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Vencendo Preconceitos

Os leitores já estão imaginando que o escriba aqui enlouqueceu. Mas podem acreditar, bebedores de vinho são preconceituosos e alguns, supersticiosos. A propósito, há uma corrente entre os produtores de vinho, chamada biodinâmica, que está muito próxima disto.
Um dos preconceitos mais antigos é aquele que afirma: vinho é francês.
Em 24 de maio de 1976, na cidade de Paris, foi feita uma degustação, às cegas, comparando os mais famosos vinhos franceses com desconhecidos similares norte-americanos. Os nove juízes participantes eram de renome internacional. O resultado? As melhores notas foram dadas aos vinhos da Califórnia, brancos e tintos. Nunca mais os famosos vinhos da França seriam os mesmos, e o preconceito ou mito foi arrasado. Este episódio ficou conhecido como O Julgamento de Paris.
Outro alvo de atitudes preconceituosas são os vinhos brancos e os rosés. Há quem afirme, com muita segurança, que vinho branco não é vinho. Impressionante alguém acreditar nisto. Se encontrarem uma pessoa com estas ideias, fujam. Ela é uma fraude e não entende patavinas do assunto. Se há um vinho que se destaca e pode ser considerado como sofisticado e requintado, é o Champanhe. Não há nada igual no mundo da enologia. E o que é um Champanhe? Um vinho branco! E tem mais: alguns brancos tranquilos são únicos e chegam a ser mais famosos – e mais caros – do que os tintos.
O vinho rosé sofre do eterno preconceito de ser uma mistura de vinho branco com tinto. Há quem torça o nariz só de olhar para uma garrafa. E são sempre bonitas!
Alguns maus produtores vão obtê-lo a partir deste método (corte), mas os bons rosados são feitos a partir de uvas tintas de qualidade, diminuindo-se o tempo de contato das cascas durante a fase de maceração. A origem do problema está no seu esquecimento. Ninguém os produzia, sendo Portugal e França duas raras e boas exceções. Este vinho recentemente foi redescoberto e grandes vinícolas do novo mundo têm apresentado ótimos produtos. Querem se livrar de mais este preconceito? Experimentem! Bebe-se bem gelado, como um branco. Vão querer repetir!
A cisma da moda é com relação ao fechamento das garrafas, as famosas rolhas. Já existem as de material plástico, de vidro e até mesmo alguns métodos de fechamento bem curiosos como usar uma tampinha de refrigerante para selar espumantes. Mas a discussão toda gira em torno das tampas de rosca. Como podem imaginar, isto é para vinho barato. Digam isto para um produtor Neozelandês…
A origem desta implicância está na produção de cortiça, uma indústria 100% artesanal, dominada por Portugal que controla 50% da produção mundial. Por ser um produto de origem vegetal, com um ciclo longo de produção – cada Sobreiro produz uma camada que pode ser removida a cada 10 anos – é um dos segmentos mais vigiados com relação à proteção do meio ambiente o que apesar de louvável, implica em diminuição da produção e aumento de custos.
Para alguns produtores, notadamente Austrália, Nova Zelândia e África do Sul, o custo da rolha tradicional se tornou proibitivo. Centros de pesquisas internacionais e universidades ligadas ao mundo do vinho começam a buscar alternativas e a tampa rosqueada, de alumínio, aparece como a melhor opção. E aí começou guerra. Argumentos são fortes em ambos os lados. Vamos resumi-los:
– evita que vinho fique bouchonée (com gosto de rolha);
– desaparecem os problemas com fungos e de oxidação por má vedação;
– dentro de certos parâmetros e apesar da perfeita vedação, o vinho pode envelhecer corretamente (é necessário alterar o processo de vinificação);
– perde-se o ritual de sacar a rolha, que tem o seu charme;
– se o processo de vinificação não for bem cuidado, podem aparecer aromas de sulfitos e outros indesejáveis, por falta da micro oxigenação, proporcionada pela rolha de cortiça.
Mas, está mudança é inevitável: dentro de 20 ou 30 anos a rosca será a regra. Só vinhos muito especiais ($$$) serão vedados com rolha.

