Tag: Tinto (Page 8 of 28)

Viagem Enogastronômica à Espanha e Portugal – final

Nosso próximo destino nessa jornada era a cidade do Porto, na foz do Rio Douro junto ao Oceano Atlântico. Logo após o café da manhã fizemos o check out e pegamos a bonita estrada que margeia o rio até lá. Um belo passeio, com rápidas paradas para observar a paisagem e as eclusas que permitem a navegação dos grandes barcos de turismo.
 
 
Chegamos ao nosso destino perto da hora do almoço. Após o check in no hotel fomos para o Restaurante Cafeína, onde tivemos uma nada agradável surpresa. Reparem no 1º prato a seguir:
 
 
Óbvio que houve uma saraivada de anedotas. A garçonete afirmou que o dono do restaurante estava arrependido de ter usado este nome, mas o prato era muito saboroso…
 
Para acompanhar os nossos pedidos, todos baseados em peixes ou frutos do mar, escolhemos um delicioso vinho verde, o Soalheiro Alvarinho 2008, que no balanço final de todos os vinhos provados, foi considerado o melhor deles.

 

 
Um verdadeiro clássico, grande frescor, intensidade aromática, boa mineralidade e acidez correta. Perfeita harmonização com os nossos pratos.
 
No dia seguinte seguimos para o último compromisso agendado com uma produtora de vinhos, visitar às caves da Taylor’s, uma das mais respeitadas marcas de Vinho do Porto, seguido de um almoço no seu restaurante, Barão de Fladgate, muito bem localizado e com uma bela vista.
 
Atravessamos a pé a ponte que une as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, onde estão estas famosas “caves”. Lá se respira Vinho do Porto que, a bem da verdade, deveria ser chamado de “Vinho de Vila Nova de Gaia”, o que acaba sendo quase uma piada: muitos afirmam que denominação “Porto” só vingou por ser um nome mais comercial…
 
As fotos falam por si: frota de barcos “Rabelo” que eram usados para transportar, originalmente, o vinho desde o Alto Douro; o cais de Vila Nova com placas indicativas de todas as marcas que existem por ali; degustação gratuita de quatro Portos simplesmente por termos passeado no teleférico.
 
 
A visita é quase uma volta ao passado. Nada é produzido nestes galpões, apenas é um lugar onde o vinho repousa até a hora de ser comercializado. Fomos recebidos na sala de degustação e após uma breve exposição sobre a história desta marca, seguimos para visitar as instalações.
 
 
Nas duas últimas fotos acima destaco, na esquerda, o maior “balseiro” conhecido de Vinho do Porto e na direita a etiqueta de preenchimento de um barril datada de 31/10/2014, véspera de nossa visita. Retornamos à sala de degustação para provar três Portos: Chip Dry, branco extra-seco, Late Bottled Vintage (LBV) e Tawny 10 anos, todos deliciosos.
 
O elegante restaurante fica dentro deste conjunto de prédios e homenageia o fundador da marca, o Barão Fladgate. Nossa mesa, em posição privilegiada, permitia apreciar uma bela vista de Vila Nova e do Porto.
 
 
O extenso cardápio tem ênfase nos saborosos frutos do mar e pratos regionais.
 
 
Para iniciar, abrimos um vinho verde rosé, o Casa do Valle. Honestamente, não correspondeu às nossas expectativas, valeu mais pela curiosidade. O próximo vinho, o Beyra Quartz foi uma escolha mais acertada.
 
 
Um bom branco vinificado pelo enólogo Rui Madeira a partir das castas Síria e Fonte Cal de parreiras com mais de 80 anos. Recebeu nota 16.5/20 do Guia de Vinhos de Portugal. Estupenda refeição!
 
Na manhã seguinte partimos numa preguiçosa viagem até Lisboa, passando por Óbidos e Sintra, onde almoçamos no restaurante típico Curral dos Caprinos. Na capital, fizemos os tradicionais passeios turísticos, com um importante destaque: uma das mais conhecidas lojas de vinhos, a Garrafeira Nacional, afinal, ainda havia espaço nas nossas malas.

 

 
Agradecimentos
 
Esta viagem teve como cúmplices diversos amigos que vivem em Portugal. Foram inúmeras sugestões, infelizmente não houve tempo suficiente para experimentar tudo.
 
Começo pelo meu amigo Maurício Gouveia, de Mirandela, que nos presenteou com garrafas de um excelente vinho, o Tejoneras, que ele representa no Brasil (http://emporiogouveia.com.br/). Foi o nosso guia até Vila Real indicando o excelente restaurante Cais da Villa. (http://www.caisdavilla.com/)
 
O leitor Laureano Santos, de Oeiras, foi outro importante colaborador. Lamento não ter conseguido encontrá-lo, mas conversamos longamente, por telefone, além de trocamos várias mensagens durante a viagem. Teve a paciência de ler os meus roteiros e fazer as correções e ajustes necessários. Por sugestão dele, provamos um vinho da sua região, Conde de Oeiras Vinho de Carcavelos. Qual não foi a nossa surpresa ao descobrir que ele havia participado da colheita da safra degustada?
 
