinho, mencionando as castas e safras. Se você é quem mais conhece sobre vinhos, faça comentários como “uma boa opção é um Cabernet, ou um Malbec”.

Combinem um limite de preço para evitar surpresas no final. Se isto for um ponto muito sensível, selecione um ou dois vinhos, dentro do seu orçamento, e comente: “estou entre estas opções, que tal você escolher?”, e passe a carta.

Esta mesma ideia pode ser aproveitada se a opção for por uma comemoração em casa: disponha algumas das garrafas possíveis e peça que a outra parte faça a escolha.

A parte mais interessante começa quando o vinho chegar à mesa.

A nossa proposta é que seja feito o ritual completo: o Sommelier apresenta a garrafa e quem escolheu vai conferir o rótulo e a safra, fazendo um pequeno sinal de aprovação.

O passo seguinte é examinar a rolha.

Se quem está com você nunca passou por isto, cabe explicar que se deve procurar por defeitos na rolha, como manchas, mofo e se ela está íntegra. Quanto aos aromas, o que se procura são os cheiros ruins, que não deveriam estar ali. Um detalhezinho quase sempre despercebido pelos leigos: cheira-se o corpo da rolha e não o topo que ficou em contato como vinho…

A última parte deste rito é a prova.

Mais uma vez, o especialista pode e deve intervir, orientando sobre como proceder: sentir os primeiros aromas, agitar levemente a taça, sentir os aromas novamente e provar.

Após este primeiro gole, é momento para comentar sobre taninos, acidez, corpo e teor alcoólico. Quase sempre é a parte mais complexa e sujeita a opiniões engraçadas. Relaxem e aproveitem para trocar mais informações.

Se tudo estiver dentro do esperado, é a hora de servir, brindar e dar parabéns pela escolha feita.

Tem tudo para ser um grande encontro.

Saúde e bons vinhos.

CRÉDITOS

Imagem de Norbert Gaßner por Pixabay

Gotas Divinas

“Gotas Divinas” é o título de uma série televisiva, apresentada pelo canal, por assinatura, Apple TV +.

Muito interessante para os que apreciam um bom vinho. O enredo gira em torno de dois personagens que precisam passar por um duríssimo teste, às cegas, usando apenas seus conhecimentos, olfato e paladar, para identificar três vinhos raríssimos.

Não vamos contar todo o desenrolar, mas, num particular momento, a dúvida de um dos participantes do teste recai sobre dois vinhos icônicos: o espanhol Vega Sicilia Único e o francês Château Cheval Blanc.

Ao consultar um dos seus mentores para ajudar a identificar corretamente o tal vinho, ocorre um diálogo que chamou a nossa atenção e nos fez escrever esta coluna:

Diz o mentor: “ambos são elaborados com as mesmas variedades de uvas. A diferença está no método de envelhecimento. Enquanto o Vega Siclia usa barris de carvalho antigos, o Cheval Blanc usas barricas novas”

Ou os roteiristas fizeram uma tremenda bobeada ou apelaram para a “licença poética”, tudo em nome do “o show não pode parar”.

Considerado como o melhor vinho espanhol, o Vega Sicilia Único é vinificado a partir das castas Tempranillo (Tinto Fino) e Cabernet Sauvignon. As proporções do corte podem variar a cada safra, mas giram em torno de 90% para a primeira e 10% para a outra.

Com relação ao amadurecimento, o Único é reconhecido como um dos vinhos que demanda mais tempo para “ficar pronto”, são 10 anos. Pelo menos seis  são em madeira, de diferentes origens, barricas novas e usadas, em volumes que podem variar de 225 até 20.000l. Cada estágio será decidido com base na safra e na evolução do vinho. Depois de engarrafado, um mínimo de 4 anos de espera antes de ser comercializado.

O classudo bordalês Château Cheval Blanc, produzido em Saint Emilion, é elaborado a partir das castas Cabernet Franc, Merlot e, eventualmente, uma pequena parcela de Cabernet Sauvignon. Tudo vai depender da safra.

Tipicamente, qualquer das duas castas principais podem dominar o corte. Isto significa que não há uma predominância, definitiva, entre a Merlot e a Cabernet Franc. O Cabernet Sauvignon será, sempre, um coadjuvante.

Quanto ao período de amadurecimento, é bem mais curto do que a do vinho espanhol, podendo variar entre 14 e 18 meses, em barricas novas de carvalho.

Deixando tudo bem explicado, estes dois vinhos não são feitos com “as mesmas variedades de uvas”. Em comum, apenas, a Cabernet Sauvignon. Dependendo das proporções de cada corte, em determinadas safras, é possível que haja algumas notas aromáticas e de paladar que se assemelhem, mas é algo como “um em um milhão”.