A dica da semana é para detonar todo e qualquer preconceito:

Montes Cherub Rose – 2009
Produtor: Montes Alpha – Chile
Uva: Shiraz/Syrah
Muito fino e elegante, o Cherub é o primeiro rosado de altíssima qualidade na América do Sul e, por seu alto nível, estaria mais próximo da consagrada linha Montes Alpha. O Cherub não é elaborado a partir de sangria de vinhos tintos, mas de ótimas uvas Syrah especialmente cultivadas para sua produção. É elegante e classudo, com bastante frescor e um longo e complexo retrogosto. Tampa de rosca. RP – 88 pontos
Colaborou: Jose Paulo Gils
Saúde !

Organizando uma Confraria


Junte os amigos, arraste os móveis, aumente o volume que a festa vai começar!

Mesmo com a ajuda do Google, não consegui descobrir quem usava este bordão. Acho que era de um show de rádio há muito tempo atrás.
Parafraseando o fabuloso Chacrinha – “tudo se copia” – não seremos nem um pouco originais adaptando o refrão aí em cima para explicar o que vai acontecer na coluna de hoje:
Junte os amigos, arrume a mesa e vamos beber um bom vinho.
Uma confraria é exatamente isto. Uma reunião para degustar as nossas descobertas, sem muitas regras, mas com algumas obrigações importantes. A primeira, e a mais importante de todas, é que a confraria, uma vez formada, se reúna regularmente e, a cada encontro, antes que todos tenham começado a provar as delícias do dia, deve-se agendar logo a próxima reunião. Caso contrário, a coisa desanda e fica sem graça.
Não pensem que, apesar de ser uma boa ideia, é fácil manter uma regularidade e o interesse dos confrades. Temos que ser criativos. Vamos examinar alguns pontos para que a empreitada tenha sucesso.
1 – O número de participantes é de suma importância e definirá o número de garrafas que serão apresentadas. Tecnicamente, 1 garrafa atenderia até 4 pessoas, servindo 2 taças de cerca de 100 ml. Numa prova de vinho, diminuindo sensivelmente a quantidade servida, é possível esticar até 8 ou 9 pessoas. Mas vamos apenas provar o vinho em vez de degustar. Procurem equilibrar o que cada um deve trazer. Tenham em mente que se a confraria crescer muito haverá outras implicações como necessidade de maior espaço, mais taças, etc.;
2 – Criar temas ou desafios para as reuniões é um caminho interessante. Eis algumas sugestões:
– escolham vinhos de determinadas regiões para serem comparados;
– fixem um limite de preço por garrafa e desafiem para saber quem fez a melhor compra;
– harmonizem comidas com vinhos de determinados país.
Enfim, as possibilidades são ilimitadas, o que não impede de se fazer a reunião em torno de um jogo de futebol, vôlei, basquete, corrida de moto ou F 1. O importante é tomar o vinho.
3 – o assunto $$ é sempre delicado e deve ser tratado abertamente. Dois caminhos funcionam muito bem: dividir a despesa, principalmente a do vinho; ou, a cada reunião, um confrade paga a conta;
4 – uma variação muito interessante é encarregar a um dos confrades uma pesquisa sobre o que vai ser bebido e, se for o caso, servido num jantar. Podem surgir histórias muito bacanas que vão gerar animados papos.
5 – ousem! 
– façam degustações às cegas: escondam os rótulos que serão bebidos e tentem descobrir o que é; 
– tentem uma degustação vertical: o mesmo vinho em diferentes safras; 
– ou façam uma horizontal:mesma uva, mesma safra, diferentes produtores;
Algumas confrarias, como a que frequentam três colunistas do Boletim, são simples e diretas, reunindo-se 1 vez por mês, em geral num restaurante, com a desculpa de comemorar os aniversários, mesmo que não haja nenhum… As únicas regras são: tragam a sua garrafa e dividam a despesa do aniversariante. Casualmente tem sido feitas algumas degustações às cegas, o que se provou ser muito divertido e difícil de acertar.
Outra confraria, da qual este escriba tem acesso, é bem mais sofisticada. As reuniões são mensais, sempre na casa de um confrade, que oferece o jantar e os vinhos. Há um limite mínimo no preço da bebida – neste caso específico US$ 100.00 – e cada encontro é temático e harmonizado. O anfitrião deve fazer uma breve exposição sobre que selecionou (ficha do vinho) e a respectiva harmonização.
Por fim, façam disto um prazer e não uma obrigação. Algo que todos desejam que aconteça novamente. Um bom nome para a confraria é um fator aglutinante. 