Outra peça importante foi o Duda Zagari que organizou a visita e almoço na Taylor’s bem como sugeriu o passeio de barco até a Quinta do Crasto. Duda mantem uma das mais badaladas lojas de vinho do Rio de Janeiro, a Confraria Carioca (http://www.confrariacarioca.com.br/empresa.php).
 
Por último um agradecimento todo especial ao casal Maria João e José, ela uma amiga de mais de 40 anos que morou aqui no Rio e me cobrava esta visita há um longo tempo. Promessa cumprida! Preparou um saboroso jantar em sua casa, com um belo tinto, Casal da Coelheira Reserva, e um final delicioso com uma visita a uma fábrica dos famosos Pastéis de Nata, quentinhos, saídos do forno por volta das 22h. Só usando um adjetivo incomum: supimpa! Trouxe alguns destes doces para o Rio…
 
A todos vocês, amigos, leitores e associados desta coluna, desejo um feliz natal e um ótimo 2015.

Até lá!

Dica da Semana:  ainda é tempo de comprar um bom espumante para a festa de fim de ano, desta vez, produto nacional.

 
Domno Ponto Nero Brut Rosé
Cor rosada com reflexos brilhantes, perlage de borbulhas finas, delicadas e persistentes.
Aroma fino e delicado com notas de frutas vermelhas como morango e framboesa com toques de especiarias doces. Extremamente equilibrado, de sensação aveludada e boa maciez e cremosidade.
Harmonização: Saladas, pratos frios, peixes, camarão, massas com molhos pouco condimentados e sobremesas não muito doces, a base de frutas vermelhas

Viagem Enogastronômica à Espanha e Portugal – V

Após a intrigante visita na Quinta das Carvalhas, partimos para o almoço num dos restaurantes mais badalados da região, o DOC by Rui Paula.

Inaugurado em 2007, o DOC, uma abreviatura de Degustar, Ousar e Comunicar, está instalado num edifício de linhas contemporâneas situado no cais da Folgosa, na estrada que margeia o rio Douro entre a Régua e o Pinhão. É considerado como um ponto de encontro obrigatório para quem vive no Douro ou viaja pela região, seja para apreciar a boa comida, o vinho ou a paisagem.

 Optamos por pratos tradicionais da culinária portuguesa, onde não poderia faltar uma opção de bacalhau com batatas ao murro. O vinho, sugerido pelo Sommelier, foi o “Olho no Pé” 2009, da região do Douro. Um tinto gastronômico, muito frutado e fácil de beber.
 
 
Pontualmente às 16h chegamos à Quinta das Gaivosas, em Santa Marta do Penaguião, cerca de 4 Km adiante do Peso da Régua.
 
Esta vinícola é comandada pelo Eng. Domingos Alves de Sousa, que representa a 3ª geração desta família. É considerado um dos mais importantes vinhateiros do Douro. Fomos recebidos por seu filho, Tiago, engenheiro agrônomo, atual Diretor de Produção e Administrador, que está sendo preparado para assumir o lugar de seu pai, iniciando a 4ª geração da família à frente dos negócios. Ao contrário da outra vinícola visitada pela manhã, esta não tem uma estrutura para receber visitantes, por esta razão, terem nos recebido aqui foi uma honra, o que nos deixou muito sensibilizados.

A visita foi feita em duas etapas, um passeio pelos íngremes vinhedos e uma degustação dos principais vinhos ali elaborados. De saída, nota-se a diferença no relevo: as colinas nesta região são mais escarpadas que as das margens do Douro. Até o valente 4X4 que nos transportava teve dificuldades para alcançar os trechos mais altos da propriedade. Tiago enfatizou a dificuldade em fazer o trabalho no campo como a poda, a colheita, a limpeza, etc. Contam com um pequeno grupo de trabalhadores que são “especializados” neste tipo de terreno. Vejam algumas imagens a seguir.

Uma das histórias mais interessantes relatadas por nosso anfitrião foi sobre um vinhedo, com mais de 80 anos, localizado numa das encostas mais inclinadas e expostas ao Sol, com algumas aflorações de Xisto no meio das parreiras, o que dificulta o trabalho. Por esta razão, ficou meio abandonado por muito tempo. Tentaram de tudo para revitalizar esta área, mas só as vinhas originais conseguiam sobreviver. Todas as tentativas de replantio não vingaram. Em 2004 decidiram vinificar o que fosse colhido destas vetustas parreiras. Sucesso! O vinho, que recebeu o nome de “Abandonado”, logo mostrou que tinha caráter e personalidade únicos.