Além disto, o Vega Sicilia é amadurecido numa grande variedade de barris de carvalho e não somente em “barricas usadas”. Só a informação sobre a forma de envelhecer do Cheval foi mais precisa.

São dois vinhos espetaculares e caríssimos. Por este motivo, quase sempre aparecem em cenas de filmes em que a ideia de riqueza e alto luxo é apresentada. Na série em questão, uma curiosa disputa entre os dois personagens, cheia de nuances, os dois vinhos se encaixam perfeitamente na trama.

Pena a informação pouco precisa que passam para os “leigos”.

Mas nós estamos aqui para corrigir tudo.

Saúde e bons vinhos!

Para quem gosta de navegar pela Internet:

Vega Sicilia – https://www.temposvegasicilia.com/es/presentacion

Château Cheval Blanc – https://www.chateau-cheval-blanc.com/en/

Vamos melhorar o nosso paladar?

Desenvolver o nosso paladar a ponto de conseguir identificar as diferentes castas, por seus aromas e sabores, é uma das metas mais prazerosas e difíceis de se conquistar. Não existem atalhos, mas com boa dedicação e um pouco de organização, é possível chegar lá de uma maneira didática e divertida.

Ficaram curiosos?

O caminho mais seguro e eficiente é através de degustações comparativas. Existem alguns estilos destas provas, por exemplo, quando participamos de um evento de vinhos aberto ao público. Várias vinícolas ou seus distribuidores são reunidos, num mesmo espaço, onde podemos degustar uma enorme variedade de vinhos. Temos a oportunidade de experimentar e comparar, castas, métodos de elaboração, origens, estilos e muito mais.

Se não formos muito objetivos, seremos envolvidos pelo excesso de ofertas, perdendo-se o efeito da comparação. O ideal é organizar estas degustações em “ponto pequeno”, com alguns amigos e, se possível, com alguém mais experiente para tirar dúvidas. O truque é começar comparando uma ou duas castas de cada vez. Escolham as clássicas incialmente, só acrescentado as menos conhecidas à medida que vamos nos sentindo mais seguros.

Um ótimo ponto de partida seria comparar a uvas tintas Cabernet Sauvignon e Merlot e, em um flight separado, as brancas Chardonnay e Sauvignon Blanc.

Para quem não sabe, a palavra “flight”, literalmente “voo” em inglês, é o nome que se dá, no nosso meio, ao conjunto de taças, com vinho, para serem provados em sequência, como na foto que ilustra este texto.

A escolha dos vinhos que serão testados é muito importante. Não se trata, apenas, de pegar duas garrafas quaisquer, abrir e servir. O sucesso por trás desta simpática forma de aprender depende de escolhas acertadas.

Aqui vão algumas sugestões:

Cabernet Sauvignon e Merlot chilenos. Ambas as castas são muito bem vinificadas naquele país, com destaque para a primeira, cujos vinhos são considerados como um dos melhores do mundo. Procurem comprar de uma mesma vinícola e dentro de uma mesma linha, por exemplo “Reserva”.

No Cabernet, procurem identificar os aromas e sabores que nos remetem a frutas vermelhas muito maduras: cereja, groselha, amora. Se o vinho passou por madeira, vamos encontrar, também: pimenta do reino, tabaco, baunilha e alcaçuz. Devem ser encorpados, com taninos presentes, mas suaves, e boa acidez.

No Merlot, a grande característica é a sua suavidade quando comparada com a Cabernet. Tem quase o mesmo perfil de aromas e sabores, acrescentando amora madura e ameixa preta ao leque anterior. Ao passar por madeira, vamos encontrar, café, chocolate, louro e pirazinas, mais conhecidas como “o gosto do pimentão”.

Algumas variações desta prova são bem interessantes e podem ser usadas: comparar vinhos de países de clima frio com os de clima mais tropical. Tentem descobrir as diferenças.

Entre as brancas, um bom começo seria comparar dois vinhos argentinos. Procurem por vinícolas menores, com pequenas produções. Alguns Chardonnay de lá estão no nível dos famosos californianos.

As principais características a serem identificadas são:

Chardonnay – maçã verde, frutas cítricas, pera, pêssegos, mel e notas florais. Se passou por madeira vamos encontrar aromas e sabores láticos, temperos e defumados leves. O corpo é de leve a médio, mas será notada uma certa “crocância”. Tem muita personalidade.

Sauvignon Blanc – ervas selvagens, notas cítricas, de abacaxi e de maracujá. Muito mineral, corpo leve, alta acidez e longa permanência.

Uma variação muito instrutiva seria fazer, simultaneamente, esta mesma prova com dois vinhos chilenos e explorar as diferenças.