Dica da Semana:

Chapel Red 2009
Produtor: Robertson Winery / África do Sul
Uva: Merlot
Graduação Alcoólica: 14%
Saboroso tinto sul-africano de excelente relação qualidade/preço. Mostra cativantes aromas herbáceos e de frutas maduras. No palato é macio e envolvente, com ótimo equilíbrio.

A propósito


Na última 6ª feira, na revista Rio Show, encartada no jornal O Globo, do Rio de Janeiro, a craque Deise Novakoski publicou uma interessante matéria em sua coluna ‘Três Doses Acima’. Sommelier respeitada e uma das primeiras bar woman, fala com muita propriedade sobre os efeitos do marketing nos rótulos da nossa bebida predileta.

“A grande maioria dos rótulos de vinhos parece feita para enlouquecer o consumidor. O que deveria ser um canal de comunicação entre nós e os produtores muitas vezes mais parece um recado mal anotado, uma sopa de letrinhas que nos induz a acreditar naquilo que não existe”.

Um dos exemplos clássicos citados por Deise é a confusão, propositadamente criada, quando se empregam, de forma indiscriminada, os termos Reserva e Reservado. Para o comprador leigo e desavisado, este seria um vinho de melhor qualidade e os termos se equivalem.
Ledo engano!
O vinho virou um produto de marketing, muito bem trabalhado. O negócio é vender, de preferência com preços altos, algumas vezes, exorbitantes. Já que a legislação é omissa ou inexistente, vamos aproveitar…
Só que não podemos generalizar. Volto a citar a matéria em tela:

“Inspirados pelas mesma fonte que, um dia, por questões culturais e de colonização, os fizeram usar tais classificações, produtores argentinos e chilenos estão solicitando uma legislação para o uso de tais palavras nos rótulos, baseada nos moldes da lei que classifica os vinhos em regiões como Rioja e Ribeira del Duero, na Espanha”.

O que tem de tão especial nesta legislação? É aqui que a coisa fica interessante. Estes vinhos são classificados segundo a qualidade das uvas e pelo tempo de amadurecimento em barris de madeira. Existem 3 categorias, que são alinhavadas a seguir:
Crianza – um vinho que passa pelo menos 2 anos nos barris. Deve ser um vinho leve, fácil de beber;
Reserva – mínimo de 3 anos barricado, mais encorpado, concentrado, ‘jugoso’ como eles gostam de falar;
Gran Reserva – no mínimo 5 anos de envelhecimento em barricas e, mesmo assim, só recebe a denominação caso a safra toda daquele ano tenha sido considerada excepcional. Tem que ser um produto de excelente qualidade, requintado.
Simples e direto, com o propósito de esclarecer o consumidor e não confundi-lo. Muito diferente dos rótulos que encontramos por aqui, que além das expressões já citados, são acompanhadas por denominações como, Premium, Reserva Varietal, Gran Cuvèe e quejandos. No máximo indicam (com muita boa vontade) um maior teor alcóolico. Mas o precinho…
Então não caiam neste novo conto do vinho ao montar sua adega. Invistam em produtos que sabidamente são de boa qualidade, optem por denominações tipo DOC ou IGT. 
Caso tenham encontrado um vinho do qual gostem e tem boa relação custo x benefício, mesmo que receba uma destas denominações duvidosas, contem para a gente.
Em tempo: a denominação Reserva é a habitual para vinhos superiores aos não denominados. Reservado é jogada de marketing… 

Dica da semana:

Infinitus Cabernet Sauvignon /Tempranillo 2007

Produtor: Martínez Bujanda, Espanha
Região: Castilla y León
Uva: Cabernet Sauvignon, Tempranillo
Graduação Alcoólica:14%
Saboroso tinto produzido por Cosecheros y Criadores, dos mesmos proprietários das Bodegas Martínez Bujanda. O Infinitus é afinado em barricas de carvalho americano, resultando em um vinho macio e envolvente, de ótima relação qualidade/preço, perfeito para o dia a dia.