Após o passeio, iniciamos uma deliciosa degustação que não deixou nenhuma dúvida sobre a excelência dos vinhos produzidos pelos Alves de Souza:

– Branco da Gaivosa 2013 – elaborado com Malvasia Fina, Gouveio e Viosinho (pode haver outras) colhidas em vinhedos com mais de 60 anos. Bonita coloração amarelo palha, aromas e sabores de frutas secas e uma boa untuosidade devido a um estágio em barris de carvalho francês; Nota: 16/20

– Quinta da Gaivosa Douro 2009 – as castas, Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinto Cão, Touriga Nacional e outras são provenientes de vinhas velhas com 60 anos ou mais. Apresentou cor avermelhada com intensos aromas e sabores de frutas vermelhas e suave nuance de especiarias devido ao estágio em carvalho francês; Nota: 17,5/20

– Alves de Souza Reserva Pessoal Tinto 2005 – produzido com os melhores exemplares de Tinta Roriz, Tinto Cão e Touriga Nacional obtidos na Quinta, vinhas velhas com mais de 60 anos. Um vinho intenso, complexo e encorpado com aromas e sabores transitando desde as especiarias até frutas maduras. Recebeu diversos prêmios em colheitas anteriores, alcançando 17,5 pts na edição atual do Guia de João Paulo Martins;

– Abandonado 2007 – somente é produzido em safras muito especiais, e 2007 foi uma delas. Um “vinhaço”, muito estruturado, encorpado e elegante com predominância de frutas negras no nariz e palato. Recebeu 18 pontos no guia citado acima;

– Porto Quinta da Gaivosa 10 anos – outro vinho de alta gama que encerrou esta degustação maravilhosa. Nota: 16,5/20

 

 

A última foto acima mostra o velho alambique onde era produzida a aguardente adicionada ao “Porto”. Devido a regulamentações governamentais, hoje é mais fácil compra-la de terceiros. O conjunto virou uma bonita peça de decoração.

Quase ao final de nossa prova de vinhos, Tiago recebe um telefonema de seu amigo Álvaro Martinho, nos convidando para ir até seu “armazém” que fica a poucos metros de distância. Começava nova e deliciosa aventura.

Álvaro nos recebeu em grande estilo e com algumas surpresas. Seu armazém fica sob sua residência e funciona como uma micro-vinícola, adega, sala de ensaio da banda, enfim, um espaço multitarefa.

O seu vinho se chama Mafarrico e tem sido bem aceito pelo mercado. O Branco foi escolhido como melhor em sua categoria em 2013.
Outro detalhe que chamou a nossa atenção era sua adega eclética onde havia até vinhos top, como o famoso “Barca Velha”.

Para encerrar esta nossa incrível viagem ao Douro, Álvaro nos brindou com um pouco de sua música, além de diversas garrafas de vinhos, tudo acompanhado de pães, queijos e embutidos.

Inesquecível!

Dica da Semana: continuamos na terrinha…

Casa de Sarmento Espumante Brut
Cor amarela palha de aspecto cristalino, bolha fina e persistente. Aroma elegante, discreto, com alguma fruta.
Muito agradável na boca, fresco, com uma mousse muito delicada e boa acidez.
Excelente para entradas, bem como para acompanhar peixes, mariscos e o típico Leitão da Bairrada.

Viagem Enogastronômica à Espanha e Portugal – IV

Nosso último dia no Alto Douro tinha uma programação extensa. Logo pela manhã visitar a Quinta das Carvalhas. Após o almoço, nos deslocaríamos até Santa Marta do Penaguião para conhecer a Quinta das Gaivosas.
 
O agendamento destes passeios começou a ser feito com grande antecedência. Alguns amigos que residem em Portugal ofereceram as sugestões e fomos tentando conseguir que nos recebessem. Algumas quintas têm estrutura de enoturismo e nos aceitaram de braços abertos. Outras nos acolheram devido ao conhecimento de nosso trabalho e através de contatos pessoais em eventos de degustação. Poucas foram as que nem se dignaram a responder nossa solicitação.
 
A Quinta das Carvalhas é uma espécie de símbolo do Alto Douro e a joia da coroa da Real Companhia Velha, sua proprietária. Qualquer cartão postal de lá vai mostrar imagens de sua principal colina, com a Casa Redonda no cume, o ponto mais alto da região com vista de 360º.
Na troca de mensagens, ficou acertado que faríamos uma visita “vintage”, assim descrita pelo signatário, Álvaro Martinho:
 
“Esta visita teria uma duração variável de 1h30 a 2 horas. É uma visita acompanhada onde terá uma explicação detalhada de todo o cenário vitícola: vinha, plantas, o clima, as castas, a história e a vida das pessoas!!! No final poderá desfrutar de uma prova com 3 vinhos (2 douro DOC e um Porto). O custo associado a esta visita é de 20€ pax. Poderemos considerar esta visita… uma experiência no Douro!!! Recomendamos”.
 