Uma vez dominadas estas quatro castas, é hora de ampliar os nossos horizontes. Aqui vão mais sugestões:

Syrah: australiano, francês, norte americano, sul africano e brasileiro;

Tempranillo: Espanha, Portugal (Aragonês ou Tinta Roriz) Chile e Argentina;

Pinot Noir: francês, chileno e norte-americano;

Alvarinho: Espanha (Albariño), Portugal e Uruguai;

Riesling: alemão, austríaco e alsaciano (França);

Pinot Grigio: Itália, França (Pinot Gris).

Para acompanhar, nada de exageros: pão e água seria o ideal. Procurem por alimentos com sabor neutro e que não conflitem com o que está sendo degustado. A ideia é manter o paladar limpo e sem influências externas.

No início, as degustações serão abertas. Deixe as degustações cegas para um estágio mais avançado.

Para encontrar as características mais marcantes de cada uva, consulte um bom livro sobre vinhos ou pesquise em sites confiáveis.

Sobretudo, divirtam-se.

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Imagem por Freepik

Cortes pouco comuns

Considerados como os vinhos mais famosos, os Bordeaux, são elaborados dentro de rígidas regras. Em tese, só podem ser utilizadas 6 tipos de uvas viníferas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot, Carménère e Malbec. Cada uma é vinificada separadamente e misturada posteriormente. Esta operação é conhecida como “corte”, “blend” ou “assemblage”.

Na sua grande maioria, Cabernet Sauvignon e Merlot dominam as vinificações nos diversos produtores ao longo do rio Garrone. A primeira casta é a preferida pelos que estão na margem esquerda, enquanto a segunda, é a mais utilizada pelos Châteaux da margem direita. São vinhos clássicos e referências para quaisquer outros vinhateiros. O corte bordalês é sempre uma garantia de que há algo bom naquela garrafa.

Ao decidir por misturar diferentes vinificações para elaborar um vinho, o Enólogo busca melhorar a qualidade de seu produto. Se o vinho não está com a cor desejada, acrescenta-se um pouco de vinho de uma casta “tintureira”. Se os taninos não estão no padrão desejado, acrescenta-se um pouco de vinho de uma casta tânica. Esta é a ideia básica.

Existem outras misturas, digamos, mais complexas, como a do conhecido Châteauneuf-du-Pape, onde até 14 castas diferentes podem ser usadas, inclusive algumas brancas. Da mesma região, outra sigla tem fama e alcance mundial, o corte “GSM”, onde se misturam vinhos elaborados com Grenache, Syrah e Mourvèdre, uvas típicas da região do Rio Ródano.

Todos são considerados como “cortes clássicos” e esta fórmula é copiada por produtores de diversos países. Existem outros tipos de corte, pouco usuais, que produzem bons resultados.

Um deles é o que mistura diferentes safras, seja de uma mesma varietal ou de castas diferentes.

O Champagne, salvo indicação no rótulo, sempre é um corte de diversas safras. Cabe ao Enólogo decidir quais vinhos base vai usar para criar uma das bebidas mais conhecidas e apreciadas.

O Vinho do Porto, a grande joia do comércio de vinhos de Portugal, também é elaborado com diferentes safras, algumas bem antigas. O resultado é espetacular.

No Brasil, já provamos dois ótimos vinhos elaborados com esta técnica, o Inominable, da vinícola Villagio Grando, de Santa Catarina e o Pedro, da vinícola Zanella, do Rio Grande do Sul.

A característica comum a estes vinhos é que são comercializados sem a indicação da safra, ou “não safrados”. Para saber como foram elaborados, é preciso consultar o contrarrótulo ou a ficha técnica.

Um processo, muito antigo, que está voltando a ser empregado com muito sucesso, inclusive pelos produtores que preferem o caminho da “mínima intervenção”, é a “co-fermentação”. Ao contrário dos cortes tradicionais, onde cada uva é fermentada separadamente para, depois, ser misturada, esta outra forma de vinificar, opta por trabalhar todas as uvas, simultaneamente, em um mesmo tanque de fermentação.

Um dos grandes problemas deste tipo de elaboração está no ponto de maturação de cada casta. Se eles são parecidos, fica tudo mais fácil. Caso contrário, Enólogos e Agrônomos precisam conhecer profundamente os seus vinhedos para obterem o melhor resultado desta combinação de diferentes uvas. O resultado não permite correções posteriores.

Para finalizar este tema de cortes diferentes, não podemos deixar de mencionar os “field blends”, comuns em Portugal, Douro, e em alguns outros países: os vinhedos são compostos por diferentes espécies, que são colhidas e vinificadas juntas. Muito semelhante à técnica de co-fermentação, exige profundo conhecimento dos vinhateiros para que o produto, ao final, seja excelente.

Parece que descobrimos um dos segredinhos dos ótimos vinhos portugueses. Será?

Saúde e bons vinhos!

CRÉDITOS:

Foto de Evie Fjord na Unsplash

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