Montando uma adega

Todo enófilo que se preze tem entre seus objetivos a montagem de uma adega. Não importa o tamanho, o importante é ter, ao alcance da mão, os vinhos que mais aprecia. Se levarmos em conta que uma adega clássica é composta por representantes dos brancos, rosés, tintos, além dos fortificados, doces, espumantes e outras coisinhas, o número de garrafas pode chegar a uma centena.
Este volume, mesmo para um apaixonado por vinhos, pode ser um investimento considerável, sem falar no espaço e climatização necessária. Mas é perfeitamente viável criar uma adega básica, que vai atender principalmente ao nosso paladar. 
O que vamos adegar então? 
Os vinhos que conhecemos e nos dão prazer! 
Apresentaremos, a seguir, uma pequena lista com sugestões para organizar uma adega básica. Não vamos indicar nenhum vinho especificamente, mas somente os tipos de vinhos. 
Espumantes – para uma adega tradicional seria imprescindível um bom Champagne (francês). Nos dias de hoje, dando um caráter contemporâneo a esta coleção, prefiram os Proseccos, são como curingas do baralho ou os espumantes nacionais, fazem bonito em qualquer lugar do mundo (deixe para comprar o Champagne numa ocasião muito especial…). 
Brancos – Chardonnay e Sauvignon Blanc são obrigatórios, seja no perfil clássico ou no contemporâneo. Se o caixa permitir, aposte em mais um varietal. O Torrontés argentino é a bola da vez. Pinot Grigio e Viognier são outras boas escolhas. Para uma linha mais clássica, aposte nos Rieslings e Gerwurztraminers.
Tintos – Estes devem ser a maioria. Tenham, sempre, uma garrafa de um vinho tipo Bordeaux. Pode, perfeitamente, vir da Argentina ou do Chile, escolhas com boa relação custo x benefício. As coleções de tintos atuais trilham o caminho das varietais. Escolham as suas prediletas entre Malbec, Syrah, Merlot, Cabernet Sauvignon, Touriga Nacional, Tempranillo, Sangiovese, etc. 
Um luxo que vale a pena e justifica a existência da adega é adquirir alguns vinhos de guarda. Apostem nos vinhos do velho mundo. Vinhos de 1ª linha, sul-americanos, também se prestam a desempenhar este papel. Para não errar, peçam ajuda na hora de comprar. Nem todo vinho pode ser guardado por longos períodos. 
Fortificados e de Sobremesa – Um bom Porto é essencial, tinto ou branco. Os vinhos de sobremesa, chamados de colheita tardia (late harvest) estão muito comuns hoje em dia, mas raramente são abertos e consumidos. Pensem duas vezes antes de incluir um no estoque. 
Outras sugestões:
– Um Rosé pode ser muito útil naquele momento de indecisão; 
– Para dar um toque bem interessante, acrescente um dos destilados de vinho –  Conhaque, Bagaceira, Grappa, ou assemelhados. Na hora certa, tornam-se coadjuvantes importantes numa boa refeição, mas só para os que vivem em climas frios… 
Onde e como guardar?
Poderíamos chamar este parágrafo de “Protegendo seu Investimento”. Brincando, brincando, o nosso kit básico pode chegar a algo entre 10 a 20 garrafas, dependendo da disposição de gastar de cada um. Aliás, não comprem tudo de uma vez e reponham sempre que consumirem. 
O lugar ideal de guarda deve ser um local seco, arejado e fresco. Em hipótese nenhuma pode pegar sol. As garrafas devem ficar deitadas, molhando a rolha.
Existe uma infinidade de móveis projetados para este fim, o mais comum é na forma de uma treliça onde em cada nicho fica uma garrafa. Se existirem crianças em casa, optem por uma solução com porta ou de difícil acesso. Muito comum hoje são as adegas climatizadas, oferecidas em diversas capacidades. Práticas, mas um luxo nem sempre necessário, além de caras. Exigem o mesmo cuidado como o de uma geladeira comum. Uma alternativa, para aqueles que optarem por este tipo de solução é adaptar um refrigerador velho. Pode ficar muito charmoso e mais em conta.
 
Dica da Semana: Para começar a coleção, um vinho que pode ser tomado hoje ou guardado por até 5 anos.

Casa Lapostolle – Cabernet Sauvignon 2009 – Chile 
Um vinho que já foi eleito simplesmente como o Melhor Best Buy do Ano no mundo todo para a revista Wine Enthusiast, ele é intenso e pleno, um Cabernet com toda a força. Traz uma maturidade e uma qualidade raramente alcançada por outros na mesma faixa de preços, diz a revista. 
Harmonização sugerida – Carnes grelhadas e cordeiros. 
Wine Spectator: 87 pontos (06) 
Wine Enthusiast: 88 pontos (06) 
Best Buy Wine Spectator: 86 (07)

A foto a seguir mostra um pedacinho da adega do Boletim, onde testamos os vinhos da semana. 