Interessante notar que, com base em nosso conhecimento de outras viagens similares, formamos uma imagem do que poderia acontecer nesta visita, inclusive de quem seria o Sr. Álvaro que gentilmente respondia nossas mensagens, inclusive com outras sugestões de passeios e almoços. Não podíamos estar mais enganados, o que foi ótimo.
 
No dia e horário agendado embarcamos no veículo da Quinta para nos transportarem até lá, um percurso que poderia ser feito a pé, bastando atravessar a ponte sobre o Rio Douro, coisa de 3 ou 4 minutos, em frente ao nosso hotel. Conhecemos o nosso anfitrião, Álvaro, que se revelou um verdadeiro “one man show” (fomos descobrindo estas facetas ao longo do passeio): Guia de Turismo; Engenheiro Agrônomo; Paisagista; Gestor da Quinta responsável por toda a viticultura (120 ha); proprietário de uma vinícola na Cumieira de Santa Marta do Penaguião e Músico, com uma banda folclórica chamada Rama de Oliveira. Como se isto tudo não bastasse, aos 42 anos, casado (sua esposa canta na banda), pai de 3 filhos, é um apaixonado pela vida e por tudo que faz.
À medida que nos conhecíamos, ele comentava um pouco sobre sua vida, que sempre girou em torno dos vinhos (seus pais eram viticultores). Nasceu na aldeia de Covas do Douro, que fica a cerca de 5 km de distância do Pinhão. Tinha 13 anos quando visitou uma cidade grande pela primeira vez, Peso da Régua, o que lhe deixou deslumbrado: “Andei dois dias de elevador”!
 
Quando ingressou na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), para estudar Agronomia, compreendeu o valor da sua infância peculiar. Recebera outro tipo de cultura, única, que usava magistralmente para se destacar no seu grupo. Segundo suas palavras:
 
“Não sabia muitas coisas, mas distinguia o chilrear dos pássaros todos ou a cor dos ovos dos Melros, coisas que ninguém mais sabia”.
A visita transcorreu dentro deste clima (faço um aparte: aprendi, nestas duas horas com ele, muito mais do que já sabia, foi a melhor aula sobre a importância do trinômio solo, clima e tempo). Desde 2001 implantou o conceito de quinta produtiva de charme, transformando lugares, por exemplo, como a oficina de manutenção, antigamente banhada em óleo e graxa, num local cercado de agradáveis jardins.
 
A Quinta é literalmente uma joia e Álvaro acredita que mantê-la assim e dar as melhores condições de trabalho aos lavradores vai refletir na qualidade final dos produtos. Passou-nos a impressão que sabe nome e sobrenome de tudo que ali está plantado. As plantas são suas cúmplices, é capaz de fazer de uma simples erva daninha, tema de conversa para um dia, sem que isto seja um assunto aborrecido. Talvez a mais importante lição nisto tudo tenha sido nos fazer compreender a importância da dimensão de um terceiro fator que se junta ao binômio Solo (x) e Clima (y), sempre mencionados em qualquer compêndio de enologia: no Douro compreendem e dominam o Tempo (z), com grande sabedoria. O representam como o terceiro eixo de um gráfico imaginário:
Apresentou e explicou o conceito de “Vinhas Velhas”, algo que só existe lá. Reparem na foto a seguir.
Sem sair do lugar, nosso anfitrião girou o corpo e colheu 4 ou 5 folhas das parreiras ao seu redor. É desta forma que se identificam as videiras, comparando o formato das folhas. Resultado: 4 ou 5 espécies diferentes, podendo haver castas brancas entre elas. Na época em que foram plantadas eram “uvas que fermentadas se transformavam em vinho”. Este era o critério usado pelos antepassados. Hoje já estão fazendo o mapeamento genético para descobrir quais são estas castas, numa tentativa de preservar as características e a história destas vinhas. Se possível, reproduzir estes vinhedos aplicando avançadas técnicas de genética. Novamente, modernidade e tradição.
 
No dia da visita estavam replantando uma parcela de um vinhedo. Álvaro ressalta que para alcançar o mesmo nível de qualidade das outras parcelas terão que esperar 50, 60 ou mais anos. Ele, provavelmente, não vai provar vinhos oriundos desta nova área e não está nem um pouco preocupado com isto. Simplesmente “não me importa”! Está é a maneira de controlar corretamente o fator tempo, o duriense sabe esperar, tem paciência, o ritmo de vida aqui é outro, “nós não sabemos fazer outra coisa que não seja cuidar desta nossa biodiversidade que passa por milhares de tipos de ervas, arbustos, oliveiras, cítricos, sobreiros e parreiras”. São centenas de cheiros e cores e sabores que brotam a partir de um solo xistoso que para os olhos de um leigo não tem condições de gerar nada.
 
“As vinhas vivem, coabitam, são felizes aqui. Não querem dar vinho, querem amadurecer, dar sementes, prolongar a espécie”.
 
Emocionante tudo isto, temos que concordar com Álvaro: “Isto só existe aqui”!
A degustação que encerraria esta deliciosa visita foi de alto nível, com 3 excelentes vinhos:
 
Carvalhas Branco 2011 – elaborado com as castas Viosinho, Rabigato e Códega. As uvas são prensadas em prensa pneumática. A fermentação inicia-se em cubas de inox com controle de temperatura e termina em barricas novas de carvalho Francês. Segue-se um estágio de 8 meses nas mesmas barricas sobre borras finas.
 
Um branco limpo, claro, de brilhante cor citrina. No olfato apresenta aromas com notas de fruta com nuances de baunilha e tosta, provenientes do estágio em madeira. Embora encorpado no paladar, provoca uma sensação de leveza devido à sua frescura de sabores e acidez viva. Boa persistência. É um vinho altamente gastronômico que pode ser apreciado enquanto jovem, mas que pode surpreender após alguns anos em garrafa.
 
Carvalhas Tinto Vinhas Velhas – este foi um dos destaques desta degustação. Um corte com mais de 20 castas diferentes (Vinhas Velhas) fermentado em lagares (tanques abertos) seguido de um estágio de 18 meses em barricas de carvalho francês. Muito aromático onde se destacam notas de frutas vermelhas e negras aliadas à nuances de ervas e especiarias, bem harmonizadas com a madeira de carvalho através de sutis notas de baunilha. Taninos firmes e muito redondos, com sabores realçados por uma equilibrada acidez que torna a prova longa e persistente o fazem um vinho potente e elegante.
Royal Oporto Tawny 40 anos – este foi um capítulo à parte com sua linda garrafa lapidada. Esta é uma das marcas mais antigas de Vinhos do Porto. Uma bebida muito especial de grande intensidade aromática com notas de baunilha, especiarias e frutos secos. Potente e aveludado, enchendo o palato de sabores intensos, com um final muito longo. Uma verdadeira homenagem ao Vinho do Porto.
Tecnicamente, a visita terminaria após esta degustação, mas não foi bem assim. Quando descobrimos a faceta musical de nosso anfitrião, ficamos naturalmente curiosos e perguntamos se haveria alguma maneira de escutar o som do seu grupo musical. Não havia nenhuma apresentação programada o que gerou um convite informal: “só se vocês forem até o meu armazém, que fica sob minha residência”.
 
Nem em sonhos poderíamos imaginar o que aconteceria no final deste dia, logo depois da visita à Quinta da Gaivosa, localizada muito perto do “armazém” de Álvaro Martinho. Mas este episódio, só na próxima coluna.
 
Não há palavras suficientes para descrever o espetáculo que foi esta visita guiada por este novo amigo. Esperamos poder repetir esta incrível experiência o mais breve possível.
 
Dica da Semana:  para não ficarmos num eterna repetição, como no Bolero de Ravel, sugerindo os vinhos acima, vamos indicar um da vizinha região do Minho.
 
Alvarinho Soalheiro
Sempre nas listas dos melhores Alvarinhos de Portugal segundo a imprensa especializada, é proveniente da subrregião de Melgaço que produz os melhores vinhos verdes.
 Leve, frutado e refrescante, com ótima acidez. Delicioso e cheio de charme é mais encorpado e complexo do que os outros vinhos verdes.
 Pode ser armazenado nas condições ideais por 5 até 10 anos
 Combinações: Peixes, carnes brancas, frutos do mar, ostras e mariscos, queijos.
 

Viagem Enogastronômica à Espanha e Portugal – III

O segundo dia no Pinhão prometia uma aventura bem diferente. Nosso destino era a conhecida Quinta do Crasto. Partiríamos de barco pelo Rio Douro num percurso de 1 hora até o Ferrão, um pequeno cais de onde um “transfer” nos levaria morro acima até a vinícola.
Às 11h, de acordo com a nossa agenda, estávamos à bordo do Pipadouro, partindo logo em seguida para um tranquilo passeio, singrando o rio e observando a linda paisagem em ambas margens. Para animar, foi servido um Evel branco, saboroso corte das castas Rabigato, Arinto, Viosinho e Fernão Pires, produzido numa das muitas quintas da Real Companhia Velha.
 
Honestamente, um luxo só, estávamos nos sentindo muito VIPs com este tratamento todo. Vejam as imagens:
 
 
 
Este passeio custa 35€ por pessoa e dura 2 horas. No nosso caso, como tínhamos uma visita e almoço agendados, desembarcamos no “Cais do Ferrão” após 1 hora de viagem. Foi agradável, mas achamos que ficaram nos devendo mais uma hora de passeio…
 
No desembarque, novas surpresas nos aguardavam: o nosso “transfer” era um simpático caminhão marca Bedford da década de 50, devidamente preparado para transportar os visitantes morro acima.