Saúde!

Harmonia! Harmonia! – Final

As Combinações Clássicas

Algumas são mais que conhecidas. Nem por isto podem ser consideradas como definitivas. Haverá, sempre, uma nova harmonização a ser descoberta. Então, experimente!

Peixes e Frutos do Mar:

Ostras e Mariscos – Espumante Brut, preferencialmente Champanhe ou um bom Chablis;

Peixes crus,  ou grelhados-

ou com molho suave – brancos jovens frutados, o Sauvignon Blanc e o Chardonnay reinam aqui. Espumante pode ser uma opção interessante;

com molhos pesados – branco maduro, tinto jovem, rosé;

Anchova, Atum, Salmão, Sardinha e peixes levemente defumados – tintos jovens de corpo médio, brancos madeirados ou barricados, rosés com boa estrutura;

Bacalhau (***) – bom branco envelhecido em carvalho, Chardonnay preferencialmente, ou um tinto jovem, de corpo médio. Há ainda uma opção muito sofisticada – Pinot Noir da região de Alto Ádige, Itália.

Carnes Brancas (aves):

Aves Grelhados ou Assado –

com molho suave – espumantes, brancos estruturados ou maduros, tintos jovens;

com molhos pesados – tintos maduros de corpo médios a encorpados;

 Pato, Marreco, aves de caça – tintos maduros de corpo médio a encorpados;

 Arroz de Pato – Pinot da Borgonha;

 Peru – tinto leve a médio ou branco maduro.

 Carnes Vermelhas:

 Grelhados ou Assados

molho suave – espumantes, tintos jovens;

 molhos pesados, caças – tintos encorpados;

 Churrasco – Malbec, Tempranillo, Tannat, Cabernet Sauvignon – quanto mais gorda a carne, mais tanino no vinho;

 Massas:

Em molhos leves ou brancos – espumantes, brancos de boa qualidade, tintos leves e jovens;

Em molhos vermelhos ou condimentados – tintos maduros e encorpados, alguns espumantes. Destacam-se os vinhos italianos como o Chianti, o Barolo ou Nebbiolo;

Alho e Óleo – Prefira um vinho mais leve.

Queijos (muitos leitores vão se surpreender aqui):

Minas Frescal, Ricota, Requeijão, Mozzarela – vinhos leves e jovens, brancos ou tintos;

Brie, Camembert e assemelhados – branco maduro (Chardonnay), tintos;

Emmental, Gouda, Reino, Prato, Saint-Paulin, Tilsit, Port-Salut – tintos maduros e encorpados;

Provolone – branco maduro, tinto de corpo médio;

Roquefort, Gorgonzola e assemelhados – tintos maduros, brancos doces de qualidade, fortificados;

Parmesão, Pecorino – tintos maduros, fortificados.

Patés – brancos doces de qualidade, fortificados doces.

(***) Bacalhau: aqui cabe uma historinha – tradicionalmente este prato era acompanhado por um tinto de Portugal. Existe uma razão; não se faziam bons brancos por lá até algum tempo atrás. Hoje esta regra foi abandonada.

Curiosidade – espumantes, de boa qualidade, combinam com todos estes queijos ou patés.

As Incompatibilidades:

– temperos fortes como curry, azeite de dendê, molho de soja, wasabi;

– alcachofra, aspargos, couve, repolhos etc;

– ovo de galinha, codorna ou pato; vinagre, frutas cítricas como limão, grapefruit (toranja) e similares.

– chocolate – aqui a controvérsia é grande. Há quem afirme que não combina com nenhum vinho. Alguns enogastrônomos harmonizam com Vinho do Porto ou um vinho doce francês chamado Banyuls.

Dentro da estratégia de contrastar, experimentei uma mousse de ricota, canela e chocolate, servida com um potente Malbec, vinho top da vinícola que visitávamos. Simplesmente a combinação perfeita.

Desafio para os leitores: Feijoada combina com vinho? Qual? Garanto que há uma resposta escondida no texto…

Dica da Semana:
Tegole IGT Toscana 2004 Piccini
Produtor: Piccini – Itália
Região: Toscana
Uva: Sangiovese
Um belo Sangiovese, marcante e saboroso, com um bouquet repleto de frutas maduras. Ótimo para acompanhar pratos de carne ou massas.
Saúde!
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