Eu achei muito interessante e bem dentro do espírito deste tipo de visita. Tudo nesta região respira tradição, inclusive a modernidade que é encontrada nos robôs que simulam o pisa-a-pé; os atuais tanques de fermentação com temperatura controlada; ou em outros equipamentos de ponta. Alta tecnologia, mas com um ar de pompa e circunstância de antigamente. Novamente, me senti “o rei do pedaço”, no alto da carroceria. A foto que está logo abaixo bem que merecia uma legenda como “Quinta do Crasto, aqui vou eu”!
 
 
Com localização privilegiada na Região Demarcada do Douro, esta empresa é propriedade da família de Leonor e Jorge Roquette há mais de um século. Como costuma ser com as grandes Quintas do Douro, a origem da Quinta do Crasto remonta a tempos longínquos – o nome Crasto deriva do latim “castrum”, que significa forte romano. Produzem vinhos brancos, tintos e do Porto além de deliciosos azeites. Importantes investimentos realizados nos últimos anos permitiram modernizar as vinhas e as instalações de vinificação. Utilizam as mais avançadas tecnologias, conjugadas com o tradicional método de pisa-a-pé em lagares.
 
 
 
Chamou a nossa atenção o formato tronco cônico dos tanques. Tem alguma semelhança com os ovais mostrado em colunas anteriores. Esta tecnologia é bem recente e, definitivamente, influi positivamente no resultado final.
 
Depois do recorrido nas instalações fomos levados para o local do nosso almoço, que foi previamente encomendado com base no programa abaixo.
 
 
 
 
Nossa escolha foi o Arroz de Pato. Estava delicioso e harmonizou corretamente com os vinhos oferecidos. A vista, deslumbrante, nos deixou maravilhados com o local, difícil foi ter que deixar isto para trás e voltar para o hotel.
 
 
 
O estilo duriense de receber os visitantes tem uma característica própria que enfatiza mais o estilo de vida, a gente e os vinhos, um trinômio indissolúvel. No almoço, não há aquela preocupação de harmonizar isto com aquilo. Tudo estava ao nosso alcance, os vinhos “eram nossos”, segundo um atendente, o que significava que estávamos livre para fazer as nossas próprias combinações.
 
Ao final, na hora da sobremesa, foi servido um queijo tipo Serra da Estrela, delicioso, no ponto certo, fez a alegria de todos. Eu experimentei com todos os vinhos que foram oferecidos até fazer a minha escolha. Sensacional!
 
Um resumo do que foi degustado:
 
Quinta do Crasto Branco 2012: Elaborado com Gouveio, Viosinho e Rabigato. Cloração citrino. Excelente intensidade e frescura aromática, onde se destacam notas de lima, maracujá, flor de laranjeira, e vibrante mineralidade. No palato apresenta início envolvente, evoluindo para um vinho com excelente volume, acidez e estrutura, tudo em perfeito equilíbrio com notas de grande frescura e profunda mineralidade. Termina vibrante, fresco e persistente.
 
Crasto Douro Tinto 2012: Elaborado com Tinta Roriz, Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Barroca. Coloração Violeta intenso. Perfeita projeção de aromas de frutos silvestres do Douro de grande frescura e intensidade, muito bem integrados com suaves notas florais. Na boca é elegante, com volume correto, taninos redondos de textura fina que lhe conferem uma estrutura em perfeito equilíbrio. Muito rico em notas de frutos silvestres frescas que consolidam um conjunto harmonioso. Boa persistência.
 
Crasto Superior Tinto 2011: Vinificado a partir das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Souzão e Vinha Velha. Coloração violeta intenso. Ótima expressão e intensidade aromática, onde se destacam frescos frutos silvestres, em perfeita harmonia com elegantes notas de esteva (uma flor), e suaves especiarias. No paladar tem início fresco, evoluindo para um vinho sério, de excelente volume, e estrutura compacta, onde se destacam taninos redondos e firmes. Termina persistente com agradáveis sensações de frutos silvestres em perfeita integração com especiaria fresca.
 
Quinta do Crasto Vinhas Velhas 2011: Vinificado a partir de Vinhas Velhas (25 a 30 castas diferentes, inclusive brancas). Coloração rubi carregado. Fantástica expressão, concentração e complexidade aromática, onde se destacam frutos silvestres do Douro, em perfeita harmonia com suaves notas de especiaria e aromas frescos de cacau e esteva. Ataque poderoso no palato, evoluindo para um vinho muito elegante, de excelente densidade. Taninos de textura muito fina, em perfeita envolvência com frescos sabores de frutos silvestres do Douro. Termina longo e muito persistente, com uma agradável sensação de frescura. Elevado potencial de envelhecimento.
 
Quinta do Crasto LBV 2008: Obtido a partir de Vinhas Velhas (mistura de castas). Coloração violeta muito escuro. Impressiona pela fantástica frescura e exuberância aromática, que apresenta distintos aromas de frutos silvestres do Douro, muito bem integrados com elegantes notas de flor de esteva. Início harmonioso, de perfil muito elegante. Estrutura compacta, de volume correto, com taninos redondos. Textura fina e excelente profundidade. Final intenso, elegante, muito fresco e de excelente persistência.
 
Nosso retorno estava programado por volta das 15h. Seria de trem, que passa pontualmente às 15:27 na estação do Ferrão que fica ao lado do cais. Depois de uma curta viagem de 5 minutos, a um custo de 1,50€ por pessoa, o que nos fez achar que foi um mau negócio a ida de barco, exceto pelo visual, desembarcamos na estação do Pinhão com seus azulejos classificados como Patrimônio da Humanidade.
 
 
 
Este dia ainda teria mais uma surpresa, a visita do amigo Maurício Gouveia, sua esposa e filha que vieram de Mirandela e nos levariam até Vila Real. Mas este episódio fica para a última coluna desta série.
 
Nosso próximo destino: Quinta das Carvalhas.
 
Dica da Semana:  qualquer dos vinhos citados seria uma ótima escolha. Optamos por indicar um delicioso branco que foi descoberto numa prova aqui no Rio de Janeiro.
 
 
MC-Maria do Céu Reserva Branco 2012
 
Vinificado com as castas Malvasia, Moscatel Galego e Gouveio.
Apresenta cor amarelo palha, aromas de flor de laranjeira menta, chá de ervas e um leve toque fumado devido à sua fermentação em barricas.
Na boca é um vinho encorpado, fresco e equilibrado, com carácter gastronómico.
 

Conselhos de José Peñin

José Peñín é o mais prolífico escritor sobre temas vitivinícolas na língua espanhola e autor do principal guia vinícola espanhol, que leva o seu nome. Muito respeitado por seus colegas inclusive em nível internacional, já percorreu quase todas as regiões produtoras do mundo seja visitando, fazendo palestras ou participando de importantes concursos. É considerado um grande juiz da qualidade dos vinhos.
 
Nesta sua pagina da Internet (http://jpenin.guiapenin.com/2013/08/15/10-topicos-del-vino-a-eliminar/) estão comentados alguns tópicos que ele sugere que devem ser repensados.
 
Apresento a seguir, traduzidos e adaptados, os pontos que considerei como mais relevantes. Boa leitura!
 
– “Alguns produtos de consumo, como o vinho e alimentos, estão contaminados por certas crenças difundidas através do “boca a boca” que alimentam, como no caso do vinho, uma suspeita de que a valorização alcançada por esta bebida seja uma fraude histórica, crença outrora comum. Quanto à comida, acontece o mesmo, por se considerar que aquilo que está perto ou é familiar sempre é melhor do que uma cozinha pública.
 
Infelizmente, tem-se levado mais em consideração o comentário do amigo ou do vizinho do que aquilo que está escrito ou que consta de publicações especializadas. A grande imprensa, capaz de penetrar todas as esferas da sociedade, tem sido, de certa forma, responsável por essas atitudes, porque não percebeu a necessidade de um aprendizado prévio ou de um maior interesse por um tema que, na vida diária (segundo eles), não mereceria maior aprofundamento. Entre todos os assuntos, nunca houve uma distância tão grande entre generalistas e especialistas como no vinho.
 
1 – O VINHO TINTO MELHORA COM O TEMPO
 
O tinto não melhora, simplesmente muda. O tinto só se situa no lugar que lhe corresponde organolepticamente aos 4 ou 5 meses depois de engarrafado, ou seja, suas condições e características estarão equilibradas. Neste momento, o vinho pode estar fechado do ponto de vista aromático, o carvalho sobressai e no caso dos brancos e dos tintos leves, percebem-se as matizes secundárias da fermentação (matizes falsas de frutas tropicais e leveduras), que podem perdurar por até 5 meses depois da elaboração.
 
A partir deste período, o vinho vai adquirindo, com o passar dos anos, novas matizes (notas de tabaco, couro, frutos secos), mas também vai perdendo as especificidades da sua variedade e as notas minerais.
 
2 – VINHOS BRANCOS COM PEIXES E TINTOS COM CARNES
 
Generalizando, não é tanto o tipo do vinho que importa, mas a sua estrutura. Um vinho branco com 13,5º de teor alcoólico ou mais, que passou por madeira ou foi fermentado numa barrica, possui volume e “peso” na boca suficientes para acompanhar uma carne, enquanto um tinto leve e fresco pode harmonizar com um peixe.
 
Apesar disto, o vinho branco é melhor opção que um tinto para combinar com qualquer proposta culinária. Não podemos esquecer que o tinto é mais contemporâneo que o branco que tem sido o vinho “de toda a vida”. O que os Cruzados bebiam com a carne? Brancos espessos e turvos.
 
3 – NÃO ENTENDO DE VINHO, MAS SEI DO QUE GOSTO E DO QUE NÃO
 
Uma frase repetida constantemente. Quando um apaixonado por vinhos se encontra com um especialista, se defende com esta frase. Mas ninguém afirma, por modéstia cultural, que não entende de arte, música ou livros. Por que temos que entender de vinhos para compará-los? O nosso paladar é o ponto mais sagrado. Preciso ser um especialista em informática para comprar um computador? Pesquiso numa boa loja ou numa revista especializada. Tenho que conhecer a vida e a obra dos melhores diretores de cinema para escolher um bom filme? Esta é a função da crítica. O importante é que o neófito tenha memória suficiente para lembrar-se do rótulo ou rótulos que lhe agradaram e, a partir daí, consultar um especialista ou buscar ou comparar com as críticas.
 
4 – O ROSADO É UM VINHO MENOR
 
Lamentavelmente, esta crença nasceu de uma prática muito comum nas bodegas de 20 anos atrás, quando se misturavam tintos e brancos para fazer um rosado que sempre obtinha o recorde de ser a marca mais barata do catálogo. “Um vinhos para os chineses”, se dizia então.
Um rosado, logicamente, deve ser o vinho jovem com um custo de produção superior, uma vez que a ortodoxia afirma que para elaborar um rosado tem-se que escolher somente a lágrima do vinho (o primeiro mosto que sai dos grãos da uva tinta quando comprimidos pelo peso dos cachos no depósito). Além disso, é o vinho, onde todos os cuidados para preservar a fruta são poucos. Suas características identificam melhor a personalidade da uva que o vinho tinto, isto no clima ibérico que exige uma colheita precoce e, portanto, feita no auge da maturação aromática da casta.
 
5 – VINHOS BRANCOS DURAM MENOS QUE OS TINTOS
 
Nem sempre. Se ambos os vinhos contam um equilíbrio entre álcool e acidez, a rolha está em bom estado e são mantidos a uma temperatura entre 15º e 18º, podem ser bebidos “sine die”. Tampouco está claro que os taninos da uva tinta e os aportados pela barrica sejam um fator de longevidade, uma vez que, com o tempo, estas moléculas se precipitam ao fundo da garrafa, embora sejam os elementos gustativos mais enriquecedores. Um branco de 20 anos na garrafa exibe essencialmente uma cor mais amarela com notas de frutas e ervas secas, traços que, com o equilíbrio de seus componentes, são perfeitamente assimilados.
 
6 – O ESPUMANTE É MELHOR COM A SOBREMESA
 
Outra herança do passado. Há uns 60 anos, a maioria dos vinhos espumantes eram doces ou meio doces (demi-sec). A própria origem desta bebida é doce, quando os vinhos da região de Champagne, até meados do século XIX, eram engarrafados sem terminar de fermentar, conservando a doçura do mosto e o gás carbônico do processo inacabado. Isto provocou o seu consumo com as sobremesas ou nas desenfreadas noites da “Belle Époque”. Hoje praticamente só se consome o Brut ou o Brut Nature, ou seja, um sabor seco que o torna mais adequado a ser consumido no aperitivo ou mesmo no transcurso da refeição.
 
7 – MULHERES PREFEREM VINHOS DOCES
 
Não existem vinhos para homens ou mulheres. Este provérbio se refere ao fato de a mulher ter incorporado a bebida alcoólica, no âmbito social, mais tarde (que os homens) e, neste caso, num primeiro contato de um neófito com o vinho, seja ele homem ou mulher, tende a preferir sabores adocicados, para depois ir incorporando ao seu paladar os sabores mais secos ou marcantes.
Ao contrário do esperado, a mulher conhecedora, devido à sua maior sensibilidade, é muito mais segura na hora de comprar qualquer vinho e vacila menos que o homem na hora da degustação. As gerações femininas atuais são mais sensíveis e menos radicais neste tema.
 
8 – VINHOS DE AUTOR
 
Todos os vinhos são de “autor”, uma vez que, por trás de cada marca existe uma equipe dirigida por um enólogo. Por tanto, temos que fugir do rótulo de “vinho de autor” quando usado como apelo comercial, isto não implica que seja melhor”.
 
Sábios conselhos!
 
Dica da Semana:  um bom rosado para confirmar o que Peñin escreveu.
 
 Memoro Rosato (Piccini)
Este cativante rosado é elaborado com uvas cultivadas em quatro regiões da Itália:
a Negroamaro vem da Puglia;
a Nero d’Ávola da Sicília;
a Montepulciano de Abruzzo e
a Merlot do Vêneto.
O objetivo foi elaborar um vinho saboroso e ao mesmo tempo capaz de transmitir seu fiel acento italiano.
 
« Older posts Newer posts »

© 2024 O Boletim do Vinho

Theme by Anders NorenUp ↑